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Marcus Felipe O. B. Alencar – Medicina Unifaminas V 7 Resumão da Aprovação – Clínica Cirúrgica II TRAUMAS UROLÓGICOS Localização dos rins: entre 11ª costela e o processo transverso da 3ª vértebra lombar. São retroperitoneais. Sinais de fratura de costelas inferiores ou hematomas em dorso considerar lesão renal. O rim direito situa-se um pouco abaixo do rim esquerdo, devido ao fígado. Hilo renal: 1º Veia renal + 2º Artéria renal + 3º Pelve renal. URETER: transportam a urina dos rins para bexiga; tem peristaltismo (diferente de veia e artéria); formado por uma parte abdominal e outra pélvica. BEXIGA: é um reservatório temporário para o armazenamento de urina; quando vazia se localiza infraperitoneal, quando cheia se eleva na cavidade abdominal. Capacidade média da bexiga: 700-800ml (menor nas mulheres por conta do útero) O trígono da bexiga é o local onde mais ocorre infecções. Localizado entre os dois meatos ureterais e a uretra. Clínica do trauma renal: dor em flancos e dorso associado a hematúria macroscópica. O trauma de ureter é mais difícil por ele ser móvel. Geralmente a causa é iatrogênica (geralmente cirurgia de colectomia ou histerectomia). Clínica do trauma de bexiga: pcte anúrico, história de vontade de urinar e não está mais, dor de barriga, estável. TC revela líquido na cavidade abdominal (urina) por rompimento de bexiga. Todo trauma de bexiga tem de suturar com fio absorvível para evitar cálculo de bexiga por corpo estranho. Cuidado para não obstruir os meatos da bexiga IRA pós renal. Tratamento do trauma de bexiga: cateteriza os dois meatos com cateter ureteral, por o cateter para fora da barriga numa bolsa e encaminhar para o urologista. URETRA: é mais curta nas mulheres (por isso causa mais cistite); no homem ela passa pela próstata, por isso tem duas finalidades: conduzir urina e esperma. Nos homens, a hiperplasia prostática amplia a próstata e comprime a uretra, causando obstrução do fluxo urinário e bexigoma. Tratamento de alívio: sonda vesical 18-20 (não pode usar sonda fina por conta do risco de falso trajeto). Traumas urológicos: 90% das lesões renais são simples – não se estendem para a medula renal ou sistema coletor. As lesões de vasos sanguíneos renais associam se a desacelerações rápidas, que podem causar trombose da artéria renal, ruptura da veia renal ou mesmo avulsão de todo o pedículo. As lesões renais causadas por trauma penetrante compreendem os projéteis de arma de fogo e os ferimentos por arma branca que diferem significativamente no tipo e na severidade da lesão. Quando perde o pedículo, geralmente são traumas mais graves exigindo o tratamento cirúrgico. Quando é penetrante na grande maioria das vezes é cirúrgico e quando é contuso, normalmente o tratamento é conservador. Clínica: hematúria macroscópica. Marcus Felipe O. B. Alencar – Medicina Unifaminas V 8 Resumão da Aprovação – Clínica Cirúrgica II Diagnóstico: TC com contraste – padrão ouro - SOMENTE SE PCTE ESTIVER ESTÁVEL. Na impossibilidade de TC, faz USG de rins. Para ver ureter não usa USG, pois ele fica atrás do cólon (que tem ar) e impossibilita a visualização. Grau 1: pequeno hematoma com lesão apenas da medula do rim. (Tratamento conservador) Grau 2: Hematoma maior com uma pequena laceração, até 2cm. (Tratamento conservador) Grau 3: Laceração maior com hematoma. (Tratamento cirúrgico ou conservador) Grau 4: Atinge pelve renal, tendo extravasamento de urina. (Tratamento cirúrgico) Grau 5: Lesão de todo o pedículo no hilo renal. (Tratamento cirúrgico) Tratamento conservador: internação hospitalar, repouso, seguimento clínico e exames de imagem de controle. Traumas penetrantes, contudo, exigem tratamento cirúrgico na maioria dos casos, frente à necessidade de exploração da cavidade abdominal para pesquisa de lesões associadas. Tratamento cirúrgico: indicado em evidência de sangramento renal persistente, avulsão do pedículo renal, hematoma perirrenal pulsátil (Indicativo de lesão arterial) ou em expansão. Extravasamento urinário, presença de tecido renal não viável, diagnóstico tardio de lesão de artéria renal, lesão de artéria segmentar e impossibilidade de estadiamento completo da lesão. Obs: Pcte instável Lavado peritoneal + USG (FAST). Não faz TC! Marcus Felipe O. B. Alencar – Medicina Unifaminas V 9 Resumão da Aprovação – Clínica Cirúrgica II Trauma Ureteral: o Causada geralmente por trauma penetrante. o Principal causa: iatrogênica. o Clínica: pode ter anúria, dor lombar e nos flancos ipsilaterais, íleo paralítico, náuseas, vômitos, febre. o Diagnóstico: pielografia retrógrada ou ascendente (passa o ureteroscópio, entra no meato ureteral e injeta o contraste. Se tiver extravazamento de contraste para a cavidade do retroperitônio está diagnosticado) e Tomografia helicoidal; o Formas de Tratamento: Anastomose término-terminal: Quando não perde muito do ureter, faz uma anastomose término-terminal (Usa um cateter duplo J para conectar pelve e bexiga sem risco de estenosar. Quando a lesão é bem abaixo, deve-se reimplantar ele na bexiga. Contralateral: Quando perde muita parte do ureter e ele não consegue chegar até a bexiga, implanta no contralateral. Retransplante do rim: Se ele não conseguir chegar no ureter contralateral, retira o rim e reimplanta na pelve (transplante autólogo). Trauma Vesical o Geralmente resulta de agressão a porção inferior do abdome ou fratura de ossos da bacia. Marcus Felipe O. B. Alencar – Medicina Unifaminas V 10 Resumão da Aprovação – Clínica Cirúrgica II o Clínica: anúria, hematúria macroscópica, hematoma escrotal ou perineal, dor pélvica no abdome inferior. o Diagnóstico: cistografia retrógrada ou TC. o Tratamento: sempre cirúrgico! o Obs: lembrar de verificar se os dois meatos estão pérvios após a sutura. Se não tiver como fechar a bexiga, deixar 2 cateteres nos meatos e colocar para fora do abdome. Depois encaminha ao urologista. o Contusão vesical leve com micro hematúria apenas orientar o pcte a se manter bem hidratado. o Contusão vesical com hematúria intensa drenagem com sonda de Foley 3 vias + irrigação vesical contínua + antibioticoterapia. o Ruptura extraperitoneal de bexiga sonda vesical de demora por 10 dias + antibioticoterapia. Cirurgia somente em caso de fragmentos ósseos intravesicais. o A exploração cirúrgica da ruptura extraperitoneal é realizada mediante uma incisão suprapúbica longitudinal (Cistostomia supra- púbica). Trauma Uretral o Mais comum em homens. o Divididas em 2 níveis: Uretra posterior: prostática e membranosa Uretra anterior: bulbar e peniana o A uretra bulbar é o segmento mais acometido, geralmente por traumas diretos no períneo. Com compressão deste segmento com a pelve (trauma do cavaleiro) o A lesão iatrogênica por sonda vesical geralmente ocorre na uretra posterior. Marcus Felipe O. B. Alencar – Medicina Unifaminas V 11 Resumão da Aprovação – Clínica Cirúrgica II o Clínica: dor hipogástrica, incapacidade de urinar, sangue no meato uretral, hematoma, fratura pélvica, edema (por extravasamento de urina). o Hematoma em asa de borboleta no períneo indica trauma de uretra anterior. o Diagnóstico: uretrografia retrógrada (introduz a sonda Foley 14 na fossa navicular do pênis e injeta contraste iodado 30% lentamente; faz radiografia, se estiver extravasamento de contraste ou ausência de delineamento da uretra proximal e bexiga indica ruptura completa. Se o contraste chega até a bexiga – lesão parcial. o Tratamento: pode ser feito com passagem de sonda vesical 18 para moldar e deixa por 14 dias. Ruptura de uretra peniana: passar sonda Foley seguida de radiologia para confirmar o posicionamento da sonda na bexiga. Duração: 14 dias. Ruptura de uretra bulbar: cateterismo vesical por 7-14 dias ou cistostomia. Se o traumafor completo faz reconstrução da uretra. Ruptura de uretra posterior: se houve estiramento, sem ruptura: cateterismo vesical por 5 dias; se ruptura completa: realinhamento fechado pelo cateterismo uretral combinado, o realinhamento cirúrgico imediato e a realização de uma cistostomia supra-púbica com reconstrução tardia da uretra. Marcus Felipe O. B. Alencar – Medicina Unifaminas V 12 Resumão da Aprovação – Clínica Cirúrgica II
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