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UNIVERSIDADE ESTADUAL DA PARAÍBA Centro de Educação Departamento de História Curso de História Disciplina: História do Brasil IV ATIVIDADE – O POPULISMO E A HISTÓRIA (1930-1964) Desenvolva a questão abaixo. 1. O “populismo” como noção para explicar a política brasileira de 1930 a 1964, tornou-se uma das mais bem sucedidas imagens que se firmaram nas Ciências Humanas no Brasil.(...) Embora tenha sofrido mudanças de caráter teórico ao longo do tempo, o “populismo” tem uma História. (FERREIRA, 2010, p.8). Discuta esta afirmação, com base no texto deste historiador. O populismo tem sua história no Brasil a partir da década de 1930, onde é maior destacada e estudada pelos teóricos que nos anos subsequentes se debruçam sobre as discussões acerca das relações entre o Estado e a sociedade. O autor, Jorge Ferreira, discute essa relação desigual e que sofre mutações ao passar do tempo, de modo que se debruça e discorre sobre as teorias de lutas de classe para que possamos entender esse movimento de relações políticas e sociais. Deste modo, é traço destacado do populismo a ‘’ascensão’’ de uma figura máxima de destaque político, a exemplo o autor cita por várias vezes o líder Getúlio Vargas, que tem destaque e caminha junto ao movimento do populismo, a ele, inicia-se o ponto de partida aos estudos e debates que envolvem o populismo e sua relação com as massas. Foi uma experimentação política que se manifesta a partir do controle das massas, pelas quais eram ‘conquistadas’ e posteriormente eram desarticuladas por investidas do Estado, movimentos de articulação política popular por exemplo perdiam força, se enfraqueciam e consequentemente o Estado se fortalecia. A princípio, quando acontecia de o Estado ter forte influência sobre as classes populares acontecia de que esses muitas vezes não possuírem consciência de classes para se dar conta das questões e teias pelas quais estavam imersos, trabalhadores que saem do campo e partem em busca de melhores condições de trabalho e de vida no meio urbano eram os indivíduos mas presos nessa teia, pela qual o Estado tecia e os envolvia, desprovidos dessa consciência de classe, eram atraídos pelos discursos populares, não oferecendo resistência aos líderes políticos. Deste modo o populismo enfrenta em períodos posteriores, os movimentos de oposição a estes, como sindicatos e líderes das minorias mais destacados inseridos nesta ‘’batalha’’, buscando desarticular o Estado populista e consequentemente os líderes populistas, figuras centrais e de grande influência nesse contexto. Porém, devemos nos perguntar em como o Estado exercia essa influência que atinge uma totalidade expressiva das massas trabalhadoras do Brasil, sobretudo, no período posterior a década de trinta, e sucessivamente depois; Jorge Ferreira, por exemplo cita-nos o caso dos meios comunicativos em massa pelas quais o estado exercia sua influencia sobre o povo, exemplificando como exemplo o líder populista na figura de Getúlio Vargas, que se munia de meios comunicativos como o DIP – Departamento de Imprensa e Propaganda, para expandir e consolidar as ideias do populismo, o uso do rádio atingia grande totalidade da população, como também o uso de Jornais, revistas, etc...Porém, a repressão política nesse contexto eram abertamente usada, trabalhadores eram persuadidos, movimentos de oposição eram impedidos pelo estado, a polícia frequentemente repreensiva, o autoritarismo era ferramenta frequente e os oposicionistas eram impelidos a serem silenciados pelo forte estado populista autoritário, nascia assim Estados ditadores em oprimiam o povo para se manter forte. Os trabalhadores brasileiros então, que compunham totalidade expressiva nesse contexto eram desprovidos dessa consciência de classe, ou mesmo conhecendo razoavelmente as questões trabalhistas eram alienadas, manipulados, para transformarem-se em massa de manobra para fins do Estado, e da elite burguesa, muitos vindos do âmbito rural seguiam o líder populista chegando a idolatra-lo, a exemplo, Vargas. Porém não só Vargas, mas também os segmentos da elite letrada exerciam essa influência política entre os trabalhadores. O populismo estaria nesse contexto inserido entre as massas rurais e os trabalhadores das indústrias. No decorrer dos anos o populismo sofreu vários estudos dos diversos campos científicos possíveis, pelos quais são os de perspectivas sociológicas, históricas, antropológicas, etc. deste modo muitos estudiosos e grupos de estudiosos são elencados nos estudos do populismo, o autor menciona a questão do Marxismo que busca também estudar o fenômeno de uma forma mais apropriada visto a relação da luta de classes, os trabalhadores e o Estado; mostrando e estudando que esse populismo está presente em toda a América Latina. Em períodos posteriores o populismo pelo qual era exercido na década de 30-40 continua transformando-se na perspectiva dos estudiosos e por volta da década de 60-70, transforma-se no que o autor chama de ‘’o populismo de segunda geração’’ pelo qual o primeiro populismo entra em declínio principalmente em virtude do golpe de 1964, há um esgotamento do populismo, repressão violenta dos movimentos de oposição e figuras ligadas ao povo e lutas trabalhistas durante a ditadura. Diversos estudos emergem para explicar o fenômeno do populismo pelos quais fazem analises do fenômeno, especialistas que formulam discursos, atribuindo ao populismo de que este não se caracteriza pela força ou pela repressão do Estado, mas que sua eficácia parte por instâncias persuasivas da sociedade, há uma modernização dos meios de persuasão, sendo estes mais sutis, porém o que acontece nesse populismo de segunda geração são novos conceitos teóricos cunhados pelos estudiosos para explicar o fenômeno que se arrasta desde o pós década de trinta até meados dos anos 60-70, acontece que houve novas formulações de estudos a respeito do período do governo Getúlio Vargas, em que para muitos estudiosos da chamada ‘História Cultural’, que se debruça sobre questões do populismo na América Latina e no Brasil principalmente, Vargas seria um líder populista ditador e repressivo, como também em paralelo a estas novas formulações houve a recusa de formulações antigas, ou seja da primeira versão do populismo e as relações do Estado com os trabalhadores. A caminho do final do texto há a discussão sobre o estudo do populismo por vários pesquisadores, críticas ao populismo, trabalhos sobre o trabalhismo, o próprio Jorge Ferreira, busca explicar que trabalhadores e populares não estavam sendo manipulados ou iludidos na época do primeiro governo de Vargas em textos de sua própria lavra que debruçam-se sobre as questões do populismo, também do conceito da definição da palavra e seu aparecimento na história, o autor explica que em que períodos pós-30 não havia a menção à palavra, sua origem se dava até de modo elogioso, para posteriormente ser levada a um caminho depreciativo à imagem do líder populista, como é o caso de Getúlio Vargas e João Goulart, aos quais, populistas, eram mencionados como ‘’criminosos e ladrões’’. E o sentido da palavra ‘’pelego’’ que estava relacionada aos indivíduos ligados ao movimento sindical pelos quais o Estado populista buscava reprimir, romper e quebrar os movimentos de oposição. De fato, e por mim, o populismo se transmuta no sentido de sua significação, na perspectiva dos diferentes estudos sobre este fenômeno, o que acontece de fato é que ele se define por uma relação Estado-Trabalhadores, e a influência manipuladora de diferentes maneiras exercida pelo poder estatal político sobre as massas populares trabalhadoras.
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