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P1 - Lauren

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AO JUIZO DE DIREITO DA 1ª VARA CÍVEL DA COMARCA Z 
 
 
 
Processo nº: 
 
 
 
(i) ALICE OLHO DE VIDRO, nacionalidade........., estado civil...., profissão, 
RG....., CPF/MF....., residente e domiciliado na ..................., n o. ............, na cidade e comarca 
de........, vem respeitosamente perante Vossa Excelência , por seu advogado interpor o presente 
RECURSO DE APELAÇÃO , com fundamento no artigo 1.009 e seguintes do Código de 
Processo Civil, nos autos da AÇÃO INDENIZATÓRIA que promove em face de (ii) 
PANDEMÔNIO ELETRONIC, já que não se conforma com a r. sentença que julgou 
improcedente o pleito autoral, exibindo em anexo as razões do seu inconformismo. 
Requer na forma do § 1º. do art. 1.010 do CPC que o apelado seja intimado para 
apresentar contrarrazões no prazo de 15 dias, remetendo após os autos ao Egrégio Tribunal de 
Justiça de......... 
 
 
Termos em que, 
P. deferimento. 
 
 
Z, ......, de.................de 20........ 
 
 
 
 
Advogado 
OAB 
 
 
 
EGRÉGIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE...., 
 COLENDA CÂMARA, 
 EMÉRITOS JULGADORES, 
 EMINENTE RELATOR, 
 
 
1. SÍNTESE DOS FATOS 
Em agosto de 2011, a apelante que à época contava com 13 (treze) anos de idade, 
sofreu acidente devido a defeito contido em aparelho de televisão que atingiu superaquecimento 
e explodiu. Tal infortúnio resultou em lesão grave à apelante, conforme laudo pericial em 
anexo, tendo em vista que perdeu a visão do olho direito. 
Diante tal contexto a apelante ajuizou a presente demanda indenizatória contra a 
apelada, uma vez que é a responsável pela fabricação do aparelho de televisão defeituoso, 
requerendo a condenação da ré ao pagamento da quantia de R$ 50.000,00 (cinquenta mil reais) 
à título de danos morais e R$ 50.000,00 (cinquenta mil reais) pelos danos estéticos causados. 
Após o oferecimento da contestação, o juízo a quo, em julgamento antecipado, 
proferiu decisão decretando a improcedência dos pedidos da autora com base nos seguintes 
fundamentos: 
a) inexistência de relação de consumo, com consequente inaplicabilidade do Código 
de Defesa do Consumidor, pois a vítima/autora da ação já alegou, em sua inicial, 
que não participou da relação contratual com a ré, visto que foi sua mãe quem 
adquiriu o produto na época; 
b) prescrição da pretensão autoral em razão do transcurso do prazo de três anos, 
previsto no Art. 206, § 3º, inciso V, do Código Civil. 
No entanto, a sentença não merece prosperar, devendo ser reformada, pelos 
fundamentos que passamos a analisar a seguir: 
 
2. ADMISSIBILIDADE RECURSAL 
2.1 DO PREPARO 
Exibe com esta a guia de preparo recursal na forma do artigo 1.007 do CPC. 
 
2.2 TEMPESTIVIDADE 
O recurso é tempestivo pois protocolado no prazo legal de 15 dias nos termos do 
artigo 1.003, §5 do CPC. 
 
2.3 CABIMENTO 
O presente recurso é o cabível pois trata-se de sentença de mérito conforme 
aduz o artigo 1.009 do CPC. 
 
3. RAZÕES DA REFORMA DA DECISÃO 
3.1 DA RELAÇÃO DE CONSUMO 
A r. sentença julgou improcedente os pedidos pleiteados em razão de não considerar 
a relação entre as partes, de consumo, haja vista a aquisição do produto à época, ter sido 
realizada por sua genitora. 
Contudo, o Código de Defesa do Consumidor, preceitua em ser art. 2º a seguinte 
disposição: 
 Art. 2° Consumidor é toda pessoa física ou jurídica que adquire ou utiliza produto 
ou serviço como destinatário final. 
Deste modo, podemos extrair do texto legal que para caracterização da relação 
consumerista, basta que a pessoa utilize o produto, não se limitando apenas à aquisição. Sendo 
assim, no contexto apresentado, ainda que a apelante não tenha adquirido o produto, fazia a sua 
utilização, portanto há de ser considerada como consumidora por utilizar o produto como 
destinatária final e por conseguinte sujeitar-se à proteção do referido Código. 
Neste diapasão, demonstrada a configuração da relação de consumo, requer que a 
apelada responda de forma objetiva e repare o dano causado à apelante, em consonância com o 
art. 121 do CDC, evidente a existência do nexo entre a fabricação do produto defeituoso e o 
acidente de consumo causado, já comprovados em laudo pericial (em anexo). 
 
3.2 DA PRESCRIÇÃO 
Também foi objeto de fundamento na sentença, o entendimento de que haveria 
prescrito a pretensão autoral da apelante, nos termos do art. 206, §3º, inciso V, do Código Civil. 
Porém, caso esta colenda Câmara entenda pela caracterização da relação de consumo entre as 
partes, tal entendimento inicial deve ser reformado e por conseguinte ser observado o disposto 
no art. 27 do CDC 2 que aduz que a pretensão à reparação dos danos causados por fato do 
produto será de 05 (cinco) anos. 
No caso em tela, embora já tenha decorrido mais de 05 anos da data do dano, válido 
citar que à época a apelante era absolutamente incapaz de praticar os atos da vida civil, logo, 
 
1 Art. 12. O fabricante, o produtor, o construtor, nacional ou estrangeiro, e o importador respondem, 
independentemente da existência de culpa, pela reparação dos danos causados aos consumidores por defeitos 
decorrentes de projeto, fabricação, construção, montagem, fórmulas, manipulação, apresentação ou 
acondicionamento de seus produtos, bem como por informações insuficientes ou inadequadas sobre sua 
utilização e riscos 
2 Art. 27. Prescreve em cinco anos a pretensão à reparação pelos danos causados por fato do produto ou do 
serviço prevista na Seção II deste Capítulo, iniciando-se a contagem do prazo a partir do conhecimento do dano 
e de sua autoria. 
em consonância com o exposto no art. 198, inciso I, do Código Civil3, não há que se falar em 
prescrição, pois a contagem do prazo teve início em 2014, quando a apelante se tornou 
relativamente incapaz, portanto, ajuizou a demanda em conformidade com o prazo 
prescricional, que venceria em 2019, a saber. 
 
3.2 DOS PEDIDOS 
Diante do exposto, requer: 
a) seja o presente recurso admitido com base no art. 1.009, do CPC e consequentemente que 
seja REFORMADA TOTALMENTE A SENTENÇA do juízo a quo, em virtude dos 
fundamentos apontados, condenando o apelado ao pagamento de danos morais no montante de 
R$ 50.000.00 (cinquenta mil reais) e R$ 50.000,00 (cinquenta mil reais) em danos estéticos; 
b) seja afastada a prescrição, com fundamento nos arts. 27 do CDC e 198, inciso I, do CC; 
c) que seja juntada aos autos a guia de preparo recursal na forma do artigo 1.007 do CPC; 
d) que o Egrégio Tribunal julgue o mérito sem determinar o retorno do processo ao juízo de primeiro 
grau, conforme autoriza o Art. 1.013, § 4º, do CPC. 4 
 
 
Termos em que, 
P. deferimento. 
 
 
Z, ......, de.................de 20........ 
 
 
 
 
Advogado 
OAB 
 
 
3 Art. 198. Também não corre a prescrição: I - contra os incapazes de que trata o art. 3º. 
4 Art. 1.013, § 4º Quando reformar sentença que reconheça a decadência ou a prescrição, o tribunal, se 
possível, julgará o mérito, examinando as demais questões, sem determinar o retorno do processo ao juízo de 
primeiro grau.

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