Buscar

Geisy de Souza Costa -TCC

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 29 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 29 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 29 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

CENTRO UNIVERSITÁRIO ATENAS 
 
 
 
GEISY DE SOUZA COSTA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
O TRABALHO DO PSICÓLOGO FRENTE A GRAVIDEZ 
PRECOCE 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Paracatu 
2021 
GEISY DE SOUZA COSTA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
O TRABALHO DO PSICÓLOGO FRENTE A GRAVIDEZ PRECOCE 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Projeto de Pesquisa apresentado ao 
curso de Psicologia do Centro Universitário 
Atenas, como requisito parcial para 
aprovação na disciplina de Trabalho de 
Conclusão de Curso (TCC I). 
Área de Concentração: Psicologia da 
Saúde. 
Orientadora: Prof. Msc. Analice Aparecida 
dos Santos 
 
 
 
 
 
Paracatu 
2021 
GEISY DE SOUZA COSTA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
O TRABALHO DO PSICÓLOGO FRENTE A GRAVIDEZ PRECOCE 
 
 
 
 
 
Monografia apresentada ao curso de 
Psicologia do UniAtenas, como requisito 
parcial para obtenção do título de Bacharel 
em Psicologia. 
 
Área de Concentração: Psicologia da 
Saúde. 
 
Orientador: Prof.ª Msc. Analice Aparecida 
dos Santos. 
 
 
Banca Examinadora: 
 
Paracatu - MG, 11 de junho de 2021. 
 
 
 
 
Prof.ª Msc. Analice Aparecida dos Santos 
UniAtenas 
 
 
Prof.ª Msc. Ana Cecília Faria 
UniAtenas 
 
 
Prof.ª Esp.Débora Delfino Caixeta 
UniAtenas 
 
 
AGRADECIMENTOS 
 
 
A força maior para enfrentar toda e qualquer dificuldade vem de um ser supremo , por 
isso antes de tudo agradeço a Deus por ter me proporcionado tanta força nessa caminhada , 
por não ter me deixado fraquejar em meios a desafios que surgiram ao longo do caminho e por 
ter me presenteado com a família que eu tenho . 
Agradeço aos meus pais Edileno da Silva Costa e Eliene Oliveira de Souza Costa que 
através de Deus me deram a vida e o direito de conquistar o meu futuro tenho muito que 
agradecer ,pois foram a todo momento o meu ponto de apoio . 
Agradeço também Analice, a minha orientadora, que com toda sua paciência ,dedicação 
e conhecimento me conduziu para a conclusão desta etapa. 
Aos professores, que contribuíram com seu ensinamento e dedicação ao longo dessa 
caminhada. 
Agradeço também a todos que, de alguma forma, colaboraram para a realização e 
finalização deste trabalho. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Que todos os nossos esforços estejam sempre 
focados no desafio á impossibidade.Todas as 
grandes conquistas humanas vieram daquilo que 
parecia impossível. 
 
(Charles Chaplin) 
 
RESUMO 
 
 
A adolescência é uma importante fase do desenvolvimento do ser humano para 
atingir a maturidade biopsicossocial, quando esta é associada à gravidez é obtido 
diversas experiências a serem enfrentadas, que com o apoio do psicólogo as dificuldades 
são minimizadas. Diante do grande índice de gravidez na adolescência, existe uma 
necessidade de entender os dilemas e conflitos que são enfrentados nesse período de 
tantas mudanças. O presente estudo teve por objetivo compreender os fatores 
psicossociais que se modificam na vida da adolescente a partir de uma gravidez precoce. 
Nessa época da vida da adolescente, uma gestação representa sérias complicações 
biológicas e familiares, psicológicas e econômicas, pois impactam a vida da adolescente e 
da sociedade, adiando e limitando as oportunidades de desenvolvimento e engajamento 
destas jovens na sociedade. 
Palavras chaves: Adolescência, Gravidez Precoce, Consequências, Psicologia. 
 
ABSTRACT 
 
 
Adolescence is an important phase of human development to reach 
biopsychosocial maturity, when it is associated with pregnancy, different experiences are 
obtained to be faced, which with the support of the psychologist, the difficulties are 
minimized. In view of the high rate of teenage pregnancy, there is a need to understand 
the dilemmas and conflicts that are faced in this period of so many changes. The present 
study aimed to understand the psychosocial factors that change in the adolescent's life 
from an early pregnancy. At this time in the adolescent's life, a pregnancy represents 
serious biological and family, psychological and economic complications, as it impacts the 
life of the adolescent and society, postponing and limiting the opportunities for 
development and engagement of these young women in society. 
 
Keywords: Adolescence, Early Pregnancy, Consequences, Psychology. 
 
SUMÁRIO 
 
 
 
 
 
1 INTRODUÇÃO ........................................................................................................... 7 
1.1 PROBLEMA .......................................................................................................... 8 
1.2 HIPÓTESE ............................................................................................................ 8 
1.3 OBJETIVOS .......................................................................................................... 9 
1.3.1 OBJETIVO GERAL ............................................................................................ 9 
1.3.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS .............................................................................. 9 
1.4 JUSTIFICATIVA DO ESTUDO .............................................................................. 9 
1.5 METODOLOGIA DE ESTUDO ............................................................................ 10 
1.6 ESTRUTURA DO TRABALHO ........................................................................... 11 
2 ALTERAÇÕES QUE A GRAVIDEZ PROMOVE NA DINÂMICA PESSOAL E 
FAMILIAR ................................................................................................................ 12 
3 CONSEQUÊNCIAS DA GRAVIDEZ PRECOCE NO PROJETO DE VIDA DAS 
ADOLESCENTES .................................................................................................... 16 
4 CONTRIBUIÇÕES DA PSICOLOGIA JUNTO AOS FATORES QUE SE MODIFICAM 
PELA GRAVIDEZ PRECOCE .................................................................................. 19 
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS ..................................................................................... 23 
REFERÊNCIAS ............................................................................................................ 23 
 
7 
 
 
1 INTRODUÇÃO 
 
 
A adolescência é um período de grandes mudanças físicas, sociais e 
psicológicas. É nessa fase que o sujeito amplia suas descobertas e pensamentos, que 
faz parte da constituição da identidade, visto que nesse período podem surgir 
conversas sobre namoro, brincadeiras e tabus. Com todas essas mudanças e 
novidades, o mundo adulto torna-se muito desejado, ao mesmo tempo em que provoca 
medo nas adolescentes (TABORDA et al., 2014). 
Esse estudo busca compreender o significado da gravidez precoce e os fatores 
que estão envolvidos junto a ela . A pesquisa teve como objetivo principal compreender 
os fatores psicossociais que se modificam na vida da adolescentes a partir de uma 
gravidez precoce ,buscando os motivos que levaram as adolescentes a engravidar 
precocemente e as principais consequências em sua vida . 
A gravidez é a forma que o ser humano tem para dar continuidade à sua espécie, 
sendo representada pela formação de um novo indivíduo. Neste período de vida da 
mulher, que inicia desde a fecundação, durando cerca de 40 semanas, e findando com 
o parto, é uma fase em que acontecem várias modificações profundas relacionadas ao 
estilo de vida, essas são em nível pessoal, na vida do casal (se existir parceiro), e toda 
a família, caracteriza-se como um período de preparação física e psicológica para a 
chegada do bebê e a prática da maternidade (MENDES, 2009). 
Quando adolescência e gravidez ocorrem juntas, podem acarretar sérias 
consequências para todos os familiares, mas principalmente para os adolescentes 
envolvidos, pois envolvem crises e conflitos. O que acontece é que esses jovens não 
estão preparados para assumir tamanha responsabilidade, fazendo com que muitos 
adolescentes saiam de casa, cometam abortos,deixem os estudos ou abandonem as 
crianças sem saber o que fazer ou fugindo da própria realidade. (BELO; SILVA, 2004). 
A gravidez pode ser considerada como uma fase de crise, que requer uma 
resposta adaptativa daqueles que participam deste período, no qual demanda novas 
formas de equilíbrio frente às transformações oriundas desta fase, das quais estão 
ligadas aos ritmos metabólicos e hormonais e ao processo de integração de uma nova 
autoimagem corporal, portanto, possuem impactos tanto no âmbito físico, quanto na 
área emocional. Também uma dimensão que pode ser afetada é a sexualidade 
(ARAÚJO, et al., 2012). 
8 
 
 
 
 
Psicologicamente a gravidez é vivida como um período de muitas perdas como da 
confiança da família, expectativas para o futuro devido o abandono da escola, 
abandono do namorado por não aceitar a gestação e ao mesmo tempo a gravidez é 
vivida como um período de ganho de responsabilidade que a adolescente ainda não 
está preparada para assumir, muitas vezes gerando problemas psicológicos como a 
baixa autoestima, vivência de alto nível de estresse, sintomas depressivos nos casos 
em que a gravidez foi indesejada (SCHWANKE e PINTO, 2010; MACIEL et al., 2012; 
SILVA, F. N. et al., 2012). 
A gravidez, especialmente na adolescência, pode evidenciar necessidades 
inconscientes, podendo ser uma experiência simbólica de renascimento, ou o bebê 
pode ser considerado alguém que pode preencher uma carência afetiva ou para suprir 
uma relação de insatisfação com a mãe. Além dos motivos usualmente atribuídos à 
gravidez na adolescência há outros mais a serem observados: desejo de engravidar, 
gravidez como estratégia de inserção no mundo adulto, a ideologia da maternidade e 
o desamparo emocional (MENEZES, 1996). 
 
1.1 PROBLEMA 
 
Quais são os fatores psicossociais que se modificam na vida das 
adolescentes a partir de uma gravidez precoce? 
 
 
1.2 HIPÓTESE 
 
A gravidez precoce causa grandes consequências para os adolescentes 
envolvidos e seus familiares. Geralmente esses jovens não estão preparados 
psicologicamente e financeiramente para assumir este tipo de responsabilidade que 
fazem com que muitos deixem seus estudos, saiam de casa, e até mesmo abandonem 
as crianças, sem saber o que fazer fugindo da própria realidade. Diante disso é 
importante considerar : 
 
a) a ação do psicólogo favorecendo o acolhimento e acompanhamento da 
adolescente e sua família, podendo proporcionar através dos 
acompanhamentos um suporte durante o momento que muitas vezes gera 
conflitos interiores tanto nas adolescentes quanto a pessoas que convive junto 
9 
 
 
 
 
no seu ambiente familiar. 
b) o trabalho do psicólogo gerado como um suporte sócio emocional instrutivo as 
gravidas precoce, construindo uma compreensão nos múltiplos sentimentos 
manifestos na gravidez. 
c) o apoio psicológico diante as transformações vindas pela gravidez, através das 
questões de abandono dos estudos, perda de liberdade. 
 
 
1.3 OBJETIVOS 
 
 
1.3.1 OBJETIVO GERAL 
 
Compreenderos fatores psicossociais que se modificam na vida da adolescente 
a partir de uma gravidez precoce. 
 
 
1.3.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS 
 
 
Identificar as alterações que uma gravidez precoce promove na dinâmica 
pessoal e familiar; 
Investigar as consequências da gravidez precoce no projeto de vida das 
adolescentes; 
Analisar as contribuições da psicologia junto aos fatores que se modificam 
pela gravidez precoce. 
 
 
 
1.4 JUSTIFICATIVA DO ESTUDO 
 
Justifica-se a necessidade desse trabalho, para ressaltar a finalidade da atuação 
do psicólogo frente à gravidez na adolescência, que segundo Nascimento e Andrade 
(2013) é oferecer apoio e suporte, auxiliando em suas dúvidas, valorizando suas 
competências, buscando novas alternativas de vida diferentes ou mais adaptadas 
àquelas que já estavam traçadas, e também oferecer apoio à família . 
Santos e Carvalho (2006) afirmam que a adolescência é uma fase de 
desorganização psíquica. O adolescente não possui ainda a capacidade de organizar 
os conflitos e aspectos primitivos que vêm à tona e, ao lidar com seus impulsos 
10 
 
 
 
 
agressivos e sexuais, ao invés de elaborá-los internamente, ele, muitas vezes os 
descarrega em uma ação para satisfazer os desejos imediatos (SANTOS; CARVALHO, 
2006). 
Segundo Taborda et al. (2014) gravidez na adolescência provoca 
consequências emocionais nos jovens envolvidos, como sentimentos de: medos, 
insegurança, desespero, sentimento de solidão, em geral no momento da descoberta 
da gravidez. Outro aspecto é o fato da evasão escolar, impactando o nível de 
escolaridade dessa mãe, acarretando uma grande diminuição de oportunidades 
futuras, já que, o mercado de trabalho exige muito sobre estudos, até mesmo o ensino 
médio completo, entre outras qualificações. 
Portanto, é importante tratar desse assunto, onde as práticas psicológicas vão 
em direção à prevenção, promoção e reabilitação de saúde, sendo um agente da 
saúde, configurando sua atuação para o bem-estar do sujeito, sua percepção sobre 
sentimentos e emoções a qual o impacto na vida do indivíduo contribui muito em como 
ele leva a vida em consequência da gravidez precoce, a adolescente encontra-se em 
um momento de descobertas e inovações, onde está construindo sua identidade, 
muitas ainda não sabem o que querem ser em relação ao âmbito profissional, portanto, 
a maternidade nesta idade pode ser um evento causador de problemas psicológicos. 
 
 
 
1.5 METODOLOGIA DE ESTUDO 
 
No que diz respeito elaboração deste trabalho se dará através de pesquisa 
bibliográfica, e serão usados Artigos científicos, Google Acadêmico, Biblioteca Digital, 
Livros relacionados ao tema. 
Toda pesquisa, tem seus objetivos, que são diferentes em cada proposta de 
projeto, porém em qualquer pesquisa, nos seus objetivos gerais ou propósitos, as 
pesquisas são distribuídas como exploratórias, descritivas e explicativas. (GIL, 2010). 
Está pesquisa é exploratória, ou seja, tem como objetivo central propiciar com 
que o pesquisador se familiariza com o tema e assim se fazer possível buscar 
respostas (GIL, 2007, p.41). 
A pesquisa bibliográfica é feita com propósito de buscar informações 
fundamentadas, em livros, artigos e trabalhos acadêmicos de tese e monografias. No 
presente projeto, será feita a pesquisa bibliográfica com o objetivo de agregar o máximo 
11 
 
 
 
 
de informações fundamentadas, em livros, artigos, revistas eletrônicas, teses, 
monografias, entre outros. Para Koche (2009) esse tipo de pesquisa é necessária para 
qualquer tipo de estudo, já que é nela que o pesquisador conhece e analisa as 
principais teorias e contribuições existentes acerca do assunto explorado. 
As palavras chaves utilizadas nas pesquisas serão: Gravidez precoce; 
Psicologia;Impactos familiares; 
 
 
1.6 ESTRUTURA DO TRABALHO 
 
O trabalho foi divido em cinco capítulos, o primeiro referente a introdução, no 
qual será abordado uma visão geral dos assuntos a serem discutidos ao longo da 
monografia. 
O segundo caracteriza por identificar as alterações que uma gravidez precoce 
promove na dinâmica pessoal e familiar. 
O terceiro se dedica a apresentar as consequências da gravidez precoce no 
projeto de vida das adolescentes. 
O quarto capítulo trata-se de analisar as contribuições da psicologia junto aos 
fatores que se modificam pela gravidez precoce. 
O quinto e último diz respeito às conclusões finais abordando a importância do 
trabalho da psicologia junto a gravidez precoce, consequências e alterações no âmbito 
familiar e no projeto de vida das adolescentes. 
12 
 
 
 
 
 
 
2 ALTERAÇÕES QUE A GRAVIDEZ PROMOVE NA DINÂMICA PESSOAL E 
FAMILIAR 
 
 
``A gravidez na adolescência pode ser considerada um fenômeno que acarreta 
alterações no contexto familiar e social, mas que leva a reações distintas por parte de 
cada família, sendo importante considerar fatores como crenças e valores culturais,assim 
como a dinâmica existente no âmbito familiar. Considera-se ainda que a gravidez nesta 
fase da vida tem sido um dos problemas evidenciados especialmente nas famílias de 
baixa renda, o que ocasiona, na maioria das vezes, a evasão escolar, uniões 
consensuais, além de poucas perspectivas das adolescentes para o futuro. No entanto, o 
enfrentamento desta questão requer tanto um olhar direcionado para as mães 
adolescentes como para todo seu contexto social, incluindo a família e a comunidade à 
qual pertencem ``(SILVA et al., 2014, p. 133). 
A gravidez na adolescência é considerada um risco social e um grave problema de 
saúde pública, devido a sua magnitude e amplitude, e principalmente pelos problemas 
decorrentes do mesmo onde se destaca o abandono escolar e o risco durante a gravidez 
(Ximenes Neto et al., 2007). 
A gravidez precoce, desejada ou não, provoca um conjunto de impasses 
comunicativos no âmbito social, familiar e pessoal. Independente, da situação 
socioeconômica e cultural dessas adolescentes, a busca incessante de descobrir 
principalmente a si mesmo, leva jovens a acreditarem que são intocáveis, ou seja, „‟não 
acontecerá comigo‟‟, expondo–se a risco da gestação indesejada. Em outras palavras, a 
gravidez na adolescência traz sérios problemas para projetos educacionais, para vida 
familiar, e para o desenvolvimento pessoal, social e profissional da jovem gestante como 
vem sendo reconhecido pela literatura. O prejuízo é duplo: nem a adolescente plena, nem 
adulta inteiramente capaz. Ao engravidar, a jovem tem de enfrentar, paralelamente, tanto 
os processos de transformação da adolescência como os da gestação (LEAL & WALL, 
2005). 
A saúde da futura mãe e do bebê, também é uma questão que pode entrar em 
conflito por ser um problema de Saúde Pública considerada de risco biológico superior, já 
que a gravidez na adolescência gera maiores possibilidades de tentativas de aborto, parto 
prematuro, morte perinatal, deficiência mental, baixo quociente intelectual, problemas no 
13 
 
 
 
 
sistema sensorial, aborto natural e até mesmo nascimento de crianças com restrições no 
desenvolvimento (DIAS; TEIXEIRA, 2010). 
Quanto aos fatores familiares, estas jovens têm, na sua maioria, famílias 
numerosas e disfuncionais, o que influência negativamente a sua conduta perante os 
comportamentos de risco, além disso, estão mais expostas a situações de conflito, stress, 
pressão, abuso físico, sexual e verbal e fracas relações entre pais e filhas (PEDROSA, 
2009). 
A preocupação da família em relação à gravidez da filha com pouca idade se deve 
ao fato dos pais idealizarem um futuro para os filhos, tais como: uma profissão, e 
tradicionalmente o namoro, o casamento e depois os filhos (HOGA, 2009). 
A gravidez na adolescência quando desejada ou não, provoca um conjunto de 
impasses comunicativos no âmbito social, familiar e pessoal. No âmbito social, lamentam- 
se as falhas dos programas de educação sexual que, aparentemente, mostravam de 
modo claro e convincente como iniciar e usufruir com segurança a experiência da 
sexualidade. No âmbito familiar, a gravidez na adolescência parece indicar dificuldades 
nas relações entre pais e filhas e nas condições contextuais para o desenvolvimento 
psicológico da filha. No âmbito individual, a jovem gestante se questiona “por que isso 
aconteceu justamente comigo?” e “que será agora de minha vida?”. Em outras palavras, a 
gravidez na adolescência traz sérios problemas para programas de saúde pública, para 
projetos educacionais, para a vida familiar, e para o desenvolvimento pessoal, social e 
profissional da jovem gestante como vem sendo reconhecido pela literatura (DIAS, 
OLIVEIRA e OLIVEIRA, 2000, p. 32 - 36). 
 
Quando as adolescentes engravidam, instala-se uma crise situacional que, para 
ser debelada com mais facilidade, demanda uma resposta ao meio social em que 
a família está inserida. Geralmente, a resposta esperada é que o parceiro afetivo- 
sexual assuma a corresponsabilidade da gravidez, resgatando, pelo casamento ou 
união estável, a honra da adolescente e da família. São situações nem sempre 
fáceis de se lidar. (MORAES; GARCIA, 2002, p. 380). 
 
Nesse contexto, sabe-se que existe a preocupação por parte dos familiares com a 
ocorrência da gravidez na adolescência, porém a educação sexual em casa é pouco ou 
nenhuma. E quando a gravidez ocorre, afeta a trajetória de vida das adolescentes, 
acarretando reações familiares contraditórias com a sobreposição de sentimentos de 
desespero, alegria, abandono e aceitação de uma condição muitas vezes inevitável. E em 
14 
 
 
 
 
ocasiões que não há a aceitação da gravidez pelos que convivem com a jovem, torna-se 
comum a violência intrafamiliar, não só de caráter físico, mas também psicológico, social e 
emocional (MONTEIRO; et al., 2007; SILVA; TONETE, 2006). 
Para a família a experiência de ter uma adolescente solteira e grávida, pode ser 
marcada por sentimentos diversificados, de alegria, surpresa, decepção, raiva, culpa e 
também questionamentos: Por que isso aconteceu? Onde foi que eu errei? Será que dei 
liberdade demais para minha filha? Será que não conversei suficientemente com ela (Dias 
& Aquino, 2006). 
Sabe-se que a informação recebida sobre sexualidade, especialmente no contexto 
comunicacional da família, influencia o comportamento sexual do adolescente. A família 
tem um papel fundamental na regulação e desenvolvimento da sexualidade do jovem. 
Como se sabe, a estrutura familiar passou por muitas transformações nos últimos anos. A 
família trocou o modelo hierárquico, no qual os papéis familiares eram rigidamente 
estabelecidos e o poder centralizado na figura do pai, por um modelo igualitário, no qual 
se destacam os ideais de liberdade e respeito à individualidade. Neste modelo, não é 
correto que os pais imponham suas ideias aos filhos ou lhes proíbam fazer certas coisas. 
O desenvolvimento dos filhos passa a ser orientado pela experimentação e descoberta. O 
diálogo, e não a autoridade impõe-se como valor fundamental na educação e nas 
relações familiares (BENINCÁ, 1994; FIGUEIRA, 1991). 
Embora para as famílias, exista a preocupação da gravidez na adolescência, a 
educação sexual em casa é pouca ou nenhuma, os pais imputam à mãe a tarefa de 
educar as filhas, o que poucas vezes acontece, por que os jovens preferem tirar suas 
dúvidas sobre a sexualidade fora do círculo familiar, com pessoas com as quais se 
identificam, como os amigos (SILVA; TONETE, 2006). 
Os pais se mostram despreparados diante das incertezas dos filhos, e acabam por 
delegarem a responsabilidade pela educação sexual dos filhos à escola ou aos serviços 
de saúde, daí a importância de haver programas de saúde acessíveis à população jovem 
para educação e prevenção sexual. Falta informação na família a respeito dos métodos 
contraceptivos e sobre as doenças sexualmente transmissíveis, e demonstram que 
ocorrem falhas na comunicação familiar (HOGA, 2009). 
Na família ocorre todo tipo de reação diante de uma gravidez na adolescente. 
Algumas famílias forçam um casamento, mesmo que não haja estrutura emocional e 
financeira para isso, apenas para a moça não ficar “falada”. Outras expulsam a filha de 
casa e abandonam a jovem a sua própria sorte, e há ainda outras famílias que podem 
15 
 
 
 
 
usar de violência e até induzi-la ao aborto. São poucos os casos em que a família age de 
forma equilibrada e compreensiva, aceitando as limitações da adolescente (MOREIRA, 
2008). 
Assim, compreende-se que a gravidez na adolescência não implica apenas 
problemas individuais, mas afeta todo o contexto de vida da adolescente, sendo a família 
um elemento-chave para a organização ou desorganização desse processo, assim como 
a ausência ou presença do companheiro, um elemento crucial na aceitação e condução 
da maternidade. Falar em família implica considerar a pluralidade de condições sociais, 
econômicas,culturais e religiosas em que cada família é constituída, para que se possa 
entender como cada uma delas possa reagir frente a uma gestação precoce. Assim, a 
gravidez na adolescência pode representar um momento de conflito para a família, 
exigindo uma redefinição de crenças, valores e atitudes, além da necessidade de novos 
arranjos no espaço físico no lar, de tempo e de finanças. Para a adolescente, a gravidez 
pode significar uma reformulação sobre seus projetos de vida e a necessidade de assumir 
o papel de mãe para o qual ainda não está e muitas vezes não se sente preparada (DIAS 
& AQUINO, 2006). 
16 
 
 
 
 
2 CONSEQUÊNCIAS DA GRAVIDEZ PRECOCE NO PROJETO DE VIDA DAS 
ADOLESCENTES 
 
A adolescência é uma fase de grandes expectativas no imaginário do adolescente. 
Muitos até planejam a vida sexual voltada para a construção de um ambiente familiar, 
embora não estejam em uma fase apropriada para isso. A sexualidade faz parte do 
cotidiano dos adolescentes, mas representa certo perigo, porque se não bem orientados, 
ficam expostos às doenças sexualmente transmissíveis (DST) e à gravidez precoce 
(VITALLE; AMANCIO, 2007). 
A gestação na adolescência é, de modo geral, enfrentada com dificuldade porque a 
gravidez nessas condições significa uma rápida passagem da situação de filha para mãe, 
do querer colo para dar colo. Nessa transição abrupta do seu papel de mulher, ainda em 
formação, para o de mulher-mãe, a adolescente vive uma situação conflituosa e, em 
muitos casos, penosa. A grande maioria é despreparada física, psicológica, social e 
economicamente para exercer o novo papel materno, o que compromete as condições 
para assumi-lo adequadamente e, associado à repressão familiar, contribui para que 
muitas fujam de casa e abandonem os estudos. Sem contar com as que são 
abandonadas pelo parceiro, muitas vezes também adolescente (MOREIRA et al., 2008). 
Percebe-se, portanto, que a gestação em si é um momento delicado que requer 
atenção, semelhante à adolescência, possui particularidades próprias. Quando se juntam 
estes dois momentos adolescência e gravidez, é obtido um leque de transformações que 
levam a um turbilhão de emoções e acontecimentos (MOREIRA et al., 2008). 
Para muitas adolescentes, principalmente aquelas que não tem grandes projetos 
de vida, a gravidez se apresenta como uma alternativa viável onde as mesmas almejam a 
independência, o reconhecimento social e o fortalecimento da identidade feminina 
tornando –se dessa forma um projeto valorizado (DIAS &TEIXEIRA, 2010). Também 
podem ser prováveis os motivos para o acontecimento da gravidez nesta faixa etária 
como colocado por Guanabes et al. (2012, p. 24): 
 
[...] desejo inconsciente de ficar grávida; alternativa para sair de casa, da 
escola e ficar livre da pressão dos pais, contrariando ordens familiares; desejo de 
prender o namorado; carência afetiva; alívio da sensação de depressão e 
isolamento; desejo de ter mais poder, chamar a atenção para si; projeto de vida da 
adolescente, sendo uma escolha tomada como um meio de inserção social, visto 
que tal objetivo não é facilmente alcançado através de outros meios. 
17 
 
 
 
 
A gravidez na adolescência pode ser um fator de limitação para a adolescente no 
que tange à educação, ao trabalho, ao matrimônio e a perspectivas futuras. Uma das 
privações que a maternidade acarreta na vida da adolescente está na formação 
educacional, frequentemente interrompida, gerando atrasos na vida estudantil e 
distanciamento do grupo de convivência (YAZLLE, 2006, p. 52). 
“A interrupção de seus estudos durante a gestação ou após o nascimento 
da criança acarreta perdas de oportunidades e piora da qualidade de vida no 
futuro. A mãe adolescente vê-se numa situação bastante perturbadora. Muitas 
delas não podem contar para seus pais e estes, quando sabem, expulsam-nas de 
casa, ou usavam de agressões físicas. Quando contam para o companheiro, eles 
as abandonam. Muitas são obrigadas a parar de estudar, outras nunca 
estudaram.”. (MOREIRA et al., 2008, p. 318). 
A maternidade na fase da adolescência pode causar a interrupção dos estudos por 
causa dos impactos que a gravidez causa na vida da adolescente, com a chegada do 
bebê e a prioridade premente das responsabilidades laborais maternas. Embora ainda na 
adolescência, a “nova mãe” ocupa a maior parte do seu tempo cuidando do(a) filho(a), 
passa a ter obrigações de mulher adulta, o que de certa maneira se choca com a 
realidade de vida que tinha antes da maternidade, com seus sonhos e projetos de vida. 
Nesta nova fase, na maioria dos casos, por não estar preparada, a mãe tem dificuldades 
de conciliar a maternidade com os estudos. A mudança do corpo é radical com a 
gestação, e exige também mudanças no relacionamento entre as pessoas, com o 
ambiente em que se vive (DIAS; GOMES, 2000). 
Com o nascimento do filho, a adolescente passa a viver um período mais curto por 
causa das consequências diversas que refletirão em sua trajetória de vida, e isso 
repercute na perda de autonomia, liberdade, afastamento escolar e dos amigos, possível 
rejeição da família, dificuldade em exercer atividades habituais, limitações frente as 
atividades, dente outros fatores. A adolescente grávida tem que estar preparada para lidar 
com esses fatores, os quais se tornam concretos, quando a gravidez já é uma realidade. 
(CALDEIRA et al, 2006, p. 220). 
Quando as adolescentes engravidam, instala-se uma crise situacional que, para ser 
debelada com mais facilidade, demanda uma resposta ao meio social em que a família 
está inserida. Geralmente, a resposta esperada é que o parceiro afetivo-sexual assuma a 
corresponsabilidade da gravidez, resgatando, pelo casamento ou união estável, a honra 
18 
 
 
 
 
da adolescente e da família. São situações nem sempre fáceis de se lidar. (MORAES; 
GARCIA, 2002, p. 380). 
Algumas famílias forçam um casamento, mesmo que não haja estrutura emocional 
e financeira para isso, apenas para a moça não ficar “falada”. Outras expulsam a filha de 
casa e abandonam a jovem a sua própria sorte, e há ainda outras famílias que podem 
usar de violência e até induzi-la ao aborto. São poucos os casos em que a família age de 
forma equilibrada e compreensiva, aceitando as limitações da adolescente (MOREIRA, 
2008). 
Devido às circunstâncias que envolvem a gravidez na adolescência é necessário o 
apoio familiar. A adolescente que engravida passa por um momento crítico, cheio de 
incertezas e inseguranças quanto ao que fazer, algumas chegam a pensar se vão 
realmente continuar com a gravidez. Este é o contexto em que se encontra a adolescente 
no seio familiar (ANDRADE; RIBEIRO; SILVA, 2006). 
19 
 
 
 
 
3 CONTRIBUIÇÕES DA PSICOLOGIA JUNTO AOS FATORES QUE SE 
MODIFICAM PELA GRAVIDEZ PRECOCE 
 
A experiência da maternidade, de modo geral, diz respeito a um evento ou fase da 
vida de grande importância para a mulher. Esse período singular é caracterizado por 
profundas e variadas transformações que exigirão da grávida adaptar-se à nova realidade 
(Zanatta e Pereira, 2015). 
As mudanças pelas quais passa a gestante são várias e podem ser agrupadas 
como: físicas e psicológicas. No que diz respeito aos efeitos psíquicos da gravidez, 
podem ser destacados os aspectos emocionais que a gestação, o parto e o puerpério 
acarretam. Os impactos psicológicos dessa experiência estão ligados a uma grande 
variedade de sentimentos. Além das alegrias que uma gravidez comumente traz consigo, 
a ela também podem estar associadas emoções experimentadas como dolorosas pela 
gestante. Sendo assim, a chegada de uma criança pode ser experimentada também como 
um momento de medo, angústia e ansiedade (Zanatta e Pereira, 2015). 
A psicologia se torna muito importante, uma vez que a gravidez na adolescência é 
um momento bastante conturbado, repleto de angústias, conflitos e medos. Nesse 
momento é preciso saber ouvir e valorizar os sentimentos e receiosdas jovens, já que a 
gravidez na adolescência é um problema de saúde pública de caráter social, que 
necessita de uma atenção especial para a redução e melhoria da qualidade de vida 
das adolescentes, na qual o papel do psicólogo ganha destaque ao enfatizar ações de 
promoção da saúde mental da adolescente e de seus familiares. Sendo assim, é de 
extrema importância que os profissionais e serviços de saúde estejam preparados para 
acolher esta população, garantindo assim os princípios doutrinários da universalidade, 
da integralidade e da humanização do cuidado propostos pelo Sistema Único de Saúde 
(SUS) (NASCIMENTO; ANDRADE, 2013). 
Sobre o acompanhamento psicológico durante a gravidez, Nascimento e Andrade 
(2013) registram que diminui os impactos na saúde mental da adolescente, por meio de 
um acompanhamento sistemático durante o pré-natal, constituído por uma equipe 
multidisciplinar. O psicólogo encontra-se neste meio como papel fundamental, trabalhando 
o sofrimento da gravidez e as relações que trazem na fase adolescente, as mudanças, 
confusões mentais e crises de identidade. 
O papel do psicólogo para com a gestante é oferecer um espaço de escuta para 
que a família possa nomear e atribuir significados àquela situação. A importância 
deste lugar de escuta deve ultrapassar as fronteiras do contexto hospitalar; os serviços 
20 
 
 
 
 
psicológicos e sociais devem facilitar o caminho para que as mulheres possam pedir 
ajuda para lidar com os fragmentos, “buracos” ,segundo Szejer e Stewart (1997),da 
história de cada gestação (IACONELLI, 2012). 
É sabido que durante o período de gestação, torna-se de grande relevância o 
acompanhamento psicológico. O profissional deve estar preparado para ter um objetivo de 
intervenção no qual busca oferecer escuta qualificada de acordo com o processo de 
gravidez, oferecendo espaço para que a mãe se sinta à vontade em falar sobre seus 
sentimentos de medo e ansiedade, permitindo a troca de experiência, descobertas e 
informações. O psicólogo pode atuar por meio de intervenções grupais como também no 
âmbito familiar, a fim de prevenir a depressão pós-parto (ARRAIS, MOURÃO E 
FRAGALLE, 2014). 
O Pré-natal psicológico tem como objetivo propiciar para a gestante o acolhimento 
específico e a promoção de um conhecimento a respeito de si, sobre a gestação e a 
maternidade. Pretende-se possibilitar neste espaço, um acolhimento às gestantes e 
familiares, promovendo uma escuta qualificada para expressão acerca do processo que 
envolve a gestação, o parto e todos os pontos que causam dúvidas, como o medo, as 
angústias, alegrias, chegada do bebê, a amamentação, as preocupações com o corpo, 
retorno ao trabalho e a vida conjugal. Espera-se cooperar para evitar eventos estressores 
ou uma maternidade muito idealizada, e identificar possíveis problemas que contribuam 
para o desencadeamento da depressão puerperal (ARRAIS, MOURÃO, FRAGALLE, 
2014). 
O puerpério é sabidamente uma fase delicada da vida da mulher, pois é um 
período que abrange significativas mudanças biológicas e psíquicas que podem culminar 
em comprometimento do equilíbrio emocional, elevando o risco de a puérpera ser 
acometida por afecções psiquiátricas (ABUCHAIM, et al. 2016). 
O puerpério se apresenta como uma etapa de profundas alterações no âmbito 
social, psicológico e físico da mulher, caracterizando-se como um período instável, que 
demanda a necessidade de um profundo conhecimento desta etapa na vida feminina, um 
fator essencial na determinação do limiar entre a saúde e a doença (COUTINHO e 
SARAIVA, 2008) 
Diferente do puerpério o ciclo da gravidez puerperal é representado por um 
momento irá resultar em algumas vezes na fragilidade das mesmas, podendo assim 
apresentar um transtorno mental no período pós-parto. A depressão por sua vez, está 
vinculada a casos de infanticídio e a ansiedade é gerada por conta da própria gravidez. 
21 
 
 
 
 
“Sabe-se ainda que a presença de ansiedade ou depressão na gestação está associada a 
sintomas depressivos no puerpério”. (Bloch et al., 2003). 
O papel do psicólogo irá propiciar a busca de uma visão panorâmica dos fatores 
que influenciam e são influenciados pela doença, ou seja, o psicólogo diante de um caso 
de depressão pós-parto, por exemplo, irá buscar junto à paciente encontrar o significado 
daquela doença para ela e desenvolver a autoconfiança, compreensão e elaboração dos 
sentimentos vivenciados pela puérpera (SIMONETTI, 2011). 
Neste contexto de gravidez, a atuação deste profissional, junto a este público é de 
suma importância, pois as fases da gestação, parto e pós-parto exigem certa elaboração 
psíquica e uma reorganização por parte da gestante (Baptista e Furquim, 2014; Klein e 
Guedes, 2008). A intervenção psicológica nestes aspectos são importante, pois pode 
oferecer uma escuta qualificada e diferenciada no processo da gestação, um espaço para 
que mãe possa expressar seus medos, suas ansiedades (Arrais, Mourão e Fragale, 
2014). 
A intervenção psicológica pode, também, acontecer buscando conter as angústias 
dos familiares na medida em que explicita a eles a importância de criar um espaço seguro 
à relação mãe-bebê. Em um atendimento, a mãe de uma paciente a pressiona 
constantemente sobre a necessidade de amamentar o filho e de que a filha precisaria ficar 
calma. Nesse momento, foi necessário a criação de um espaço de que mostrasse à avó o 
quanto a mãe era capaz de “ser mãe”, não a pressionando para a amamentação. Logo, a 
avó relata que não amamentou seus dois filhos e ficou nervosa durante a gestação de um. 
Por isso, atribuiu sua ação a problemas psicológicos de um dos filhos e, preocupada com 
a possibilidade de haver problemas parecidos para o neto, pressionava a filha. Assim, um 
dos objetivos do atendimento foi a realização da escuta dessa avó e mostrar a ela o 
quanto a relação de sua filha, agora com seu bebê, seria diferente da dela com seus 
filhos. À paciente foi importante apóia-la visto que pode minimizar as inseguranças 
envolvidas nesse período (ZIMMERMANN et al, 2001). 
Outro fator de importância do Psicólogo nesta fase é que as influências exercidas 
sobre uma criança durante o período pré e o primeiro ano de vida pós-natal, serão 
determinantes para o seu futuro comportamento e personalidade, pois todo processo 
biológico contribui com a influência psicológica e este efeito psicológico modifica a 
arquitetura do cérebro, pois antes do nascimento, a criança é dotada de sentimentos, de 
traços de memória e já possui alguns níveis de consciência (Verny 2003, apud Costa, 
Reis &Machiavelli, 2007, p. 10). 
22 
 
 
 
 
Portanto, o acompanhamento psicológico logo no início da gestação paralelo ao 
pré-natal é de grande importância podendo verificar a existência de quadros depressivos 
principiantes evitando a evolução dos mesmos quando associados a fatores de risco, 
como: idade, renda familiar, condição racial e estado civil. O psicólogo atua na 
investigação das alterações sofridas pela gestante, trabalhando em favor do controle dos 
possíveis problemas identificados intervindo como agente de prevenção. (BAPTISTA et al, 
2018). 
23 
 
 
 
 
4 CONSIDERAÇÕES FINAIS 
 
Nas pesquisas feitas foi possível entender o papel do psicologo frente a gravidez 
precoce, visto que se torna muito importante, uma vez que a gravidez precoce é um 
momento muito complicado , cheio de angústias, conflitos e medos. 
Nesse momento é preciso saber escutar e dar atenção aos sentimentos e medos 
das adolescentes, já que a gravidez precoce é um problema de saúde pública de caráter 
social, que necessita de uma atenção especial para melhorar a qualidade de vida das 
adolescentes. Sendo assim, o papel do psicólogo se torna destaque por oferecer um 
espaço de escuta a adolescente e atribuir significados diante a essa situação. 
A adolescência e gravidez, quando ocorrem juntas, traz inúmeras consequências 
para todos,mas principalmente para as adolescentes, pois envolvem crises e conflitos, 
além de desenvolver alterações na dinâmica pessoal e familiar. Geralmente essas 
adolescentes não estão desenvolvidas psicologicamente e financeiramente para assumir 
responsabilidades que fazem com que muitas, parem de estudar, saiam de casa e até 
mesmo abandonem as próprias crianças, para fugir da sua nova realidade. Foi possível 
também, pensar a respeito das alterações que a gravidez precoce promove na dinâmica 
pessoa e familiar onde acarreta inúmeras alterações e leva a reações distintas por cada 
família. Além disso, a gravidez precoce interrompe vários sonhos das adolescentes, pois a 
partir da gravidez surgem novas responsabilidades. 
É importante que durante o período de gestação e puerpério que a adolescente 
receba por acompanhamentos psicológico no qual o psicólogo vai oferecer escuta 
qualificada de acordo com o processo, oferecendo espaço para que a nova mãe se sinta 
acolhida em falar sobre seus sentimentos de medo e ansiedade, permitindo a, novas 
descobertas e informações diante a um momento de fragilidade. 
Diante disto, fica claro a necessidade de compreender os fatores psicossociais que 
se modificam na vida da adolescente a partir de uma gravidez precoce visto que, e um 
momento de inumeras transformações na vida das adolescentes. Neste sentido, este 
trabalho poderá trazer contribuições para o entendimento aos fatores atribuídos a 
gravidez precoce em tão tenra fase da vida, assim como conduzir futuros estudos acerca 
dos conflitos familiares, escolares e sociais diante da gravidez precoce. 
24 
 
 
 
 
REFERÊNCIAS 
 
 
ACOLHIMENTO PSICOLÓGICO COMO FORMA INTERVENTIVA NO 
PUERPÉRIO. Caderno de Graduação-Ciências Biológicas e da Saúde-UNIT-ALAGOAS, 
v. 5, n. 3, p. 11, 2019. 
 
BASSAN, A. et al. DEPRESSÃO PÓS-PARTO: DIAGNÓSTICO E ACOMPANHAMENTO 
PSICOLÓGICO. TCC-Psicologia, 2020. 
CARVALHO, B. D. C. (2018). Maternidade na Adolescência: os desafios de ser mãe 
em contexto institucional (Doctoral dissertation, Universidade de Coimbra). 
 
CARVALHO, C. C. GRAVIDEZ NA ADOLESCÊNCIA: principais causas e 
consequências. 2016. 
COUTINHO, E.C. et al. Gravidez e parto: O que muda no estilo de vida das 
mulheres que se tornam mães?. Revista da Escola de Enfermagem da USP, v. 48, n. 
SPE2, p. 17-24, 2014. 
CRUZ, J. S. Gravidez na adolescência: Limites e possibilidades de escolarização. 
2018. 
DA SILVA, E.L.C et al. Gravidez e dinâmica familiar na perspectiva de 
adolescentes. Boletim Academia Paulista de Psicologia, v. 34, n. 86, p. 118-138, 2014. 
DA SILVA, F. N. et al. Gravidez na adolescência: perfil das gestantes, fatores 
precursores e riscos associados. Revista Eletrônica Gestão e Saúde, n. 3, p. 884- 
896, 2012. 
DE JESUS, M. A.S. O pré-natal psicológico e a relação com a prevenção na 
depressão puerperal. 2017. 
DE SOUZA, A. P; SANTOS, Maria da Glória Gonçalves.Os desdobramentos da 
gravidez na adolescência. 
DE SOUZA, P. P. A IMPORTÂNCIA DO APOIO PSICOLÓGICO NO PERÍODO 
GESTACIONAL. Textos completos do 4 Seminário Integrado de Monografias, 
Dissertações e Teses, p. 146. 
DIAS, A. C. G; T., M. A. P. Gravidez na adolescência: um olhar sobre um fenômeno 
complexo. Paidéia (Ribeirão Preto), v. 20, n. 45, p. 123-131, 2010. 
FERRAZ ALVES, C. et al. Intervenção psicológica no período pós-parto em uma 
maternidade. Jornada de Pesquisa em Psicologia, 2012. 
GERHARDT, T. E; S., D. T. Métodos de pesquisa. 
 
GUANABENS, M. F.G. et al. Gravidez na adolescência: um desafio à promoção da 
saúde integral do adolescente. Revista brasileira de educação médica, v. 36, n. 1, p. 
20-24, 2012. 
 
HAAS, K. K. M. D. R., & N., N. D. S. (2019). Representações sociais de adolescentes 
escolares sobre prevenção a gravidez precoce (Bachelor's thesis, Universidade 
25 
 
 
 
 
Tecnológica Federal do Paraná). 
LEITE, M. P., B, S. Conflitos relacionados à gravidez na adolescência e a 
importância do apoio familiar. Encontro: Revista de Psicologia, v. 15, n. 23, p. 113- 
128, 2012. 
LIMA, A. A. R. P., R., T. P. ASPECTOS BIOPSICOSSOCIAIS NA GRAVIDEZ DA 
ADOLESCENTE E O PERÍODO PUERPÉRIO E PUERPERAL. AS MELHORES 
COLETÂNEAS DE 2020, p. 53. 
LIMA, P. O.et al. Plano de intervenção: incidência de gravidez na adolescência na 
UBS Paraná no município de Girau do Ponciano/AL. 
MOREIRA, T. M. M., et al. Conflitos vivenciados pelas adolescentes com a 
descoberta da gravidez. Revista da Escola de Enfermagem da USP, v. 42, n. 2, p. 312-
320, 2008. 
NASCIMENTO, A.S., A., A. B. A atuação da psicologia na atenção básica frente à 
gravidez na adolescência. Cadernos Brasileiros de Saúde Mental/Brazilian Journal of 
Mental Health, v. 5, n. 12, p. 118-142, 2013. 
OLIVEIRA, A. S., S., M. E. P., C., M. A. B. A IMPORTÂNCIA DO ACOMPANHAMENTO 
PSICOLÓGICO NO CICLO GRAVÍDICO PUERPERAL. Humanidades & Inovação, v. 6, 
n. 13, p. 48-54, 2019. 
OLIVEIRA, M. W., Gravidez na adolescência: dimensões do problema. Cad. Cedes, 
p. 48-70, 1998. 
RIEKOWSKI, T., A., V. A influência do sistema familiar na repetição indesejada da 
gravidez na adolescência. Ágora: revista de divulgação científica, v. 16, n. 2, p. 154- 
165, 2009. 
ROBERT, Y.C. Gravidez na adolescência: projeto de intervenção educativa para 
prevenir e diminuir sua incidência nos povoados atendidos pelo Centro de Saúde 
Bela Vista, Bacabal, MA. 
ROCHA, R. P. GRAVIDEZ NA ADOLESCÊNCIA. 2014. 
SALCEDO-BARRIENTOS, D. M., M., P. O., G., M., & A., B. (2013). Compreendendo a 
gravidez na adolescência e as situações de violência intrafamiliar. Indagatio 
Didactica, Aveiro (Portugal), 5(2), 392-406. 
SALIM, N. R, A., N. M., G., D. M. R. Corpo e sexualidade: a experiência de um grupo 
de puérperas. Revista Latino-Americana de Enfermagem, v. 18, n. 4, p. Tela 1-Tela 8, 
2010. 
SANTOS, A.,C., C. V. Gravidez na adolescência: um estudo exploratório. Boletim de 
Psicologia, v. 56, n. 125, p. 135- 151, 2006. 
SANTOS, N. V. M., A., C.L. PSICOLOGIA E GRAVIDEZ: O PAPEL DO PSICÓLOGO A 
PARTIR DE UMA PESQUISA-INTERVENÇÃO JUNTO A MULHERES GRÁVIDAS DO 
INTERIOR DE RONDÔNIA, BRASIL. Integración Académica en Psicología, v. 7, n. 20, 
2019. 
SANTOS, W. G. A gravidez na adolescência: uma proposta de intervenção. 
2014.SILVA, Alrenilda Aparecida da; CAMARGO, Neuci Leme de. Repercussões 
26 
 
 
 
 
negativas de gravidez na adolescência: Revisão de literatura. Revista Cientifica 
Eletrônica de Psicologia, 2008. 
TABORDA, J. A. et al. Consequências da gravidez na adolecência para as meninas 
considerando-se as diferenças socioeconômicas entre elas. Cadernos Saúde 
Coletiva, v. 22, n. 1, p. 16-24, 2014. 
UDENAL, M. C. S. Denim aplicado à vestidos. 2014. Trabalho de Conclusão de 
Curso. Universidade Tecnológica Federal do Paraná. 
VALADARES, N. S.,C., L. Gravidez na Adolescência. Revista Brasileira de Ciências da 
Vida, v. 6, n. 1, 2018. 
27

Continue navegando