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Semiologia respiratória-PARTE II- INSPEÇÃO ESTÁTICA

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Semiologia 
Exame Físico do Aparelho Respiratório 
Parte II- Inspeção estática 
› Na inspeção estática examinam-se a forma do tórax e 
suas anomalias congênitas ou adquiridas, localizadas ou 
difusas, simétricas ou não. Descrição de alterações cutâneas, 
subcutâneas, ósseas, cartilaginosas, articulares. 
DESCRIÇÃO NORMAL → Tórax de forma atípica, volume 
atípico, simétrico, ausência de lesões de pele, retrações ou 
abaulamentos da parede. Ausência de baqueteamento 
digital e cianose. 
 
FORMA DO TÓRAX 
• Tórax normal ou atípico: 
A forma do tórax 
apresenta variações em 
relação à idade, ao sexo e 
ao biotipo. No adulto em 
geral, há predomínio do 
diâmetro transverso 
sobre o A-P. 
 
• Tórax infundibuliforme 
(pectus excavatum ou 
tórax de sapateiro): 
Caracteriza-se pela 
presença de uma 
depressão mais ou menos 
acentuada ao nível do 
terço inferior do esterno e região epigástrica. Normalmente 
de origem congênita. Quando muito acentuado pode 
produzir distúrbio pulmonar restritivo. 
• Tórax instável 
traumático: quando são 
fraturadas várias 
costelas, observam-se 
movimentos torácicos 
paradoxais, ou seja, na 
inspiração a área 
correspondente 
desloca-se para dentro; na expiração, para fora. 
• Tórax cariniforme 
(pectus carinum): 
esterno proeminente 
(“peito de pombo”). 
Pode ser de origem 
congênita ou adquirida 
(raquitismo na 
infância). 
 
• Cifoescoliose torácica 
Anormalidades de curvaturas da coluna: 
Tórax cifótico: É decorrente do encurvamento posterior da 
coluna torácica, seja por defeito de postura ou por lesão de 
vértebras torácicas. 
Tórax escoliótico: O tórax torna-se assimétrico em 
consequência do desvio lateral do segmento torácico da 
coluna vertebral. 
Tórax cifoescoliótico: decorre da combinação de uma 
alteração cifótica, com desvio lateral da coluna vertebral 
(escoliose). A cifoescoliose pode produzir restrição grave da 
expansão torácica, causando insuficiência respiratória. 
• Tórax em tonel (globoso): 
é aquele em que o diâmetro 
AP é muito aumentado 
(devido a hiperinsuflação 
pulmonar), sendo um tórax 
menor pois há achatamento 
e horizontalização das 
costelas. É comum em 
pacientes com enfisema e DPOC. Também pode surgir em 
pessoas idosas livres de qualquer doença pulmonar. 
• Tórax em sino ou piriforme: A porção inferior torna-se 
alargada como a boca de um sino, lembrando um cone de 
base inferior. Surge nas grandes hepatoesplenomegalias e na 
ascite volumosa. 
• Tórax chato ou plano: a parede anterior perde sua 
convexidade; a musculatura é pouco desenvolvida, de modo 
que as escápulas estão mais baixas, afastando-se do tórax e 
configurando o chamado tórax alado. É um tórax típico em 
longilíneos e está associado à maior incidência de 
pneumotórax nesses. 
CIRCULAÇÃO COLATERAL 
↪ Tipo cava superior - Identificadas pela turgência das veias 
na região ântero-superior do tórax; 
- Obstrução da cava superior / fluxo descendente / (TU 
mediastino e pulmão, aneurisma de AO). 
Semiologia 
 
↪ Tipo braquiocefálica- Localizada ântero-lateralmente. 
- Obstrução do tronco braquicefálico/ fluxo ascendente/(TU 
mediastino/ mediastinte/TU pulmão/ aneurismas do 
tronco). 
 
Usar a técnica dos dois dedos comprimindo a veia p/ ver 
direção do fluxo. 
COLORAÇÃO 
Deve-se observar a coloração da pele do paciente, 
destacando- se a cianose e a palidez, lembrando-se de que 
nem sempre há cianose, mesmo na hipoxemia grave. Para 
que haja cianose, é preciso que o paciente tenha, pelo menos, 
5% de hemoglobina reduzida. Pesquisá-la na pele, nas 
unhas, nos lábios e na mucosa oral. 
↪ Cianose central é devida à menor saturação arterial em 
função do transporte insuficiente de O2 até o pulmão ou pela 
presença de shunt cardíaco direita-esquerda. 
↪ Cianose periférica é devida à vasoconstrição e pode 
aparecer em várias condições, tais como exposição ao frio e 
quando o débito cardíaco for baixo. Os enfisematosos tipo 
BB (azul pletórico) apresentam-se mais cianóticos que os do 
tipo PP (soprador rosado). 
EXTREMIDADES 
• Baqueteamento digital: o baqueteamento ocorre quando há 
um ângulo maior do que 190 graus na implantação da unha, 
algo que pode ser observado ao se aproximarem dois dedos 
entre si. 
› Em pessoas normais, os dois dedos, quando juntos entre si, 
formam um pequeno losango, enquanto em pacientes com 
baqueteamento, esse losango não é visto. 
› A ausência do losango no baqueteamento caracteriza o 
sinal de Schamroth, que não é patognomônico de nenhuma 
doença, mas ocorre em diversas síndromes crônicas, como 
DPOC e câncer*. 
 
 
* Hipocratismo digital causas: 
Pulmonares: neoplasia pulmonar maligna, mesotelioma, 
abscesso pulmonar, empiema, fibrose cística, 
bronquiectasias, pneumopatia intersticial crônica, 
sarcoidose, pneumoconiose, má-formação arteriovenosa; 
- Apenas DPOC não causa baqueteamento digital – 
normalmente está acompanhado de outras doenças 
pulmonares. 
Gastrointestinais e hepáticas: cirrose hepática, cirrose biliar 
primária, adenocarcinoma de esôfago, adenocarcinoma de 
cólon, doença inflamatória intestinal; 
Cardiovasculares: cardiopatia congênita cianótica, 
endocardite bacteriana subaguda; 
Outras: familiar, idiopática. 
MAMAS 
As mamas devem ser examinadas pela inspeção e 
palpação e comparadas quanto ao volume, posição do 
mamilo e existência de nódulos. 
↪ Pacientes mastectomizadas por neoplasia estão sujeitas a 
metástases pulmonares que se manifestam por nódulo 
pulmonar solitário ou derrame pleural. 
↪ Ginecomastia pode denunciar um carcinoma brônquico 
(manifestação paraneoplásica). Outros exemplos: cirrose, 
tuberculose em estágio avançado. 
LESÕES ELEMENTARES 
Na pele além da coloração e o grau de hidratação, 
observam-se se há lesões elementares sólidas, 
correlacionando-as com as doenças pulmonares: 
Semiologia 
› Pápulas e ulcerações → paracoccidioidose; 
› Tubérculos → tuberculose e a sarcoidose; 
›Nódulos → eritema nodoso ou sarcoidose e eritema 
indurativo de Bazin; 
› Urticária → alergia; 
› Vegetações → paracoccidiodose, tuberculose e epiteliomas. 
Quanto às lesões de conteúdo líquido, isto é, as 
vesículas, as bolhas, as pústulas e os abscessos, estabelecer 
suas correlações: 
› Impetigo → pneumonia estafilocócica (principalmente na 
criança); 
› Abscesso frio → tuberculose. 
SISTEMA MUSCULAR 
O sistema muscular será examinado de maneira 
comparativa, a fim de que se possam surpreender alterações 
tróficas de certos grupos musculares. Alguns sinais: 
❖ Sinal de Ramond: corresponde à contratura da 
musculatura paravertebral torácica unilateral e indica 
comprometimento pleural inflamatório ipsilateral. 
❖ Sinal de Lemos Torres: caracterizado pelo abaulamento 
dos espaços intercostais durante a expiração localizado nas 
bases pulmonares (3 últimos espaços intercostais), na face 
lateral do hemitórax e indica derrame pleural. 
ABAULAMENTOS 
É importante identificar sua presença e caracterizá-los 
em difusos (ex. pneumotórax) ou localizados, e esses ainda 
se dividem em pulsáteis (ex. aneurisma de aorta) e não-
pulsáteis (ex. cisto). 
PARTES ÓSSEAS 
 
Nas partes ósseas, deve-se procurar retrações e 
abaulamentos difusos ou localizados. Uma lesão tuberculosa 
de certa extensão, mesmo tratada corretamente, deixa sua 
marca, provocando redução volumétrica do hemitórax 
comprometido. 
Os abaulamentos localizados traduzem a presença de 
alguma alteração subjacente: neoplasia, aneurisma e 
hipertrofia do ventrículo direito nas crianças. Fraturas de 
costelas são causas frequentes de abaulamentos ou 
retrações localizadas. 
Os sulcos de Harrison e o rosário raquítico são 
deformidades bilaterais, quase sempre simétricas. 
❖ Sulcos de Harrison: resultam da redução da curvatura dos 
arcos costais na altura das articulações condroesternais, 
formando um canal raso em cada hemitórax. 
❖ Rosário raquítico: série de pequenas saliênciasósseas que 
surgem na união das costelas com as cartilagens estemais. 
 
MORFOLOGIA DO TÓRAX 
Pelo ângulo de Charpy, que se localiza na junção xifo-
esternal, é possível encontrar o biótipo ou tipo morfológico 
do paciente. 
➔ No normolíneo, o ângulo de Charpy é igual a 90°; no 
longilíneo, menor que 90°; e no brevilíneo, maior que 
90°. 
 
POSIÇÃO DA TRAQUEIA 
 
HIPERTROFIA LINFONODAL 
Em relação ao crescimento 
linfonodal, deve-se destacar 
principalmente o gânglio de 
Virchow, localizado na região 
supraclavicular esquerda. A 
hipertrofia desse gânglio, 
chamada tanto de sinal de 
Troisier quanto sinal de 
Virchow, indica neoplasias 
torácicas e abdominais, em especial câncer de estômago.

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