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Introdução à osteologia do crânio I @vitoriaellenbarbosa PÁGINA 1 INTRODUÇÃO ULAS 02 e 03 – Introdução à Osteologia do Crânio. O crânio, ou cabeça óssea, consiste em uma série de ossos articulados entre si por junturas imóveis fibrosas, (exceto na mandíbula – ATM), conhecidas como “suturas ou sinartroses”, a fim de formar uma estrutura única. Fonte: Kenhub (vistas anterior e lateral do crânio, com destaque à ATM). ATENÇÃO: Os pontos craniométricos são as uniões das suturas, sendo identificados diretamente no crânio e utilizados em estudos antropológicos (não são acidentes anatômicos); Já os pontos cefalométricos, diferem-se dos anteriores, pois sua visualização é dada apenas em radiografias e em diversas áreas do crânio. Fonte: Google Imagens (ptério e pontos cefalométricos). É expressamente proibida a reprodução deste material com intuito lucrativo sem devida autorização, seja de forma parcial ou total; conforme lei 9.610/98 (Direitos Autorais). CARACTERÍSTICAS DO CRÂNIO As características gerais do crânio são: Morfologia ovoide; Total de ossos = 22 ou 28 (depende da literatura); Regiões mais espessas e resistentes = anterior e posterior; Região mais delgada e frágil = lateral, com ênfase em um ponto craniométrico, conhecido como “ptério” (osso frontal + osso parietal + porção escamosa do osso temporal + asa maior do esfenoide). FUNÇÕES DO CRÂNIO O crânio apresenta as seguintes funções principais: Abrigar e proteger o encéfalo; Abrigar e proteger as porções iniciais das vias aéreas e digestivas, e os órgãos da sensibilidade (audição, olfato, visão, paladar e equilíbrio); Sustentar os dentes; Passagem de vasos e nervos importantes; Passagem de ar e alimentos; Inserir músculos. Introdução à osteologia do crânio I @vitoriaellenbarbosa PÁGINA 2 ESTRUTURA DO CRÂNIO A maioria dos ossos do crânio apresenta uma estrutura em comum, sendo ela: a) Lâmina / tábua externa = osso compacto; b) Díploe = osso esponjoso, cuja função é amortecer impactos advindos do meio externo; c) Lâmina interna = osso compacto. Fonte: Teixeira et al, 2012 (corte frontal da estrutura dos ossos da calota craniana). ATENÇÃO: A díploe evita com que golpes afundem a lâmina externa e fraturem a interna, atingindo o encéfalo. Fonte: Teixeira et al, 2012 (fratura da tábua óssea externa do osso frontal). Nos ossos pneumáticos, a díploe é parcialmente substituída pelos seios paranasais. Os canais diplóticos são uma série de canais ósseos que abrigam, no geral, as veias diplóticas, podendo perfurar as lâminas interna e externa para gerar anastomoses (união) de veias entre esses meios. DIVISÃO DO CRÂNIO O crânio é composto, como visto anteriormente, por 28 ossos (Gray, 1977), que podem ser divididos em 3 grupos: 1. NEUROCRÂNIO / CONDOCRÂNIO: conjunto de 8 ossos que delimitam a cavidade do encéfalo (SNC), sendo eles: Frontal = 1 (ímpar); Parietal = 2 (par); Temporal = 2 (par); Esfenoidal = 1 (ímpar); Etmoidal = 1 (ímpar); Occipital = 1 (ímpar). Fonte: Kenhub (neurocrânio em verde). Revestimento do neurocrânio: Externo = pericrânio (ou periósteo), com pouca capacidade osteogênica; Interno = endocrânio (ou dura-máter), sem capacidade osteogênica. Fonte: Google Imagens (revestimento do neurocrânio). ATENÇÃO: Capacidade osteogênica refere-se à regeneração óssea; A dura-máter não possuir capacidade osteogênica é um fator positivo, pois evita a formação de calos ósseos na lâmina interna e, consequentemente, compressão encefálica. 4 ímpares e 2 pares. É expressamente proibida a reprodução deste material com intuito lucrativo sem devida autorização, seja de forma parcial ou total; conforme lei 9.610/98 (Direitos Autorais). Introdução à osteologia do crânio I @vitoriaellenbarbosa PÁGINA 3 Subdivisões do neurocrânio: 1.1. Parte superior = calvária (nome originado pelo “monte calvário” de Cristo) ou calota craniana, formada pelos ossos: frontal, parietais e occipital; 1.2. Parte inferior = base do crânio, formada por todos os ossos do neurocrânio. Fonte: Kenhub (calota craniana e a visão interna da base). 2. VISCEROCRÂNIO: conjunto de 14 ossos que arquitetam a topografia da face, sendo eles: Lacrimal = 2 (par); Nasal = 2 (par); Zigomático = 2 (par); Maxila = 2 (par); Vômer = 1 (ímpar); Concha nasal inferior = 2 (par); Palatino = 2 (par); Mandíbula = 1 (ímpar); Fonte: Google Imagens (viscerocrânio em verde, com exceção da asa maior e menor do esfenoide). ATENÇÃO: O tamanho do neurocrânio e do viscerocrânio, no adulto, é praticamente igual (proporção ½ para ½), sendo que o neurocrânio ainda é um pouco maior; O plano de Frankfurt (ou orbitomeático) é o responsável pela divisão entre o neurocrânio e o viscerocrânio, passando pela borda inferior da órbita e pela borda superior do meato acústico externo. Fonte: Teixeira et al, 2012 (plano de Frankfurt / orbitomeático). 3. OSSOS DO OUVIDO MÉDIO: conjunto de 6 ossículos, localizados no interior da parte petrosa do osso temporal, compondo a câmera do ouvido médio, sendo eles: Martelo = 2 (par); Bigorna = 2 (par); Estribo = 2 (par, sendo o menor). Fonte: Google Imagens (ossos do ouvido médio) ATENÇÃO: Além de o crânio possuir a articulação temporomandibular (ATM: entre o osso temporal e a mandíbula), há também outras 2 articulações entre os ossículos, sendo elas: Art. incudomaleolar = entre o martelo e a bigorna; Art. incudoestapediana = entre a bigorna e o estribo. 2 ímpares 6 pares. É expressamente proibida a reprodução deste material com intuito lucrativo sem devida autorização, seja de forma parcial ou total; conforme lei 9.610/98 (Direitos Autorais). Introdução à osteologia do crânio I @vitoriaellenbarbosa PÁGINA 4 Fonte: Google Imagens (ossos do ouvido médio articulados). FONTANELAS As fontanelas, fontículos ou moleiras (popularmente falando) são áreas membranáceas (amolecidas) temporárias entre os ossos do crânio neonatal, com as funções de: Comprimir o crânio, e assim, permitir a passagem do feto pelo canal vaginal; Permitir o crescimento dos órgãos, tanto àqueles situados no neurocrânio, quanto os do viscerocrânio; Aumentar a resiliência do crânio. Tipos de fontanelas (em torno dos ossos parietais), sendo 6: Anterior (ímpar, futuro bregma) = é a maior, com forma de losango e palpável na criança, ossificando-se em torno dos 2 anos de idade; Posterior (ímpar, futuro lambdoide) = é menor, e por isso, nem sempre palpável na criança. Fecha em torno dos 1º e 2º mês de vida; Esfenoidal (par) = é ântero-lateral, fundindo-se em torno dos 3º mês de idade; Mastoidea (par) = é póstero-lateral, fundindo-se em torno de 1 ano de idade. Fonte: Teixeira et al, 2012 (fontanelas, vista lateral). Fonte: Teixeira et al, 2012 (fontanela, vista superior). Fonte: Google Imagens (crânio neonatal). ATENÇÃO: O crânio infantil apresenta uma desproporção entre o neurocrânio (7/8) e o viscerocrânio (1/8). O primeiro cresce até os dois anos, aproximadamente, enquanto que, o segundo possui um surto de desenvolvimento entre os 6 aos 12 anos, graças à erupção dos dentes permanentes. Fonte: Teixeira et al, 2012 (comparação dos tamanho de um crânio adulto e outro neonato). É expressamente proibida a reprodução deste material com intuito lucrativo sem devida autorização, seja de forma parcial ou total; conforme lei 9.610/98 (Direitos Autorais). Introdução à osteologia do crânio I @vitoriaellenbarbosa PÁGINA 5 SUTURAS CRANIANAS As suturas cranianas são junturas fibrosas, ou seja,é um tecido conjuntivo fibroso (denso) sem mobilidade, que une os ossos do crânio, podendo ser de 3 formas: 1. PLANA = as margens ósseas são lisas e estendem-se paralelamente. Ex: sutura internasal; Fonte: Kenhub (perceba a sutura entre os ossos nasais). 2. DENTEADA ou SERRÁTIL = os ossos se encaixam um no outro semelhante aos “dentes de uma serra”. Ex: sutura sagital; Fonte: Kenhub (sutura sagital). 3. ESCAMOSA = os ossos se unem semelhantes a “escamas de peixe”. Ex: sutura entre a parte escamosa do osso temporal com o parietal. Fonte: Kenhub (sutura escamosa). Fonte: Teixeira et al, 2012 (resumo dos tipos de articulações fibrosas no crânio). ATENÇÃO: Sinartrose = é a sutura craniana sem mobilidade; Sinostose = é o fechamento ósseo das suturas, fusionando os dois ossos em um só. EX: ossos frontais (“sutura metópica”); A craniossinostose é o fechamento prematuro das suturas cranianas e das fontanelas, acarretando em más formações graves, já que o encéfalo ainda não está completamente desenvolvido. Fonte: Google Imagens (tipos de craniossinostose). ALGUMAS SUTURAS CRANIANAS Sutura coronal = frontal + parietais; Sutura sagital = entre os parietais; Sutura lambdoide = parietais + occipital; Sutura escamosa = porção escamosa do temporal + parietal; Sutura parietomastóidea = parietal + parte superior do processo mastoide do temporal; Sutura occiptomastóidea = occipital + parte lateral do processo mastoide do temporal; Sutura esfenoescamosa = esfenoide + porção escamosa do osso temporal; Sutura esfenoparietal = esfenoide + parietal; Sutura frontoesfenoidal = frontal + esfenoidal; Sutura frontozigomática = frontal + zigomático; Sutura esfenozigomática = esfenoidal + zigomático; Sutura temporozigomática = processo zigomático do temporal + zigomático; Introdução à osteologia do crânio I @vitoriaellenbarbosa PÁGINA 6 Sutura maxilozigomática = maxilar + zigomático; Sutura frontonasal = frontal + nasais; Sutura frontomaxilar = frontal + maxilar; Sutura frontolacrimal = frontal + lacrimal; Sutura frontoetmoidal = frontal + etmoide; Sutura esfenoetmoidal= esfenoide + etmoide; Sutura internasal = entre os ossos nasais; Sutura intermaxilar = entre as maxilas; Sutura nasomaxilar = nasal + maxilar; Sutura maxilolacrimal = maxilar + lacrimal; Sutura maxiloetmoidal = maxilar + etmóide; Sutura lacrimoetmoidal = lacrimal + etmoidal; Sutura palatina mediana (intermaxilar) = entre os processos palatinos da maxila; Sutura interpalatina = entre as lâminas horizontais do palatino; Sutura cruciforme = s. palatina mediana + s. interpalatina + s. palatina transversa; Sutura palatina transversa = processos palatinos da maxila + lâminas horizontais do palatino; Sutura metópica = entre os ossos frontais (fusionam-se para formar um único osso); Sutura petrooccipital = porção petrosa do osso temporal + occipital; Sutura petroesfenoidal = porção petrosa do osso temporal + esfenoide; Sutura esfenoccipital = esfenoide + occipital; Sutura timpanoescamosa = porção timpânica do osso temporal + porção escamosa do osso temporal; Sutura petroescamosa = porção petrosa do osso temporal + porção escamosa do osso temporal; Sutura petrotimpânica = porção petrosa do osso temporal (próxima à fossa mandibular) + porção timpânica do osso temporal. ATENÇÃO: Bregma: ponto craniométrico entre a s. coronal e a s. sagital; Lambda: ponto craniométrico entre a s. sagital e a s. lambdoide; Astério: ponto craniométrico entre o occipital, processo mastoide do osso temporal e parietal; Ptério: ponto craniométrico entre o frontal, parietal, porção escamosa do temporal e a asa maior do esfenoide. Fonte: Google Imagens (1 – astério e 2 – ptério). Fonte: Teixeira et al, 2012 (vista inferior do osso temporal com ênfase na sutura timpanoescamosa). Fonte: Teixeira et al, 2012 (vista lateral do temporal para visualização das suturas petroescamosa e petrotimpânica). Introdução à osteologia do crânio I @vitoriaellenbarbosa PÁGINA 7 Fonte: Kenhub (vista superior do crânio). Fonte: Kenhub (vistas anterior e lateral do crânio). Fonte: Kenhub (vista inferior do crânio). UMA NOTA DO AUTOR... Olá, sou Vitória Ellen, e você acaba de garantir um resumo feito com muito amor e dedicação. Imprima-o, caso queira fazer outras anotações, ou então o utilize em sua forma digital. Quero lembrar, que este documento servirá apenas como base para seus estudos e não pode ser copiado ou compartilhado sem a minha autorização, okay?! Qualquer dúvida é só mandar uma mensagem nas minhas redes sociais. Beijos e bons estudos <3 SIGA-ME NAS REDES SOCIAIS ↪ Insta: @vitoriaellenbarbosa ↪ Facebook: Vitória Ellen Barbosa REFERÊNCIAS: TEIXEIRA, Lucilia Maria de Souza. Crânio. In: TEIXEIRA, Lucilia Maria de Souza; REHER, Peter; REHER, Vanessa Goulart Sampaio. Anatomia Aplicada à Odontologia. 2. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2012. p. 14-25. KENHUB. Crânio. 2021. Disponível em: https://www.kenhub.com/pt/library/anatomia/cranio. Acesso em: 15 mar. 2021. É expressamente proibida a reprodução deste material com intuito lucrativo sem devida autorização, seja de forma parcial ou total; conforme lei 9.610/98 (Direitos Autorais).
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