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Materiais Protetores da polpa Aula e imagens autorais são da profª Ivana Froede Neiva Disciplina de Materiais Odontológicos II- UFPR Proteção: - Injúrias pulpares: fator responsável era devido ao pH dos materiais restauradores - Outros fatores: cárie, preparo cavitário entre outros Procedimento adesivo e fatores que o afetam Falta de adesão → microinfiltração → descoloração, fraturas, reincidência à cárie, sensibilidade pós operatória e reações pulpares Determinam o sucesso ou a falha de sistemas adesivos: - Tempo de condicionamento - Enxágue e secagem - Limpeza das superfícies de colagem entre outros O condicionamento é a preparação do tecido dentário para a penetração do material protetor, formando poros para os receber. - A dentina contém túbulos, com presença de umidade e prolongamentos odontoblásticos, fatores que dificultam a união de materiais na sua superfície. - O tempo de condicionamento pode variar, dependendo da exposição prévia ao flúor e outros. Um dente permanente com alto conteúdo de fluorapatita pode requerer tempo de condicionamento mais longo. Atualmente o tempo recomendado de condicionamento para a maioria dos géis é de 15 segundos Uma vez que o dente é condicionado, o ácido deve ser removido com enxágue cuidadoso: jato de água por uns 20 segundos. - Esmalte: é condicionado para ser tratado com um adesivo hidrofóbico. Secar com um jato de ar - Dentina: não suporta uma secagem tão agressiva, podendo causar quebra na união de fibras colágenas, impermeáveis à infiltração. A limpeza das superfícies de colagem é realizada para manter a superfície íntegra e livre de contaminantes. Uma contaminação pode diminuir o nível de energia da superfície condicionada, que deve ser alto. Uma vez estando baixo, dificulta o molhamento da superfície pelo adesivo, especialmente se o adesivo tiver tensão superficial alta. - Contato com a saliva ou sangue reduz as chances de formação de prolongamentos (tags) de resina e comprometer a resistência de união O CONDICIONAMENTO ÁCIDO é um modo bastante efetivo de melhorar a ADESÃO e a DURABILIDADE de restaurações, garantindo a integridade do selamento. PROPRIEDADES IMPORTANTES DOS MATERIAIS PROTETORES: - Bom isolante térmico e elétrico - Propriedade contra bactérias ou toxinas (evitar e diminuir a infiltração) - Adesão - Estimular a formação de resina restauradora - Resistência mecânica - Vedação da penetração de íons metálicos no dente - Ser insolúvel no meio bucal - Resistência mecânica RESUMIDAMENTE, vedar e selar a interface da restauração, resistência mecânica e biocompatibilidade Tipos de Materiais protetores: - Vernizes cavitários - Produtos a base de Ca(OH)2 - Cimento de Óxido de Zinco e Eugenol - Cimento Fosfato de Zinco - Cimento Ionômero de Vidro (CIV) - Adesivos Dentinários Ca(OH)2 é hemostático* Cavidade profundas e com risco de exposição da polpa requerem muita necessidade desses materiais Em cavidades profundas, se não utilizados de maneira correta, e com a espessura correta podem induzir necrose pulpar CLASSIFICAÇÃO Finalidade Materiais Selador Vedar e interface dente/restauração e o complexo dentinário Verniz cavitário e adesivo dentinário Capeador Proteção direta de áreas da polpa expostas Ca(OH)2 p.a Forrador Proteção indireta do complexo dentinário (até 0,5 mm) Cimento de Ca(OH)2 e CIV Base Cobrir o forramento ou capeamento (0,5 e 3,0 mm), devolvendo a geometria da cavidade Cimento de OZE e CIV Fatores que devem ser considerados: - Idade do paciente - Profundidade e extensão da cavidade - Quantidade e qualidade de dentina remanescente - Condição pulpar - Material de limpeza da cavidade - Material protetor e restaurador Idade: - Em um paciente jovem, primeiramente aplica-se o ácido fosfórico para a limpeza do esmalte por 15 segundos, fazendo a lavagem da cavidade, pelo mesmo tempo. Na dentina, faz a limpeza com ácido poliacrílico. Depois, aplica-se o Ionômero, que é uma base protetora, seguido de adesivo e resina composta - Em idosos, a polpa retrai com o passar dos anos, e acaba sobrando mais dentina, na maioria das vezes, acaba-se aplicando somente o ácido em esmalte e dentina e o material selador (adesivo dentinário) e resina composta, sem precisar de CIV para proteção, pois a espessura da dentina tende a ser maior. Quanto mais profundo menor é a dentina peri e intertubular. Se houver falha, acaba com a proteção. Então é importante cuidar para não agredir demais. **** Condição pulpar: - Fazer a radiografia e planejamento das cavidades, para ter certeza do procedimento que vai ser realizado - O ideal é que o material ou associação empregada proteja o dente contra agentes químicos, elétricos, térmicos e mecânicos, e ainda possa ser empregado como medicação pulpar Vernizes Cavitários - Líquido de certa viscosidade que se coagula nas paredes da cavidade sob a forma de uma película sólida, permeabilidade variável (clorofórmio, éter e acetona). Com 2 camadas, esperando 1 minuto por cada camada. - A primeira camada volatiliza, podendo formar microtrincas, a segunda é aplicada para formar uma melhor cobertura. Indicação: - Promover uma barreira contra a passagem de agentes irritantes de outros materiais - Reduzir a penetração de fluidos orais na interface dente-restauração - Sob cimento de fosfato de zinco: utilizava o material forrador e em cima esse cimento, que é um líquido ácido forte (ácido fosfórico), entrando em contato com a base, formava um sal. Não se utiliza mais Composição: - Convencional e Modificados (liners) Convencional: vernizes sem dispersão de pó Subst. sólida- dissolvida - Subst. líquida Liners: com dispersão de pó Verniz + suspensão de pó (ZnO e Ca(OH)2) Os liners foram pensados para melhorar a resistência, mas pioraram em relação à solubilidade. Nunca passar até a margem, sempre até a JAD e nunca até o ângulo cavo superficial! Componente principal é a resina natural (Copal) + resina sintética ou colofônia + solvente orgânico: éter, acetona, clorofórmio e álcool. Propriedades: Espessura do filme: 2 a 40 um - número de camadas - viscosidade do verniz Ângulo de contato: - Depende da limpeza da cavidade e da natureza do verniz Não é isolante térmico Qualquer impureza, não deixa ocorrer selamento qualificado Resistência mecânica desprezível: - pode ser facilmente removido durante e condensação do amálgama Reduz a permeabilidade dentinária em 69% - previne o escurecimento dental causado pelos produtos de corrosão do amálgama - reduz a infiltração marginal nas restaurações de amálgama recentes Verniz modificado ou liner - Pó de Ca(OH)2 e OZn em suspensão Ex.: Tubulidrox - Verniz a base de Nitrocelulose (evitar sinérese e embebição) Usado para a proteção de CIV Ex.: Vidrion V Verniz Fluoretado - Solução alcoolica de resina natural com fluoreto de sódio (50 ug/ml) Ex.: Duraflur, Fluorniz, Duraphat - Ideal para crianças, comer somente depois de 3 a 4 horas, para evitar solubilização. Usados em dentes recém irrompidos (ex: 1M permanentes) É imprescindível que o CD tenha no consultório o verniz a base de nitrocelulose e o fluoretado Hidróxido de Cálcio Estimular a formação de dentina esclerosada, reparadora e proteger a polpa contra os estímulos termoelétricos e a ação dos agentes tóxicos de alguns materiais restauradores - Ação bactericida e bacteriostática - Isolamento térmico - Paliativo à polpa - É extremamente biocompatível e utilizado em amplas e profundas cavidades Encontram-se em formato de pó, solução, suspensão, pasta e cimentos: Função hemostática, neutraliza o pH ácido da cavidade com cárie, deixando-o mais básico A pasta, faz com água destilada ou soro fisiológico O tempo de trabalho é de 3 a 5 minutos Solução de Ca(OH)2 - 10-20 g de Ca(OH)2 para 200 ml de água destilada, ou seja, 1 para 10 - Solução alcalina, cerca de 0,2% Ca(OH)2 Indicado para limpeza de cavidades, sempre utilizar o pote dappen, cuidando para não deixar exposto no ambiente e contaminar. - Neutraliza a acidez e tem ação bacteriostática - Pode-se fazer a solução e guardá-la em umpote escuro de vidro, mas o melhor mesmo é fazer um pouco, somente para utilizar no momento que precisar. Pois depois de 30 dias não faz mais efeito - A consistência final é cremosa → Lavar/gotejar com a seringa a solução para promover hemostasia Pastas de CA(OH)2 Podem ser compradas prontas: Ca(OH)2 em solução aquosa de metil celulose ex.: Pulpdent Paste, Calen, Calyxl, Hypocal Cimentos de CA(OH)2 Tipos de Presa - Química: tem um tempo de presa bem curto. Ex.: Hydro C, Dycal, Life, Renyl - Física: fotoativados → utiliza fotopolimerizador. Por ter um tempo de trabalho extremamente curto, foi lançado esse tipo, que só toma presa quando incidimos luz. É um material que ganha no quesito tempo de presa, mas não faz o seu papel de capeador, pois os monômeros resinosos que o constitui o faz perder biocompatibilidade, sendo então um IRRITANTE PULPAR Ex: Biocal, Prisma VLC, Dycal Indicação - Forrador sob materiais restauradores - Sub-base na técnica de duplo forramento- sobre a pasta de Ca(OH)2 Reação ácido-base: PASTA BASE + PASTA CATALISADORA = SAL (cristais inorgânicos) (éster fenólico do Ác. salicílico) (fenolato de Ca) Ex.: Hydro C, Dycal, Renyl, Life (tempo um pouco menor). Manipulação: - Comprimento iguais, em duas bolinhas; - Misturar por 10 segundos até obter uma cor homogênea, com espátula 24 - Pegar com o aplicador, uma bolinha e aplicar no lugar mais profundo da cavidade - Limpar a ponta ativa com algodão ou gaze e pegar o segundo incremento, evitando acelerar o tempo de presa - Tempo de presa de 1 a 5 minutos - Calor e umidade aceleram a presa Se quiser aumentar o tempo de trabalho → resfriar a placa Pontos negativos: é extremamente solúvel e tem baixa resistência mecânica à compressão e tração PROPRIEDADE DO CIMENTO DE Ca(OH)2 Propriedade Mecânicas: - Baixa resistência à compressão (aumenta em 24 hrs) cerca de 20 MPa - Baixa resistência à tração - Resistência ao deslocamento Obs: apresenta resistência suficiente para suportar a pressão de condensação do amálgama. E toda vez que for restaurar com resina composta, não pode colocar adesivo em cima do cimento de Ca(OH)2. A maioria dos adesivos são à base de água, tem acetona e constituintes resinosos, então solubiliza o Ca(OH)2. Temos que cobrir com outro material, que é o CIV. Propriedade Físico-químicas: - Baixa viscosidade - Pequeno isolamento térmico - Barreira efetiva a passagem de agentes irritantes - Alta solubilidade em água Propriedades Biológicas: - pH alcalino após manipulação (9,2 - 11,7) - Antibacteriano - Estimula a formação de dentina reparadora e ponte de tecido mineralizado É um irritante de média intensidade, para promover uma necrose superficial e induzir a dentina reparadora Se utilizar o de presa física, o risco de haver necrose pulpar é muito alto, visto que tem constituintes resinosos, portanto, esses cimentos: - Melhoraram em termos de solubilidade e resistência - Não pode ser usado em cavidades maiores que 1 mm → irritante pulpar - Permeabilidade dos túbulos dentinários Ex.: Byocal, Prisma Dycal VLC Cimentos endodônticos Fazer um curativo dentro do conduto, que é uma pasta de Ca(OH)2 Entre uma sessão e outra, o paciente volta e devemos remover essa pasta Passamos cimento e condensamos no interior do canal. Não é mais utilizado atualmente Agregado Trióxido Mineral (MTA) - Pulpotomia - Capeamento pulpar direto - Tampão apical em apicogênese - Apicificação - Perfuração Radicular - Perfuração de Furca (PRINCIPAIS INDICAÇÕES) - Retrobturação - Tampão cervical em clareamento dentário interno - Restauração temporária - Fratura radicular cervical Alguns estudos mostram sucesso em aplicação direta, de exposições da polpa Induz a formação de dentina reparadora Espatulação para a perfuração de furca, promovendo hemostasia: Modalidades de Proteção Proteção Indireta, quando não houve exposição pulpar Aplicação de agentes protetores no assoalho cavitário - Resguardar o complexo dentino pulpar de injúrias - Manter a vitalidade pulpar - Inibir o processo carioso - Estimular a formação de dentina esclerosada, reacional e/ou reparadora Proteção Direta, houve exposição pulpar (precisa de material forrador, base e selador) Aplicação dos agentes protetores na polpa exposta - Promover restabelecimento da polpa - Manter a vitalidade pulpar - Estimular a formação de dentina/ tecido mineralizado (Ferracane, 1997) Obs: Não pode utilizar a mesma cureta que usou para o tecido cariado, para curetar a polpa Restauração provisória azul: não ficou remanescente de cárie Restauração provisória vermelha: ficou tecido cariado Sucesso: remover a restauração provisória, utiliza o Ca(OH)2 + material restaurador Tratamento Expectante, paciente jovem, com cárie ativa, se remover todo o tecido cariado, atingiremos a polpa, tendo que fazer canal. Nesse tratamento, removemos só a dentina contaminada (amolecida) e deixamos o restante. Lavamos com Ca(OH)2 seguido de uma pasta ou cimento de Ca(OH)2, seguida de restauração provisória, que pode ser cimento de óxido de zinco e eugenol ou CIV. O importante é vedar a cavidade. Aguardando de 45 a 90 dias. Até uns 60 dias pode ser removida. Por si só, essa dentina infectada, que foi deixada, volta a se reparar. - Criar condições para que o organismo se restabeleça, bloqueando o processo carioso, estimulando a formação de dentina esclerosada e reparadora, melhorando a proteção biológica da polpa Curetagem pulpar, geralmente em casos de fraturas, remove somente a polpa superficial - Visa o estabelecimento da polpa, mantendo sua vitalidade, bem como proteção de irritação adicional. Está indicada nos casos de exposição pulpar acidental, quando a pulpar mostra sangramento normal e de cor vermelho vivo - Pulpotomia, quando remove toda a polpa coronária, deixando somente a do conduto radicular
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