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1 - Anatomia e Fisiologia Humana

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MÓDULO I – CAP. 1 – ANATOMIA E FISIOLOGIA APLICADAS 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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 MÓDULO I – CAP. 1 – ANATOMIA E FISIOLOGIA APLICADAS 
 
 
ESCOLA TÉCNICA DE ENFERMAGEM “RAIMUNDA NONATA” 
1. Introdução 
 
Anatomia é o estudo da estrutura do corpo por meio da inter-relação de suas partes constituintes. 
Todas as descrições do corpo humano baseiam-se na suposição de que o indivíduo se encontra em 
posição ereta (em pé), membros superiores estendidos, alinhados ao tronco e com as palmas voltadas 
para frente (Posição Anatômica). 
 Contrastando com a maioria dos outros mamíferos, o corpo humano é adaptado à locomoção 
bipedal, ou seja, sobre dois pés. Devido a esse fator, podem-se reconhecer três princípios gerais na 
arquitetura do organismo humano: 
I. Princípio da Segmentação (Metameria): Predomina no tronco. A Coluna Vertebral e o 
Tórax consistem de elementos relativamente iguais, segmentarmente arranjados. 
II. Princípio da Simetria Bilateral (Antimeria): Ambos os lados do corpo são separados 
por um plano sagital mediano e parecem um com o outro, como uma imagem especular. 
III. Princípio da Polaridade: Consiste em dois extremos: a cabeça em um extremo do corpo 
e os membros inferiores no outro. Como centro do sistema de informação, a cabeça 
contém os principais órgãos sensoriais, e o encéfalo, além de ter uma forma 
predominantemente esférica. Já os membros inferiores consistem de elementos 
esqueléticos radialmente formados, cujo número aumenta distalmente. 
O corpo humano divide-se em: cabeça, pescoço, tronco e membros (ou extremidades) 
superiores e inferiores. 
A cabeça divide-se em duas partes: crânio (ou parte neural, contém principalmente o encéfalo 
e órgãos sensoriais e é contínua com o canal vertebral que contém a medula espinhal) e face (ou parte 
visceral, contém as cavidades do nariz e boca e o aparelho da mastigação). 
O pescoço, por sua vez, permite a união 
da cabeça com o tronco através de músculos e 
ligamentos e por uma parte da coluna vertebral 
onde se encontram as vértebras cervicais. É o 
pescoço que possibilita todo e qualquer 
movimento realizado pela cabeça. 
O tronco divide-se em tórax e abdômen 
ou cavidade abdominal. O tórax contém os 
órgãos respiratórios e circulatórios (pulmões, 
coração, etc.), que juntamente com o cérebro 
são chamados de órgãos nobres, e também alguns dos órgãos abdominais que estão localizados abaixo 
do diafragma. É abrigado por uma verdadeira grade de proteção formada pelos ossos do esterno e 
costelas. Já a cavidade abdominal contém os outros órgãos, responsáveis, por exemplo, pelo 
metabolismo, tais como fígado, estômago e intestinos e excreção, tais como rins, bexiga urinária, etc. 
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 Já os membros ou extremidades implantam-se no tronco mediante articulações complexas. 
Dividem-se em superiores (constituídos em sentido descendente, pelo braço [osso úmero], antebraço 
[ossos rádio e ulna] e mãos [ossos do carpo, metacarpo e falanges]) e inferiores (partes mais distais 
em relação ao crânio, são formados pela coxa [osso fêmur], perna [ossos tíbia e fíbula] e pés [ossos 
do tarso, metatarso e falanges]). 
POSIÇÃO ANATÔMICA 
 
1.1. Termos Anatômicos Descritivos 
1.1.1 Termos Referentes à Posição 
As diversas partes do corpo são descritas em relação a certos planos imaginários. São eles: 
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 Plano Mediano ou Sagital: É um plano vertical que divide o corpo humano em metades 
iguais, direita e esquerda. Os planos situados de um ou de outro lado do plano mediano e 
paralelos a este são denominados paramedianos. Uma estrutura situada mais próxima do 
plano mediano do corpo do que outra é denominada medial em relação àquela. Da mesma 
forma, uma estrutura mais afastada do plano mediano do que outra é lateral em relação a 
esta. 
 Plano Frontal ou Coronal: Plano vertical imaginário, em ângulo reto em relação ao 
plano mediano. 
 Plano Horizontal ou Transversal: Situa-se em ângulo reto em relação aos planos 
mediano e coronal. 
 
Os termos anterior (ventral) e posterior. (dorsal) são utilizados para indicar, respectivamente, a 
frente ou o dorso do corpo; de modo que, para se descrever a relação de duas estruturas, diz-se estar 
anterior ou posterior à outra na medida em que estiver mais próxima da superfície corporal anterior 
ou posterior. Descrevendo-se a mão, utilizam-se os termos faces palmar e dorsal em lugar de anterior 
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e posterior, e na descrição do pé, os termos faces plantar e dorsal são utilizados em vez de face 
superior e inferior. Os termos proximal e distal descrevem as distâncias relativas das raízes dos 
membros; por exemplo, o braço é proximal ao antebraço, e a mão é distal ao antebraço. 
Os termos superficial e profundo indicam as distâncias relativas das estruturas da superfície do 
corpo, e os termos superior e inferior estruturas relativamente altas ou baixas, com referência às 
extremidades superior e inferior do corpo. 
Os termos interno e externo são utilizados para descrever a distância relativa de uma estrutura 
do centro de um órgão ou cavidade; por exemplo, a artéria carótida interna nutre as estruturas contidas 
na cavidade craniana e a artéria carótida externa nutre as estruturas situadas fora desta cavidade. 
O termo ipsilateral refere-se ao mesmo lado do corpo; por exemplo, a mão esquerda e o pé 
esquerdo são ipsilaterais; contralateral refere-se a lados opostos do corpo; por exemplo, o músculo 
bíceps braquial esquerdo e o músculo reto femoral direito são contralaterais. 
A posição supina do corpo é a posição de decúbito dorsal; a posição em pronação é a de decúbito 
ventral. 
 
1.1.2. Termos Referentes ao Movimento 
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O ponto em que dois ou mais ossos se conectam é conhecido como articulação. Algumas 
articulações não apresentam movimento (suturas do crânio); outras possuem apenas movimentos 
limitados (articulação tibiofibular superior), e algumas se movimentam livremente (articulação do 
ombro). 
Flexão é o movimento que tem lugar no plano mediano. Por exemplo, a flexão da articulação 
do cotovelo aproxima a superfície anterior do antebraço da superfície anterior do braço. É usualmente 
um movimento anterior, porém é por vezes posterior, como no caso da articulação do joelho. 
 
Alguns termos anatômicos utilizados em relação ao movimento. Observar a diferença entre 
flexão do cotovelo e do joelho. 
Extensão significa uma retificação da articulação, e usualmente ocorre numa direção posterior. 
Flexão lateral é um movimento do tronco no plano coronal frontal. 
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Adução do membro é um movimento em direção ao corpo, no plano coronal. Nos dedos das 
mãos e dos pés, a abdução aplica-se no afastamento destas estruturas, e a abdução aplica-se à 
aproximação. 
Rotação é o termo aplicado ao movimento de uma parte do corpo em torno de seu eixo 
longitudinal. Rotação medial é o movimento que resulta na superfície anterior da parte voltada para 
a linha mediana; rotação lateral é o movimento que resulta na superfície anterior da parte voltada 
lateralmente. 
Pronação do antebraço é uma rotação medial do antebraço. Supinação do antebraço é uma 
rotação lateral deste, a partir da posição pronada, de modo que a palma da mão esteja voltada 
anteriormente. Circundução é a combinação, em sequencia, dos movimentos de flexão, extensão, 
abdução e adução. 
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Protração é mover-se para frente; retração é mover-se para trás (usado para descrever o 
movimento da mandíbula para adiante e para trás nas articulações temporomandibulares). Inversão é 
o movimento do pé de modo que a face plantar esteja voltada em direção medial. Eversão é o 
movimento oposto do pé de modo que a face plantar esteja voltada lateralmente. 
1.2. Estruturas Anatômicas Básicas 
1.2.1. Fáscias 
As fáscias do corpo podem ser divididas em superficiais e profundas e estão situadas entre a 
pele e os músculos e ossos subjacentes. 
A fáscia superficial é uma mistura de tecido adiposo e areolar frouxo que une a derme da pele 
à fáscia profunda subjacente. No couro cabeludo, parte posterior do pescoço, palmas das mãos e 
plantas dos pés, ela contém numerosos feixes de fibras colágenas que mantêm a pele firmemente 
ligada às estruturas mais profundas. Nas sobrancelhas, orelha, pênis e escroto, e clitóris, ela é 
desprovida de tecido adiposo. 
A fáscia muscular é uma 
camada membranosa de tecido 
conectivo que reveste os 
músculos e outras estruturas 
profundas. 
A figura ao lado mostra 
uma secção transversal ao nível 
do terço distal do braço direito, 
para demonstrar a disposição das 
fáscias superficial e profunda. 
Observar como septos fibrosos 
estendem-se entre grupos de músculos, que dividem o braço em compartimentos fasciais. 
No pescoço, a fáscia muscular forma 
camadas bem definidas que podem 
desempenhar um papel importante, 
determinando a via de propagação de 
organismos patogênicos durante a 
disseminação da infecção. No tórax e abdome, 
é simplesmente uma película fina de tecido 
areolar que cobre os músculos e aponeuroses. 
Nos membros, forma uma bainha definida ao 
redor dos músculos e outras estruturas, 
mantendo-os em Posição. Septos fibrosos que 
se estendem a partir da superfície profunda da 
membrana, entre grupos musculares, e em muitos lugares, dividem-se até o interior dos membros em 
compartimentos. Na região das articulações, a fáscia profunda pode estar consideravelmente 
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espessada, formando faixas de retenção, denominadas retináculos. Sua função é manter os tendões 
subjacentes em posição, ou servir como roldanas ou polias ao redor das quais os tendões podem se 
movimentar. 
1.2.2. Ligamentos 
O ligamento é um tendão ou uma faixa de tecido conectivo que une duas estruturas. Comumente 
encontrados em associação com as articulações, os ligamentos são de dois tipos: a maioria é composta 
de densos feixes de fibras colágenas e não podem ser distendidos sob condições normais (por 
exemplo, ligamento iliofemoral da articulação do quadril, ligamentos colaterais da articulação do 
tornozelo). O segundo tipo é composto, em grande parte, de tecido elástico, e, por conseguinte pode 
refazer o seu comprimento original após a distensão (por exemplo, ligamento flavo da coluna 
vertebral e ligamento calcaneonavicular do pé). 
1.2.3. Bolsas 
É um aparelho de 
lubrificação que consiste 
de um saco fibroso- 
fechado, delimitado por 
fina membrana lisa. Suas 
paredes são separadas por 
uma camada de líquido 
viscoso. As bolsas são 
encontradas sempre que 
os tendões são atritados 
contra ossos, ligamentos, 
ou outros tendões. São 
comumente encontradas 
próximo das articulações, onde a pele se atrita contra estruturas ósseas subjacentes, por exemplo, a 
bolsa pré-patelar. 
1.2.4. Bainha Sinovial 
Bolsa tubular que cerca um tendão. O tendão invagina a bolsa de um lado, ficando suspenso no 
interior da bolsa por um mesotendão. Este permite a entrada dos vasos sanguíneos no tendão ao longo 
de seu curso. Em certas situações, onde a variação do movimento é extensa, o mesotendão desaparece 
ou permanece na forma de fios estreitos, os vínculos ou freios (por exemplo, os tendões flexores 
longos dos dedos das mãos e dos pés). 
1.2.5. Membrana Mucosa 
Revestimento dos órgãos tubulares ou de passagens que se comunicam com a superfície do 
corpo. Uma membrana mucosa consiste, essencialmente, em uma camada de epitélio ligada por uma 
camada de tecido conectivo, a lâmina própria. Algumas vezes, no tecido conectivo está presente 
músculo liso. Uma membrana mucosa pode ou não secretar muco em sua superfície. 
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1.2.6. Membrana Serosa 
Delimita as cavidades do tronco refletidas no interior das vísceras móveis que se situam dentro 
destas cavidades. 
Consistem em uma camada lisa de mesotélio, 
mantida por uma fina camada de tecido conectivo. A 
membrana serosa que delimita a parede da cavidade é 
denominada camada parietal, e a que cobre as vísceras 
é denominada camada visceral. O estreito intervalo 
em forma de fenda que separa estas camadas forma as 
cavidades pleural, pericárdica e peritoneal e contém 
pequena quantidade de líquido seroso, o líquido 
pleural. Este lubrifica a superfície das membranas e 
permite que as duas camadas deslizem facilmente uma 
sobre a outra. 
1.2.7. Cartilagem 
A cartilagem é uma forma de tecido conectivo em que as células e fibras estão embebidas em 
uma matriz semelhante a um gel, responsável por sua firmeza e elasticidade. Existem três tipos de 
cartilagens: hialina, fibrosa e elástica. 
 A cartilagem hialina apresenta uma alta proporção de matriz amorfa e possui o mesmo 
índice de refração das fibras nela mergulhadas. Durante toda a infância e adolescência, 
desempenha papel importante no crescimento em comprimento dos ossos longos. 
Apresenta maior resistência ao desgaste e recobre as superfícies articulares. É incapaz 
de ser reparada quando fraturada; o defeito é preenchido com tecido fibroso. Tende a se 
calcificar, ou mesmo ossificar na vida mais tardia. 
 A cartilagem fibrosa apresenta grande número de fibras colágenas imersas numa 
pequena quantidade de matriz. É encontrada nos discos situados no interior das 
articulações e sobre as superfícies articulares da mandíbula e da clavícula. Quando 
lesada, sofre reparação lenta de modo semelhante ao do tecido fibroso de qualquer outro 
local. Os discos articulares são mal supridos de sangue e, portanto, não sofrem reparação 
quando lesados. Assim como a cartilagem hialina, tende a se calcificar, ou mesmo se 
ossificar na vida mais tardia. 
 A cartilagem elástica possui grande número de fibras elásticas imersas na matriz. 
Como seria de se esperar, é muito flexível, e encontrada na orelha, meato auditivo 
externo, tuba auditiva, e epiglote. Se lesada, sofre reparação com tecido fibroso. 
1.3. Efeitos do Sexo, Raça e Idade sobre a estatura 
O homem adulto tende a ser mais alto do que a mulher adulta e possui pernas mais longas; seus 
ossos são maiores e mais pesados, e seus músculos também são maiores. Tem menos gordura 
subcutânea, o que torna seu aspecto mais angular. Sua laringe é maior, e as cordas vocais mais longas, 
de modo que a voz é mais profunda. Apresenta barba e pelos corporais vulgares (possui pelos nas 
regiões axilar e pubiana que se estendem até a região do umbigo). 
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A mulher adulta tende a ter menor estatura do que o homem adulto e possui ossos menores e 
músculos menos volumosos. Apresenta mais gordura subcutânea, acúmulo de gordura nas mamas, 
nádegas e coxas o que lhe confere um aspecto mais arredondado. O cabelo da cabeça é mais fino, e 
sua pele de aspecto mais liso. Apresenta pelos nas regiões axilar e pubiana, mas estes não se estendem 
até o umbigo. A mulher adulta possui mamas maiores, e pelve mais larga do que o homem. Apresenta 
um ângulo maior de movimentação no cotovelo, o que resulta em um maior desvio lateral do 
antebraço sobre o braço. 
Até a idade de aproximadamente 10 anos, meninose meninas crescem mais ou menos na mesma 
proporção. Por volta dos 12 anos, os meninos muitas vezes começam a crescer mais depressa do que 
as meninas, de modo que os homens alcançam a idade adulta mais altos do que as mulheres. A 
puberdade começa entre os 10 e os 14 anos nas meninas, e entre os 12 e os 15 nos meninos. Na 
menina, durante a puberdade, as mamas aumentam de tamanho e a pelve se alarga. Por este mesmo 
tempo, crescem no menino o pênis, testículo e escroto e em ambos os sexos aparecem pelos axilares 
e pubianos. 
Diferenças raciais podem ser observadas na cor da pele, dos cabelos e olhos, e na forma e 
tamanho dos olhos, nariz e lábios. Africanos e escandinavos tendem a ser mais altos devido às pernas 
mais longas, enquanto os orientais tendem a ser baixos, com pernas curtas. As cabeças dos centro-
europeus e orientais também tendem a ser arredondadas e alargadas. 
Após o nascimento e durante a infância, as funções orgânicas tornam-se progressivamente mais 
eficazes, alcançando o seu grau máximo de eficácia no adulto jovem. Durante a idade adulta mais 
tardia e na velhice, muitas funções orgânicas se tornam menos eficientes. 
2. Células e Tecidos 
2.1. Células – Unidades vivas do corpo 
A unidade viva fundamental do corpo é a célula e cada órgão é um agregado de muitas células 
diferentes, mantidas unidas por estruturas intercelulares de sustentação. Cada tipo de célula é 
especialmente adaptada para a execução de uma função determinada. Por exemplo, os glóbulos 
vermelhos do sangue transportam oxigênio dos pulmões para os tecidos. 
Embora as inúmeras células do corpo possam, muitas vezes, diferir acentuadamente entre si, 
todas apresentam determinadas características básicas que são idênticas. Por exemplo, em todas as 
células, o oxigênio reage com carboidratos, gordura ou proteína para liberar a energia necessária ao 
funcionamento celular. 
Quase todas as células também têm capacidade de se reproduzir e, sempre que células de 
determinado tipo são destruídas por qualquer causa, as células remanescentes do mesmo tipo 
regeneram, com muita frequência, novas células até que seja restabelecido seu número adequado. 
Quanto à forma, as células que constituem o organismo humano são muito variáveis. Nosso 
sangue possui células vermelhas em forma de disco e as células brancas globulosas; as células que 
formam os órgãos nervosos são estreladas, piramidais e as que se encontram nos ossos são também 
estreladas. A forma depende da função de cada célula. 
As células se compõem de numerosos elementos, mas fundamentalmente elas são formadas de 
três partes: 
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 Membrana Celular: É a camada que envolve a célula. Nas células vegetais e em muitas 
células animais (células da pele, músculo) é visível ao microscópio, mas em muitas 
células a membrana é tão fina que somente processos mais delicados permitem evidenciá-
la. Através de seus diminutivos poros seleciona os alimentos a serem absorvidos pelo 
organismo (tecido). 
 Citoplasma: É a porção da célula situada por dentro da membrana. É formado por 
substâncias muito complexas que recebem o nome de proteínas, lipídios, glicídios, sais 
minerais e água; no citoplasma ocorrem as transformações químicas (metabolismo). 
 Núcleo: É um corpúsculo imerso no citoplasma, geralmente globuloso e central. Sua 
forma e posição são muito variáveis. Regula as funções químicas das células. É formado 
pela membrana nuclear que envolve o suco nuclear, cromossomos e núcleo. Nos 
cromossomos existem os genes, que 
representam e transmitem determinados 
caracteres hereditariamente (por 
exemplo, cor da pele). Algumas células 
não possuem núcleos (exemplo: os 
glóbulos vermelhos). 
 A membrana celular, o 
citoplasma e o núcleo atuam de maneira 
integrada nos processos vitais da célula, 
tais como: absorção, metabolismo, 
eliminação das toxinas, armazenamento 
das substâncias oferecidas em excesso, 
fagocitose e locomoção. 
2.2. Tecidos 
2.2.1. Tecido Epitelial 
 Forma as membranas, que são a camada mais superficial do corpo e, dessa forma, reveste a 
superfície corpórea, inclusive as cavidades (estômago, bexiga, etc.). Suas principais funções são: 
o Proteger o organismo contra as ações mecânicas; 
o Absorver substâncias (Por exemplo, o epitélio intestinal, que absorve nutrientes); 
o Excretar substâncias (Por exemplo, glândulas sebáceas); 
o Sensibilidade ao estímulo (Por exemplo, o tato). 
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2.2.2. Tecido Conjuntivo 
 Conhecido como tecido conectivo; 
é o arcabouço básico de sustentação e 
caracteriza-se por possuir grande 
quantidade de substâncias 
intercelulares. Suas fibras podem ser 
de três tipos: fibras colágenas, 
elastinas e reticulares. Divide-se em: 
o Tecido Conjuntivo Frouxo: É formado por células com capacidade de se proliferar e 
modificar durante os processos inflamatórios e de cicatrização. Encontra-se sob a pele na 
região subcutânea. 
o Tecido Conjuntivo Fibroso: Sua característica é a resistência à tensão e grande 
flexibilidade. Representado pelos tendões dos músculos, aponeuroses e cápsulas 
envoltórias de órgãos. 
o Tecido Elástico: Sua característica é a elasticidade. É encontrado nas artérias maiores, 
nos ligamentos vocais da faringe. 
2.2.3. Tecido Adiposo 
É formado por células adiposas. É encontrado na forma de gordura de armazenamento na parede 
do trato intestinal e no subcutâneo e de gordura estrutural preenchendo todos os espaços vazios. 
Funciona como reserva alimentar, como sustentação para órgãos, proteção contra o frio e ações 
mecânicas. Sua coloração é amarelada. 
2.2.4. Tecido Hematopoiético 
 É responsável pela produção dos elementos sólidos do sangue. Encontram-se na forma de: 
tecido mieloide e tecido linfoide. O interior dos ossos é preenchido pela medula óssea, que, em parte 
é amarela, funcionando como depósito de lipídeos, e, no restante, é vermelha e gelatinosa, 
constituindo o local de formação das células do sangue, ou seja, de hematopoiese. O tecido 
hemopoiético é popularmente conhecido por "tutano". As maiores quantidades de tecido 
hematopoiético estão nos ossos da bacia. Nos ossos longos, a medula óssea vermelha é encontrada 
principalmente nas epífises. 
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2.2.5. Tecido Cartilaginoso 
 É formado por substâncias que promovem a sustentação do corpo com resistência elástica a 
pressão. São três os tipos de cartilagem: hialina, fibrosa ou fibrocartilagem e elástica. Os detalhes 
deste tipo de tecido já foram descritos anteriormente. 
2.2.6. Tecido Ósseo 
Constitui os ossos do nosso organismo; é formado por células ósseas (osteófitos), separados por 
uma substância intersticial ou fundamental. 
3. Sistemas Orgânicos 
3.1. Sistema Esquelético 
 Suas funções são: suportar os tecidos adjacentes; proteger os órgãos vitais e outros tecidos 
moles do corpo, dando pontos de apoio para a fixação dos músculos; auxiliar no movimento do corpo, 
fornecendo inserção dos músculos e funcionando como alavanca; produzir células sanguíneas – 
medula vermelha; fornecer uma área de armazenamento para sais minerais, especialmente fósforo e 
cálcio, para suprir as necessidades do corpo. É responsável pela forma do corpo e local de depósito 
de gordura – medula amarela. Constitui-se de peças ósseas (ao todo 208 ossos no indivíduo adulto) e 
cartilaginosas articuladas, que formam um sistema de alavancas movimentadas pelos músculos. 
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O esqueleto humano pode ser dividido em duas partes: Esqueleto axial e apendicular. 
3.1.1. Esqueleto Axial 
Formadopela caixa craniana, coluna vertebral e caixa torácica. 
3.1.1.1. Caixa Craniana 
 Possui os seguintes ossos importantes: frontal, parietais, temporais, occipital, esfenoide, nasal, 
lacrimais, malares ("maçãs do rosto" ou zigomáticos), maxilar superior e mandíbula. 
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Osso Frontal: Forma, essencialmente, a fronte (testa); o teto da cavidade nasal e as órbitas. Une o 
esqueleto do crânio à face. Em ambos os lados da linha média e na sua espessura encontram-se os 
seios frontais, cavidades com ar que se comunicam com as fossas nasais. 
Ossos Parietais: Os dois ossos parietais, direito e esquerdo, formam os lados e o teto do crânio e se 
articulam na linha mediana formando a sutura sagital. 
Ossos Temporais: Direito e esquerdo, constituem as paredes laterais do crânio. São formados por uma 
porção escamosa, que se articula com o parietal na sutura escamosa, uma porção mastoidea (processo 
mastóide), porção tímpânica e porção petrosa. 
Osso Esfenóide: Apresenta uma parte central que aloja a glândula hipofisária. Além disso, apresenta 
dois prolongamentos de cada lado, as asas, das quais fazem parte as órbitas e a base do crânio. 
Osso Occipital: Forma a parte posterior e parte da base do crânio; articula-se anteriormente com os 
ossos parietais formando a sutura lambdoide. Em sua porção inferior há uma grande abertura, 
denominada forame magno, que comunica o crânio à coluna vertebral e dá passagem à continuação 
caudal do encéfalo. Articula-se com o Atlas, que é a primeira vértebra cervical. 
Osso Maxila: Divide-se em direita e esquerda e ocupam quase toda a face, formando o maxilar. O 
maxilar contribui para a cavidade oral, formando o palato duro; processo alveolar, em cujos alvéolos 
estão implantados os dentes, e um processo zigomático. 
Ossos Zigomáticos: Dividem-se em direito e esquerdo. São duas massas ósseas salientes que formam 
as proeminências da face. Limitam a órbita juntamente com a maxila. 
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Ossos Nasais: Dividem-se em direito e esquerdo, articulam-se entre si no plano mediano, formam o 
esqueleto ósseo de parte do dorso do nariz. 
Osso Vômer: Pequeno osso situado na face inferior do crânio, onde se articula com o osso esfenoide; 
possui uma lâmina que forma o septo nasal ósseo. 
Mandíbula: É um osso ímpar e móvel. A mandíbula consta de um corpo, em forma de ferradura, que 
apresenta os alvéolos da arcada dentária inferior, e dois ramos, continuação do corpo numa angulação 
conhecida como ângulo da mandíbula. 
3.1.1.2. Coluna Vertebral 
 
 A coluna vertebral é constituída fundamentalmente por estruturas ósseas sobrepostas de 
maneira regular, as vértebras. Estas estão classificadas por região assim especificadas: 7 vértebras 
Cervicais (Região Cervical - Pescoço), 12 torácicas (Região Torácica), 5 lombares (Região Lombar), 
sacro e cóccix (Região Pélvica ou Sacrococcígea). A coluna apresenta ainda um “buraco”, o Forame 
Vertebral, que constitui um canal que aloja a medula espinhal ou nervosa. 
 As vértebras são ossos curtos, com tecido esponjoso em seu interior. A sua forma varia segundo 
a parte da coluna à qual pertencem, mas apresentam algumas características em comum, tais como: 
Corpo, Processo Espinhoso, Processos Articulares e Forame Vertebral, por onde passa a Medula 
Espinhal. 
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 Vista de perfil a coluna apresenta uma série de curvaturas. As da concavidade posterior 
chamam-se lordose e as da convexidade posterior, cifose. Em condições normais, existe cifose em 
nível dorsal e sacrococcígeo e lordose em nível cervical e lombar. 
 Vértebras Cervicais: Correspondem à zona do pescoço e são sete. São as mais finas 
e dotadas de maior mobilidade. A primeira vértebra cervical – Atlas – é uma 
vértebra incompleta, pois não possui verdadeiro corpo vertebral. Por estar 
intimamente ligada com a Medula Espinhal e, consequentemente, com o encéfalo, 
qualquer lesão às vértebras cervicais pode deixar o indivíduo com algum padrão de 
hemiplegia (principalmente tetraplegia) ou mesmo, levar à morte. 
 
 Vértebras Torácicas: São doze e estão colocadas depois das cervicais, em sentido 
descendente. Correspondem à zona do ombro e apresentam maior espessura e menor 
mobilidade que as vértebras cervicais. As dez primeiras articulam-se com as costelas. 
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 Vértebras Lombares: São cinco situadas entre a região dorsal e o sacro. São as mais 
grossas e dotadas de grande mobilidade. Correspondem a zona da cintura e apresentam 
processos espinhosos muito desenvolvidos e horizontais. 
 
 Sacro e Cóccix: É formado pelas cinco primeiras vértebras sacrais, soldadas entre si. É 
consideravelmente mais largo na mulher do que no homem, com a finalidade de facilitar 
o parto. O canal sacral, que atravessa o sacro em todo o seu comprimento, é a continuação 
do canal vertebral. De cada lado partem quatro forames transversais pelos quais saem os 
nervos sacrais. O Cóccix está situado na continuação do sacro e com ele articulado, 
constituindo a extremidade inferior do eixo vertebral e corresponde a um rudimento da 
cauda dos animais. 
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3.1.1.3. Caixa Torácica 
 É formada pela região torácica de coluna vertebral, osso esterno e costelas, que são em número 
de 12 de cada lado, sendo as 7 primeiras verdadeiras (se inserem diretamente no esterno), 3 falsas (se 
reúnem e depois se unem ao esterno), e 2 flutuantes (com extremidades anteriores livres, não se 
fixando ao esterno). É na caixa torácica que estão alojados os pulmões e o coração. Sua estrutura 
confere proteção às vísceras situadas no seu interior. Também é um elemento fundamental no 
mecanismo dos movimentos respiratórios. 
 
 Na inspiração a caixa torácica aumenta de volume, alargando-se os espaços intercostais. Na 
expiração, retorna às suas dimensões iniciais, com a consequente expulsão do ar que tinha sido 
inspirado previamente. 
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 O Esterno é um osso plano que se articula com as clavículas e com as sete primeiras costelas. 
Sua forma é semelhante a uma espada. O processo xifoide é marco para várias manobras que podem 
ser realizadas, tais como, a manobra de ressuscitação cardiopulmonar. Já as costelas são ossos 
arqueados disposto em forma de arco entre a coluna vertebral e o esterno. Como já foi dito, dividem-
se em verdadeiras, falas e flutuantes. 
3.1.2. Esqueleto Apendicular 
Formado pelos membros, superiores e inferiores e pelas cinturas ou cintas articulares. 
3.1.2.1. Membros superiores 
 São formados por quatro segmentos: ombro, braço, antebraço e mão. O ombro, ou cintura 
escapular, é considerado como parte do membro superior, embora se encontre propriamente na zona 
superior do tórax. 
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Osso Clavícula: É um osso longo e par, situado transversalmente entre o esterno e a escápula, com os 
quais se articula. Parece com um “S” itálico. Como todos os ossos longos, apresenta um canal 
medular, sendo o resto do osso constituído por tecido esponjoso. 
Osso Escápula: É um osso plano e muito fino que tem forma triangular. Na sua face posterior, 
salienta-se uma eminência aplanada, a espinha da escápula, que terminanum processo chamado 
acrômio. Apresenta também uma cavidade oval, a cavidade glenoidea, que aloja a cabeça do úmero. 
Acima se encontra o processo coracóide. Todas essas eminências são locas de inserção de elementos 
musculares e ligamentos. Quanto à estrutura interna, é quase exclusivamente constituída por tecido 
compacto. 
 
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Osso Úmero: É um osso par, longo, que 
apresenta um corpo e duas extremidades. 
O corpo é quase retilíneo e parece 
retorcido sobre o próprio eixo. Sua 
extremidade superior é uma superfície 
articular, a cabeça do úmero, que se 
articula com a escápula. A Tróclea 
contribui para a formação do cúbito ou 
cotovelo. 
Osso Ulna: É um osso longo, par, 
ligeiramente encurvado. A sua parte 
superior se articula com a tróclea do úmero 
ao nível do cotovelo. Para efetuar o 
movimento de rotação que permite virar a 
mão, o rádio se cruza com a ulna formando 
um X. 
Osso Rádio: Situado por fora da ulna, é 
também um osso longo. Na parte superior 
apresenta uma eminência volumosa, a 
cabeça do rádio. A parte inferior possui uma faceta articular côncava, a incisura ulnar do rádio, para 
a cabeça da ulna. 
 
 
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Ossos do Carpo: São oito pequenos ossos, dispostos em duas filas transversais. A fila superior 
articula-se com ulna e rádio. A fila inferior articula-se com os ossos metacárpicos. 
Ossos do Metacarpo: São os ossos da mão propriamente dita são cinco, recobertos por partes moles, 
que forma o dorso e a palma da mão. Cada um deles corresponde a um dedo. 
Ossos das Falanges: Três colunas ósseas para cada dedo, excetuando-se o polegar. Chamam-se, desde 
a origem dos dedos até a sua extremidade, falange proximal, falange média e falange distal, 
respectivamente. 
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3.1.2.2. Pelve Óssea e Membros inferiores 
 A pelve óssea é formada pelos dois ossos ilíacos: sacro e cóccix, juntamente com ílio, ísquio e 
púbis. A pelve representa a união entre o tronco e a extremidade inferior. 
 Os membros inferiores compõem-se de coxa, perna, tornozelo e pé. O osso da coxa é o fêmur, 
o mais longo do corpo. No joelho, ele se articula com os dois ossos da perna: a tíbia e a fíbula. A 
região frontal do joelho está protegida por um pequeno osso circular: a rótula. Ossos pequenos e 
maciços, chamados tarsos, formam o tornozelo. A planta do pé é constituída pelos metatarsos e os 
dedos dos pés, pelas falanges. 
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Osso Ilíaco (Osso do Quadril): Constituído por três peças ósseas isoladas entre si: o ílio em cima, o 
púbis adiante e o ísquio embaixo. O acetábulo destina-se a articular-se com a cabeça do fêmur. A 
borda superior do osso ilíaco tem forma de “S” itálico, é a crista ilíaca, e as eminências da borda 
anterior são as cristas ilíacas. 
 
 A bacia do homem é mais espessa e mais alta que a da mulher, com as eminências ósseas mais 
pronunciadas. A bacia feminina é mais larga e está mais inclinada, porque no momento do parto o 
feto passa através dela. Os diâmetros da cabeça fetal se adaptam, mediante movimentos de rotação, 
aos diâmetros da bacia materna. 
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Osso Fêmur: É um osso longo, o mais 
comprido do corpo humano. Articula-se 
ao nível do quadril com o osso ilíaco e 
ao nível do joelho com a rótula, tíbia e 
fíbula. Na parte superior apresenta a 
cabeça do fêmur e duas eminências, os 
trocanteres, para inserções musculares. 
É constituído por osso compacto e 
apresenta um canal medular em seu 
interior. 
Osso Tíbia: É um osso longo, situado na 
parte interna e anterior da perna. 
Articula-se em cima com o fêmur, 
embaixo com o tálus e lateralmente com 
a fíbula. 
Osso Fíbula: Também é um osso longo, 
situado na parte posterior externa da 
perna. É mais fino que a tíbia. 
 
 
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Ossos do Tarso: São sete ossos curtos, 
dispostos em duas filas: a posterior 
contém o tálus e o calcâneo; a anterior os 
outros ossos cuneiformes. Correspondem 
ao tornozelo. 
Ossos do Metatarso: São cinco e 
chamam-se primeiro, segundo, etc., 
contando-se de dentro para fora. São 
ossos longos e tem a forma do dorso do 
pé. 
Ossos das falanges: Como acontece na 
mão, são constituídos por três falanges: 
proximal, média e distal. O hálux (dedo 
grande) assim como o polegar, não tem a 
terceira falange. Os dedos dos pés estão 
muito menos desenvolvidos que os da 
mão, sobretudo devido à sua menor 
mobilidade. 
 
 
3.1.3. Articulações 
 São estruturas de tecido conjuntivo segundo as quais dois ou mais ossos próximos se unem 
entre si. A sua principal função é a união entre si dos diversos ossos que compõem o esqueleto. São 
os elementos que dão estabilidade a esta união, permitindo, por exemplo, a postura ereta, 
característica da espécie humana. 
 A presença de cartilagem articular recobrindo as superfícies articulares dos ossos, evita seu 
desgaste excessivo, permitindo o deslizamento de uns sobre os outros nos diferentes movimentos do 
corpo. Também é função das articulações limitar tais movimentos para evitar que ultrapassem uma 
amplitude determinada, em função das necessidades de cada parte do corpo. 
 Classificam-se em: 
o Sindesmoses: Ossos unidos por tecidos. Ex.: Osso do crânio. 
o Sincondroses: Ossos unidos por cartilagem. Ex.: Base do crânio 
o Sínfises: Articulações recobertas por cartilagens hialinas e unidas por fibrocartilagens, 
além de tecido fibroso. Ex.: sínfise púbica. 
o Sinoviais: Superfícies recobertas por cartilagem hialina e unidas pela cápsula, com uma 
cavidade contendo líquido sinovial. Estas permitem liberdade de movimentos, porém com 
menos estabilidade. 
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 Quanto ao grau de mobilidade dividem-se em: 
 Sinartrose: imóveis. 
 Anfiartrose: semi-imóveis. 
 Diartrose: móvel. 
 
 
 
 
3.1.4. Classificação dos Ossos 
 
 São classificados, de acordo com a sua forma, em longos, curtos, planos ou chatos. 
o Ossos Longos: Têm duas extremidades ou epífises; o corpo do osso é a diáfise; entre a 
diáfise e cada epífise fica a metáfise. A diáfise é formada por tecido ósseo compacto, 
enquanto a epífise e a metáfise, por tecido ósseo esponjoso. Exemplos: fêmur, úmero. 
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o Ossos Curtos: Têm as três extremidades praticamente equivalentes e são encontrados 
nas mãos e nos pés. São constituídos por tecido ósseo esponjoso. Exemplos: calcâneo, 
tarsos, carpos. 
o Ossos Planos ou Chatos: São formados por duas camadas de tecido ósseo compacto, 
tendo entre elas uma camada de tecido ósseo esponjoso e de medula óssea Exemplos: 
esterno, ossos do crânio, ossos da bacia, escápula. 
 
 Revestindo o osso compacto na diáfise, existe uma delicada membrana - o periósteo - 
responsável pelo crescimento em espessura do osso e também pela consolidação dos ossos após 
fraturas (calo ósseo). As superfícies articulares são revestidas por cartilagem. Entre as epífises e a 
diáfise encontra-se um disco ou placa de cartilagem nos ossos em crescimento, tal disco é chamado 
de disco metafisário (ou epifisário) e é responsável pelo crescimento longitudinal do osso. 
 Diferenças entre o esqueleto masculino e feminino: 
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3.2. Sistema Muscular 
Tem como função principal propiciar os movimentos. Algumas das funções secundárias 
incluem: Controle do fluxo sanguíneo nas artérias; Auxílio dos movimentos respiratórios no tórax; 
No sistema digestivo agem, desde a absorção do alimento até sua excreção; Na fonação participam 
no processo de emissão da voz; Na reprodução possibilitam a ejaculação do esperma; Durante a 
gravidez abrigam o embrião no útero (um saco muscular). 
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Os músculos representam a parte ativa do aparelho locomotor. Existem aproximadamente 600 
músculos no corpo. Desempenham funções determinadas de acordo com seu objetivo. Os músculos 
são feitos de fibras que se contraem quando estimulados por impulsos nervosos. 
Ao se contrair, os músculos esqueléticos tracionam os ossos aos quais estão ligados, 
provocando um movimento do corpo. Os músculos não podem “empurrar” mas apenas “puxar”, por 
isso para cada músculo que causa movimento há outro que faz o movimento oposto. Por exemplo: 
um músculo flexiona sua perna e outro desfaz uma flexão. Esses músculos em pares são chamados 
antagonistas. 
 
3.2.1. Tipos de músculos 
 Esquelético ou estriado: Apresenta-se microscopicamente em faixas alternadas 
transversais, claras e escuras. Agem sob comando voluntário do cérebro produzindo 
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 MÓDULO I – CAP. 1 – ANATOMIA E FISIOLOGIA APLICADAS 
 
 
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movimentos dos ossos. Suas células são fibras longas e finas, dispostas em feixes. Os 
filamentos sobrepostos existentes no interior das células dão a esses músculos uma aparência 
estriada. Esses músculos são fixados aos ossos do esqueleto por meio de tendões e 
ligamentos, exercem força sobre os mesmos para que se movam. A conexão que se 
movimenta menos é referida como a origem, e a que se move mais, como a inserção. Quando 
em estado de repouso, todo músculo esquelético está em parcial estado de contração. Esta 
condição é denominada tônus muscular. Considerando-se que as fibras musculares estão 
totalmente contraídas ou relaxadas, não existindo estágio intermediário, poucas fibras 
musculares num determinado músculo estão completamente contraídas durante todo o 
tempo. Para dar origem a este estado e evitar fadiga, diferentes grupos de unidades motoras 
e, deste modo, diferentes grupos de fibras musculares são postos em ação em diferentes 
tempos. O movimento muscular é realizado acionando-se um número cada vez maior de 
unidades motoras e, ao mesmo tempo, reduzindo-se a atividade das unidades motoras dos 
músculos que se opõem ou antagonizam o movimento. Quando é necessário um esforço 
máximo, todas as unidades motoras de um músculo são postas em ação. É importante 
compreender que todos os movimentos são a consequência da ação coordenada de muitos 
músculos. 
 
 Músculo Liso: Consiste em células longas, fusiformes, intimamente dispostas em feixes 
ou camadas. Está presente nos órgãos internos, ocos e tubulares (estômago, intestino, 
vasos sanguíneos, bexiga urinária, musculatura respiratória). Trabalham 
automaticamente para o funcionamento regular do corpo. Elas se contraem 
automaticamente para proporcionar movimentos lentos e ritmados que não dependem da 
vontade do indivíduo. Uma onda de contração das fibras dispostas circularmente passa ao 
longo do canal, ordenhando seu conteúdo para frente. Por sua contração, as fibras 
longitudinais empurram a parede do tubo no sentido proximal em relação ao conteúdo. 
Este método de propulsão é denominado peristalse. Nos órgãos de armazenamento, como 
a bexiga urinária ou o útero, as fibras estão irregularmente dispostas e entrelaçadas umas 
com as outras. Sua contração é lenta e mantida, e provoca a expulsão do conteúdo dos 
órgãos. Nas paredes dos vasos sanguíneos, as fibras musculares lisas são dispostas de 
modo circular e servem para modificar o calibre do lúmen. 
 
 Músculo Cardíaco: É um músculo especializado que forma a parede do coração. 
O músculo cardíaco consiste em fibras musculares estriadas que se ramificam e se 
unem umas com as outras ao longo do comprimento. Elas se contraem 
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automaticamente sob ritmo próprio (cerca de 70 por minuto) bombeando sangue do 
coração para todo o corpo. Suas células são uninucleadas, e tem contração 
involuntária. Único músculo que não cansa. 
 
3.2.2. Principais músculos 
 
 
Orbicular dos lábios: movimenta os lábios. 
Orbicular dos olhos: abre e fecha os olhos. 
Masseter: músculo da mastigação. 
Esternocleidomastóideo: faz a cabeça virar para o lado. 
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Escaleno: ajuda a levantar a caixa torácica, ativo na respiração do ar, no tossir e no espirrar. 
Peitoral maior: movimenta os braços e eleva o esterno e amplia o tórax. 
 
Esternal: contrai a pele do tórax. 
Reto do abdome: formam a parede do abdome protegendo as vísceras. Na mulher ficam estendidos 
durante a gravidez e são importantes no chamado trabalho de parto. 
Bíceps: ao se contrair, levanta o antebraço. Seu oponente é o tríceps que faz o antebraço abaixar. 
Flexor dos dedos: faz o movimento de dobrar os dedos sem fechar as mãos. 
Quadríceps: permite-nos esticar as pernas quando estamos sentados. 
Tibial anterior: dobra o pé aproximando-o da perna. 
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Trapézio: levanta os ombros e, juntamente com o esternocleidomastóideo participa dos movimentos 
da cabeça. 
Deltoide: levanta o braço para o lado. É no deltoide que são aplicadas algumas injeções. 
Tríceps: opõe-se ao bíceps, esticando o antebraço. 
Grande dorsal: muito ativo quando remamos, martelamos ou fazemos flexões apoiadas sobre as mãos. 
Glúteo médio e Grande máximo: formam o que se chama de nádegas. Quando estamos de pé, esses 
músculos relaxam. Sua contração nos permite levantar quando estamos sentados. 
 
Bíceps da coxa: dobra a perna para trás. 
Gastrocnêmio (gêmeos): dobra o pé para baixo, ligando-se ao tendão do calcâneo. 
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Sóleo: sua contração permite-nos ficar na ponta dos pés. Muito ativo na dança, no salto, na corrida e 
no caminhar. 
Músculos presentes na cabeça e na face: importantes nas expressões do rosto, no soprar e no assobiar. 
 
Músculo diafragma: separa o tórax do abdome, responsável pela respiração. 
3.2.3. Fadiga muscular 
É a incapacidade dos processos contrateis e metabólicos de sintetizar energia (ATP) para 
manter-se igual a sua degradação, ou seja, o músculo está cansado. 
3.2.4. Tônus muscular 
Mesmo quando está em repouso, certa quantidade de tensão permanece, devido a impulsos 
nervosos da medula espinhal, já que as fibras não se contraem sem um estímulo, ou seja, o músculo 
permanece contraído por um tempo prolongado. 
3.2.5. Antagonismo 
Um músculo quando contraído necessita que seu antagonista, ou seja, aquele que se opõem a 
ele. Como por exemplo, quando o bíceps se contrai, o tríceps relaxa. 
3.2.6. Tendão 
São feitos de fibras de colágeno, um material muito forte, capaz de resistir á tração quando 
puxado longitudinalmente. Ao se contrair, um músculo traciona um osso por meio de um tendão, 
produzindo movimento. Os maiores tendões do corpo, facilmente perceptíveis pelo tato, são os do 
calcâneo, também conhecidos como Tendões de Aquiles. 
3.2.7. Ligamento 
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 É uma tira de tecido duro, mas levemente elástico – maiselástico do que o material dos tendões, 
porém menos do que o tecido muscular. Os ligamentos apoiam as articulações do corpo, 
estabelecendo a ligação entre os ossos que as compõem. Com isso, os movimentos de cada articulação 
ficam limitados ao grau necessário. Além disso, os ligamentos dão sustentação a alguns órgãos, como 
o fígado, e fixam os dentes ao maxilar e a mandíbula. 
3.3. Sistema Tegumentar 
 Sua função é proteger o organismo do meio exterior. É composto por pele, pelos, unhas, 
glândulas sudoríparas e glândulas sebáceas. Pele, pelos e unhas já foram tratados anteriormente. 
3.3.1. Pele 
Divide-se em duas partes distintas: a parte superficial ou epiderme, e a parte profunda ou derme. 
A epiderme é um epitélio estratificado, cujas células se tornam achatadas à medida que 
envelhecem e afloram à superfície. Nas palmas das mãos e plantas dos pés, a epiderme é 
extremamente espessa para suportar o uso e o desgaste destas regiões. Em outras áreas do corpo, por 
exemplo, na superfície anterior do braço e antebraço, ela é fina. Já a derme é composta de tecido 
conectivo denso contendo muitos vasos sanguíneos, linfáticos e nervos. Apresenta uma variação 
considerável de espessura, em diferentes partes do corpo, tendendo a ser mais fina na superfície 
anterior do que na posterior. É também mais fina nas mulheres do que nos homens. Está conectada 
com a fáscia muscular subjacente ou com os ossos, através da tela subcutânea, também conhecida 
como tecido subcutâneo. 
 Na derme, os feixes de fibras 
colágenas estão dispostos, em sua 
maioria, em filas paralelas. Uma incisão 
cirúrgica através da pele, feita ao longo 
ou entre essas fileiras, provoca um 
desarranjo mínimo do colágeno, e a ferida 
cicatriza com um mínimo de tecido 
cicatricial. Por outro lado, uma incisão 
feita através das filas de colágeno rompe 
e altera a pele, resultando na produção 
maciça de colágeno fresco e na formação 
de uma cicatriz ampla e de mau aspecto. 
A direção das fileiras de colágeno é 
conhecida como linhas de clivagem 
(linhas de Langer); elas tendem a correr 
longitudinalmente nos membros e 
circunferencialmente (transversais) no 
pescoço e no tronco. 
A pele situada sobre as articulações é sempre dobrada num mesmo lugar, a pele enrugada. 
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 A figura 
mostra os diversos 
sulcos cutâneos na 
superfície palmar 
da mão e superfície 
anterior da 
articulação do 
punho. A relação 
da unha com as 
outras estruturas de 
dedo também é 
demonstrada. 
Nestes 
pontos a pele é 
mais fina do que em qualquer outro local, estando firmemente fixada às estruturas subjacentes por 
faixas mais fortes de tecido fibroso. 
Os apêndices da pele são as unhas, folículos capilares, glândulas sebáceas e glândulas 
sudoríparas. 
As unhas são placas queratinizadas, situadas nas superfícies dorsais das extremidades dos dedos 
das mãos e dos pés. A extremidade proximal da placa é a raiz da unha. A superfície da pele coberta 
da unha é o leito ungueal. 
Os cabelos crescem dos folículos, que são invaginações da epiderme em direção à derme. O 
folículo situa-se obliquamente em relação à superfície cutânea, e suas extremidades expandidas, 
chamadas bulbos capilares, penetram até a parte mais profunda da derme. Cada bulbo capilar é 
côncavo na sua extremidade, e a concavidade é ocupada por tecido conectivo vascular, a papila 
capilar. Uma faixa de músculo liso, o músculo eretor do pelo, conecta a parte de folículo situada 
abaixo da superfície com a parte superficial da derme. O músculo é inervado por fibras simpáticas, e 
sua contração faz com que o pelo se movimente para uma posição mais vertical; ele também 
comprime a glândula sebácea e provoca a eliminação de parte de sua secreção. O estiramento do 
músculo também provoca a ondulação da superfície cutânea, assim chamada pele arrepiada. Os pelos 
estão distribuídos em quantidade variada, sobre toda a superfície corporal, exceto nos lábios, palmas 
das mãos, parte lateral dos dedos, glande do pênis e clitóris, lábios menores, superfície interna dos 
lábios maiores, superfície plantar e parte lateral dos pés, e na parte lateral dos dedos. 
As glândulas sebáceas eliminam sua secreção, o sebo, dentro das hastes dos pelos, quando eles 
passam através do istmo dos folículos. Estão situadas na parte inclinada abaixo da superfície dos os 
folículos e permanecem no interior da derme. O sebo é um material oleoso, que ajuda a conservar a 
flexibilidade do pelo emergente. Também lubrifica a epiderme superficial em torno da abertura do 
folículo. 
As glândulas sudoríparas são longas, espiraladas e tubulares, distribuídas na superfície do 
corpo, exceto nas margens avermelhadas dos lábios, leitos ungueais, glande do pênis e clitóris. 
Estendem-se através de toda a espessura da derme e suas extremidades, e podem estar situadas na 
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fáscia superficial. Por conseguinte, de todos os apêndices epidérmicos, as glândulas sudoríparas são 
as estruturas que penetram mais profundamente. 
 
3.4. Sistema Imunológico ou Linfático 
 
O sistema imunológico ou sistema imune é de grande eficiência no combate a micro-
organismos invasores. Mas não é só isso; ele também é responsável pela “limpeza” do organismo, ou 
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seja, a retirada de células mortas, a renovação de determinadas estruturas, rejeição de enxertos, e 
memória imunológica. Também é ativo contra células alteradas, que diariamente surgem no nosso 
corpo, como resultado de mitoses anormais. Essas células, se não forem destruídas, podem dar origem 
a tumores. 
Células do sistema imune são altamente organizadas como um exército. Cada tipo de célula age 
de acordo com sua função. Algumas são encarregadas de receber ou enviar mensagens de ataque, ou 
mensagens de supressão (inibição), outras apresentam o “inimigo” ao exército do sistema imune, 
outras só atacam para matar, outras constroem substâncias que neutralizam os “inimigos” ou 
neutralizam substâncias liberadas pelos “inimigos”. 
 Além dos leucócitos, também fazem parte do sistema 
imune as células do sistema mononuclear fagocitário, (SMF) 
antigamente conhecido por sistema retículo-endotelial e 
mastócitos. As primeiras são especializadas em fagocitose e 
apresentação do antígeno ao exército do sistema imune. São 
elas: macrófagos alveolares (nos pulmões), micróglia (no 
tecido nervoso), células de Kuppfer (no fígado) 
e macrófagos em geral. 
O Sistema Linfático tem duas diferentes funções, 
limpeza e defesa. 
Na limpeza: o Sistema Linfático atua na limpeza esvaziando os interstícios celulares de 
macromoléculas as quais são levadas pela linfa até os linfonodos e, ali, são fagocitadas. Compõem o 
Sistema Linfático na limpeza: a linfa, os vasos linfáticos, os linfonodos e os linfócitos de ação 
fagocitária. 
Na defesa: o Sistema Linfático atua na defesa produzindo linfócitos, aprisionando agentes 
agressores e produzindo anticorpos. Compõem o Sistema Linfático na defesa: a linfa (como meio de 
transporte), os linfonodos, os linfócitos, as tonsilas (faríngeas, palatinas e sublingual), o timo, o baço 
e o apêndice vermiforme. 
 
3.4.1. Linfa 
É o liquido que encontramos nos vasos linfáticos. Era líquido intersticial e será sangue venoso 
quando se misturar a este no ângulo venoso, formado pelas veias jugular e subclávia que formarão a 
veia cava. Percorre os vasos linfáticos que, conforme aumentam de calibre, recebem o nome de: 
capilares, vasos e ductos linfáticos. A composição da linfa é praticamente a mesma do sangue, 
excetuando-se a existência de glóbulos vermelhos, o que faz a linfa ser de coloração transparente. Por 
ela circulam alémdas impurezas retidas do meio intersticial, proteínas, hormônios, glóbulos brancos 
e, ocasionalmente, dos intestinos ao fígado, nutrientes (moléculas de gordura). 
3.4.2. Vasos Linfáticos 
Dividem-se em capilares, vasos e ductos. É formado por segmentos (linfângios) continuamente 
valvulados para impedir o refluxo. A linfa, que neles percorre, é movida por seis mecanismos: 
Formação de nova linfa que impulsiona a já existente; Massagem dos músculos sobre os vasos; Os 
vasos, por se encontrarem próximos das artérias, sofrem a influência dos batimentos cardíacos; A 
linfa da região abdominal (cisterna de Quilo/ampola de Pequet) é sugada para o coração pelo vácuo 
formado na caixa torácica pelos movimentos respiratórios; Os vasos linfáticos possuem movimentos 
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de contração. As válvulas, neles existentes, impedem o refluxo possibilitando o transporte da linfa 
em uma única direção; A linfa das regiões acima do coração sofre a atração da força da gravidade. 
 
 
3.4.3. Linfonodos 
 
 São expansões nodulares de forma ovalada nas quais vasos linfáticos penetram trazendo linfa e 
seus componentes. Consistem de tecido linfático, coberto por uma cápsula de tecido conjuntivo 
fibroso. Formam os linfonodos: trabéculas, vasos aferentes (que trazem linfa), seios linfáticos, vasos 
eferentes (que levam linfa), nódulos corticais, córtex, centro germinativo, cordões medulares, artérias 
e veias. Temos de 400 a 600 linfonodos em cadeia no nosso corpo. As principais cadeias e linfonodos 
são: cervical, axilar, supra-epitrocleares, ducto torácico, pré-aórtico (ampola), inguinal e losango 
poplíteo. 
 
 
3.4.4. Tonsilas 
Órgãos linfáticos, constituídos por numerosos folículos de tecido linfoide, dispostos em nódulos 
possuindo centros germinativos de anticorpos e linfócitos. Classificam-se em tonsilas faríngeas, 
tonsilas palatinas e tonsila lingual. Todas atuam como defesa adicional contra agentes infecciosos 
provenientes da boca e do nariz. Exercem esta função de defesa dando o alarme, formando linfócitos 
através do seu tecido linfoide e produzindo anticorpos. 
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 Tonsilas Faríngeas: Localizada na faringe nasal (adenoides). Monitora as fossas nasais. 
 Tonsilas Palatinas: Mais conhecidas por amídalas, situadas na retroboca. Monitora o que 
por ali passa. 
 Tonsila Lingual: Situada no dorso da porção da língua, das papilas valadas até a epiglote. 
Mesma função da anterior. 
 
3.4.5. Timo 
Órgão na frente da aorta e atrás do externo, formados por uma massa cinzenta. Seu tamanho 
aumenta durante infância e, com o passar dos anos, diminui de tamanho lentamente. Tem um papel 
crítico no desenvolvimento e proteção do organismo. Produz um hormônio chamado Timozina. 
Combate a invasão por micro-organismos infecciosos e também atua na identificação e destruição de 
qualquer coisa que possa ser descrita como “não própria”, incluindo transplantados e células 
malignas. Nele precursoras células “T” oriundas da medula óssea recebem definitiva transformação 
atuando eficientemente nas infecções crônicas, micoses e viroses. 
 
3.4.6. Baço 
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É o maior órgão do Sistema Imunológico e caracteriza-se por não possuir circulação linfática. 
Situa-se no lado esquerdo superior do abdome, protegido pelas costelas inferiores. Tem a forma 
ovalada, cor púrpura devido a grande quantidade de sangue nele contida, com 13 cm de comprimento 
e seu peso varia de 300 a 400 gr (nos adultos). É revestido por uma cápsula fibrosa e é formado pela 
polpa esplênica na qual se encontram a “polpa branca”, que contem os glóbulos brancos chamados 
linfócitos, agrupados em torno de vasos sanguíneos, e a “polpa vermelha” que contém glóbulos 
brancos chamados macrófagos que perseguem e destroem micro-organismos invasores. Na defesa do 
organismo filtra os micro-organismos estranhos do sangue, produzindo linfócitos e plasmócitos que 
fabricam anticorpos. 
 
3.4.7. Apêndice Vermiforme 
 Pequena porção do intestino, de formato vermiforme, cilíndrico e flexível, inserido no ceco, 
abaixo da válvula ileocecal. Possui tecido linfático. Produz alguns leucócitos que contribuem na 
defesa da região onde se encontra. 
3.5. Sistema Respiratório 
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 Conjunto de estruturas que permitem a captação de oxigênio e a eliminação de dióxido de 
carbono produzido na respiração interna, propiciando, assim, as trocas gasosas. No ser humano, o 
processo respiratório tem como órgãos centrais os pulmões, vísceras situadas no tórax, de ambos os 
lados do coração. 
Além dos pulmões, o sistema respiratório humano é constituído por vários órgãos que 
conduzem o ar para dentro e para fora das cavidades pulmonares. Esses órgãos são as fossas nasais, 
a boca, a faringe, a laringe, a traqueia, os brônquios, os bronquíolos e os alvéolos, os três últimos 
localizados nos pulmões. 
 
3.5.1. Fossas Nasais 
 
São duas cavidades paralelas situadas na face, que começam nas narinas e terminam na faringe. 
Elas são separadas uma da outra por uma parede cartilaginosa denominada septo nasal. Em seu 
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interior há dobras chamadas cornetos nasais, que forçam o ar a turbilhonar. Possuem um revestimento 
dotado de células produtoras de muco e células ciliadas, também presentes nas porções inferiores das 
vias aéreas, como traqueia, brônquios e porção inicial dos bronquíolos. No teto das fossas nasais 
existem células sensoriais, responsáveis pelo sentido do olfato. Têm as funções de filtrar, umedecer 
e aquecer o ar. 
 Filtra o ar através de pelos, não deixando passar as partículas maiores de sujeira, sua 
mucosa interna é umedecida por uma secreção viscosa que agarra as partículas menores e os cílios 
varrem o que é capturado para a garganta onde é engolido. Uma membrana mucosa rica em capilares 
sanguíneos irradia para o ar, o calor do sangue, aquecendo-o. A membrana mucosa segrega um muco 
viscoso que serve para umedecer o ar respirado. 
3.5.2. Faringe 
É um canal músculo membranoso, dilatável, contrátil e flexível, comum aos sistemas digestório 
e respiratório e comunica-se com a boca e com as fossas nasais. O ar inspirado pelas narinas ou pela 
boca passa necessariamente pela faringe, antes de atingir a laringe. Tem função digestiva e 
respiratória. No respiratório impede que substâncias não gasosas penetrem no pulmão acionando a 
epiglote quando engolimos. 
 
3.5.3. Laringe 
É um tubo situado na parte posterior do pescoço, sustentado por peças de cartilagem articuladas, 
situado na parte superior do pescoço, em continuação à faringe. O pomo-de-adão, saliência que 
aparece no pescoço, faz parte de uma das peças cartilaginosas da laringe. É o órgão da fonação, 
constituído por três cartilagens: cricóide, tireoide e epiglote. Nela se encontram as cordas vocais, 
pregas capazes de produzir sons durante a passagem de ar. Também possui mucosa e cílios para 
limpeza. A função da laringe é evitar que penetre conteúdo alimentar nas vias respiratórias e filtrar. 
A entrada da laringe chama-se glote. Acima dela existe uma espécie de “lingueta” de cartilagem 
denominada epiglote, que funciona como válvula. Quando nos alimentamos, a laringe sobe e sua 
entrada é fechada pela epiglote. Isso impede que o alimento ingerido penetre nas vias respiratórias. 
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3.5.4. Traqueia 
É um tubo de aproximadamente1,5 cm de diâmetro por 10-12 centímetros de comprimento, 
cujas paredes são reforçadas por anéis cartilaginosos. Está situado entre a língua e a origem dos 
brônquios. Bifurca-se na sua região inferior, originando os brônquios, que penetram nos pulmões. 
Seu epitélio de revestimento muco-ciliar adere partículas de poeira e bactérias presentes em suspensão 
no ar inalado, que são posteriormente varridas para fora (graças ao movimento dos cílios) e engolidas 
ou expelidas. Sua função é levar o ar até os pulmões. 
 
 
3.5.5. Pulmões 
São dois, um direito e outro esquerdo, situados na caixa torácica, separados pelo coração e 
esôfago. Constituem os órgãos fundamentais da respiração. Tem a forma ovalada com o polo inferior 
seccionado e ligeiramente escavado, sua parte mais alta é denominada ápice. Tem a consistência mole 
e elástica; são órgãos esponjosos revestidos por uma membrana chamada pleura. Têm coloração 
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avermelhada, são porosos e atravessados por túbulos cartilaginosos de dimensões variáveis: os 
brônquios. O pulmão direito é dividido em três lobos (superior, médio e inferior), enquanto o 
esquerdo só possui dois lobos e por ser menor sobra espaço para acomodar o coração. Sua função é, 
através de seus movimentos de contração e expansão, introduzir e expelir gases. 
 
 
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3.5.6. Brônquios/Bronquíolos 
 Brônquios são duas ramificações da traqueia que penetram nos pulmões e, à medida que vão 
se ramificando diminuem de “calibre”, passando a chamar-se “bronquíolos”. Na inspiração, 
conduzem o ar proveniente do exterior, até os alvéolos pulmonares e, na expiração, devolvem os 
gases ao meio exterior. Também colaboram na filtragem do ar através de mucos, cílios e macrófagos. 
 
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3.5.7. Alvéolos 
 Minúsculas bolsas em forma de cachos na ponta dos bronquíolos. Dão aos pulmões um aspecto 
rosado e esponjoso. Estão envolvidos por uma rede de vasos sanguíneos – os capilares. Nas condições 
apropriadas (limpeza, calor e umidade), o oxigênio, na inspiração, passa através da parede de um 
alvéolo e prende-se a um glóbulo vermelho, o dióxido de carbono, oriundo de combustão celular, 
desprende-se do glóbulo vermelho e, passando pela parede do alvéolo, percorre o caminho da 
expiração, chegando ao meio exterior. Nos alvéolos também se pode encontrar os macrófagos 
fazendo limpeza. 
 
3.5.8. Diafragma 
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Grande músculo disposto horizontalmente e que separa a caixa 
torácica da cavidade abdominal. Tem a forma de um paraquedas aberto e 
apoiam-se sobre ele o coração e os pulmões. Insere-se nas costelas, no 
externo e na coluna vertebral. O diafragma está presente apenas em 
mamíferos, promovendo, juntamente com os músculos intercostais, os 
movimentos respiratórios Quando se contrai determina o aumento dos 
diâmetros torácicos facilitando a inspiração. A expiração se dá quando 
relaxa e as costelas se contraem. Isto expulsa o ar dos pulmões. Localizado logo acima do estômago, 
o verno frênico controla os movimentos do diafragma. 
3.5.9. Costelas e músculos Intercostais 
Por expansão, provocam um aumento da caixa torácica que, vedada pelo diafragma contraído, 
propicia um vácuo que permite a inspiração. 
 
3.6. Sistema Circulatório 
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O sistema cardiovascular ou circulatório é uma vasta rede de tubos de vários tipos e calibres, 
que põe em comunicação todas as partes do corpo. Dentro desses tubos circula o sangue, 
impulsionado pelas contrações rítmicas do coração. O sangue circula através do corpo, começando 
no coração, passando por todos os tecidos e órgãos e voltando novamente ao coração para começar 
tudo outra vez. O sistema circulatório permite que algumas atividades sejam executadas com grande 
eficiência: 
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 Transporte de gases: Os pulmões, responsáveis pela obtenção de oxigênio e pela 
eliminação de dióxido de carbono, comunicam-se com os demais tecidos do corpo por 
meio do sangue. 
 Transporte de nutrientes: no tubo digestivo, os nutrientes resultantes da digestão 
passam através de um fino epitélio e alcançam o sangue. Por essa verdadeira 
"autoestrada", os nutrientes são levados aos tecidos do corpo, nos quais se difundem para 
o líquido intersticial que banha as células. 
 Transporte de resíduos metabólicos: a atividade metabólica das células do corpo 
origina resíduos, mas apenas alguns órgãos podem eliminá-los para o meio externo. O 
transporte dessas substâncias, de onde são formadas até os órgãos de excreção, é feito 
pelo sangue. 
 Transporte de hormônios: hormônios são substâncias secretadas por certos órgãos, 
distribuídas pelo sangue e capazes de modificar o funcionamento de outros órgãos do 
corpo. A colecistocinina, por exemplo, é produzida pelo duodeno, durante a passagem do 
alimento, e lançada no sangue. Um de seus efeitos é estimular a contração da vesícula 
biliar e a liberação da bile no duodeno. 
 Intercâmbio de materiais: algumas substâncias são produzidas ou armazenadas em uma 
parte do corpo e utilizadas em outra parte. Células do fígado, por exemplo, armazenam 
moléculas de glicogênio, que, ao serem quebradas, liberam glicose, que o sangue leva 
para outras células do corpo. 
 Transporte de calor: o sangue também é utilizado na distribuição homogênea de calor 
pelas diversas partes do organismo, colaborando na manutenção de uma temperatura 
adequada em todas as regiões; permite ainda levar calor até a superfície corporal, onde 
pode ser dissipado. 
 Distribuição de mecanismos de defesa: pelo sangue circulam anticorpos e células 
fagocitárias, componentes da defesa contra agentes infecciosos. 
 Coagulação sanguínea: pelo sangue circulam as plaquetas, pedaços de um tipo celular 
da medula óssea (megacariócito), com função na coagulação sanguínea. O sangue contém 
ainda fatores de coagulação, capazes de bloquear eventuais vazamentos em caso de 
rompimento de um vaso sanguíneo. 
3.6.1. Coração 
É um órgão muscular com a forma de um cone truncado, situado entre os dois pulmões no 
mediastino anterior. Repousa sobre o diafragma e está envolvido por uma membrana, o pericárdio. O 
peso varia de 300 g no homem e pouco menos na mulher, dependendo da idade. É dividido em duas 
metades, direito e esquerdo por um septo. Cada metade se compõe de uma pequena cavidade chamada 
de átrio, com paredes delgadas,que recebe sangue das veias, e outro, chamado ventrículo, maior, com 
paredes espessas, que impele o sangue para as artérias. Ambos os lados batem juntos num ciclo de 
três fases: diástole, sístole atrial e sístole ventricular. 
É constituído do músculo cardíaco, que se contraí automaticamente sem cessar. Este músculo 
combina características dos dois outros tipos de músculos existentes no corpo humano: os estriados 
e os lisos. Os músculos estriados são voluntários, movem-se com rapidez, mas cansam depressa. Os 
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músculos lisos são involuntários. O músculo do coração é as duas coisas; faz o coração bater a um 
ritmo estável, mas é capaz de mudar o ritmo rapidamente, se necessário for. Sua função é bombear o 
sangue pelo corpo. 
 
O coração possui 4 cavidades cardíacas, 2 átrios e 2 ventrículos. Cada átrio comunica-se com 
o ventrículo do mesmo lado. Nemátrios nem ventrículos podem comunicar-se entre si. As cavidades 
são recobertas por uma capa de tecido elástico, branco e de aspecto liso e brilhante. 
 Átrio Direito: Situado acima e à esquerda do coração. Nele desembocam as veias cavas 
superiores e inferiores, é separado do átrio esquerdo pelo septo interatrial e do ventrículo 
direito por um orifício no qual se encontra a válvula “atrioventricular” direita que,também 
recebe o nome de “tricúspide”. 
 Átrio Esquerdo: Situado acima e à direita no coração. Nele desembocam as vias 
pulmonares direitas e esquerdas, que transportam sangue oxigenado. Está separado do 
ventrículo esquerdo por um orifício onde se encontra a válvula “mitral” que, também 
recebe o nome de “bicúspide”. 
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 Ventrículo Direito: Situado abaixo e à esquerda no coração. Cavidade maior que o átrio 
e com uma musculatura mais potente, separada do outro ventrículo pelo septo 
interventricular, a ele chega sangue pobre em oxigênio proveniente do átrio direito que, é 
expulso para a artéria pulmonar através da válvula pulmonar. 
 Ventrículo Esquerdo: Situado abaixo e à direita, no coração. Cavidade com parede 
muscular mais potente, pois deve expulsar o sangue oxigenado do átrio esquerdo através 
da válvula aórtica para grande circulação. 
 
Além dessas cavidades, o coração possui três camadas: 
 
 Pericárdio: Membrana dupla que envolve o coração. É como se o coração fosse 
protegido por uma “embalagem plástica”. 
 Miocárdio: Camada intermediária e musculosa do coração. É a mais importante das três, 
pois através dela, o coração realiza sua função de “bomba”. 
 Endocárdio: Fina membrana que reveste as cavidades do coração. 
 
Para o coração realizar a sua função de bombeamento de sangue, efetua movimentos de 
contração e relaxamento da musculatura das suas cavidades, que se chamam sístole e diástole. 
 Sístole: É o período de contração, no caso dos ventrículos, para expulsar o sangue 
proveniente dos átrios para as artérias pulmonares e aorta. 
 Diástole: É o período de relaxamento, no caso dos ventrículos, simultâneos ao da 
contração dos átrios, permitindo a passagem do sangue dos átrios para os ventrículos. Este 
ciclo repete-se sem cessar. 
 
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Ao apoiar a mão sobre o peito, pode-se apreciar os batimentos do coração: o primeiro 
corresponde à diástole e o segundo à sístole. 
 
A frequência dos batimentos cardíacos é controlada pelo sistema de condução elétrica do 
coração. O coração depende desse sistema para que se contraia entre 60 a 80 vezes por minuto e que 
mantenha um ritmo. É constituído pelo nó sinoatrial, situado entre o átrio e a veia cava superior, onde 
se iniciam os impulsos elétricos responsáveis pela contração cardíaca. Posteriormente estimula-se o 
nó atrioventricular, situado onde seu nome indica. Seguir-se-á o fascículo atrioventricular, e os seus 
ramos,anterior e posterior, imbricados no septo interventricular e ao longo das paredes laterais dos 
ventrículos. Desta forma, termina a estimulação cardíaca que, corresponde a dois batimentos 
consecutivos. 
A cada batida do coração, o sangue bombeado por ele pressiona e expande as paredes arteriais 
pelo lado de dentro, no esforço que é chamado pressão arterial. Quando o coração se contrai, 
impelindo o sangue para as artérias, ocorre a pressão máxima, chamada sistólica. Depois, o coração 
relaxa e se enche de sangue: a pressão vai ao mínimo e é chamada diastólica. 
A pressão arterial – PA é influenciada pelas atividades do corpo: tende a aumentar com a idade 
e varia também de acordo com raça e sexo. Quando a pressão sobe além de um certo nível,considera-
se que há hipertensão. E se ela fica abaixo de determinado valor, diz-se que há hipotensão. 
A pressão é medida com um esfignomanômetro, também conhecido como tensiômetro. A 
leitura corresponde à altura em milímetros (mm) da coluna de mercúrio (Hg) do instrumento, 
informando primeiro a pressão sistólica e depois a diastólica. Uma medida considerada normal pela 
Sociedade Brasileira de Cardiologia é 120/80 mm Hg. 
Para reagir a esforços físicos, sustos ou medo, o coração se acelera, aumentando o fluxo de 
sangue oxigenado e elevando a pressão. Em um resfriamento súbito, os capilares junto à pele se 
contraem para conservar o calor do corpo e a pressão também sobe. O sistema nervoso controla todas 
as reações. A circulação sanguínea pode ser dividida em 2: pequena e grande circulação. 
 Circulação Pulmonar ou Pequena Circulação: Coração – Pulmões –Coração. Na 
Pequena Circulação ou Circulação Pulmonar as veias cavas superior e inferior levam 
sangue ao átrio direito, daí através da válvula tricúspide, chega ao ventrículo direito, 
sendo então conduzido à artéria pulmonar que leva aos pulmões. Retorna ao átrio 
esquerdo do coração pelas veias pulmonares. 
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 Circulação Sistêmica ou Grande Circulação: Coração – Órgãos –Coração. Na 
Circulação Sistêmica ou Grande Circulação o sangue passa do átrio esquerdo ao 
ventrículo esquerdo pela válvula bicúspide ou mitral. Do ventrículo esquerdo é bombeado 
para o corpo saindo pela válvula aórtica e artéria aorta, retornando ao átrio direito pelas 
veias cavas. 
 
 
 Circulação Coronária: Está encarregada de alimentar o músculo cardíaco. É um 
agrupamento de artérias e veias dispostas em forma de anel, ao nível do sulco, entre 
os átrios e os ventrículos. As artérias coronárias são provenientes da aorta, e as veias 
desembocam no seio coronário. Se for obstruída a circulação coronária, dá-se o 
enfarto do miocárdio. 
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3.6.2. Sangue 
Único órgão líquido do corpo. Sua cor varia do vermelho ao roxo, dependendo da quantidade 
de oxigênio presente. Temos cerca de 5 litros de sangue no corpo. Sua função é recolher o produto 
do metabolismo celular – anabólicos (hormônios, proteínas, etc.) distribuindo-o e os resíduos – 
catabólicos (CO², acido lático, etc.) eliminando-o. Transportar oxigênio e nutrientes para todas as 
células do corpo. Deixar o dióxido de carbono nos pulmões e o restante no fígado e rins. Suas 
substâncias químicas especiais fecham os cortes da pele Formando coágulos e impedindo a 
continuidade dos sangramentos. Seus glóbulos brancos combatem infecções provocadas por vírus e 
bactérias. Controlar a temperatura do corpo: absorve calor de órgãos como o fígado e o coração, 
deixando-os mais frios e descansados. 
É composto de duas partes: plasma e elementos figurados (eritrócitos, leucócitos e trombócitos). 
 Plasma: É formado por 90% de H2O, e o restante de proteínas, glicose, sais minerais e 
outras substâncias. Contém os elementos nutritivos, substâncias excretadas dos tecidos e 
o produto de várias glândulas. 
 Hemácias: Composta por 1 eritrócito e sua hemoglobinas, células sem núcleo, 
especializadas no transporte de O² dos pulmões e no retorno trazem CO². São produzidas 
no interior dos ossos, a partir de células da medula vermelha, vivem em média 120 dias 
em circulação, depois perdem sua capacidade e são destruídas no baço e no fígado. 
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 Leucócitos ou Glóbulos Brancos: São células de forma variável e possuem núcleo. São 
produzidos pela medula óssea e pelos gânglios linfáticos. Após desempenhar sua função, 
morrem normalmente em outros tecidos. Três tipos de leucócitos são encontrados no 
sangue: os granulócitos, os linfócitos e os monócitos. Os leucócitos apresentam dois 
fenômenos importantes: Diapedese

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