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Incontinência Fecal: · Sintoma de grande impacto psicossocial · Causas variáveis · Frequentemente omitido ou incompreendido (sendo até entendido algumas vezes como diarreia pelo paciente) · A incontinência fecal é um sintoma apenas, mas que pode ser dividida em 2 grupos: · Degenerativa (“idiopática”) · Predomínio em mulheres > 50 anos de vida · Relacionado à história obstétrica · Evolução gradual e progressiva (primeiro se perde a capacidade de contenção de gases, depois de líquidos e por último de sólidos) · Associada a alterações genitourinárias · Sem evidências de ruptura esfincteriana · Traumática · Independente de faixa etária · Relacionado ao trauma esfincteriano · Início abrupto · Presença de ruptura esfincteriana · Incontinência Fecal Degenerativa/Idiopática: · Anatomia do Assoalho Pélvico; · O músculo levantador do ânus é o principal músculo do assoalho pélvico, de modo que faz a sustentação desse assoalho. Além disso, o m.levantador do ânus funciona como um funil para as estruturas do assoalho pélvico, sendo perfurado pelo reto, pela vagina e pela uretra. · O m.levantador do ânus é o que separa o espaço pelve-retal do espaço ísquio-retal, fixando-se lateralmente sobre a fáscia do músculo obturador · · Por o músculo levantador do ânus ser um dos principais músculos ligados a continência do reto, é importante se ater ao fato de que as mulheres durante um trabalho de parto vaginal podem submeter esse músculo a grande estresse. Embora esse estresse não necessariamente rompa o músculo durante o trabalho de parto, com o passar do tempo e com múltiplos trabalhos de parto, já quando perto da velhice, a mulher pode experienciar incontinência fecal. · Sintomas: · Predominante em mulheres > 50 anos · Incontinência progressiva (gases – líquidos – sólidos) · Associação frequente à incontinência urinária, colapso das paredes vaginais · Exame físico: · Hipotonia do canal anal e até encurtamento do canal anal · Má oclusão anal · Descida perineal aos esforços (visto através de um abaulamento da parede com aumento da pressão abdominal) · Tratamento Conservador: · Objetivo: · Equilibrar a possibilidade de contenção das fezes, o que é mais facilmente alcançável com fezes mais secas/endurecidas · Esvaziar a ampola retal · Medicações orais: pectina, loperamida, codeína, amitriptilina etc. · Esvaziamento retal periódico: irrigações, enemas, lavagens, supositórios · Formadores do bolo fecal · Biofeedback · Preenchimento do canal anal · Esses tratamentos são mais eficientes quanto mais competente for o esfíncter anal · Tratamento Cirúrgico: · Uma das primeiras abordagens cirúrgicas foi a plástica muscular (em que se tentava aumentar a tensão do músculo elevador do ânus e dos músculos esfíncteres), mas apresentou um resultado pouco satisfatório, com altas taxas de recidiva. · Outra abordagem tentada foi a utilização de próteses/esfíncteres artificiais, mas apresentaram complicações frequentes o que também tornou pouco viável o seu uso. · · Atualmente, uma das abordagens mais promissoras é a neuromodulação sacral, em que se implanta um dispositivo em região sacral que consegue gerar um estímulo elétrico capaz de estimular a musculatura do assoalho pélvico. · · Incontinência Fecal Traumática: · Independente de faixa etária · Relacionada ao trauma esfincteriano -> o mais frequente é o trauma obstétrico, em que de fato ocorre a ruptura do músculo elevador do ânus ou da musculatura esfincteriana · Início abrupto · Presença de ruptura esfincteriana · A sintomatologia irá depender do grau de lesão que o trauma obstétrico gerou. · Causas: · Obstétricas · Iatrogênicas (fistulectomias – ou seja, o tratamento cirúrgico de fístulas anais) · Outros (acidentes automobilísticos, violência sexual) · Tratamento cirúrgico: reparo esfincteriano é o objetivo nesse caso · Nesse caso, tem-se a priori uma musculatura funcional ainda, que só não está atuante pela lesão, de modo que um reparo precoce possivelmente restaura a funcionalidade do esfíncter · · Sutura dos cotos esfincterianos rompidos, com aposição das extremidades · · Lesões mais extensas, em que há perfuração até do reto e rompimento do músculo elevador do ânus demandam reconstruções mais cautelosas, com colostomias transitórias até cicatrização do tecido · · Casos de lesões com fistulização perineal e/ou comunicação entre vaginal e reto demandam reconstruções extensas, com separação do reto e da vagina, reestabelecendo o períneo que separa essas duas estruturas
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