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Nathália Santana Rodrigues Sistemas Orgânicos Integrados IV Complicações crônicas do Diabetes Mellitus COMPLICAÇÕES MICROVASCULARES São decorrentes do níveis intracelulares altos de glicose em células que dependem da insulina – endotélio, glomérulos e células nervosas. Fisiopatologia Hiperglicemia espécies reativas de oxigênio (ROS) inibe a enzima gliceraldeído-3-fosfatodesidrogenase (GAPDH) acúmulo de metabólitos glicóliticos, esses que são desviados por 4 vias. Vias: Via dos polióis Glicose em sorbitol pela enzima aldose redutase e consumo de NADPH. Glutationa: tripeptídeo que atua na defesa das células contra o estresse oxidativo, é um antioxidade. O NADPH promove a sua regeneração; Consumo de NADPH = sem glutaniona. Via das hexosaminas Resistência à insulina: Síntese de substratos, que quando ligados a fatores de transcrição promovem a expressão de proteínas. Via da proteína-quinase C Diacilglicerol ativa várias formas de proteína-quinase C = alteração do fluxo sanguíneo e modificação da permeabilidade; Espessamento da matriz extracelular. Nathália Santana Rodrigues Sistemas Orgânicos Integrados IV Via dos AGES glicose glicose + grupo amina de proteínas base schiff (proteína glicada) – instável rearranjo interno Produto Amadori (produto precoce da glicosilação – Hb glicada por exemplo) reações químicas e rearranjos produtos finais de glicosilação avançada – AGEs. Quando a formação dos AGEs é a partir de: Proteínas da matriz extracelular – rigidez vascular e e espessamento dessa; Proteínas de transcrição – alteração da expressão gênica. Ligação de AGEs extracelulares ao seus receptores em macrófagos e endotélio ativam uma cascata de inflamação (NF-KB). RETINOPATIA DIABÉTICA Causa mais comum de cegueira adquirida em adultos; Fatores de risco: Tempo de duração do DM, descontrole da glicemia, HAS, dislipidemia, nefropatia, tabagismo, fatores genéticos, puberdade (hormônios pioram o quadro) e gravidez (quando engravidar já se deve pesquisar a retinopatia). Fundoscopia (exame do fundo do olho) Vermelha: mácula; Azul: nervo óptico; Verde: vasos. EXAME NORMAL! Estágios Retinopatia proliferativa Microaneurismas dos capilares retinianos – lesões precoces – ocorrem pela perda de periquitos. Exsudatos duros – extravasamento de gordura devido aumento da permeabilidade vascular. Manchas amarelo-brilhantes com bordas distintas; Se no local da macula, pode estar associado com edema macular. Nathália Santana Rodrigues Sistemas Orgânicos Integrados IV Seta larga (edema macular) e seta fina (exsudato duro) Estágio pré-proliferativo Oclusão dos vasos terminais leva a isquemia, com aparecimento de áreas amarelas turvas com bordas indistintas (exsudatos moles ou manchas algodonosas); Dilatação segmentar das veias – ensalsichamento; Hemorragia retiniana. Retinopatia proliferativa Neovascularização – vasos fracos; Hemorragia vítrea ou descolamento da retina. Seta vermelha (hemorragia) e seta amarela (exsudato mole) Nathália Santana Rodrigues Sistemas Orgânicos Integrados IV Classificação da retinopatia EVOLUÇÃO: paciente é assintomático até perder a visão RASTREAMENTO Anualmente em pacientes tipo DM2 com início ao diagnóstico; Anualmente em pacientes com DM1, após 5 anos do diagnóstico, porém antecipa se puberdade ou gravidez; Trimestralmente em gestantes. ISSO SE FAZ NA NEFROPATIA TAMBÉM! DM2➡No momento diagnóstico ➡ Anualmente DM1➡Até 5 anos do diagnóstico ➡ Anualmente TRATAMENTO Panfotocoagulação – joga o laser no olho do paciente, para promover a coagulação, para assim diminuir o estímulo para crescer novos vasos – esse laser é mais difuso – proliferativa e não proliferativa grave. Vitrectomia – em pacientes que tiveram hemorragia vítrea e/ou descolamento de retina – retirada total ou parcial do humor vítreo. Edema macular: Fotocoagulação a laser focal – piora e estabiliza; Anti-VEGF (anti-fator de crescimento endotelial vascular) intravítreo – injeção no humor vítreo, e corticoide – mais modernos. Nathália Santana Rodrigues Sistemas Orgânicos Integrados IV NEFROPATIA DIABÉTICA Fisiopatologia Hiperglicemia dilatação da arteríola aferente (a que chega, vai filtrar) hiperfiltração – a longo prazo vai causar uma lesão glomerular. À longo prazo: espessamento das membranas basal dos capilares / artérias esclerosadas (rigidez); SRAA é ativada pela hiperglicemia estresse mecânico com o tempo a membrana que está sobre alta pressão vai ficar mais frouxa deixando passar proteínas p.ex. (proteinúria). Hiperglicemia – hiperfiltração - ativação do SRAA; Proteinúria lesa o glomerúlo. Manifestações clínicas Microalbuminúria – sinal mais precoce – albumina na urina entre 30 a 300mg/dia na urina de 24h, >300, tem-se macroalbuminúria. o Microalbuminúria – nefropatia incipiente! o Macroalbuminúria – nefropatia clínica! Quando surge a nefropatia diabética ocorre redução na taxa de filtração glomerular (TFG) e do clearance de creatinina (10 a 14ml/min/ano). o Clearance de creatinina é para avaliar a velocidade e a eficiência da filtração renal. o Quanto mais baixa – melhor o rim está trabalhando! Fatores de risco para a ND: controle glicêmico inadequado. Nathália Santana Rodrigues Sistemas Orgânicos Integrados IV Indicativos de ND: marca histológica é a expansão mesangial com glomeruloesclerose difusa ou local (lesão de Kimmelstiel Wilson), essa última é a mais especifica; Nefropatia e retinopatia andam juntas; Microalbuminúria. Diagnóstico Excreção urinária de albumina: Amostra isolada comparada com creatinina – mais se faz. Estágios da nefropatia diabética 1. Hiperfiltração; 2. Normoalbuminúria (<30); 3. Microalbuminúria (30-300); 4. Macroalbuminúria (>300); 5. Insuficiência renal crônica. Essa tabela vale para todos os pacientes com Insuficiência Renal Crônica; Abaixo de 60 tem-se uma insuficiência crônica; <15 – fase terminal / diálise. Como calcular a taxa de filtração glomerular? Importante saber quais as variaveis incluenciam: maior peso (maior massa muscular), maior idade (menos massa muscular), mulher tem menos massa muscular, ... Tratamento Meta: HbA1c <7% - em pacientes que não doença cardiovascular e com longa expectativa de vida pode-se tentar manter na faixa de 6,5%; PA <130/80 – não é um conseso esse valor. Estágio I e II Controle glicêmico adequado, não fumar, controle da pressão arterial, tratar dislipidemia e obesidade; Nathália Santana Rodrigues Sistemas Orgânicos Integrados IV Evitar dieta hiperproteica; Uso do IECA – os pril na vida! Estágio III e IV Aqui pode-se usar IECA ou BRA (losartana, etc); Correção da hiperlipidemia. Estágio V Diálise, hemodiálise ou transplante. Não se deve associar IECA e BRA / É um ou outro! NEUROPATIA DIABÉTICA Polineuropatias simétricasgeneralizadas: tem a polineuropatia simétrica distal e a autônoma. 1. Polineuropatia simétrica distal – é a mais comum. Fisiopatologia: ativação da via dos polióis - desmielinização de nervos periféricos / distais e érda de fibras nervosas com regeneração reduzida dos axônios, associadas de lesões microvasculares; Defeitos na produção de fatores neurotróficos como o NGF (fator de crescimento nervoso) e autoantígenos podem estar associados ao neuropatia; Bota e luva! Dormência, formigamento e parestesias, essas envoluem para perda sensorial simétrica nas extremidades; Diagnóstico é clínico e de exclusão! Avaliação clínica Avaliação da sensibilidade tátil: teste do monofilamento. Teste alterado quando o paciente não percebe; Avaliação vibratória: diapasão; Avaliação do reflexo aquileu – ausência de flexão plantar após a percussão do tendão; Avaliação da força muscular – paciente caminhar nas pontas dos pés e sobre os calcanhares. Tratamento multifatorial – mudança de estilo de vida. Capsaicina inidicada em casos de dor local – anestégico tópico. 2. Neuropatia autonômica Frequentemente acompanha a simétrica periférica; Taquicardia, disfunção erétil, incontencia, gastroparesia, constipação, hipotensão postural, e etc. Neuropatias focais e multifocais Cranianos (III, IV, VI e VII pares cranianos); Nathália Santana Rodrigues Sistemas Orgânicos Integrados IV Neuropatias assimétricas transitórias – são menos comuns e envolvem nervos, raízes nervosas e plexos específicos; O início abrupto, geralmente doloroso, de perda motora em nervos cranianos ou periféricos isolados (mononeuropatia) ou em múltiplos nervos isolados (mononeuropatia multiplex). PÉ DIABÉTICO Complicação da DM, pode levar a ulcerações, infecções e destruição – podem levar a amputação. Fisiopatologia Alterações vasculares (isquemia); Neuropatia autonômica (reduz sudorese e rachaduras – facilita a ocorrência de infecções); Neuropatia sensitivo-motora (perda da sensibilidade facilita a ocorrência de pequenos traumas que podem complicar com ulcerações). Fibras grossas = pressão e equilíbrio (sintomas de dormência, formigamento e perda do equilíbrio ) / Fibras finas = nocicepção, sensação térmica e protetora (dor, disestesia, queimação, choques e facadas ). o Tenta pensar que as finas são mais sensíveis e as grossas são as coisas mais grosseiras. ÚLCERAS NEUROPÁTICAS ÚLCERAS ISQUÊMICAS Indolor Dor Pulso presente Pulso ausente Calosidade (pelas alterações biomecânicas e sobrecarga em alguns pontos do pé) Unhas atrofiadas pela falta de irrigação Pele seca – neuropatia autonômica Palidez Tecido granuloso (cicatrização) Margens irregulares Secretiva – gangrena úmida Não exsudativa – gangrena seca Tratamento Cuidados locais – limpeza e curativos; Antibioticoterapia (cocos gram +); Amoxilina com clavulanato; Nathália Santana Rodrigues Sistemas Orgânicos Integrados IV Pacientes graves: cobrir gram – e anaeróbicos: vancomicina + meropenem. Alívio da pressão (repouso, gesso ou robofoot).
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