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LEITURA: UM PASSO IMPORTANTE PARA O MUNDO DA ESCRITA
Cleodete Costa Coêlho Todesco
costac.cleo@gmail.com 
Helena Borges Ferreira
RESUMO
Este estudo apresenta uma reflexão sobre as dificuldades da escrita e a sua relação com a leitura, bem como destaca o papel do professor como mediador nesse processo. Torna-se indispensável acentuar a importância da leitura para o ensino e aprendizagem da escrita, bem como a sua indiscutível influência na aprendizagem e na formação do ser social, comunicativo e bem preparado para relacionar-se nas diversas ocasiões às quais está exposto permanentemente. Tem como objetivo proporcionar uma reflexão quanto à importância da mediação do educador no processo ensino-aprendizagem da escrita e da leitura. A investigação busca responder ao seguinte questionamento: em que medida o educador pode contribuir para que as crianças possam aproveitar as oportunidades educativas voltadas para o mundo da leitura e escrita? Metodologicamente, a pesquisa é exploratória, com abordagem qualitativa. Inicialmente, busca-se a fundamentação teórica, por meio da pesquisa bibliográfica, com o intuito de descrever a importância da leitura, o papel do professor como mediador na construção do conhecimento, a influência dos mesmos sobre a escrita e a urgência de atualização das metodologias de incentivo à leitura. O resultado da pesquisa confirma que o hábito da leitura colabora com o processo de aprendizagem da escrita, aumenta a capacidade crítica do leitor e o torna hábil, independente e autônomo, compreendendo e criando opiniões próprias sobre qualquer assunto, sem sujeitar-se a manipulações.
Palavras chaves: Dificuldades. Mediação. Conhecimento. Aprendizagem.
1 INTRODUÇÃO
O tema escolhido neste estudo tem a finalidade de apresentar a importância do ato da leitura no processo de aquisição da escrita, como também, evidenciar a sua relevância na formação de cidadãos críticos e participativos. Silva (2002) menciona que quem exerce a função de ler adquire possibilidades e condições para que esse ato seja entendido seus significados.
Leitura e escrita são, atualmente, as principais preocupações do ensino básico, sendo, também, decisivos no progresso ou fracasso escolar do indivíduo na escola. O domínio da linguagem oral e escrita é muito importante para todo o cidadão, pois se trata de uma ferramenta que proporciona a comunicação e a expressão de ideias, sentimentos, como também, o acesso às informações, o compartilhamento de opiniões e a disseminação de conhecimento (SANTOS, MENDONÇA, 2007).
Os homens se distinguem dos outros seres vivos por meio da linguagem que proporciona a comunicação e a interação com os seus pares. Trata-se de um produto da sociedade feito para viver em sociedade. A linguagem molda e manifesta a necessidade que o homem tem de interagir na sociedade em que vive, possibilitando assim o registro de suas marcas e vivências. Por isso é tão importante que o homem domine a leitura e a escrita, para poder exercer a sua cidadania (GADAMER, 2002).
Diante desse enunciado, o presente estudo tem como objetivo proporcionar uma reflexão quanto à importância da mediação do educador no processo ensino-aprendizagem da escrita e da leitura. A investigação busca responder ao seguinte questionamento: em que medida o educador pode contribuir para que as crianças possam aproveitar as oportunidades educativas voltadas para o mundo da leitura e escrita? 
A hipótese defendida é a de que o processo de leitura e escrita na vida dos alunos somente será bem-sucedido se o professor cumprir o seu papel fazendo a mediação da construção do conhecimento, visando uma prática de leitura dinâmica na vida futura dessas crianças.
É preciso considerar que a criança é sujeito de sua aprendizagem a partir do momento que estabelece uma atitude reflexiva quando envolve relação entre objetos. Por isso, os professores que prezam por uma educação significativa, devem levar em consideração o conhecimento que o aluno traz consigo e as experiências já adquiridas de leitura e escrita (FERREIRO, 1999). 
Metodologicamente, a pesquisa é exploratória, com abordagem qualitativa. Inicialmente, busca-se a fundamentação teórica, por meio da pesquisa bibliográfica, com o intuito de descrever a importância da leitura, o papel do professor como mediador na construção do conhecimento, a influência dos mesmos sobre a escrita e a urgência de atualização das metodologias de incentivo à leitura. 
O interesse sobre o tema “Leitura: um passo importante para o mundo da escrita” surgiu pelo fato de vivenciar no cotidiano, muitas crianças com dificuldades na escrita, assim sendo, percebe-se que para uma escrita de qualidade, é necessário que o aluno seja primeiramente um bom leitor. 
Este trabalho está organizado em quatro partes: A primeira parte apresenta a introdução, onde é apresentado o tema e a sua delimitação, a justificativa, o problema da pesquisa, os objetivos, a metodologia.
Na segunda parte apresenta-se a fundamentação teórica que dá apoio à discussão do tema pesquisado, estando assim organizada: A leitura inserida como estratégia de aprendizagem da escrita, A influência da leitura na escrita, Dificuldade de leitura: Como trabalhar o aluno, O professor mediador na construção do conhecimento, Metodologias para o ensino da leitura.
Na terceira parte são descritas as conclusões, e por fim, na quarta parte estão relacionadas às referências bibliográficas utilizadas durante a pesquisa. 
2 A LEITURA INSERIDA COMO ESTRATÉGIA DE APRENDIZAGEM DA ESCRITA
2.1 A INFLUÊNCIA DA LEITURA NA ESCRITA
Ao analisar a leitura como base construtora de conhecimento, torna-se visível outro importante ponto que é elemento fundamental para a vida educacional e social: a escrita. Ela se desenvolve sobre a influência da leitura, através dos diversos conhecimentos culturais e linguísticos que proporciona a quem a pratica. 
Orlandi (2001, p. 89) explica que: “a leitura é um dos elementos que constituem o processo de produção da escrita”. Certamente, em decorrência da leitura o progresso da escrita é evidente. 
A leitura é companheira inseparável da escrita, assim sendo, o indivíduo só consegue produzir bons textos com a prática da leitura. Juntas, elas ajudam a desenvolver a capacidade que o homem tem desde seu nascimento: pensar. Natali na Revista Língua Portuguesa (2012, p. 7) cita a frase do célebre escritor e pensador inglês Samuel Johnson: “a língua é o traje do pensamento”. Parafraseando, pode-se afirmar que a leitura é o traje da escrita. 
No entanto, é preciso considerar que, segundo os indicadores da pesquisa do INAF (Indicador do Alfabetismo Funcional 2011- 2012), e que os linguistas consideram alarmantes, apresentados no artigo “O apagão da leitura” de Adriana Natali (Revista Língua Portuguesa, 2012, p. 41) 35% dos brasileiros que possuem ensino médio e 38% que tem formação superior apresentam nível de leitura insuficiente. Natali esclarece: “há uma crise da escrita, a incapacidade de expressão por meio de um texto, que tem relação direta com o apagão da leitura no país”.
Em consequência do processo de leitura, surge no aluno a capacidade de fazer melhores escolhas, que podem auxiliá-lo na produção de textos, além de beneficiar os professores que, desta forma, conseguem identificar o nível de conhecimento adquirido pelo exercício da produção de textos. Como bem sintetizado por Colasanti (apud FUNDAÇÃO NACIONAL DO LIVRO, 2008, p. 166):
Foi com a leitura que aprendi a escrever. Quando comecei a escrever profissionalmente, evidenciou-se que já sabia fazê-lo, e sabia não porque alguém tivesse me ensinado, nem porque eu tivesse ensaiado a minha escrita, mas porque tinha lido durante a vida inteira. 
A leitura é fonte renovadora, que enobrece e amplia os horizontes do leitor na busca por maiores conhecimentos do mundo e de si, possibilitando-lhe armazenar conteúdos inéditos que servem de base para a construção de uma escrita de qualidade, além de lhe proporcionar maior capacidade crítica, comunicativa, social e expressiva. Sobre isso comenta Aguiar(apud VIANA, 2001, p. 4):
Como o ato de ler enriquece os horizontes do leitor, na direção do conhecimento do mundo e de si, propicia o armazenamento dos conteúdos intelectuais e humanos que vão alimentar o processo da escrita. Então, à semelhança da leitura, pode-se dizer que escrever não é apenas codificar sinais gráficos, mas comunicar-se com o interlocutor, apresentar, aceitar e refutar ideias, expressar e provocar sentimentos, instigar respostas.
Sabe-se que nenhum texto nasce pronto. A escrita é um processo que necessita ser praticado. E, para que esta prática seja fonte produtora de conhecimento e seja satisfatória, deve estar intimamente ligada à leitura que, por sua vez, quando feita corretamente, transmite conhecimentos variados do mundo (AGUIAR apud VIANA, 2001).
Leitura e escrita são processos indiscutivelmente ligados. Somente com o exercício da leitura uma pessoa pode tornar-se capaz de escrever sem encontrar grandes dificuldades. A leitura permite a quem a pratica refletir e analisar as ideias apresentadas no texto, para, a partir disso, construir opiniões próprias e, por fim, após esta construção crítica escrever textos de qualidade. Quanto a essa concepção, diz Viana (2001, p. 5):
Ler e escrever são atos indissociáveis. Só mesmo quem tem o hábito da leitura é capaz de escrever sem muita dificuldade. A leitura eficiente de livros, revistas e jornais permite-nos refletir sobre as ideias e formular nossa própria opinião. Sem opinião formada é impossível escrever qualquer texto.
Diz-se que para saber escrever é necessário ler, mas, o inverso também deve ser considerado. Nesse aspecto Viana (2001, p. 9) expressa à seguinte opinião:
Ninguém chega à escrita sem antes ter passado pela leitura. Mas leitura aqui não significa somente a capacidade de juntar letras, palavras, frases. Ler é muito mais que isso. É compreender a forma como está tecido o texto. Ultrapassar sua superfície e inferir da leitura seu sentido maior, que muitas vezes passa despercebido a uma grande maioria de leitores. Só uma relação mais estreita do leitor com o texto lhe dará esse sentido. Ler bem exige tanta habilidade quanto escrever bem. Leitura e escrita complementam-se. Lendo textos bem estruturados, podemos apreender os procedimentos linguísticos necessários a uma boa redação.
Conclui-se nesse tópico que a escrita é uma das mais antigas formas de comunicação, entretanto, é dependente da leitura. Para escrever-se bem é necessária a aquisição de conhecimentos que só se concretizam através da leitura e, para se ler, precisa-se ter noções de escrita.
2.2 DIFICULDADE DE LEITURA: COMO TRABALHAR O ALUNO
Franco e Bertoso (2010, p. 1) explicam que:
Quando o leitor tem dificuldades em compreender um texto sua aprendizagem fica atrasada. Essa dificuldade precisará ser trabalhada e abrangerá várias áreas do cérebro. Quais seriam as causas que levam a essas dificuldades? Também encontramos diversos materiais sobre o assunto. Muitas vezes a dificuldade no processo de leitura está relacionada ao sujeito e para reverter esta deficiência devem ser aplicadas formas para adquirir o prazer no ler.
Um problema que muitos professores revelam é o fato de haver alunos, dentro de sala, que encontram grandes desafios que se referem à dificuldade de leitura. Leitores que apresentam dificuldades para compreender um texto possuem menor nível de aprendizagem e esse obstáculo concentra-se nas mais diversas partes do cérebro. Alguns desses problemas estão relacionados ao leitor e, para solucionar estas questões é necessário utilizar uma gama de métodos para acordar a satisfação com a leitura. Assim, os mesmos autores ainda acrescentam que: 
Os professores têm que despertar dentro de si o prazer pela leitura, a busca por novos conhecimentos e assim transmitir para seus alunos a grande importância sobre o ato de ler e compreender textos. A escola tem que apresentar a leitura para seus alunos de forma significativa e dinâmica para que seja despertado na criança o prazer pela leitura. Outro fator que impede a formação de crianças leitoras e consequentemente, ao fracasso escolar, são as condições econômicas das famílias. [...] quanto maior o poder aquisitivo, melhores são as condições em permanecer na escola, ter notas satisfatórias tendo maior possibilidade em ingressar em uma faculdade. A classe social também se relaciona com a evasão escolar (FRANCO; BERTOSO, 2010 p. 1).
O educador deve procurar fontes variadas de informações para, em seguida, contribuir para que os educandos aprendam e incorporem em suas vidas o valor de saber ler e interpretar textos. 
Outra dificuldade encontrada para formar leitores é a situação econômica das famílias, fator que ainda gera insucessos na escola. O educando que possui condição financeira estável tem maiores chances de continuar estudando, pois consegue notas adequadas e prossegue com seus estudos. Portanto, o patamar de vida socioeconômica de um discente pode influenciar sua permanência no ambiente escolar. Franco e Bertoso (2010, p. 1) comentam ainda:
As crianças com dificuldades de leitura são menos eficazes, possuem uma compreensão fraca e não conseguem corrigir com facilidade erros existentes em textos, ou seja, não detectam erros nos textos tão bem como as crianças que não apresentam dificuldades de leitura. Quando é percebida a dificuldade na leitura do aluno, este processo de intervenção tem que ser trabalhado com vários métodos, sendo que a dificuldade pode estar na forma que o sujeito tem de compreender o texto lido, em sua audição, no falar e etc. O professor, em sua formação inicial, deveria ter mais subsídios sobre os conteúdos em geral e mais especificamente sobre o processo de leitura para poder, então, conduzir o aluno de maneira mais eficaz ao seu desenvolvimento leitor.
As dificuldades na leitura afetam a capacidade de compreensão das crianças, pois, não percebem erros em textos, o que já as coloca em condição de inferioridade em relação às que têm facilidade nessa prática. Quando isso acontece, o professor deve inserir várias estratégias metodológicas para descobrir o grau de complicação existente. Com isso, é evidente a necessidade de se investir na formação inicial de qualidade do docente. Do ponto de vista de Neves et al. (2004, p. 56) algumas limitações podem provocar dificuldades de leitura:
A criança não está conseguindo melhorar seu processo de aprendizagem nas atuais condições que a maioria das escolas oferece? Podem ser inúmeras as razões: falta de concentração decorrente de uma limitação da visão; hiperatividade que se rebela contra a imobilidade; agressividade e transferência de condições de vida para o ambiente da escola, enfim, as razões são inúmeras e sua listagem seria por demais extensa, sendo que algumas circunstancias fogem da competência do professor na sala de aula.
A culpa da incapacidade do aluno na aprendizagem às vezes é atribuída a circunstância em que a escola se encontra, mas existem outras razões que também contribuem para dificultar o ensino. A falta de concentração é umas delas que pode estar relacionada à restrição de visão do aluno, à hiperatividade e à hostilidade, reflexo da sua vida no ambiente familiar, levando o aprendiz a repetir o mesmo comportamento que tem em casa, na sala de aula. Portanto, nem sempre o educador tem o controle do ensino, pois há fatores externos ao ambiente escolar que atrapalha no desenvolvimento do discente. 
Muitos estudos são realizados para identificar possíveis causas dos problemas enfrentados pelos alunos no hábito de ler. Para Grégorie e Piérart (1997, p. 107),
[...] Para falar legitimamente de dificuldades de leitura de um determinado leitor diante do texto, é indispensável supor que o texto em questão seria compreendido se ele fosse apresentado verbalmente. Sem essa restrição, é impossível distinguir as dificuldades de leitura, das dificuldades de compreensão da língua em geral ou de compreensão da mensagem contida no texto em particular.
Dessa forma, para identificar as dificuldades que o leitor apresentadiante de um texto, não se deve descartar a hipótese de que, quando apresentado verbalmente, o mesmo texto seria compreendido. Assim, é possível discernir se a dificuldade do leitor encontra-se no ato da leitura ou da compreensão de um determinado texto. Grégorie e Piérart (1997, p. 107) esclarecem ainda que:
Numerosos trabalhos empíricos demonstraram que a identificação das palavras é crucial na explicação dos problemas de compreensão de textos. Com efeito, existe uma correlação forte entre o desempenho em leitura, estabelecido por um teste de compreensão, e o desempenho numa tarefa de identificação de palavra. A tese aqui defendida é a de que a identificação das palavras é uma condição necessária à leitura. Volta-se a afirmar que não existe bom leitor que seja deficiente no nível dos processos de identificação das palavras. A asserção inversa é mais delicada, pois, embora seja verdadeira que a identificação das palavras é necessária para compreender um texto dado, ela poderia não ser suficiente.
Para compreender um texto é essencial a identificação das palavras. Existe uma estreita relação entre o desempenho de leitura firmada pelo entendimento do que é lido e pelo reconhecimento da palavra. Assim, identificar palavras é um requisito indispensável para a leitura. Portanto, um leitor eficiente tem tendência para decodificar as palavras, mas a recíproca, mesmo sendo fundamental, pode não ser satisfatória. Logo, um decodificador de letras nem sempre é um bom leitor. Sobre este assunto Grégorie e Piérart (1997, p. 109) acrescentam:
A exploração eficaz de todos esses processos específicos do texto exige uma habilidade essencial que depende da resolução de problemas. Convém distinguir esta última da competência em leitura propriamente dita, por razões ainda ligadas ao diagnóstico e ao tratamento. Ensinar, a alguém que saber ler, o emprego das páginas amarelas da lista telefônica vai lhe ser muito útil, mas novamente isso não é uma aula de leitura. Misturar leitura e resolução de problemas cria confusão, e esta é nociva em todos os níveis.
Para ler e compreender textos é necessário adquirir uma predisposição contraída através de solução de problemas resolvidos, ou seja, a leitura em si, para ser feita com êxito depende de identificar as dificuldades encontradas para depois realizar um tratamento específico. Instruir um leitor não é ensinar a ler, mas encontrar estratégias para ensinar quem não sabe é sim uma aula de leitura.
Segundo Duke e Pearson (2002, P. 205) existem seis tipos de estratégias de leitura consideradas relevantes, baseadas em pesquisas tidas como auxiliares no processo de leitura. São as seguintes:
• Predição: Trata-se de antecipar, prever fatos ou conteúdo do texto, utilizando o conhecimento existente para facilitar a compreensão.
• Pensar em voz alta: O leitor verbaliza seu pensamento enquanto lê.
• Estrutura do texto: Analisar a estrutura do texto, auxiliando os alunos a aprenderem a usar as características dos textos, como cenário, problema, meta, ação, resultados, resolução e tema, como um procedimento auxiliar para compreensão e recordação do conteúdo lido.
• Representação visual do texto: Auxilia leitores a entenderem, organizarem e lembrarem algumas das muitas palavras lidas quando formam uma imagem mental do conteúdo.
• Resumo: Tal atividade facilita a compreensão global do texto, pois implica na seleção e destaque das informações mais relevantes contidas no texto.
• Questionamento: Auxilia no entendimento do conteúdo da leitura, uma vez que permite ao leitor refletir sobre o mesmo. Pesquisas indicam também que a compreensão global da leitura é melhor quando alunos aprendem a elaborar questões sobre o texto. (DUKE E PEARSON, 2002, P. 205).
2.3 O PROFESSOR MEDIADOR NA CONSTRUÇÃO DO CONHECIMENTO
A leitura e escrita são de grande relevância na vida de uma criança, pois através dessa prática as crianças têm a oportunidade de se tornarem cidadãos atuantes na sociedade, conhecedores de seus direitos e deveres. Para tanto, é oportuno dizer que o educador é o principal mediador no processo de leitura e escrita na vida dos alunos. Para que haja a consolidação da aprendizagem, é mister que o educador proporcione um ensino de qualidade (ZILBERMANN, 2008). 
A concretização positiva da escola está no desafio proposto aos professores em olhar para as produções dos alunos com uma visão não somente crítica na busca de encontrar erros quanto ao processo de leitura e escrita, mas sim como um orientador, capaz de auxiliar muito bem o seu aluno, possibilitando o prazer na prática da leitura e assim leva-lo automaticamente ao conhecimento da escrita. De acordo com Freire (1997, p. 11),
[...] o ato de ler não se esgota da decodificação pura da palavra escrita ou da linguagem escrita, mas que se antecipa e se alonga na inteligência do mundo. A leitura do mundo precede a leitura da palavra [...] linguagem e realidade se prendem dinamicamente.
É função primordial de o educador ensinar os alunos a ler e a escrever. Porém nem sempre á assim que acontece. Muitas vezes o aluno que tem dificuldades de aprendizagem, é deixado de lado. Assim torna-se mais difícil chegar ao processo de aquisição da leitura e escrita. As principais dificuldades sentidas pelo aluno nesse processo nem sempre são “culpa” sua, pode estar no fato de o professor não dedicar um tempo, uma atenção especial para este aluno. De acordo com Lopes e Mendonça (1998, p. 77), 
Entender a leitura e entender o que é ensiná-la é falar sobre ela, ser um leitor que sente prazer nessa prática, mediar textos e leitores, são desafios do professor nos tempos atuais. O ensino da leitura deve partir das experiências individuais do professor enquanto leitor, da discussão e diálogo com os alunos e outros professores e da consideração nas histórias de leitura de cada um. 
As dificuldades sentidas pelos alunos no processo de leitura e escrita, principalmente nas séries iniciais, é um assunto vivenciado diariamente em sala de aula pelos educadores, que na maioria das vezes, não buscam solução para prestar auxílio a este aluno. Vale citar Ferreiro (1987, p. 15),
O que acontece no início da escolaridade primária é decisivo para todo o resto da história escolar da criança. É no primeiro ano das séries iniciais, que a criança é definida como um aluno lento, rápido, com ou sem problemas. É neste espaço que o aluno receberá a primeira etiqueta, que terá consequências no resto de sua escolaridade.
É imprescindível que o educador possibilite na vida do aluno que as percepções e a visão do todo se ampliem possibilitando que alcance o processo de aprendizagem na leitura e escrita. Para tanto, o educador deve conhecer muito bem o seu aluno, valorizar os seus conhecimentos prévios e proporcionar atividades motivadoras.
[...] A formação do gosto de ler começa muito cedo, já na família, através das cantigas, do folclore, da literatura infantil oral e do contato com os livros, formando atitudes positivas em relação à leitura. Nessa situação caberia à escola dar continuidade ao trabalho iniciado à instituição família (SOUZA, 1993, p. 19).
O educador deve entender que independentemente de quais sejam as dificuldades sentidas pelos alunos, eles estão em sala de aula, estão lá para aprender, mas a estratégia como é transmitida as informações deve ser tão importante quanto o próprio conteúdo. 
Nesse sentido, Skiner (1972, p. 114) diz o seguinte a respeito do trabalho do educador, este “deve induzir o aluno a agir, mas deve ser cuidadoso em como fazê-lo”. Entende-se nesta afirmação que se o educador não souber como agir no processo de aprendizagem do aluno, ele pode acabar dificultando ainda mais os conhecimentos a ser adquiridos e desmotivar ainda mais o aluno aprendiz.
Muito tem se falado sobre a importância da leitura, pois a ato de ler é de extrema relevância não apenas para a formação do aluno, mas também na formação do indivíduo que precisa da leitura por toda a vida. A leitura não é apenas uma atividade escolar, mas uma forma de interação entre indivíduosem sociedade. 
Ler é construir uma concepção de mundo, é ser capaz de compreender o que nos chega por meio da leitura, analisando e posicionando-se criticamente frente às informações colhidas, o que se constitui como um dos atributos que permitem exercer, de forma mais abrangente e complexa a própria cidadania (VILLARDI, 1999, p. 4). 
É nesse sentido que se justifica a importância da intervenção mediadora do professor e da ação sistematizada da escola na qualificação de habilidades indispensáveis a cidadania e a vida em sociedade para qualquer estudante, com o são o ler e o escrever. Pois quando um ser humano, alcança esse momento de aprendizagem em sua vida, é certo que tudo ao seu redor se transforma, pois a leitura permite que uma pessoa faça grandes viagens até mesmo sem sair do lugar, através da imaginação, fantasias e apreciação. 
Para Cagliari (1999) não basta o professor ser um mero mediador de pacotes prontos é possível entender que o educador deve buscar métodos inovadores, pois não existe receita pronta para sanar as dificuldades existentes no ambiente escolar. O método que o educador utiliza com determinado aluno, pode não dar certo com outro e assim cabe a este profissional ser inovador e encontrar soluções para que cada um adquira aprendizagem de forma significativa tanto na leitura quanto na escrita. Nesse sentido, Ferreiro (1992, p.79) diz,
[...] eu digo escrita entendendo que não falo somente de produção de marcas gráficas por parte das crianças; também falo de interpretação dessas marcas gráficas. [...] algo que também supõe conhecimento acerca desse objeto tão complexo, a língua escrita, que se apresenta em umas multiplicidades de usos sociais.
Para que o aluno adquira a prática da leitura, é necessário que o educador saiba organizar, sistematizar, pensar, inovar, buscar conhecimentos e técnicas de ensino. Atuando assim, o educador fará com que a leitura seja refletida de forma significativa na escrita da criança. Tendo em vista que a leitura e a escrita são conhecimentos complementares no desenvolvimento da competência textual do aluno
De acordo com Zabala (1998, p. 34) “aprender não é apenas copiar ou reproduzir a realidade. Significa interagir conhecimentos já existentes aos novos, modificando-os e estabelecendo relações”.
Assim, torna-se importantíssimo o trabalho do professor em priorizar pedagogicamente atividades de ensino que envolva o processo de aprendizagem na vida do educando, sempre de modo intencional, a fim de se alcançar um aprendizado significativo. 
[...] sentir a necessidade de ler e escrever. [...] Isso significa que a escrita deve ter sentido para a criança, que deve ser provocada por necessidade natural, como uma tarefa vital que lhe seja imprescindível. Unicamente então estaremos seguros de que se desenvolverá na criança não como um hábito de suas mãos e dedos, mas como um tipo realmente novo e complexo de linguagem (VYGOTSKI, 1995, p. 198).
Contudo, quando o educador valoriza o conhecimento prévio, a alfabetização torna-se um mecanismo muito mais simples na história da criança. Para desenvolver a leitura e escrita, dominar as múltiplas linguagens, a criança precisa sentir-se segura, autoconfiante, e emocionalmente equilibrada para deixar fluir todo conhecimento que traz consigo para aperfeiçoar seu letramento tendo em vista a transição de forma natural e necessária.
2.4 METODOLOGIAS PARA O ENSINO DA LEITURA
Para Lerner (2002) o exercício da leitura necessita receber mudanças em seu sentido, de forma que seja desfeita a sua prática autoritária e obrigatória (como está institucionalizado há tempos). Para que o leitor compreenda o que está lendo devem-se utilizar metodologias que o incentivem a ler e desfazer a ideia que coloca o ato de ler como obrigatoriedade para a obtenção de nota. 
O uso desse argumento gera efeito contrário, ou seja, o educando cria aversão à leitura por entendê-la como imposição, contrapondo-se ao ideal de que seja feita por prazer, vontade própria, tendo em vista que um texto é formado por diversos elementos que podem fazê-lo alegre, cômico, espirituoso e envolvente, atraente aos olhos do leitor. Machado (apud FUNDAÇÃO NACIONAL DO LIVRO, 2008, p. 59) afirma:
Não há nenhuma incompatibilidade entre os diferentes prazeres da leitura. Um texto pode ser muito engraçado e divertido e dar também outros prazeres bem mais sutis- como comprovam as obras de Mark Twain, Eça de Queiroz ou Machado de Assis. Pode ser cheio de surpresas e peripécias sem perder a sutileza – como nos acostumamos a ver em diferentes medidas em Alexandre Dumas, Jorge Amado, Érico Veríssimo, Rubem Fonseca ou García Márquez. Pode tratar de uma ação muito lenta, em que parece que não acontece nada, e ainda assim trazer imenso prazer na leitura – como alguns do próprio Machado, já citado, ou de Clarice Lispector, Proust, Paul Auster (para dar exemplos de autores bem diferentes entre si). O cardápio de prazeres e leituras é variadíssimo.
Portanto, outras formas devem ser consideradas, como: colocar o livro ao alcance do aluno para um encontro casual sem hora marcada, sem regras, sem receios, barreiras ou cobranças, para tornar o momento espontâneo e prazeroso, levando ao bom relacionamento entre livro e leitor. Assim se manifesta Azevedo (2004, p. 39):
É importante deixar claro: para formar um leitor é imprescindível que entre a pessoa que lê e o texto se estabeleça uma espécie de comunhão buscada no prazer, na identificação, no interesse e na liberdade de interpretação. É necessário também que haja esforço, e este se justifica e se legitima justamente através dessa comunhão estabelecida.
O que se nota em sala de aula são métodos arcaicos, ultrapassados, obsoletos, que pouco contribuem para incutir no aluno o desejo de ler, pois são utilizados textos expostos e impostos pelos professores. Estratégias de aproximação e impacto entre leitura e aluno devem ser buscadas. Métodos devem ser revistos para que o ato de ler deixe de ser mecânico e obrigatório e passe a fazer parte do cotidiano do educando permitindo que ele se deleite através da prática da leitura. Silva (2008, p. 13) contribui com a reflexão ao afirmar: 
Outros propósitos devem orientar a leitura no contexto escolar: parar de ler para memorizar normas gramaticais ou conteúdos cristalizados ou superficializantes e, a passos largos, começar a ler para enxergar melhor o mundo; parar de ler para vomitar matéria ou apenas imitar, na base da osmose, os cânones dos clássicos e, a passos largos, começar a ler para compreender esta nossa sociedade e para nos compreendermos criticamente dentro dela.
Apresentam-se, então, algumas possibilidades metodológicas. A escola deve se desvincular do tradicionalismo usado na quase totalidade das instituições de ensino quanto a utilização de fragmentos de textos em análises feitas fora do contexto, tendo como objetivo a simples resolução de questionários prontos, porque entende-se que, deixar livre a interpretação é respeitar a imaginação de forma individual. Sobre isso discorre Silva (2008, p. 24), 
O aluno-leitor é uma ilha cercada de textos fragmentados por todos os lados. As solicitações de leitura são tantas e tão dispersas que podemos até pensar na imagem desse currículo como a de um ‘‘ouriço invertido’’ lançando espinhos torturantes a todo o momento e acabando por frustrar as interações significativas do leitor com os textos.
Apresentar o livro ou texto com entusiasmo para despertar o interesse, fazendo assim com que haja envolvimento do aluno com a leitura. A escolha do tema da leitura é fator importante, respeitando os assuntos que mais chamam a atenção e despertam a curiosidade ou trazem informações que o leitor deseja conhecer. Em relação a isso, Solé (1998, p.91, 92) discorre:
As situações de leitura mais motivadoras também são as mais reais: isto é, aquelas em que a criança lê para se libertar, para sentir o prazer de ler, quando se aproxima do cantinho de biblioteca ou recorre a ela. Ou aquelas outras em que, com o objetivo claro - resolver uma dúvida, um problemaou adquirir a informação necessária para determinado projeto – aborda um texto e pode manejá-lo à vontade, sem a pressão de uma audiência.
Para ajudar na compreensão da leitura realizada, pode-se usar o estratagema de contar histórias e dar aos alunos a oportunidade de fazer a sua interpretação, através de dramatizações, releituras e livres adaptações sem fugir ao tema proposto. Segundo Solé (1998), os próprios alunos devem selecionar marcas indicadoras, formular hipóteses, verificá-las, construir interpretações e saberem que isso é necessário para obter certos objetivos.
Deve-se também, ao contrário da atual realidade, ter bibliotecas amplas e acessíveis na escola, pois mesmo com toda a modernidade e a invasão da internet, o contato ainda é essencial ao processo de formação do leitor. Nelas o aluno tem autonomia para escolher o que ler, desde os clássicos até as revistas da atualidade. Quanto a isso Silva (2008, p. 21) faz o seguinte esclarecimento:
É o caso das bibliotecas escolares. Em função do quadro atual nas escolas, os investimentos em bibliotecas escolares deveriam ser altíssimos, afim de enriquecer o terreno da leitura e combater as diversas pragas que ali vicejam. Se a perspectiva buscada é incentivar a leitura, então as práticas de ensino e de uso consequente das bibliotecas deveriam ser complementares, levando os alunos a um convívio frequente e concreto com acervos diversificados.
Nesse ponto há de se considerar a importância do bibliotecário, como auxiliar do professor, orientando o aluno nas escolhas. Idealiza-se o profissional como alguém que ama os livros, que seja leitor assíduo e que tenha formação na sua área de atuação, superando a condição de mero distribuidor de livros. 
Nas práticas sociais de leitura, o bibliotecário e o professor podem transmitir uma relação com o texto, suscitando uma abertura, uma forma de atenção, de escuta, de inquietação, orientando aprofundamentos, questionando e estimulando a produção de novas ideias a partir das interpretações fornecidas pelos participantes das atividades (RASTELLI, 2014, p. 19).
Deve-se também, consolidar relações de diálogo entre a obra e o leitor, promovendo assim, a possibilidade de diversas interpretações diante da mesma obra. Rodrigues (apud SOUZA, 2006, p. 76) afirma que: “a relação entre a obra e o leitor só pode ter êxito mediante a mudança do leitor. Assim, a obra constantemente provoca uma multiplicidade de representações do leitor; [...]”.
Fazer leitura colaborativa estimulando a necessidade de se expressar, podendo o professor fazer leitura em voz alta dando pistas para que o aluno descubra o sentido do que está sendo dito em busca de novos conhecimentos. Sobre esse tema os PCN’s (BRASIL, 2001, p. 61) reproduzem alguns aspectos atribuídos a este tipo de leitura.
A possibilidade de interrogar o texto, a diferenciação entre realidade e ficção, a identificação de elementos discriminatórios e recursos persuasivos, a interpretação de sentido figurado, a inferência sobre a intencionalidade do autor, são alguns dos aspectos dos conteúdos relacionados à compreensão de textos, para os quais a leitura colaborativa tem muito a contribuir. A compreensão crítica depende em grande medida desses procedimentos.
O educando precisa vivenciar um ambiente letrado ou alfabetizador para que possa perceber o processo de aprendizagem da lecto-escrita como um ato dotado de sentido. O ambiente alfabetizador pode ser descrito como a transformação do espaço físico da sala de aula em um ambiente de aprendizagem rico em “recursos” de leitura e escrita. 
Esse ambiente deve conter diversos portadores de texto, jornais, revistas, receitas, contas de água, de luz, histórias infantis entre outros; ou seja, o mundo letrado deve ser trazido para dentro da sala de aula. É importante que o educador compreenda que o fato de pendurar coisas escritas na parede por si só não produz o efeito de alfabetizar; a conscientização da tal objetivo dependerá das intervenções feitas durante todo o processo. 
Dentro do ambiente alfabetizador, destaco a importância do “cantinho da leitura”, o qual deverá ter diversos portadores de texto. Para dinamização do cantinho de leitura, tenho as seguintes sugestões: “ciranda de leitura”, que consiste na escolha de um livro pela criança para ser levado para casa e ser lido em família. O educador poderá propor uma reunião para explicar aos pais como funciona a “ciranda da leitura” e qual sua importância para o desenvolvimento educacional da criança. Em casa, o educando solicita que um membro da família leia-o para os demais e, após a interpretação feita pela família, a criança fará um registro (escrita espontânea ou desenho) das conclusões sobre o livro. Posteriormente, em sala de aula, o aluno faz a “leitura” dos comentários sobre os livros.
Portanto, para se construir caminhos para a leitura é preciso despertar o interesse dos alunos, que a cada dia se interessam mais por coisas novas, pois estão numa fase em que precisam desse complemento, de que todo dia algo novo possa preencher essa lacuna. 
Entre os vários autores pesquisados, percebe-se diversidade de opiniões sobre os tipos de metodologias empregadas com o propósito de facilitar o aprendizado e aperfeiçoamento da leitura, essas metodologias, embora bem elaboradas, na maioria dos casos permanecem apenas na teoria, sendo pouco praticadas no cotidiano escolar.
3 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Lê-se para escrever e escreve-se para ler, para fazer daquele que pratica essa atividade parte de um mundo social, globalizado, que exige que as crianças, jovens e adolescentes estejam preparados para vencer os desafios cotidianos da vida em sociedade, criticando e refletindo sobre o próprio pensar. A leitura e a escrita são instrumentos de inserção e participação na sociedade letrada em que vivemos, logo, precisamos garantir a todas as crianças esse direito.
Portanto, o presente trabalho apresentou a importância da leitura e o seu desenvolvimento possibilitou a compreensão de que um dos atores principais no processo ensino-aprendizagem da leitura e escrita é o professor. Contudo, vale ressaltar que este profissional precisa ser um leitor e incentivador para seus alunos, servindo de referencial na vida destas pequenas criaturas que serão futuros cidadãos. Por isso este aspecto, o de despertar a atenção e o interesse do aluno pela leitura, é a essência da questão. 
É preciso que o educador estabeleça uma ponte de equilíbrio entre a teoria e prática, formando a tríade: pesquisa, reflexão e ação. Um destaque que fazemos é que a escrita e a leitura são práticas que se complementam. A leitura é a “chave de ouro” neste sistema. Quando a criança lê, adquire competência na produção de seus textos, além de ampliar seu vocabulário. 
A leitura e a escrita são os mais poderosos meios de comunicação, que permitem entender e apreciar as ideias dos outros e expressar as suas. É neste sentido que se desenvolveu o enfoque aqui trabalhado, buscando entender que a leitura é um passo que possibilita chegar ao mundo da escrita e que o professor, como mediador da aprendizagem do aluno, tem um papel essencial neste processo. 
Por fim, conclui-se que o papel ocupado pela leitura no desenvolvimento da escrita, de construtora de conhecimento, formadora social, intelectual e comunicativa, criadora e desenvolvedora de capacidades diversas, é de indiscutível importância para a vida do ser humano. Consequentemente é urgente desfazer o estereótipo que torna a leitura um ato obrigatório, desagradável, realizado pelo simples dever de cumprir com determinadas atividades propostas. A partir disso e, simultaneamente, criar melhor aceitação e maior interesse pela inclusão desse hábito ao cotidiano de cada aluno.
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