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PRINCÍPIOS DE FIXAÇÃO ÓSSE PARTE I História do Tratamento das Fraturas • Por toda a história as fraturas foram tratadas através de imobilização, tração, amputação e fixação interna • Para a maioria das fraturas de ossos longos, o tratamento convencional se resumia a: o Imobilização gessada o Bracing – enfaixamento de membro o Uso de splints – tala metálica, onde se estabiliza a articulação acima e abaixo de onde ocorreu a fratura Observação: A exceção eram as fraturas de fêmur, onde era preconizada a tração do membro • No passado, fraturas expostas e ferimentos por arma de fogo em ossos longos não eram tratáveis com a terapêutica padrão de imobilização • Na ausência das modernas técnicas cirúrgicas de fixação e reconstrução, as vítimas de PAF possuíam o pior prognóstico o Os ferimentos por PAF tendem a necrose tecidual devido ao calor e a onda de impacto o A associação entre lesão de tecidos moles, fragmentação óssea e a dificuldade em prevenir a infecção local normalmente levavam a AMPUTAÇÃO • Especificamente para a face, o desafio se tornava ainda maior devido a: o Complexidade da anatomia óssea da face o Deficiência técnica e instrumental para a imobilização dos ossos faciais o Sequelas estéticas e funcionais cruéis • O principal avanço no tratamento das fraturas faciais ocorreu com o advento das grandes guerras, que possibilitaram a evolução dos materiais e das técnicas cirúrgicas O que é uma fratura? -Uma quebra do osso ou cartilagem. • Usualmente consequência do trauma. • Pode ser de origem patológica, como na osteoporose ou osteogênese imperfeita • São classificadas de acordo com suas características e localização( Ex: Fratura em galho verde do arco zigomático) Como ocorre? • Quando a energia transferida para o osso excede sua tolerância ao estresse, uma fratura pode ocorrer • Diversos fatores determinam “se /como” um osso irá fraturar: o Quantidade de energia transferida o Mecanismo do trauma o Velocidade da colisão o Vetor de forças aplicadas – a depender da direção da força empregada a fratura pode ser mais grave o Características do tecido envolvido – por exemplo: se o o osso é mais ou menos mineralizado o Localização anatômica do impacto o Qualidade e saúde do osso afetado – pacientes saudáveis apresentam ossos que suportam maior carga de estresse Deslocamento • Os fragmentos ósseos podem permanecer anatomicamente reduzidos ou estarem deslocados, dependendo do mecanismo do trauma e da ação muscular. Cicatrização das fraturas • O fluxo sanguíneo para o local da fratura resulta na formação do calo ósseo, com subsequente mineralização do calo se há imobilização eficiente Má união da fratura • Ocorre quando os segmentos ósseos não foram reduzidos, levando a uma cicatrização incorreta, fora da posição anatômica • Na face, leva a desfiguramento e perda de função Tratamento da fratura • O cirurgião deve garantir que os fragmentos ósseos estão anatomicamente reduzidos e estabilizados • Boa redução resulta em formação mínima de calo ósseo, reduzindo as chances de desfiguramento e disfunção • Mesmo quando a redução é alcançada, ainda assim o resultado pode não ser ideal Complicações • Aporte sanguíneo pobre ou infecção da ferida pode levar a união retardada, quando o osso falha em mineralizar três meses após a redução e imobilização • União fibrosa(pseudoartrose) pode ocorrer quando há boa redução, porém imobilização deficiente, em média a partir do 10º dia do trauma • A não união dos segmentos pode ocorrer quando há perda de substancia óssea, ou contaminação com material externo • O cirurgião deve garantir que a ferida cirúrgica esteja sempre limpa de contaminação externa, com bom suprimento sanguíneo, além de garantir imobilização e estabilização Fraturas faciais • Devido ao desafio de se garantir imobilização e estabilização de ossos na região facial, os cirurgiões desenvolveram a fixação realizada com placas e parafusos, conhecida como fixação interna rígida (FIR), a qual também podem ser chamada fixação interna estável (FIE) • O tratamento das fraturas faciais tem como meta restabelecer completamente a área afetada, incluindo a função, a anatomia e a estética • Em qualquer modalidade de tratamento para alcançar este objetivo é necessário a redução e a fixação dos fragmentos fraturados • O meio de fixação mais recentemente utilizado antes das placas e parafusos foi o fio de aço, para a realização de amarrias para estabilização da redução da fratura mandibular • A maioria dos procedimentos atuais utilizam titânio como material para a fixação, muitas vezes com procedimentos de tratamento de superfície, devido a sua propriedade de rigidez, resistência e biocompatibilidade • Essas propriedades proporcionam a estabilização dos segmentos fraturados com a mínima movimentação dos mesmos • Os procedimentos de fixação com este tipo de material melhoraram radicalmente os resultados da união óssea e diminuíram as taxas de má união e não união quando comparados á fixação feitas com fios de aço Conceitos • O termo fixação interna é utilizado para designar a estabilização de uma fratura ou osteotomia, com dispositivo em contato direto com a estrutura óssea, podendo ser obtida por meio de fio de aço, parafuso isoladamente ou associação de placa e parafuso. • É designada estável quando o dispositivo de imobilização, junto à estrutura óssea, permite a função do órgão durante o processo de reparação óssea • A vantagem do uso de miniplacas éa garantia de uma estabilidade adequada da fratura, reduzindo o risco de deslocamento pós-operatório dos fragmentos fraturados o Miniplacas podem ser utilizadas para ramo, ângulo, corpo, ou fraturas da sínfise o Miniplacas também podem ser aplicadas na região NOE (naso orbito etmoidal), maxila e osso frontal • As fraturas com cominuição mínima são as mais adequadas para a aplicação de miniplacas, e grandes segmentos ósseos intactos fornecem ótimas condições para um bom resultado. PRINCIPIOS DE FIXAÇÃO ÓSSE PARTE II -Existem dois tipos basicos de fixações de fratura: 1.osteossíntese em carga compartilhada (load sharing) o A estabilidade no local da fratura é criada através da resistência friccional entre os cotos ósseos e o material utilizado para a fixação. O próprio traço de fratura ajuda a anter a fratura unida, o atrito osso/osso ajuda na fixação o Isto requer reforço ósseo adequado no local da fratura. Se a estrutura óssea for pobre o material é muito fino e não aguenta a carga funcional ▪ Exemplos de osteossíntese load sharing incluem a fixação por lag screw(fixação por parafusos) e placas de compressão o A osteossíntese com carga compartilhada não pode ser utilizada em fraturas com defeitos ósseos ou em fraturas cominuidas, devido a falta de reforço/resistência óssea no local da fratura. O osso fica impossibilitado de dissipar a carga. Exemplos: região de GAP, região de fratura cominutiva. o Outra forma de osteossíntese com carga compartilhada é a técnica de fixação com miniplacas popularizada por champy. A estrutura óssea permite que as cargas sejam dissipadas o Esta técnica é tambem conhecida como fixação semi rígida, ou funcionalmente estável Linhas ideais de osteossíntese • Champy popularizou o tratamento das fraturas mandibulares com a fixação ao longo de linhas ideais de osteossíntese. Fixação nas zonas de tensão • Esta é uma forma de fixação load sharing a ser aplicada em fraturas simples, com um bom arcabouço ósseo Tipos de distribuição de força 1. Quando o osso recebe maior parte da carga, que é o ideal (load sharing) 2. O osso divide a carga em igualdade com o sistema de fixação (load sharing) 3. Placa mais forte que vai segurar toda a carga(load bearing) • A osteossíntese assume toda a carga mastigatória enquanto o enxerto ósseo amadurece e se consolida em um ambiente protegido Load-sharing intermediário • Um exemplo é a fixação para tratamento de fraturas simples de ângulo • As duas miniplacas compartilham a carga com o osso em uma região anatômica onde o arcabouço ósseo e a distribuição de forças não são ideais load-sharing ideal • É a situação onde o osso assume a maior parte da carga funcional 2.carga suportada (load bearing) o A placa suporta as cargas mastigatórias no sítio da fratura. Isso é conseguido através de uma placa de reconstrução Aplicação clínica • Tratamento de fraturas em mandíbulas edêntulas atróficas. Pacientes idoso, pacientes com osteoporose • Fraturas cominuidas • Fraturas com defeitos ósseos • Outras fraturas complexas da mandíbula • Casos onde a estrutura óssea não consegue suportar a carga executada Outros Tipos de Fixação • Compostas por um polímero de ácido polilático, com o tempo são degradadas em ácido lático pelos tecidos, e eventualmente não são encontradas em uma reabordagem Desvantagens • Necessidade de sistema de aquecimento para moldagem da placa (soro morno) • Resistência mecânica reduzida em comparação com as placas convencionais • Não podem ser utilizados em todos os casos, preferencialmente em casos simples
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