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Alimentação Saudável e Obesidade SEST – Serviço Social do Transporte SENAT – Serviço Nacional de Aprendizagem do Transporte ead.sestsenat.org.br CDU 613.2 58 p. :il. – (EaD) Curso on-line – Alimentação Saudável e Obesidade – Brasília: SEST/SENAT, 2016. 1. Alimentação - Hábitos. 2. Obesidade. I. Serviço Social do Transporte. II. Serviço Nacional de Aprendizagem do Transporte. III. Título. 3 Sumário Apresentação 5 Unidade 1 | Alimentação Saudável 6 1 Alimentação Saudável 7 1.1 Comportamento Alimentar 7 1.2 A Cultura Alimentar 8 1.3 Alimentação Saudável 9 Glossário 10 Atividades 11 Referências 12 Unidade 2 | A Prática para uma Alimentação Saudável 13 1 A Prática para uma Alimentação Saudável 14 1.1 Alimentação da Primeira Infância 15 1.2 Alimentação da Criança 16 1.3 Alimentação do Adolescente 17 1.4 Alimentação do Adulto 18 1.5 Alimentação do Idoso 20 Glossário 22 Atividades 23 Referências 24 Unidade 3 | Quais os Alimentos Mais Saudáveis 25 1 Quais os Alimentos Mais Saudáveis? 26 1.1 Nutrientes Essenciais e Balanço Energético 26 1.2 Grupos de Alimentos 27 1.2.1 Grupo 1 29 1.2.2 Grupo 2 29 1.2.3 Grupo 3 30 4 1.2.4 Grupo 4 30 Glossário 31 Atividades 32 Referências 33 Unidade 4 | Como Manter uma Alimentação Balanceada 34 1 Como Manter uma Alimentação Balanceada 35 1.1 Hábitos Alimentares 35 1.2 Recomendações Nutricionais para a População em Geral 37 Glossário 38 Atividades 39 Referências 40 Unidade 5 | O Que é Obesidade 41 1 O Que é Obesidade? 42 1.1 Obesidade 42 1.2 Comportamento Alimentar 43 Glossário 47 Atividades 48 Referências 49 Unidade 6 | Como Tratar a Obesidade 50 1 Como Tratar a Obesidade 51 1.1 Aconselhamento Dietético para a Mudança de Comportamento 51 1.2 Estratégias para Mudança de Comportamento 52 Glossário 54 Atividades 55 Referências 56 Gabarito 57 5 Apresentação Prezado(a) aluno(a), Seja bem-vindo(a) ao curso Alimentação Saudável e Obesidade! Neste curso, você encontrará conceitos, situações extraídas do cotidiano e, ao final de cada unidade, atividades para a fixação do conteúdo. No decorrer dos seus estudos, você verá ícones que tem a finalidade de orientar seus estudos, estruturar o texto e ajudar na compreensão do conteúdo. O curso possui carga horária total de 10 horas e foi organizado em 6 unidades, conforme a tabela a seguir. Fique atento! Para concluir o curso, você precisa: a) navegar por todos os conteúdos e realizar todas as atividades previstas nas “Aulas Interativas”; b) responder à “Avaliação final” e obter nota mínima igual ou superior a 60; c) responder à “Avaliação de Reação”; e d) acessar o “Ambiente do Aluno” e emitir o seu certificado. Este curso é autoinstrucional, ou seja, sem acompanhamento de tutor. Em caso de dúvidas, entre em contato por e-mail no endereço eletrônico suporteead@sestsenat. org.br. Bons estudos! Unidades Carga Horária Unidade 1 | Alimentação Saudável 2 h Unidade 2 | A Prática para uma Alimentação Saudável 2 h Unidade 3 | Quais os Alimentos Mais Saudáveis 2 h Unidade 4 | Como Manter uma Alimentação Balanceada 1 h Unidade 5 | O Que é Obesidade 2 h Unidade 6 | Como Tratar a Obesidade 1 h 6 UNIDADE 1 | ALIMENTAÇÃO SAUDÁVEL 7 1 Alimentação Saudável 1.1 Comportamento Alimentar O nosso comportamento alimentar depende tanto dos nossos hábitos culturais e costumes quanto das práticas relativas à alimentação: a seleção dos alimentos, sua aquisição, as formas de conservação, seus diversos modos de preparo e até a forma como consumimos os alimentos. O comportamento alimentar diz respeito a como se organizam os modos de alimentação das sociedades humanas. Envolve desde o mais elementar como o que, quando, quanto, onde, como e com quem se come, até aspectos diversos como a escolha dos alimentos e a sua forma de preparo. Todos esses aspectos estão relacionados a elementos sociais e culturais que influenciam as escolhas individuais e grupais com relação à alimentação (GARCIA, 1999). 8 Desse modo, o comportamento alimentar influencia nossas escolhas de combinações de alimentos, como prepará-los e combiná-los, quais são os alimentos mais desejados e de que forma iremos consumi-lo. É importante ter um comportamento alimentar saudável, que inclua um cardápio variado com muitas frutas e verduras. Por isso, é preciso conhecer o comportamento alimentar das pessoas, pois uma alimentação adequada depende do acesso constante e diário aos alimentos. Ter uma alimentação adequada e saudável é uma necessidade vital e um direito humano primário e básico, como determina a Constituição Federal: Art. 6º São direitos sociais a educação, a saúde, a alimentação, o trabalho, a moradia, o transporte, o lazer, a segurança, a previdência social, a proteção à maternidade e à infância, a assistência aos desamparados, na forma desta Constituição. 1.2 A Cultura Alimentar A cultura alimentar diz respeito à forma como os padrões alimentares estão presentes em cada povo ou cultura. A cultura alimentar determina tanto quais os tipos de alimentos serão consumidos quanto a forma de preparo, a combinação entre eles, e a forma de consumo. Ou seja, a cultura alimentar também influencia o comportamento alimentar. Alguns modos tradicionais de alimentação são considerados benéficos à saúde, como a chamada “dieta mediterrânea”, que é rica em verdura, fruta, cereais integrais e carnes magras. Recentemente, pesquisas sobre os modos tradicionais de alimentação comprovaram que seus efeitos benéficos à saúde não são apenas uma influência dos alimentos individuais. Seus benefícios devem-se muito mais à influência do conjunto de alimentos que fazem parte daquele cardápio tradicional, bem como da forma como são preparados e consumidos (GARCIA, 1999). Os profissionais da área de nutrição, ao elaborarem suas recomendações, devem levar em conta a cultura alimentar, o cenário de influências na alimentação e as condições de saúde da população. Os padrões de alimentação têm mudado rapidamente na maioria dos países, em particular, naqueles economicamente emergentes. 9 As principais transformações envolvem a substituição de alimentos frescos por produtos industrializados. Conforme veremos nas próximas unidades, os produtos industrializados não devem ser consumidos com frequência, por conter elementos que podem fazer mal à saúde, por exemplo, excesso de sal, açúcar, gordura e conservantes. Essas mudanças no padrão de alimentação têm causado, entre outras consequências, o desequilíbrio nutricional e uma série de doenças, como obesidade, diabetes hipertensão (pressão alta), doenças do coração e certos tipos de câncer. c No Brasil, ainda há os agravantes da miséria e da pobreza, que geram doenças como a desnutrição e outras a ela relacionadas. Entretanto, o declínio da desnutrição e de doenças infecciosas associadas a essa condição foi monumental nos últimos anos, devido a políticas públicas bem-sucedidas de distribuição da renda, de erradicação da pobreza absoluta e de ampliação do acesso da população a serviços básicos de saúde, saneamento e educação. 1.3 Alimentação Saudável O que chamamos de alimentação saudável pode adquirir vários significados, de acordo com o lugar em que se vive, a região, o país, a cultura, as crenças, a religião, os hábitos familiares e da época. De modo geral, indivíduos bem alimentados são mais resistentes às infecções (MANN, 2011). Praticar uma alimentação saudável contribui também para se proteger das Doenças Crônicas Não Transmissíveis (DCNTs) e que apresentam sérios riscos à saúde, como obesidade, diabetes, hipertensão, acidente vascular cerebral, doenças cardíacas e alguns tipos de câncer (MENDONÇA, 2010). Uma alimentação saudável, que protege nossa saúde e previne doenças de risco, envolve três principais fatores, que devem estar interligados. São eles: 1. Consumir alimentos diversificados, em sua maioria de origem vegetal; 2. Reduzir oconsumo de gordura saturada, açúcar, sal e bebidas alcóolicas; e 10 3. Ter uma alimentação com baixa concentração energética, rica em frutas e verduras, que previne o excesso de peso, o sobrepeso e a obesidade, que eleva o risco de doenças crônicas não transmissíveis. Para muitas pessoas, manter uma alimentação adequada pode ser um grande desafio, pois têm de fazer as refeições em seus locais de trabalho ou de estudo, e muitos estabelecimentos, como restaurantes ou lanchonetes, não oferecem opções saudáveis de alimentação. Outro desafio é não ceder às propagandas de alimentos industrializados, lembrando que os alimentos que não passaram por nenhum tipo de processamento são sempre mais saudáveis. Uma boa dica é procurar no seu bairro, ou nas proximidades, supermercados ou feiras onde possa adquirir alimentos minimamente processados, como cereais, verduras e frutas, e preparar e levar seu próprio lanche e almoço para suas atividades fora de casa (BRASIL, 2014). Os produtos orgânicos e os produtos oriundos de pequenos produtores rurais ou da agricultura familiar são os mais recomendados. Produtos orgânicos são aqueles produzidos sem o uso de agrotóxicos, que podem causar sérios danos à saúde. Já os produtos oriundos de pequenos produtores rurais ou da agricultura familiar são os mais recomendados, pois geralmente provêm de pequenas propriedades e de uma relação mais sustentável com o meio ambiente. Quando compramos nossos alimentos diretamente dos pequenos produtores, estamos incentivando esse tipo de comércio, que é mais justo tanto para o nosso ecossistema quanto na forma de remuneração dos seus funcionários (BRASIL, 2014). Glossário Cultura alimentar: é a forma como um povo se alimenta e os alimentos que consomem. 11 a 1) Marque a alternativa que completa a frase corretamente. O nosso comportamento alimentar depende _______ a. ( ) da disponibilidade dos produtos oferecidos no mercado. b. ( ) depende do que se aprende na escola. c. ( ) tanto dos nossos hábitos culturais e costumes quanto das práticas relativas à nossa alimentação. d. ( ) apenas das práticas relativas à nossa alimentação. 2) Os padrões de alimentação têm mudado rapidamente na grande maioria dos países, em particular, naqueles economicamente emergentes. As principais transformações envolvem: a. ( ) Alimentar-se mais em casa do que na rua. b. ( ) As alterações demográficas das regiões. c. ( ) Substituição de alimentos frescos por produtos industrializados. d. ( ) A disponibilidade dos alimentos nos mercados. Atividades 12 Referências ANSOLINI, José Armando. Propaganda, transição nutricional e segurança alimentar na sociedade brasileira. In: TADDEI, José Augusto de A. C. (Coord). Jornadas Científicas de Nisan: Núcleo Interdepartamental de Segurança Alimentar e Nutricional, 2006/2007. São Paulo: Manole, 2008. Disponível em: <http://www.nisan.unifesp.br/ Nisan2006_2007.pdf> Acesso em: 28 out 2016. BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Básica. Guia alimentar para a população brasileira. 2. ed. Brasília: Ministério da Saúde, 2014. EVANGELISTA, Jose. Alimentos: um estudo abrangente. Rio de Janeiro: Atheneu, 1994. MANN, Jim; TRUSWELL, A. Stewart. Nutrição humana. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2011. 2 v. MELCA, Izabela Azeredo; FORTES, Sandra. Obesidade e transtornos mentais: construindo um cuidado afetivo. Rio de Janeiro: RHUPE, 2014. Disponível em: <http:// revista.hupe.uerj.br/detalhe_artigo.asp?id=456>. Acesso em: 28 out. 2016. MENDONÇA, Rejane Teixeira. Nutrição: um guia completo de alimentação, práticas de higiene, cardápios, doenças, dietas e gestão. São Paulo: Riedeel, 2010. MORAES, R. W. Determinantes e construção do comportamento alimentar: uma revisão narrativa da literatura. Disponível em: <http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/ handle/10183/108992/000949581.pdf;sequence=1> Acesso em: 19 set. 2016. RODRIGUES, Ana Paula dos Santos; SILVEIRA, Erika Aparecida da. Correlação e associação de renda e escolaridade com condições de saúde e nutrição em obesos graves. 2013. Disponível em: <http://www.scielo.br/pdf/csc/v20n1/1413-8123- csc-20-01-00165.pdf>. Acesso em: 28 out. 2016. SANTANA, E. R.; SILVA, D.F. Uma abordagem socioantropológica do alimento como identidade cultural da Bahia. In: SEMINÁRIO ALIMENTAÇÃO E CULTURA NA BAHIA, 1. Feira de Santana, 2012. Anais... Feira de Santana: Centro de Estudos do Recôncavo - UEFS, jun. 2012. SILVA, Cassiano Oliveira da et al. Segurança Alimentar e Nutricional. Rio de Janeiro: Rubio, 2015. 264 p. 13 UNIDADE 2 | A PRÁTICA PARA UMA ALIMENTAÇÃO SAUDÁVEL 14 1 A Prática para uma Alimentação Saudável Hábitos alimentares saudáveis devem estar inseridos no cotidiano das pessoas como um momento agradável e de socialização. Deve-se dar preferência a alimentos frescos e nutritivos, em quantidades suficientes, de maneira a promover a saúde e prevenir doenças. As práticas alimentares saudáveis devem ter como foco o consumo de alimentos in natura, produzidos em âmbito local, culturalmente diferenciado e de elevado valor nutritivo, tais como: frutas, legumes e verduras, grãos integrais, leguminosas (feijões), sementes e castanhas. Tais alimentos precisam ser introduzidos nas refeições de crianças e adolescentes, que devem ser educados para selecionarem produtos nutritivos, mas também devem ser consumidos na fase adulta e na velhice, ajudando a preservar a saúde. 15 1.1 Alimentação da Primeira Infância Ao nascermos, temos necessidades alimentares diferentes daquelas de um adulto. Um médico pediatra deve ser consultado, periodicamente, para saber os alimentos e as quantidades corretas para a alimentação dos bebês em cada fase de seu desenvolvimento. Uma dieta adequada à alimentação infantil deve fornecer uma quantidade calórica correta e suprir os nutrientes necessários ao desenvolvimento biológico do bebê. Quem o estiver alimentando, deve ter o cuidado de proteger as vias aéreas da criança contra a aspiração de qualquer alimento ou outras substâncias durante o processo de alimentação. e Os nutrientes presentes no leite materno suprem a necessidade nutricional para pleno desenvolvimento do lactente. Por isso, devem-se estimular as mães a amamentarem seus bebês, criando hábitos alimentares saudáveis e que podem prevenir muitas doenças, como anemia, osteoporose, diabetes, entre outras. O leite materno é um alimento completo, suficiente e necessário para os primeiros seis meses de vida. Suas vantagens são diversas, entre elas: • Contêm todos os nutrientes necessários ao bebê, inclusive toda água necessária para manter a hidratação; • É uma fonte natural de proteção contra algumas infecções infantis; • Sua segurança contra riscos de contaminação é grande. A exceção de algumas doenças, ele não estraga, nem vence enquanto estiver armazenado na mãe; • O metabolismo da criança funciona muito bem com o leite materno; • Amamentar é um ato que fortalece as relações de afeto entre a criança e a mãe; e • Uma criança amamentada no peito sente-se mais segura em seu desenvolvimento físico e psicológico. 16 Após os seis meses outros alimentos podem começar a ser introduzidos na alimentação do bebê. Como ainda não há dentes, a comida deve ter a consistência pastosa. Assim como o bebê não é capaz de mastigar, ele também não é capaz de processar alguns alimentos, pois seus órgãos internos ainda estão amadurecendo. Não devem ser adicionados temperos, óleos, sal e açúcar aos alimentos dados aos bebês. Ao término da fase de alimentação exclusiva por leite materno, começa-se a introduzir purês de legumes e frutas e mingaus. Os legumes e frutas devem ser bem lavados e, se possível, esterilizados antes de ser feito o purê. Já o mingau deve ser sem glúten, pois há bebês que têm restrições alimentares. Após essa primeira fase de alimentos, já é possível introduzircarnes brancas, sem gordura e macias, como frango e peru, em pequenos pedaços para não causar engasgo aos purês. Com cerca de 8 meses já é possível adicionar alguns derivados de leite, como iogurtes e também gemas de ovos. Na sequência, do nono mês em diante, pode-se adicionar peixe, com muito cuidado para não ir nenhuma espinha, massa, arroz, ervilhas e feijão. Depois do primeiro ano o bebê saudável pode comer qualquer alimento sem adição de gorduras, sal e açúcares. 1.2 Alimentação da Criança A alimentação da criança requer cuidados específicos na fase da primeira infância, na fase pré-escolar, e na fase escolar. Na primeira infância, quando a criança apresenta idade de 1 a 2 anos, é a fase em que a criança identifica cores, formas e cheiros dos alimentos e que se adapta aos hábitos e horários. A idade pré- escolar está situada entre os 3 e 6 anos, nessa fase as crianças têm seletividade 17 alimentar e começam a impor suas preferências alimentares. Na idade escolar, entre 6 e 12 anos, há um intenso crescimento físico e intelectual e suas exigências nutricionais são altas. Por isso, é importante que desde seu primeiro contato com os diversos alimentos, após os 6 meses, a criança aprenda a comer alimentos de todos os grupos da pirâmide alimentar. Especialmente hortaliças, legumes, vegetais folhosos, frutas, cereais, raízes, tubérculos, massas, pães, proteínas de origem animal, leguminosas e frutas oleaginosas. Nas sociedades modernas ocidentais, as práticas alimentares adotadas para crianças não são as mais recomendadas. Há uma oferta muito grande de produtos práticos no mercado, prontos para serem consumidos, e as famílias são estimuladas a adquiri-los. Entretanto, esses produtos nem sempre são saudáveis e podem fazer com que a criança se habitue a comer fora de seus horários mesmo quando não tem fome. Adquirir hábitos inadequados pode levar a criança a um excesso de ingestão de alimentos gordurosos ou cheios de açúcar, causando obesidade infantil. Na infância devem ser evitados os alimentos com condimentos fortes, gordurosos, frituras, salgadinhos industrializados, enlatados condimentados ou com excesso de aditivos químicos, os embutidos, os refrigerantes e sucos artificiais, pois contêm grande quantidade de açúcar, aditivos químicos e corantes, que podem produzir alergias alimentares e outras doenças. Deve-se ter cuidado com as balas, pirulitos, bolachas recheadas e outros alimentos ricos em açúcar, que devem ser evitados ou consumidos apenas aos finais de semana. Adquirir bons hábitos na infância é importante, uma vez que o acúmulo de experiências ao longo do desenvolvimento da criança, sejam elas gratificantes ou não, moldará sua conduta alimentar. 1.3 Alimentação do Adolescente As recomendações e necessidades nutricionais para os adolescentes, tanto em termos nutricionais quanto em termos de energia, devem ser sempre saudáveis e equilibradas. A taxa de crescimento na adolescência é a segunda maior durante a vida, sendo inferior apenas ao primeiro ano de idade; essa fase dura em média seis anos. 18 A maior velocidade de crescimento nesse período costuma ocorrer entre os 12 e 13 anos com as meninas e aproximadamente dois anos após, 14 e 15 anos, com os meninos. É a fase de maior crescimento orgânico, de metabolismo intenso devido à grande produção hormonal necessária para o desenvolvimento. É comum o adolescente sentir muito sono; todas as energias produzidas estão direcionadas ao intenso crescimento físico e ao metabolismo. Por isso, o valor calórico das refeições de um adolescente deve ser alto. O cardápio do adolescente deve apresentar quantidades elevadas de proteínas, carboidratos e lipídios para atingir o valor calórico necessário. O cardápio tradicional brasileiro – arroz, feijão, bife, legumes e verduras – agrada o paladar e é balanceado. De acordo com a Sociedade Brasileira de Pediatria, o regime alimentar do adolescente (10 a 20 anos) deve ser parecido com o do lactente e com o de crianças até os 10 anos, em termos da qualidade dos alimentos e, ao mesmo tempo, parecidos com o de um adulto com atividade braçal, em termos da quantidade dos alimentos. 1.4 Alimentação do Adulto As orientações para a alimentação saudável do adulto não são as mesmas das outras fases da vida e merecem cuidados direcionados ao seu padrão de trabalho e para todas as atividades que execute. O adulto normal, com boas condições de saúde, deve definir sua alimentação em função das atividades físicas e da manutenção da saúde do organismo em geral. À medida que o tempo passa, há necessidade de uma diminuição calórica ao longo da vida adulta, associada a mudanças metabólicas naturais que vão ocorrendo enquanto se envelhece. 19 É na idade adulta que há maior predisposição a doenças como hipertensão, sobrepeso, obesidade, cardiopatias, diabetes e outros problemas de saúde. É necessário pensar no bem-estar, cuidar da saúde para prevenir doenças ocasionais comuns que irão acontecer na terceira idade, de acordo com o desgaste físico. Uma alimentação correta não exige conhecimentos profundos sobre nutrição. O que se precisa é uma visão geral do que representam bons hábitos alimentares, para que o adulto adquira conhecimentos básicos de educação alimentar e aplique-os. Cada pessoa é um ser independente, com diferentes necessidades nutricionais que devem ser supridas de maneira adequadas a cada organismo, em prol de uma vida saudável. A fase adulta sucede a adolescência. Inicia-se por volta dos 20 anos de idade e é marcada pelo término do alongamento dos ossos, ou seja, quando paramos de aumentar nossa altura. Nessa fase o nosso crescimento físico está completo com todos os órgãos formados e amadurecidos. Muitas doenças associadas ao sobrepeso, como diabetes e hipertensão, acontecem a partir desta fase. Para evita-las é muito importante que se mantenha o peso ideal estável em todas as fases da vida, em especial após a adolescência. h Um nutricionista deve ser consultado para fazer uma análise de suas necessidades alimentares e definir bons alimentos para sua saúde. O adulto tem necessidades alimentares diferentes daquelas do adolescente e do idoso. A quantidade de ingestão de calorias está diretamente associada ao gasto calórico em todas as fases da vida, mas ao contrário de uma criança ou adolescente, que ainda está consumindo calorias e nutrientes para crescer, são as atividades realizadas ao longo do dia que irão determinar, com as características físicas da pessoa, sua dieta ideal. Em linhas gerais algumas informações são aplicáveis à maioria de nós. Por exemplo, um adulto do sexo masculino tende a ter uma necessidade calórica maior que uma mulher de mesma altura e peso. 20 Cinco a seis refeições diárias, sendo três principais (café da manhã, almoço e janta) e duas ou três menores (lanche matutino, lanche vespertino e um reforço após o jantar, como uma vitamina, iogurte ou copo de leite). Esse fracionamento das refeições ajuda na manutenção do peso ideal, bem como melhora sua capacidade de raciocínio e bom humor. Deve-se também estar atento à ingestão de líquidos. Se você tem um trabalho que exige pouco esforço físico e é realizado em ambiente fresco e sem contato direto como sol, dois litros por dia devem ser suficientes. Caso trabalhe ou passe muito tempo em contato com o Sol, fazendo exercícios ou em ambientes quentes, você deve aumentar a quantidade de água que ingere. 1.5 Alimentação do Idoso No Brasil, são consideradas idosas as pessoas com 60 anos, ou mais, de idade. O envelhecimento é considerado uma etapa natural da vida, mas as mudanças físicas causadas pelo processo de envelhecimento podem ocasionar algumas alterações, tais como: • Diminuição da atividade dos órgãos dos sentidos, reduzindo o paladar e olfato; • Constipação intestinal, que pode ocorrer pelo baixo consumode alimentos ricos em fibras, pela falta de atividades físicas, pela perda de tônus muscular e por alterações hormonais; • Dificuldades de mastigação; e • Hábitos alimentares já estabelecidos e difíceis de serem modificados. Além dessas mudanças, podem ocorrer algumas doenças no idoso ocasionadas por uma alimentação inadequada em fases anteriores da vida. Por isso, pode-se afirmar que o estado nutricional de um idoso é um reflexo do que viveu até aquele momento, em especial de sua alimentação. As mudanças nos processos biológicos que ocorrem no decorrer da vida transformam a estrutura e funcionamento dos tecidos do organismo. Há uma redução na capacidade de reprodução celular, que implica alterações na fisiologia do organismo, que podem causar doenças crônico-degenerativas. 21 Devido à redução da eficiência digestiva e da imunidade, em relação às fases mais novas da vida, os idosos devem ser mais cuidadosos com a procedência da comida, higiene no transporte, armazenamento e preparo, validade e qualidade do alimento. Uma infecção intestinal, que aos 30 anos de idade resultaria em uma diarreia sem qualquer sequela, em um idoso pode causar-lhe a morte. Algumas doenças crônicas são mais comuns em idosos. Os cuidados com essas enfermidades podem exigir dietas alimentares com algumas características, como a redução de açúcar ou sal, eliminação de gorduras ou carnes de difícil digestão, aumento da ingestão de alimentos com cálcio e vitaminas, entre outros. Cada pessoa tem necessidades nutricionais diferentes que devem ser orientadas por médicos especialistas, em especial os idosos, pois é comum que ao longo da vida tenham experimentado diferentes realidades e cheguem aos 60 anos com restrições e necessidades alimentares distintas. Entretanto alguns nutrientes costumam ser comuns e necessários aos idosos em maior dose que aos adultos jovens, como: • Zinco – ajuda na manutenção da capacidade imunológica. É encontrado em nozes, castanhas, carnes vermelhas e arroz integral. • Cálcio – componente essencial para a formação dos ossos. A sua deficiência pode causar ou agravar condições relacionadas à osteoporose, doença que causa do enfraquecimento ósseo. • Vitamina D – é fundamental para o metabolismo do cálcio para formação de ossos, bem como para a manutenção do sistema imunológico. A vitamina D é gerada pelo organismo através da exposição ao Sol. Existem suplementos vitamínicos que podem ser acrescentados à alimentação que auxiliam o organismo em sua geração. Essa complementação deve ser feita sob orientação médica, pois excesso de vitamina D pode levar à formação de pedras nos rins. • Fibras – são importantes para evitar a prisão de ventre. São encontradas na linhaça, farinha de arroz, farelo de trigo, entre outros. • Potássio – importante para o funcionamento dos músculos e ajuda a controlar o nível de sódio no organismo, reduzindo o risco de hipertensão arterial. Ele também ajuda a combater a prisão de ventre. São fontes de potássio: banana, soja, abacate, iogurte, ameixa, ervilha, feijões e damasco, entre outros. 22 • Ômega 3 – tem atuação na comunicação entre as células nervosas. Ajuda na prevenção de doenças neurológicas, como perda de memória, Alzheimer e Parkinson. É encontrada em peixes em especial na sardinha, salmão e atum. • Complexo B – são as vitaminas B1, B6, B12 e ácido fólico. Trabalham no metabolismo de carboidratos. Proteínas e gorduras. São encontradas em cereais integrais, leguminosas, oleaginosas e sementes. Glossário In natura: produto retirado da natureza, sem nenhum tipo de processamento. Leguminosas: plantas de espécies de árvores e arbustos, cujo fruto é uma vagem. Metabolismo: conjunto de transformações no organismo que provocam degradação das células. Oleaginosas: vegetais que possuem gordura e óleos. Tubérculos: caule arredondado que algumas plantas verdes desenvolvem abaixo da superfície do solo. 23 a 1) Marque a alternativa que completa a frase. O leite materno é fundamental para a saúde das crianças e deve ser a única fonte de alimento até: a. ( ) 9 meses de vida. b. ( ) 6 meses de vida. c. ( ) 3 meses de vida. d. ( ) 12 meses de vida. 2) Complete a sentença de acordo com o texto da Unidade 2, o estado nutricional do idoso é ___________ a. ( ) um reflexo de sua vida passada. b. ( ) debilitado pela idade. c. ( ) reflexo da sua alimentação atual. d. ( ) compensado por seu estado de repouso. Atividades 24 Referências ANSOLINI, José Armando. Propaganda, transição nutricional e segurança alimentar na sociedade brasileira. In: TADDEI, José Augusto de A. C. (Coord). Jornadas Científicas de Nisan: Núcleo Interdepartamental de Segurança Alimentar e Nutricional, 2006/2007. São Paulo: Manole, 2008. Disponível em: <http://www.nisan.unifesp.br/ Nisan2006_2007.pdf> Acesso em: 28 out 2016. BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Básica. Guia alimentar para a população brasileira. 2. ed. Brasília: Ministério da Saúde, 2014. EVANGELISTA, Jose. Alimentos: um estudo abrangente. Rio de Janeiro: Atheneu, 1994. MANN, Jim; TRUSWELL, A. Stewart. Nutrição humana. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2011. 2 v. MELCA, Izabela Azeredo; FORTES, Sandra. Obesidade e transtornos mentais: construindo um cuidado afetivo. Rio de Janeiro: RHUPE, 2014. Disponível em: <http:// revista.hupe.uerj.br/detalhe_artigo.asp?id=456>. Acesso em: 28 out. 2016. MENDONÇA, Rejane Teixeira. Nutrição: um guia completo de alimentação, práticas de higiene, cardápios, doenças, dietas e gestão. São Paulo: Riedeel, 2010. MORAES, R. W. Determinantes e construção do comportamento alimentar: uma revisão narrativa da literatura. Disponível em: <http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/ handle/10183/108992/000949581.pdf;sequence=1> Acesso em: 19 set. 2016. RODRIGUES, Ana Paula dos Santos; SILVEIRA, Erika Aparecida da. Correlação e associação de renda e escolaridade com condições de saúde e nutrição em obesos graves. 2013. Disponível em: <http://www.scielo.br/pdf/csc/v20n1/1413-8123- csc-20-01-00165.pdf>. Acesso em: 28 out. 2016. SANTANA, E. R.; SILVA, D.F. Uma abordagem socioantropológica do alimento como identidade cultural da Bahia. In: SEMINÁRIO ALIMENTAÇÃO E CULTURA NA BAHIA, 1. Feira de Santana, 2012. Anais... Feira de Santana: Centro de Estudos do Recôncavo - UEFS, jun. 2012. SILVA, Cassiano Oliveira da et al. Segurança Alimentar e Nutricional. Rio de Janeiro: Rubio, 2015. 264 p. 25 UNIDADE 3 | QUAIS OS ALIMENTOS MAIS SAUDÁVEIS 26 1 Quais os Alimentos Mais Saudáveis? 1.1 Nutrientes Essenciais e Balanço Energético h Os nutrientes essenciais são aqueles que são fundamentais ao ser humano e não são produzidos pelo nosso organismo, sendo necessário obtê-los a partir do consumo de determinado alimento. Uma dieta equilibrada deve suprir o indivíduo de todas as suas necessidades nutricionais, sem faltar e nem sobrar nenhum elemento. O correto balanceamento disponibilizará ao corpo toda a energia e nutrientes necessários para realizar com saúde as atividades diárias. 27 A quantidade de caloria que devemos consumir diariamente varia de pessoa para pessoa e de acordo com sua idade, sexo, funcionamento do seu organismo, atividades que executa ao longo do dia e a duração delas, estado de saúde, entre outros fatores. O “balanço energético” é atingido quando a quantidade de energia ingerida e a quantidade de energia gasta pelo organismo em suas atividades diárias estão em equilíbrio. Então, a ingestão de energia, ou calorias, não deve ser superior ao que será consumido para manter as funções vitais e as atividades físicas diárias. Se há equilíbrio entre o consumo e o gasto energético não há perda e nem ganho de peso. Se uma pessoa ingere mais calorias do que seu organismo gasta, as calorias excedentes serão acumuladas em forma de gordura corporal. É assim que se ganhapeso. Caso não se reduza o consumo ou se aumente a atividade física, com o tempo atingirá um estado de sobrepeso e até de obesidade. Estima-se que as necessidades calóricas do brasileiro, cujo trabalho não exige muita ação muscular, estariam em torno de 2.400 calorias para os homens e 2.200 para as mulheres. Porém, à medida que envelhecemos, o gasto metabólico é alterado. Após os 35 anos de idade, acumulamos, em média, meio quilograma de peso corpóreo por ano. 1.2 Grupos de Alimentos A pirâmide alimentar foi criada com o objetivo de orientar a população com relação aos grupos de alimentos. Com o auxílio da pirâmide alimentar podemos identificar facilmente os alimentos, visualizando a quais grupos pertencem e as respectivas quantidades que devem ser consumidas. Na base da pirâmide, temos os cereais, pães, tubérculos, raízes, massas e óleos vegetais saudáveis, dos quais devemos consumir de 5 a 9 porções diárias. Logo acima temos as hortaliças (4 a 5 porções diárias) e frutas (3 a 5 porções diárias). Em seguida vem os leites e derivados (3 porções), carnes e ovos (1 a 2 porções) e as leguminosas (1 porção). Por último, os que devem ser consumidos esporadicamente óleos e gorduras (1 a 2 porções) e os açúcares, doces, cereais refinados e refrigerantes (1 a 2 porções). 28 Recomenda-se que os alimentos sejam distribuídos em seis refeições: café da manhã, lanche da manhã, almoço, lanche da tarde, jantar e lanche da noite. Os grupos de alimentos da pirâmide e as porções relacionadas com o seu respectivo valor calórico estão assim distribuídos: Tabela 1: Grupos de Alimentos Divididos por Valor Calórico Fonte: Mendonça, 2010. Grupos Alimentos Porções Calorias/porção Grupo 1 Arroz, pães, massas, batata, mandioca, óleos vegetais saudáveis 5 a 9 150 Kcal Grupo 2 Verduras e legumes 4 a 5 35 Kcal Frutas 3 a 5 35 Kcal Grupo 3 Carnes brancas e ovos 1 a 2 190 Kcal Leite, queijo, iogurte 3 120 Kcal Feijões 1 55 Kcal Grupo 4 Óleos, carne vermelha e gorduras 1 a 2 73 Kcal Açúcares e doces 1 a 2 110 Kcal 29 1.2.1 Grupo 1 Esse grupo é o que deve ser mais consumido, formado pelos carboidratos. Os carboidratos são fundamentais para o funcionamento dos nossos órgãos vitais, como coração, cérebro e músculos. Fazem parte desse grupo as raízes e tubérculos (como batatas e mandioca), os cereais integrais em geral (como massas, pães e arroz). Esses alimentos devem ser consumidos entre cinco a nove porções por dia, suprindo até 75% das necessidades calóricas/dia. Devemos consumir preferencialmente alimentos integrais, que são digeridos de forma lenta e demoram a chegar à corrente sanguínea, causando uma sensação de saciedade por maior tempo, o que ajuda a evitar ganho de peso. Já os alimentos refinados, além de serem pobres em minerais, vitaminas e fibras, transformam-se em glicose de forma rápida no processo digestivo. Essa glicose vai circular na corrente sanguínea, causando um rápido aumento da glicemia (que é a concentração de açúcar no sangue). Da mesma forma que a glicose aumenta rapidamente, ela é queimada de forma rápida, causando fome. 1.2.2 Grupo 2 Esse grupo é formado pelas verduras, legumes e frutas. De forma geral, os alimentos do grupo 2 possuem características nutritivas semelhantes. Eles são ricos em sais minerais, vitaminas, carboidratos e fibras. Há também a presença dos nutrientes, que têm a função de proteger o organismo de determinadas doenças, como o câncer, por exemplo. Os alimentos desse grupo devem ser consumidos abundantemente entre três a cinco porções ao dia. 30 1.2.3 Grupo 3 O grupo 3 é formado pelas proteínas, sejam elas de origem animal ou vegetal: carnes, ovos, leite, queijo, iogurte e feijões. As proteínas são também chamadas de construtores, pois são fontes de ferro e cálcio. As proteínas de origem animal são aquelas obtidas nas carnes e ovos. Já o leite e seus derivados são considerados fontes de proteínas essenciais, ricas em cálcio e vitaminas do complexo B. Recomenda-se consumir de uma a duas porções ao dia. As proteínas de origem vegetal são os feijões, as leguminosas, a lentilha, a ervilha, o grão-de-bico, as castanhas e as nozes. Recomenda-se consumir uma porção ao dia. No total, entre as proteínas de origem animal e vegetal, recomenda-se consumir até três porções por dia. 1.2.4 Grupo 4 As gorduras e os óleos encontram-se no alto da pirâmide, pois devem ser ingeridos em pequenas quantidades. Os óleos comestíveis estão presentes em vários vegetais, entre eles na azeitona (azeite de oliva), girassol, linhaça, milho e soja. As gorduras são geralmente de fonte animal, como creme de leite, manteiga e banha. Esses alimentos devem ser ingeridos em pequenas quantidades. Não devemos deixar de consumir gorduras. Elas são importantes, pois fornecem energia, vitaminas lipossolúveis e ácidos graxos essenciais. Porém, devem fazer parte da dieta no máximo de uma a duas porções diárias. g Saiba mais sobre nutrientes no link disponível a seguir. http://brasilescola.uol.com.br/saude-na-escola/conteudo/ nutrientes.htm 31 Glossário Metabólico: refere-se ao metabolismo, conjunto de transformações que provocam degradação das células. 32 a 1) Marque a alternativa correta. Uma dieta equilibrada deve incluir _____ a. ( ) sobremesas todos os dias. b. ( ) a possibilidade de não comer frutas e verduras. c. ( ) alimentos para suprir o indivíduo de todas as suas necessidades nutricionais, sem faltar nem sobrar nenhum elemento. d. ( ) muita proteína e pouco carboidrato para não engordar. 2) O alimentos do grupo 3 carnes, ovos, leite, queijo, iogurte são ricos em quais nutrientes? a. ( ) Vitamina A e ferro. b. ( ) Proteínas, cálcio e ferro. c. ( ) Proteínas e zinco. d. ( ) Cálcio e magnésio. Atividades 33 Referências ANSOLINI, José Armando. Propaganda, transição nutricional e segurança alimentar na sociedade brasileira. In: TADDEI, José Augusto de A. C. (Coord). Jornadas Científicas de Nisan: Núcleo Interdepartamental de Segurança Alimentar e Nutricional, 2006/2007. São Paulo: Manole, 2008. Disponível em: <http://www.nisan.unifesp.br/ Nisan2006_2007.pdf> Acesso em: 28 out 2016. BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Básica. Guia alimentar para a população brasileira. 2. ed. Brasília: Ministério da Saúde, 2014. EVANGELISTA, Jose. Alimentos: um estudo abrangente. Rio de Janeiro: Atheneu, 1994. MANN, Jim; TRUSWELL, A. Stewart. Nutrição humana. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2011. 2 v. MELCA, Izabela Azeredo; FORTES, Sandra. Obesidade e transtornos mentais: construindo um cuidado afetivo. Rio de Janeiro: RHUPE, 2014. Disponível em: <http:// revista.hupe.uerj.br/detalhe_artigo.asp?id=456>. Acesso em: 28 out. 2016. MENDONÇA, Rejane Teixeira. Nutrição: um guia completo de alimentação, práticas de higiene, cardápios, doenças, dietas e gestão. São Paulo: Riedeel, 2010. MORAES, R. W. Determinantes e construção do comportamento alimentar: uma revisão narrativa da literatura. Disponível em: <http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/ handle/10183/108992/000949581.pdf;sequence=1> Acesso em: 19 set. 2016. RODRIGUES, Ana Paula dos Santos; SILVEIRA, Erika Aparecida da. Correlação e associação de renda e escolaridade com condições de saúde e nutrição em obesos graves. 2013. Disponível em: <http://www.scielo.br/pdf/csc/v20n1/1413-8123- csc-20-01-00165.pdf>. Acesso em: 28 out. 2016. SANTANA, E. R.; SILVA, D.F. Uma abordagem socioantropológica do alimento como identidade cultural da Bahia. In: SEMINÁRIO ALIMENTAÇÃO E CULTURA NA BAHIA, 1. Feira de Santana, 2012. Anais... Feira de Santana: Centro de Estudos do Recôncavo - UEFS, jun. 2012. SILVA, Cassiano Oliveira da et al. Segurança Alimentar e Nutricional. Rio de Janeiro: Rubio, 2015. 264 p. 34 UNIDADE 4 | COMO MANTER UMA ALIMENTAÇÃO BALANCEADA 35 1 Como Manter uma Alimentação Balanceada 1.1 HábitosAlimentares A nossa escolha por uma alimentação mais saudável, com bastante legumes, verduras e cereais e uma quantidade reduzida de alimentos de origem animal, representa uma ótima opção em termos de hábitos alimentares, além de influenciar positivamente nosso sistema de produção e o meio ambiente. Ao escolher consumir frutas, verduras, legumes, tubérculos e cereais, acabamos influenciando indireta e positivamente os pequenos sistemas agrícolas e fomentando formas mais justas de economia. Além disso, a redução do consumo de alimentos de origem animal faz com haja uma diminuição dos grandes impactos causados pela criação de animais em grande escala, que causam diversos danos ao meio ambiente, como o desmatamento de matas nativas para o cultivo de pastagens para os rebanhos. 36 Bons hábitos alimentares incluem a alimentação em diversos períodos do dia. São recomendadas, ao menos, três períodos de alimentação. Uma refeição ao acordarmos, o café da manhã. A segunda após 5 ou 6 horas da primeira, que é o almoço, e, por fim, a janta, a ser realizada de 2 a 3 horas antes de irmos dormir. Pequenos e saudáveis lanches entre as refeições ajudam na manutenção dos níveis de nutrientes a disposição no seu corpo, ajudam ainda a reduzir o estresse associado à fome e, na maior parte dos casos, contribui para a redução de calorias totais ingeridas ao longo do dia. Pode parecer um contrassenso comermos mais vezes e ingerirmos menos calorias, mas é o que acontece quando chegamos as principais refeições do dia, almoço e jantar, sem tanta fome, pois realizamos um pequeno lanche poucas horas antes. A noite é saudável evitar refeições de alimentos que tenham digestão mais longa, como aquelas ricas em gorduras e carnes. Além desses, cada pessoa tem uma maior ou menor sensibilidade a determinados tipos de alimentos e demora mais para digeri-los. Você pode, por exemplo, ter maior dificuldade para digerir pepino, pimentão, carnes de porco, ou qualquer outro alimento. É importante estar atento para não o fazer à noite, antes de dormir, pois uma digestão não concluída ao irmos dormir pode resultar em uma noite mal dormida. h Deve-se evitar, também, a ingestão de bebidas alcoólicas durante as refeições. Uma pessoa sob efeito de álcool tente a ingerir mais comida do que se não estivesse bebendo. Além desse fato, ela atrapalha sua digestão, tornando-a mais demorada. 37 1.2 Recomendações Nutricionais para a População em Geral Quatro categorias de alimentos definidas de acordo com o tipo de processamento empregado na sua produção são abrangidas pelas recomendações deste capítulo. 1. Alimentos in natura ou minimamente processados São os alimentos extraídos dos animais ou plantas e encontram-se próprios para consumo sem ter sofrido nenhuma alteração. Esses alimentos devem ser a base de nossa alimentação, pois são mais saudáveis e naturais, visto que não passaram por nenhum processo químico. Exemplos: cortes de carne resfriados ou congelados e leite, raízes e tubérculos, grãos secos, polidos e empacotados ou moídos, legumes, verduras, frutas. 2. Óleos, gorduras, açúcar e sal Sal, açúcar, gorduras e óleos são utilizados como temperos nos alimentos. Devem ser usados com moderação e somente em alimentos minimamente processados ou in natura. Exemplos: sal, açúcar, gorduras e óleos. 3. Alimentos processados Os alimentos processados são aqueles que foram feitos ao se adicionar açúcar ou sal a alimentos in natura. Seu consumo deve ser limitado a pequenas quantidades e deve ser consumido juntamente com alimento in natura ou minimamente processado. Exemplos: pães, queijos, enlatados, legumes em conserva, frutas em calda. 4. Alimentos ultraprocessados Os alimentos ultraprocessados são aqueles fabricados em processos industriais, com muitas etapas e utilizando muitos ingredientes. Muitos desses produtos apresentam uma quantidade alta de gorduras, açúcar e sódio, e em sua maioria, são muito calóricos, além causarem danos à saúde. Exemplos: salgadinhos de pacote, biscoitos recheados, macarrão instantâneo e refrigerante. 38 Uma alimentação saudável tem como base grande variedade de alimentos in natura ou minimamente processados, predominantemente de origem vegetal, preparados de maneira saudável, sem o uso de gorduras transgênicas e saturadas ou muito sal. Alimentos processados devem ser evitados, mas podem integrar a alimentação desde que em pequenas quantidades, eventualmente e como parte ou acompanhamento de preparações culinárias com base em alimentos in natura ou minimamente processados. O tempo e energia gastos na cozinha, preparando alimentos saudáveis, é um tempo dedicado à saúde daqueles que partilharão aquela refeição. Essa forma de pensar pode ajudá-lo a ter uma vida mais longa e saudável. Hipócrates foi um grego que viveu cerca de quatro séculos antes do nascimento de Cristo. É considerado por muitos o pai da medicina. Já naquela época, há mais de 2.300 anos atrás, sabia da influência dos alimentos em nossa saúde. A ele é atribuída um famoso pensamento que diz, em outras palavras, que somos o resultado daquilo que ingerimos. Glossário Gordura transgênica: também conhecida como gordura hidrogenada. É formada por um processo industrial de hidrogenação que transforma óleos líquidos derivados de vegetais em gordura sólida. Gordura saturada: gordura presente em alimentos de origem animal (suínos e bovinos), leite integral, manteiga, queijos amarelos, óleo de dendê e de coco. Ultraprocessados: alimentos processados com alto volume de texturizantes, açúcar, sal e outros produtos. 39 a 1) Quando os alimentos processados devem ser consumidos? a. ( ) Diariamente, desde que não seja em excesso. b. ( ) À vontade. c. ( ) Duas vezes ao dia. d. ( ) Em pequenas quantidades, como ingredientes de preparações culinárias ou como parte de refeições baseadas em alimentos in natura ou minimamente processados. 2) Marque a alternativa que completa a frase a seguir. O consumo de alimentos ultraprocessados deve ser: a. ( ) Diário, devido a sua praticidade e por incentivar a indústria. b. ( ) Evitado, pois apresentam uma quantidade alta de gorduras, açúcar e sódio, e em sua maioria, são muito calóricos, além de causarem danos à saúde. c. ( ) Permitido, desde que não ultrapasse duas porções diárias. d. ( ) Apenas três vezes por semana. Atividades 40 Referências ANSOLINI, José Armando. Propaganda, transição nutricional e segurança alimentar na sociedade brasileira. In: TADDEI, José Augusto de A. C. (Coord). Jornadas Científicas de Nisan: Núcleo Interdepartamental de Segurança Alimentar e Nutricional, 2006/2007. São Paulo: Manole, 2008. Disponível em: <http://www.nisan.unifesp.br/ Nisan2006_2007.pdf> Acesso em: 28 out 2016. BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Básica. Guia alimentar para a população brasileira. 2. ed. Brasília: Ministério da Saúde, 2014. EVANGELISTA, Jose. Alimentos: um estudo abrangente. Rio de Janeiro: Atheneu, 1994. MANN, Jim; TRUSWELL, A. Stewart. Nutrição humana. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2011. 2 v. MELCA, Izabela Azeredo; FORTES, Sandra. Obesidade e transtornos mentais: construindo um cuidado afetivo. Rio de Janeiro: RHUPE, 2014. Disponível em: <http:// revista.hupe.uerj.br/detalhe_artigo.asp?id=456>. Acesso em: 28 out. 2016. MENDONÇA, Rejane Teixeira. Nutrição: um guia completo de alimentação, práticas de higiene, cardápios, doenças, dietas e gestão. São Paulo: Riedeel, 2010. MORAES, R. W. Determinantes e construção do comportamento alimentar: uma revisão narrativa da literatura. Disponível em: <http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/ handle/10183/108992/000949581.pdf;sequence=1> Acesso em: 19 set. 2016. RODRIGUES, Ana Paula dos Santos; SILVEIRA, Erika Aparecida da. Correlação e associação de renda e escolaridade com condições de saúde e nutriçãoem obesos graves. 2013. Disponível em: <http://www.scielo.br/pdf/csc/v20n1/1413-8123- csc-20-01-00165.pdf>. Acesso em: 28 out. 2016. SANTANA, E. R.; SILVA, D.F. Uma abordagem socioantropológica do alimento como identidade cultural da Bahia. In: SEMINÁRIO ALIMENTAÇÃO E CULTURA NA BAHIA, 1. Feira de Santana, 2012. Anais... Feira de Santana: Centro de Estudos do Recôncavo - UEFS, jun. 2012. SILVA, Cassiano Oliveira da et al. Segurança Alimentar e Nutricional. Rio de Janeiro: Rubio, 2015. 264 p. 41 UNIDADE 5 | O QUE É OBESIDADE 42 1 O Que é Obesidade? 1.1 Obesidade A obesidade é considerada atualmente um grave problema de saúde pública. O sobrepeso e a obesidade podem ocorrer pela ação de diferentes fatores sejam eles psicossociais, socioeconômicos, culturais, ambientais, endócrinos e/ou genéticos. Segundo Silva et al. (2015), o consumo de alimentos em quantidades maiores do que o necessário, estresse, fatores cultuais e um modo de vida sedentário são os fatores que mais causam obesidade no mundo. O consumo de calorias em grande quantidade e o gasto calórico inferior ao consumido ocasiona uma acumulação de reserva de energia. Em casos raros, os problemas endócrinos, de constituição biológica ou hereditariedade, podem causar obesidade. 43 As doenças como diabetes, aumento de gordura no sangue, como o colesterol alto, problemas nas articulações, hipertensão arterial, doenças de coluna, vários tipos de câncer e cálculos biliares ocorrem com mais frequência em indivíduos obesos. c A obesidade é uma doença que atualmente atinge grande parte da população dos países desenvolvidos. No Brasil, o IBGE calcula que mais da metade da população (56,9%) está acima do peso e, nesta porcentagem, há mais mulheres obesas do que homens, mas por outro lado, são eles que têm maiores problemas relacionados à gordura no sistema circulatório, em especial pressão alta. 1.2 Comportamento Alimentar “Só é gordo quem quer”, é um pensamento comum em nossa sociedade que leva, em muitos casos, a situações de humilhações, discriminações e preconceito. Mas por que uma pessoa engorda? A resposta direta é simples, por que ingere mais alimentos do que seu corpo necessita. A sobra é acumulada pelo organismo nas células de gordura. Elas são reservas de energia disponíveis para os momentos de necessidade. Então é fácil, basta não comermos, o corpo consome a gordura e emagrecemos. Certo? Nem tanto... se apenas cortarmos a comida, sem um planejamento e acompanhamento de especialistas, como o nutricionista, podemos até perder peso em um primeiro momento, mas na sequência o organismo irá acumular ainda mais reservas. É o popular efeito sanfona. Com o agravante de que, ao engordar novamente, é provável que o peso final seja ainda maior do que aquele que você tinha antes de iniciar o corte de comida. É o que acontece quando nos submetemos às “dietas da moda” ou às dicas de emagrecimento milagroso. Vários são os motivos que levam as pessoas, mesmo as que desejam emagrecer, a alimentarem-se de forma inadequada. Algumas tiveram má educação alimentar quando crianças e adolescentes e devem passar por uma reaprendizagem. Outros têm a comida como uma espécie de fuga para os problemas e ansiedades. Há ainda aqueles 44 que comem tudo o que veem pela frente até acabar, sem se sentirem satisfeitos. Cada caso exige uma diferente abordagem, por isso é importante consultar-se com um especialista antes de iniciar alguma ação com o objetivo de redução de peso. O comportamento alimentar, de acordo com Vaz e Bennemann (2014), é uma série de ações relativas aos alimentos que vão desde sua seleção, passando pelo preparo até a sua ingestão. Os principais elementos encontrados por esses pesquisadores que influenciam nosso comportamento frente aos alimentos são: • Escolaridade: o grau de instrução é um elemento que influencia o consumo de alimentos, pessoas que não têm conhecimento da importância da alimentação para a saúde não dão a devida importância ao assunto. Conforme pesquisas realizadas por Rodrigues e Silveira (2013), dentro de um grupo de obesidade grave, há a predominância de pessoas com menos anos de escolaridade, isto é, 35% dos entrevistados tinham de 5 a 8 anos de frequência escolar; • Renda: as condições financeiras também influenciam na alimentação, muitas famílias com rendas muito baixas não têm condições de se alimentar adequadamente. No tocante a esse ponto, os mesmos autores ressaltam que há uma concentração maior de pessoas que sofrem com a obesidade e que vivem com uma renda per capita baixa. Foram detectados mais de 75% de pacientes que sofriam de obesidade grave e que viviam com menos de um salário mínimo. A média da renda familiar per capita foi de R$ 278,05 a R$ 191,22; • Mídia: a publicidade tem forte influência no comportamento alimentar. Ansaloni (2006) explica que os hábitos alimentares são moldados desde quando o costume alimentar da família é percebido pela criança, perpassa por outros fatores, como veremos a seguir, até à formação do mercado consumidor do futuro. O autor cita Schuler (1989) para esclarecer que as crianças possuem uma habilidade inegável para assistir comerciais de televisão, acrescenta que crianças de 6 a 11 anos assistem Tv, pelo menos, por 3 horas todos os dias. Roedder (1983) destaca que, através de pesquisas, concluiu-se que as crianças são facilmente persuadidas por propagandas e isso afeta na escolha de produtos. Além disso, Briz (1990) explica que esse processo utiliza técnicas de Marketing como: rapidez (compra ou não compra), persuasão, reforço (visa firmar influência) e lembrança (criar habitualidade). Essas técnicas que dão lucratividade para as empresas tendem a aproximar o cliente do referido empreendimento e ensina, também, que além das propagandas televisivas a comunicação mercadológica também colabora 45 para a obesidade, quando utiliza estratégias para estimular os sentidos como: visuais (revistas, publicações etc.), auditivas (alto-falante ou rádio), funcionais (brindes etc.), exibição em pontos de vendas etc. Ansaloni (2006) conclui que de fato há uma forte influência da mídia, ante a falta de preparação do consumidor para receber esses incentivos. Afirma ainda que essa ausência, além da dificuldade do poder público em controlar o cumprimento das regulamentações nacionais relativas ao Marketing e de outros fatores (escolaridade, renda etc.), é um desafio da educação para o consumo; • Peso e imagem corporal: a insatisfação com a imagem e com o corpo tem influência no comportamento alimentar e pode levar a restrições alimentares; • Cultura: as escolhas, preparo e forma de consumo têm forte influência cultural e começam desde criança com os costumes alimentares da família. Ansaloni (2006) explica, como já citado, que antes de ser influenciada por quaisquer outros fatores a criança é, primeiramente, incentivada pela família à formação de hábitos alimentares. E logo após a criança é influenciada por questões fisiológicas, acesso a alimentos e pelo nível socioeconômico e cultural da família, apesar de reconhecer as preferências individuais (atuais e futuras) e a influência de outros fatores, já descritos; • Ambiente familiar: a educação alimentar ocorre desde a primeira infância e aprendemos a nos alimentar como nossa família se alimenta. Como já tratado nos elementos mídia e cultura; • Psicológico: a quantidade e tipo de alimentos são influenciados por fatores internos e externos que são diferentes de acordo com o estado psicológico da pessoa. De uma forma geral, Lin HY et al. (2013) citado por Melca e Fortes (2014) afirma que a obesidade é comumente ligada a fatores de transtornos psicológicos como a depressão e a ansiedade. O autor esclarece que essa ligação é observada em duas vias; tanto os transtornos mentais podem levar à obesidade, como a obesidade pode agravá-los. Isso ocorre porque com essasdoenças acontecem a desregulação de áreas do corpo como o Sistema Nervoso, responsável pela estrutura emocional, hábitos de vida, relacionamentos etc. Logo influencia na forma como a pessoa se alimenta. De acordo com Santana (2012) comer tem uma série de outros significados que não apenas os nutricionais e estão incorporados ao alimento desde sua compra, preparo até o consumo. 46 Moraes (2014) chama a atenção para que o fato de que a população de uma maneira geral está passando por dificuldade em adotar um comportamento alimentar saudável, pois a alimentação deixou de apenas tratar as necessidades nutricionais do corpo e passou a englobar outros atributos, como o prazer, sociabilidade, necessidade de aquisição e preparo mais fáceis. São muitos os desafios para o emagrecimento, mas o caminho para emagrecer nos conduzirá pela inversão da equação de ingestão menos gasto calórico, de forma a gastarmos mais calorias do que ingerimos. Não há outra regra universal. Algumas pessoas conseguirão perder peso, e manter-se com o novo peso apenas reduzindo a ingestão, seja por meio de autocontrole, medicamentos ou cirurgia. Outras apenas com o aumento do consumo calórico, com mais exercícios. A maioria conseguirá com um pouco dos dois, ou seja, reduzindo a ingestão calórica e aumentando o consumo de calorias através de exercícios. Mas como reduzir o quanto comemos em termos calóricos? A redução da ingestão calórica passa pela modificação no comportamento alimentar que, como vimos, vai desde a seleção dos alimentos, passando pela sua preparação e consumo. Os passos a seguir ajudam a tornar os comportamentos alimentares mais saudáveis: 1) A seleção dos alimentos: a. Escolha alimentos saudáveis, in natura, de preferência que não utilizaram agrotóxicos no caso dos vegetais nem hormônios no caso daqueles de origem animal. b. Faça suas compras com calma e de preferência após ter comido algo. Ir de estômago vazio ao mercado ou feira dificulta o processo de compra, pois daremos mais atenção aos alimentos doces e gordurosos, além de invariavelmente aumentarmos a compra por impulso. c. Prefira sucos naturais, extraídos das frutas aos industrializados e refrigerantes. 2) Na preparação: a. Evite pratos pré-prontos, pois tem muitos conservantes que nos fazem mal, entre eles o sódio. b. Higienize adequadamente seus alimentos antes de prepará-los. 47 c. Prepare receitas sem as gorduras que nos fazem mal. d. Evite ou, ao menos, reduza a quantidade de sal e açúcares em seus alimentos e bebidas. 3) No consumo: a. Evite o consumo de bebidas alcoólicas durante as refeições, elas alteram a sua sensação de saciedade e também irritam as paredes do estômago. b. Alimente-se nos mesmos horários todos os dias. Esse hábito o ajudará a não ter fome fora dos horários de alimentação. c. Faça pequenos lanches entre as refeições. d. Coma em local calmo e sem distrações, como TVs, sons ou conversas. g Saiba mais sobre a obesidade e como se alimentar melhor acessando o conteúdo disponível nos links a seguir. http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/guia_alimentar_ populacao_brasileira_2ed.pdf. http://saladeimprensa.ibge.gov.br/noticias?view=noticia&id=1 &busca=1&idnoticia=2965. Glossário Marketing: oferta de mercadorias ou serviços de acordo com as preferências dos consumidores. Psicossociais: compreender o comportamento humano. Socioeconômicos: qualquer prática que relaciona um aspecto que afeta tanto a ordem econômica como social. 48 a 1)Marque a alternativa correta. Qual é o fator mais comum na causa da obesidade? a. ( ) Fatores genéticos ou endócrinos. b. ( ) Fatores ambientais. c. ( ) Um consumo de alimentos em quantidades maiores do que o necessário, associado com um modelo de vida sedentário. d. ( ) Fatores culturais, socioeconômicos ou psicossociais. 2) Algumas doenças ocorrem com mais frequência em indivíduos obesos. São elas: a. ( ) Diabetes e hipertensão arterial. b. ( ) Colesterol alto e câncer. c. ( ) Bronquite e diabetes. d. ( ) Hepatite e hipertensão arterial. Atividades 49 Referências ANSOLINI, José Armando. Propaganda, transição nutricional e segurança alimentar na sociedade brasileira. In: TADDEI, José Augusto de A. C. (Coord). Jornadas Científicas de Nisan: Núcleo Interdepartamental de Segurança Alimentar e Nutricional, 2006/2007. São Paulo: Manole, 2008. Disponível em: <http://www.nisan.unifesp.br/ Nisan2006_2007.pdf> Acesso em: 28 out 2016. BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Básica. Guia alimentar para a população brasileira. 2. ed. Brasília: Ministério da Saúde, 2014. EVANGELISTA, Jose. Alimentos: um estudo abrangente. Rio de Janeiro: Atheneu, 1994. MANN, Jim; TRUSWELL, A. Stewart. Nutrição humana. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2011. 2 v. MELCA, Izabela Azeredo; FORTES, Sandra. Obesidade e transtornos mentais: construindo um cuidado afetivo. Rio de Janeiro: RHUPE, 2014. Disponível em: <http:// revista.hupe.uerj.br/detalhe_artigo.asp?id=456>. Acesso em: 28 out. 2016. MENDONÇA, Rejane Teixeira. Nutrição: um guia completo de alimentação, práticas de higiene, cardápios, doenças, dietas e gestão. São Paulo: Riedeel, 2010. MORAES, R. W. Determinantes e construção do comportamento alimentar: uma revisão narrativa da literatura. Disponível em: <http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/ handle/10183/108992/000949581.pdf;sequence=1> Acesso em: 19 set. 2016. RODRIGUES, Ana Paula dos Santos; SILVEIRA, Erika Aparecida da. Correlação e associação de renda e escolaridade com condições de saúde e nutrição em obesos graves. 2013. Disponível em: <http://www.scielo.br/pdf/csc/v20n1/1413-8123- csc-20-01-00165.pdf>. Acesso em: 28 out. 2016. SANTANA, E. R.; SILVA, D.F. Uma abordagem socioantropológica do alimento como identidade cultural da Bahia. In: SEMINÁRIO ALIMENTAÇÃO E CULTURA NA BAHIA, 1. Feira de Santana, 2012. Anais... Feira de Santana: Centro de Estudos do Recôncavo - UEFS, jun. 2012. SILVA, Cassiano Oliveira da et al. Segurança Alimentar e Nutricional. Rio de Janeiro: Rubio, 2015. 264 p. 50 UNIDADE 6 | COMO TRATAR A OBESIDADE 51 1 Como Tratar a Obesidade 1.1 Aconselhamento Dietético para a Mudança de Comportamento A prevenção e o tratamento da obesidade exigem mudanças diretas nos hábitos alimentares, por meio de programas de educação alimentar e estilo de vida. Essa mudança deve ser feita com a supervisão de um médico e de um nutricionista. A alimentação deve ser variada, composta por todos os itens presentes na Pirâmide Alimentar, em quantidades e proporções adequadas a cada organismo. É fundamental fazer várias refeições diárias, priorizando hortaliças, frutas, cereais, leguminosas, laticínios e carnes magras. Devem-se evitar alimentos gordurosos e fritos, assim como o excesso de embutidos e lanches elaborados com muita gordura. 52 A recomendação é que se reduza o consumo de produtos açucarados ou com excesso de sal, assim como molhos de saladas comprados prontos. Para temperar as saladas use ervas frescas, limão e azeite. Evitar refrigerantes, consumir sucos naturais, água e chá, que no verão podem ser gelados e acrescidos de polpas de frutas. A prática regular de atividades físicas aeróbicas é fundamental para auxiliar no controle da obesidade. 1.2 Estratégias para Mudança de Comportamento É importante fazer entre 4 e 6 refeições leves com volume certo de acordo com as suas necessidades nutricionais, que forneçam saciedade e equilíbrio. Fazendo pequenas refeições em intervalos regulares, o metabolismo se mantém ativo, levando o organismo a utilizar mais facilmente o combustível de reserva, que são as gorduras, além de controlar o apetite e a vontade de beliscar alimentos desnecessários entre as refeições. Um cardápio ideal envolveria três refeições grandes, abrangendo café da manhã, almoço e jantar, com três refeições menores intercalando,lanche da manhã, lanche da tarde e lanche da noite ou ceia, antes de dormir. Outra estratégia consiste em fazer intervalos regulares entre as refeições de cerca de três horas, mantendo os horários das refeições. Se não for possível, estabelecer intervalos de no máximo quatro horas entre as refeições. Uma vez fixados esses horários, há uma tolerância de meia hora, contanto que sejam obedecidos os intervalos máximos e mínimos. Ao fazer o número previsto de refeições e manter os intervalos regulares, se evitará a queda do nível de açúcar no sangue e se reduzirá a chance de fazer refeições muito grandes fora dos horários determinados. Quando há fome em excesso, as pessoas tendem a comer sem controle e a ingerir um volume de alimentos além do necessário. Comer devagar e mastigar bem os alimentos para sentir a textura e o sabor de cada um deles, experimentando o prazer de saboreá-los, é fundamental, pois a digestão dos carboidratos começa na boca por meio das amilases. Ao se alimentar dessa forma, o cérebro receberá maior número de informações, que irão contribuir para acionar o 53 centro de saciedade, que demora em média 20 minutos para ser estimulado e, dessa forma, a fome será saciada com uma quantidade menor de alimentos. Evitar atividades durante as refeições, tais como ler, ver televisão, pois interferem na recepção das informações de saciedade. Os alimentos devem ser ingeridos em quantidade e qualidade adequadas para suprir todas as necessidades nutricionais e a saciedade sem excesso de calorias. Cada indivíduo precisa de um plano alimentar específico, de acordo com as suas necessidades energéticas. Um erro muito comum é repetir sempre os mesmos alimentos e, consequentemente, os mesmos nutrientes, o que pode levar à carência de nutrientes que ficam de fora das refeições e uma tendência a abandonar o plano alimentar, devido à monotonia. h Segue mais uma lista de dicas para manter uma vida saudável e equilibrada: • Evitar beber líquidos durante as refeições; • Evitar fazer dietas muito restritivas, pois são difíceis de seguir em longo prazo e podem causar sérios problemas de saúde; • Conhecer os grupos de alimentos necessários para manter a saúde e evitar alimentos muito calóricos e pobres em nutrientes; • Tenha sempre à mão frutas frescas ou secas, iogurte natural e saladas para os lanches nos intervalos das refeições. g Saiba mais sobre como tratar a obesidade, visite o link disponível a seguir. http://www.scielo.br/pdf/rn/v21n6/a12v21n6.pdf.brasilescola. uol.com.br/saude-na-escola/conteudo/nutrientes.htm. 54 Glossário Laticínios: derivados do leite. 55 a 1) São muitos os desafios para o emagrecimento, mas o caminho para emagrecer é: a. ( ) Ingerir alimentos gordurosos. b. ( ) Fazer uma dieta de alimentos in natura, apenas. c. ( ) Possuir uma alimentação balanceada, mas sem a preocupação de gastar calorias ingeridas. d. ( ) Inversão da equação de ingestão versus gasto calórico, de forma a gastarmos mais calorias do que ingerimos. Não há outra regra universal. 2) Para prevenir e tratar a obesidade, a alimentação deve: a. ( ) A alimentação deve ser apenas de verduras, legumes e frutas. b. ( ) A alimentação deve ser exclusivamente de proteínas e legumes, evitando-se carboidratos. c. ( ) A alimentação deve ser variada, composta por todos os itens presentes na Pirâmide Alimentar, em quantidades e proporções adequadas a cada organismo. d. ( ) A alimentação deve ser baseada em um grupo de alimento a cada dia, alternando os dias. Atividades 56 Referências ANSOLINI, José Armando. Propaganda, transição nutricional e segurança alimentar na sociedade brasileira. In: TADDEI, José Augusto de A. C. (Coord). Jornadas Científicas de Nisan: Núcleo Interdepartamental de Segurança Alimentar e Nutricional, 2006/2007. São Paulo: Manole, 2008. Disponível em: <http://www.nisan.unifesp.br/ Nisan2006_2007.pdf> Acesso em: 28 out 2016. BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Básica. Guia alimentar para a população brasileira. 2. ed. Brasília: Ministério da Saúde, 2014. EVANGELISTA, Jose. Alimentos: um estudo abrangente. Rio de Janeiro: Atheneu, 1994. MANN, Jim; TRUSWELL, A. Stewart. Nutrição humana. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2011. 2 v. MELCA, Izabela Azeredo; FORTES, Sandra. Obesidade e transtornos mentais: construindo um cuidado afetivo. Rio de Janeiro: RHUPE, 2014. Disponível em: <http:// revista.hupe.uerj.br/detalhe_artigo.asp?id=456>. Acesso em: 28 out. 2016. MENDONÇA, Rejane Teixeira. Nutrição: um guia completo de alimentação, práticas de higiene, cardápios, doenças, dietas e gestão. São Paulo: Riedeel, 2010. MORAES, R. W. Determinantes e construção do comportamento alimentar: uma revisão narrativa da literatura. Disponível em: <http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/ handle/10183/108992/000949581.pdf;sequence=1> Acesso em: 19 set. 2016. RODRIGUES, Ana Paula dos Santos; SILVEIRA, Erika Aparecida da. Correlação e associação de renda e escolaridade com condições de saúde e nutrição em obesos graves. 2013. Disponível em: <http://www.scielo.br/pdf/csc/v20n1/1413-8123- csc-20-01-00165.pdf>. Acesso em: 28 out. 2016. SANTANA, E. R.; SILVA, D.F. Uma abordagem socioantropológica do alimento como identidade cultural da Bahia. In: SEMINÁRIO ALIMENTAÇÃO E CULTURA NA BAHIA, 1. Feira de Santana, 2012. Anais... Feira de Santana: Centro de Estudos do Recôncavo - UEFS, jun. 2012. SILVA, Cassiano Oliveira da et al. Segurança Alimentar e Nutricional. Rio de Janeiro: Rubio, 2015. 264 p. 57 Gabarito Questão 1 Questão 2 Unidade 1 D C Unidade 2 B A Unidade 3 D B Unidade 4 D B Unidade 5 C A Unidade 6 D C
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