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Capítulo 1: Crimes contra a administração pública • O que é administração pública para o direito penal? Todos os entes públicos, ou seja, toda a atividade funcional do estado. - Princípios: Legalidade, Impessoalidade, Moralidade, Publicidade e Eficiência. • Funcionário público para o Direito Penal: Art. 327 do CP - Considera-se funcionário público, para os efeitos penais, quem, embora transitoriamente ou sem remuneração, exerce cargo, emprego ou função pública. Estagiários e mesários são equiparados. • Crime funcional Próprio: Só pode ser praticado por funcionário público, senão tiver essa elementar do tipo, não será considerado crime. Ex: prevaricação - Art. 319 do CP. • Crime funcional Impróprio: São aqueles nos quais, caso seja excluída a elementar do tipo, a conduta será tipificada como outro crime, ex: peculato -> apropriação indébita ou furto. • Crimes em espécie: • Peculato: Art. 312 do CP: Apropriar-se o funcionário público de dinheiro, valor ou qualquer outro bem móvel, público ou particular, de que tem a posse em razão do cargo, ou desviá-lo, em proveito próprio ou alheio: Pena - reclusão, de dois a doze anos, e multa. - Subtração de coisas pertencentes ao estado. - Admite concurso de pessoas desde que o estranho a adm. pública tenha conhecimento da condição do sujeito ativo. - Tipos de peculato: Peculato apropriação (Art. 312, caput, 1° parte, CP); Peculato desvio (Art. 312, caput, parte final CP); Peculato furto (Art. 312 §1°, CP); Peculato culposo (Art. 312 §2° do CP); Peculato mediante erro de outrem (Art. 313, CP); Peculato eletrônico (Art. 313-A e 313- B do CP) • Concussão: Art. 316 do CP: Exigir para si ou para outrem, direta ou indiretamente, ainda que fora da função ou antes de assumi-la, mas em razão dela, vantagem indevida: Pena: reclusão de 2 a 8 anos, e multa. - Também chamado de delito de extorsão. - A vantagem indevida pode ser de qualquer natureza, seja ela econômica ou patrimonial, moral, sexual, entre outras. - O agente exige algo. - Delito próprio: sendo o funcionário público sujeito elementar do tipo. - O delito se configura no momento em que o agente exige algo, sendo o pagamento um exaurimento da conduta. - Excesso de exação: Admite como sujeito ativo o funcionário encarregado da arrecadação do tributo ou contribuição social. §1° Se o funcionário exige tributo ou contribuição social que sabe ou deveria saber indevido, ou, quando devido, emprega na cobrança meio vexatório ou gravoso, que a lei não autoriza: Pena - reclusão, de 3 (três) a 8 (oito) anos, e multa. - Figura qualificada: §2º - Se o funcionário desvia, em proveito próprio ou de outrem, o que recebeu indevidamente para recolher aos cofres públicos: Pena - reclusão, de 2 (dois) a 12 (doze) anos. - Admite o concurso de pessoas e comunicabilidade da elementar funcionário público, desde que o particular que concorre para o crime, tenha ciência da condição de funcionário público, conforme Art. 30 do CP. • Corrupção passiva: Art. 317 do CP: Solicitar ou receber, para si ou para outrem, direta ou indiretamente, ainda que fora da função ou antes de assumi-la, mas em razão dela, vantagem indevida, ou aceitar promessa de tal vantagem: Pena - reclusão, de 2 (dois) a 12 (doze) anos, e multa. - O agente solicita algo. - Tipo penal de ação múltipla/ Tipo misto: (a) solicitar vantagem indevida – a proposta emana do agente público e consuma-se independentemente da entrega da vantagem; (b) receber vantagem indevida – a proposta emana do terceiro e consuma-se no momento em que o agente recebe a vantagem indevida e (c) aceitar promessa de tal vantagem: neste caso, não é necessário o recebimento da vantagem; o delito restará consumado com o mero consentimento do agente público. Ressalta-se que nas condutas de receber vantagem indevida ou aceitar promessa de tal vantagem, haverá bilateralidade de condutas – corrupção ativa e passiva. - Elementares do delito: a vantagem indevida de qualquer natureza. - A conduta deve guardar relação com a função exercida pelo funcionário público, ou seja, deve existir relação de causalidade entre a solicitação de vantagem indevida com a contraprestação do agente público. Caso o agente pratique qualquer destas condutas sem que tenha competência específica, mas valendo-se da sua função, a conduta será advocacia administrativa, prevista no art. 321 do CC ou tráfico de influência, previsto no art. 332 do CC. - Corrupção passiva privilegiada: §1° - caso o funcionário retarde ou deixe de praticar qualquer ato de ofício ou o pratica infringindo dever funcional, em consequência da vantagem. Pena aumentada em 1/3. - Corrupção passiva majorada: §2° - o funcionário não visa atender a interesse próprio, e acaba cedendo à solicitação de terceiro. Pena: detenção de 3 meses a 1 ano ou multa. • Facilitação de contrabando ou descaminho - Art. 318 do CP: Facilitar, com infração de dever funcional, a prática de contrabando ou descaminho, pena: reclusão de 3 a 8 anos e multa. - Contrabando: compreende toda a importação ou exportação cujo ingresso ou saída do país seja absoluta ou relativamente proibida. - Descaminho: compreende toda fraude empregada para iludir, total ou parcialmente, o pagamento de impostos de importação, exportação ou consumo. - a prática de contrabando ou descaminho exige que o funcionário público que a cometa seja o responsável pelo controle, fiscalização e impedimento da entrada de mercadoria proibida, no caso do contrabando, ou pelo controle, fiscalização e arrecadação de imposto devido, no caso de descaminho. • Prevaricação - Art. 319 do CP: retardar ou deixar de praticar, indevidamente, ato de ofício ou prática-lo contra disposição expressa de lei, para satisfazer interesse ou sentimento pessoal, pena: detenção de três meses a um ano, e multa. - STJ, APn 505-CE : é imprescindível para a configuração do delito de prevaricação, a indicação do dispositivo de lei infringido pela ação ou inação do servidor público, bem como o elemento subjetivo específico, qual seja a motivação do autor do ato de ofício, não bastando somente afirmar a transgressão ao princípio da moralidade. - Prevaricação impropria, penitenciária, equiparada, etc. O crime de prevaricação imprópria consiste em "deixar o Diretor de Penitenciária e/ou agente público, de cumprir seu dever de vedar ao preso o acesso a aparelho telefônico, de rádio ou similar, que permita a comunicação com outros presos ou com o ambiente externo" (CP, art. 319-A). Embora o nome seja “prevaricação impropria”, esta é delito próprio, assim, o sujeito ativo somente pode ser diretor de penitenciária ou agente público. • Condescendência Criminosa - Art. 320 do CP: deixar o funcionário, por indulgência, de responsabilizar subordinado que cometeu infração no exercício do cargo ou, quando lhe falte competência, não levar o fato ao conhecimento da autoridade competente, pena: detenção, de 15 dias a um mês, ou multa. - Objeto material: a infração não punida ou não comunicada. - Delito próprio, doloso, omissivo, formal, de forma livre. - Não se confunde com prevaricação, pois neste a conduta omissiva do agente público visa satisfazer interesse ou sentimento pessoal próprio, enquanto no delito de condescendência criminosa a conduta do agente público tem por motivação a indulgência em relação a terceiro. • Advocacia administrativa - Art. 321 do CP: Art. 321 - Patrocinar, direta ou indiretamente, interesse privado perante a administração pública, valendo-se da qualidade de funcionário: Pena - detenção, de um a três meses, ou multa. Parágrafo único - Se o interesse é ilegítimo, Pena - detenção, de três meses a um ano, além da multa. - O Código Penal, em seu artigo 321, descreve o delito de advocacia administrativa e prevê, como conduta criminosa, o ato de um servidor público defender interesses particulares, junto ao órgão da administraçãopública onde exerce suas funções. Cabe https://www.jusbrasil.com.br/legislacao/111984002/c%C3%B3digo-penal-decreto-lei-2848-40 https://www.jusbrasil.com.br/topicos/28003795/artigo-319a-do-decreto-lei-n-2848-de-07-de-dezembro-de-1940 salientar, que o patrocínio pode configurar-se como um mero favor, não sendo exigido, portanto que o agente público receba qualquer vantagem. - Concurso formal com crimes de concussão, corrupção ativa e passiva. • Violência arbitrária - Art. 322 - Praticar violência, no exercício da função ou a pretexto de exerce-la: pena: detenção de 6 meses a três anos, e multa. • Abandono de função - Art. 323 - Abandonar cargo público, fora dos caso permitidos em lei: pena: detenção de 15 dias a 1 mês ou multa. - Se do fato resulta prejuízo público - pena de 3 meses a 1 ano e multa; - Se ocorre em lugar compreendido na faixa de fronteira: detenção de 1 a 3 anos e multa. • Exercício funcional ilegalmente antecipado ou prolongado - Art. 324 - Entrar no exercício de função pública antes de satisfeitas as exigências legais, ou continuar a exercê-la, sem autorização, depois de saber oficialmente que foi exonerado, removido, substituído ou suspenso; Pena - detenção, de quinze dias a um mês, ou multa. - Para caracterização do delito é necessário que o agente público tenha sido comunicado pessoalmente pela autoridade superior, não sendo suficiente a publicação em Diário oficial para configuração do delito. - a) exoneração: perda do cargo; b) remoção: mudança do funcionário de um posto para outro, sendo mantido o cargo; c) substituição: colocação de um funcionário em local de outro; d) suspensão: sanção disciplinar na qual o funcionário é afastado temporariamente do cargo ou função. Dos crimes praticados por particular contra a Administração Pública - art. 328 a 344 do CP • Usurpação de função pública - Art. 328 CP - - Ocorre quando alguém exerce ou pratica ato de uma função que não lhe é devida, praticando uma função alheia ou algum ato ou vontade correspondente. Todavia, a função usurpada há de ser absolutamente estranha ao usurpador para a configuração do crime, além de ser imprescindível a presença do funcionário público. - Suj. ativo: particular; Suj. passivo: Administração pública. - Distinção do delito de estelionato (art.171 do CP) e da contravenção penal prevista no art. 45 do Decreto-lei nº 3.688/41: No delito de estelionato, o agente se faz passar por funcionário público para induzir a vítima a erro e obter alguma vantagem ilícita de caráter patrimonial; já na contravenção penal de fingir-se de funcionário público, o agente não pratica qualquer ato de atribuição do funcionário público. Por outro lado, no caso de usurpação de função pública, caso o agente venha a auferir alguma vantagem ilícita, esta será decorrente do exercício indevido de função pública e restará caracterizada a figura qualificada prevista no parágrafo único do art. 328 do Código Penal. • Resistência - Art. 329 CP - Opor-se à execução de ato legal, mediante violência ou ameaça a funcionário competente para executa-lo ou a quem lhe esteja prestando auxílio. Pena: detenção de 2 meses a 2 anos. - Violência praticada durante a prática do ato legal com a finalidade de impedir sua execução. - Sujeito ativo: particular e passivo: Funcionário público. - Embriaguez não exclui o delito de resistência, salvo nos casos de embriaguez oriunda de caso fortuito ou força maior, conforme disposto no art. 28 do CP. • Desobediência - Art. 330 CP - Desobedecer a ordem legal de funcionário público, pena: detenção de 15 dias a 6 meses e multa. - Desobediência x Resistência: caso o agente pratique a denominada resistência passiva, sem o emprego de violência ou ameaça, restará caracterizado o delito de desobediência, previsto no art. 330 do Código Penal. Por outro lado, no caso da prática de resistência ativa, a conduta será tipificada como incursa na figura da resistência, sendo, desta forma, o delito de desobediência absorvido. • Desacato - Art. 331 do CP - Desacatar funcionário público no exercício da função ou em razão dela, pena: detenção de seis meses a dois anos ou multa. - Contempla como objetos materiais funcionário público e sua honra, na medida em que visa humilhar ou desrespeitar o funcionário público no exercício de suas funções. Possui como objeto material a honra funcional do agente público. - Finalidade: desprestigiar a função por ele exercida. • Tráfico de influência - Art. 332 do CP - Solicitar, exigir, cobrar ou obter, para si ou para outrem, vantagem ou promessa de vantagem, a pretexto de influir em ato praticado por funcionário público no exercício da função. Pena - Reclusão, de dois a cinco anos, e multa. - Paragrafo único: causa de aumento - aumentada da metade caso - Requisito: emprego de meio fraudulento, o agente se diz influente quando na verdade não exerce nenhum prestígio; deve tratar-se de funcionário público. • Corrupção Ativa - Art. 333 do CP - Oferecer ou prometer vantagem indevida a funcionário público, para determiná-lo a praticar, omitir ou retardar ato de ofício: - Ações ou condutas do particular afim de favorecer ou prometer vantagem indevida a funcionário público com o fim de determinar-lo a praticar, omitir ou retardar ato de ofício. - Causa de aumento: parágrafo único: - A pena é aumentada de um terço, se, em razão da vantagem ou promessa, o funcionário retarda ou omite ato de ofício. • Descaminho e contrabando - Art. 334 do CP - Iludir, no todo ou em parte, o pagamento de direito ou imposto devido pela entrada, saída ou consumo de mercadoria, pena: reclusão de 1 a quatro anos. - Se distinguem pois no descaminho o material é LÍCITO, enquanto no contrabando o material é ILÍCITO. - Ex de descaminho: passar pela alfândega sem declara todo o valor do conteúdo comprado na viagem. - Ex de contrabando: Mercadoria proibida como os produtos proibidos pela Anvisa. Dos crimes contra a administração da Justiça - Art. 339 a 359 do CP. • Denunciação caluniosa - Art. 339 do CP - Dar causa à instauração de inquérito policial, de procedimento investigatório criminal, de processo judicial, de processo administrativo disciplinar, de inquérito civil ou de ação de improbidade administrativa contra alguém, imputando-lhe crime, infração ético-disciplinar ou ato ímprobo de que o sabe inocente: Pena - reclusão, de dois a oito anos, e multa. § 1º - A pena é aumentada de sexta parte, se o agente se serve de anonimato ou de nome suposto. (figura majorada) § 2º - A pena é diminuída de metade, se a imputação é de prática de contravenção. - elementar: o acusador sabe que o acusado sabe que é inocente. (figura privilegiada) • Comunicação falsa de crime ou de contravenção - Art. 340 do CP - Provocar a ação de autoridade, comunicando-lhe a ocorrência de crime ou de contravenção que sabe não se ter verificado: Pena - detenção, de um a seis meses, ou multa. - Também chamado de trote. - Crime de menor potencial ofensivo. - Competência do JECRIM. • Auto-acusação falsa - Art. 341 do CP - Acusar-se, perante a autoridade, de crime inexistente ou praticado por outrem: Pena - detenção, de três meses a dois anos, ou multa. - Competência do JECRIM, crime de menor potencial ofensivo. - Caso o agente o pratique diante de outras pessoas, que não a autoridade pública, a conduta será atípica. • Falso testemunho ou falsa perícia - Art. 342 do CP - Fazer afirmação falsa, ou negar ou calar a verdade como testemunha, perito, contador, tradutor ou intérprete em processo judicial, ou administrativo, inquérito policial, ou em juízo arbitral: § 1o As penas aumentam-se de um sexto a um terço, se o crime é praticado mediante suborno ou se cometido com o fim de obter prova destinada a produzir efeito em processo penal, ou em processo civil em que for parte entidadeda administração pública direta ou indireta. § 2o O fato deixa de ser punível se, antes da sentença no processo em que ocorreu o ilícito, o agente se retrata ou declara a verdade." (NR) Art. 343 - Dar, oferecer ou prometer dinheiro ou qualquer outra vantagem a testemunha, perito, contador, tradutor ou intérprete, para fazer afirmação falsa, negar ou calar a verdade em depoimento, perícia, cálculos, tradução ou interpretação: Pena - reclusão, de três a quatro anos, e multa. - O réu pode se calar, mentir em relação ao crime pois não é obrigado a produzir provas contra si mesmo. • Coação no curso do processo - Art. 344 do CP - Usar de violência ou grave ameaça, com o fim de favorecer interesse próprio ou alheio, contra autoridade, parte, ou qualquer outra pessoa que funciona ou é chamada a intervir em processo judicial, policial ou administrativo, ou em juízo arbitral; Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa, além da pena correspondente à violência. • Exercício arbitrário das próprias razões - Art. 345 do CP - Fazer justiça pelas próprias mãos, para satisfazer pretensão, embora legítima, salvo quando a lei o permite: Pena - detenção, de quinze dias a um mês, ou multa, além da pena correspondente à violência. Parágrafo único - Se não há emprego de violência, somente se procede mediante queixa. • Fraude processual - Art. 347 do CP - Inovar artificiosamente, na pendência de processo civil ou administrativo, o estado de lugar, de coisa ou de pessoa, com o fim de induzir a erro o juiz ou o perito: Pena - detenção, de três meses a dois anos, e multa. Parágrafo único - Se a inovação se destina a produzir efeito em processo penal, ainda que não iniciado, as penas aplicam-se em dobro. • Favorecimento pessoal - Art. 348 do CP - Auxiliar a subtrair-se à ação de autoridade pública autor de crime a que é cominada pena de reclusão: Pena - detenção, de um a seis meses, e multa. § 1º - Se ao crime não é cominada pena de reclusão: Pena - detenção, de quinze dias a três meses, e multa. § 2º - Se quem presta o auxílio é ascendente, descendente, cônjuge ou irmão do criminoso, fica isento de pena. • Favorecimento real - Art. 349 do CP - Prestar a criminoso, fora dos casos de co-autoria ou de receptação, auxílio destinado a tornar seguro o proveito do crime: Pena - detenção, de um a seis meses, e multa. Art. 349-A. Ingressar, promover, intermediar, auxiliar ou facilitar a entrada de aparelho telefônico de comunicação móvel, de rádio ou similar, sem autorização legal, em estabelecimento prisional. Pena: detenção, de 3 (três) meses a 1 (um) ano. • Exoneração de prestígio - Art. 357 do CP - Solicitar ou receber dinheiro ou qualquer outra utilidade, a pretexto de influir em juiz, jurado, órgão do Ministério Público, funcionário de justiça, perito, tradutor, intérprete ou testemunha: Pena - reclusão, de um a cinco anos, e multa. Parágrafo único - As penas aumentam-se de um terço, se o agente alega ou insinua que o dinheiro ou utilidade também se destina a qualquer das pessoas referidas neste artigo. • Desobediência a decisão judicial sobre perda ou suspensão de direito - Art. 359 - Exercer função, atividade, direito, autoridade ou múnus, de que foi suspenso ou privado por decisão judicial: Pena - detenção, de três meses a dois anos, ou multa. Dos Crimes contra as finanças públicas - Art. 359 • Contratação de operação de crédito - Art. 359-A. Ordenar, autorizar ou realizar operação de crédito, interno ou externo, sem prévia autorização legislativa: Pena – reclusão, de 1 (um) a 2 (dois) anos. Parágrafo único. Incide na mesma pena quem ordena, autoriza ou realiza operação de crédito, interno ou externo: I – com inobservância de limite, condição ou montante estabelecido em lei ou em resolução do Senado Federal; (Incluído pela Lei nº 10.028, de 2000) II – quando o montante da dívida consolidada ultrapassa o limite máximo autorizado por lei. • Inscrição de despesas não empenhadas em restos a pagar - Art. 359-B. Ordenar ou autorizar a inscrição em restos a pagar, de despesa que não tenha sido previamente empenhada ou que exceda limite estabelecido em lei: Pena – detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos. • Assunção de obrigação no último ano do mandato ou legislatura - Art. 359-C. Ordenar ou autorizar a assunção de obrigação, nos dois últimos quadrimestres do último ano do mandato ou legislatura, cuja despesa não possa ser paga no mesmo exercício financeiro ou, caso reste parcela a ser paga no exercício seguinte, que não tenha contrapartida suficiente de disponibilidade de caixa: Pena - reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos. • Ordenação de despesa não autorizada - Art. 359-D. Ordenar despesa não autorizada por lei: Pena – reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos. (Incluído pela Lei nº 10.028, de 2000) • Prestação de garantia graciosa - Art. 359-E. Prestar garantia em operação de crédito sem que tenha sido constituída contragarantia em valor igual ou superior ao valor da garantia prestada, na forma da lei: Pena – detenção, de 3 (três) meses a 1 (um) ano. • Não cancelamento de restos a pagar - Art. 359-F. Deixar de ordenar, de autorizar ou de promover o cancelamento do montante de restos a pagar inscrito em valor superior ao permitido em lei: Pena – detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos. • Aumento de despesa total com pessoal no último ano do mandato ou legislatura - Art. 359-G. Ordenar, autorizar ou executar ato que acarrete aumento de despesa total com pessoal, nos cento e oitenta dias anteriores ao final do mandato ou da legislatura: Pena – reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos. • Oferta pública ou colocação de títulos no mercado - Art. 359-H. Ordenar, autorizar ou promover a oferta pública ou a colocação no mercado financeiro de títulos da dívida pública sem que tenham sido criados por lei ou sem que estejam registrados em sistema centralizado de liquidação e de custódia: Pena – reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos. LEGISLAÇÃO EXTRAVAGANTE - LEI 8.072/90 - CRIMES HEDIONDOS • Para a doutrina, considera-se crime hediondo o delito que se mostre repugnante, asqueroso, sórdido, depravado, abjeto, horroroso e horrível, é um conjunto de crimes tratados de forma mais severa pela lei. • Possui caráter taxativo, ou seja, só será considerado crime hediondo caso esteja previsto em lei. • Não existe a possibilidade do preso cumprir a pena toda em regime fechado, devendo ocorrer a progressão de regime, desde que preenchidos determinados requisitos específicos: cumprimento de no mínimo 2/5 de pena, se o apenado for primário e 3/5, se reincidente. • Em caso de sentença condenatória, o juiz decidirá fundamentalmente se o réu poderá apelar em liberdade. (art. 2° §3°) • São considerados crimes hediondos: (Art. 1°) 1. Homicídio com grupo de extermínio e homicídio qualificado - art. 121 do CP 2. Lesão corporal dolosa de natureza gravíssima e lesão corporal seguida de morte, praticadas contra autoridade ou agente, forças armadas, policias, integrantes do sistema prisional, FNS, contra conjugue, companheiro ou parente consanguíneo até terceiro grau, em razão dessa condição. 3. Latrocínio. 4. Extorsão qualificada por morte, mediante sequestro e qualificada. 5. Estupro - art.213 caput - Estupro de vulnerável. 6. Epidemia com resultado morte - art. 267 1° do CP. 7. Falsificação de produto destinado a fins terapêuticos ou medicinais. 8. Favorecimento da prostituição, exploração sexual de criança adolescente ou vulnerável. 9. Genocídio tentado ou consumado. (LEI 8.072 NA ÍNTEGRA) • São insuscetíveis de anistia, graça, induto e fiança. (Art. 2°) • A delação premiada - art. 8°: causa de diminuição de 1 á 2/3 da pena, quando o participante e o associado denunciarem à autoridade a associação criminosa de modo a possibilitar seu desmantelamento. OBS; Somente se aplica ao delito de associação criminosa. ANISTIA GRAÇA INDUTO RELACIONADA AFATOS PASSADOS RELACIONADA A PESSOAS RELACIONADA A PESSOAS COMPETÊNCIA DO CONGRESSO NACIONAL COMPETÊNCIA DO PRESIDENTE DA REPÚBLICA COMPETÊNCIA DO PRESIDENTE DA REPUBLICA EXTINGUE A PENA E OS EFEITOS PENAIS DA SENTENÇA CONDENATÓRIA ATINGE SOMENTE OS EFEITOS SUBSTITUINDO OS DEMAIS PRINCIPAIS DA CONDENAÇÃO, DEPENDE DE PROVOCAÇÃO NÃO DEPENDE DE PROVOCAÇÃO COLETIVO INDIVIDUAL COLETIVO CONCEDIDO ANTES OU DEPOIS DO TRÂNSITO EM JULGADO C O N C E D I D O S Ó A P O S O SENTENÇA CONDENATÓRIA TRÂNSITO EM JULGADO DA NÃO GERA REINCIDÊNCIA GERA REINCIDÊNCIA GERA REINCIDÊNCIA EM REGRA, CRIMES POLÍTICOS CRIMES COMUNS CRIMES COMUNS http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l8072.htm • Prisão temporária - Art. 2° §4°: pode ser fixada pelo prazo de 30 dias, prorrogável por igual período, em caso de extrema e comprovada necessidade. OBS: Somente pode ser decretada no curso da investigação criminal, antes de instaurado o processo penal. • Crime de tortura equiparado aos hediondos - Art. 2°, caput.
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