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Livro_Sustentabilidade

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Prévia do material em texto

autor do original
 MARCELO DE ALMEIDA
1ª edição
SESES
rio de janeiro 2015
SUSTENTABILIDADE
Conselho editorial regiane burger, modesto guedes júnio
Autor do original marcelo de almeida
Projeto editorial roberto paes
Coordenação de produção rodrigo azevedo de oliveira
Projeto gráfico paulo vitor bastos
Diagramação fabrico
Revisão linguística aderbal torres bezerra
Imagem de capa shutterstock
Todos os direitos reservados. Nenhuma parte desta obra pode ser reproduzida ou transmitida 
por quaisquer meios (eletrônico ou mecânico, incluindo fotocópia e gravação) ou arquivada em 
qualquer sistema ou banco de dados sem permissão escrita da Editora. Copyright seses, 2015.
Diretoria de Ensino — Fábrica de Conhecimento
Rua do Bispo, 83, bloco F, Campus João Uchôa
Rio Comprido — Rio de Janeiro — rj — cep 20261-063
Sumário
Prefácio 7
1. Desenvolvimento sustentável: empresa, sociedade e 
meio aAmbiente 10
Sustentabilidade 13
Responsabilidade social 16
Governança corporativa 18
Sustentabilidade e as empresas 20
RSC e sustentabilidade empresarial 22
2. Questão ambiental e consumo 40
O consumo na sociedade atual 41
Principais Agentes Atuantes na sustentabilidade 42
Contexto histórico/balanço social 44
Ferramentas, certificados e outros agentes 49
3. Sustentabilidade e gestão ambiental 60
A questão ambiental sob a ótica econômica: 
desenvolvimento sustentável 61
O conceito ecoeficiência 63
Histórico de poluição 67
Protocolo de Kyoto 69
O comércio de créditos de carbono 70
Leis ambientais brasileiras 72
Processo de licenciamento ambiental: EIA, RIMA. Certificação e 
normalização ambiental. ISO 14000 76
Financiamentos e programas para empresas sustentáveis 78
Uma discussão sobre a veracidade de questões ambientais 82
4. Sustentabilidade: a responsabilidade social como 
um possível caminho 90
Definição e disseminação do conceito no mundo e no Brasil 91
Global Compact 100
A responsabilidade social das empresas e o relacionamento 
com stakeholders 103
Dimensão ecológica da sustentabilidade empresarial 108
5. Consumo sustentável: incentivos 116
Cidade de Estocolmo 117
Iniciativas bem sucedidas de empresas 118
Mecanismo de desenvolvimento limpo – MDL 138
7
Prefácio
Prezados(as) alunos(as)
O conceito de sustentabilidade e seus desdobramentos vêm sendo cada vez 
mais debatidos pelo universo acadêmico e pela sociedade. Atitudes que não 
estejam de acordo com os princípios que permeiem a concretude de um de-
senvolvimento sustentável não estão sendo bem vistas na contemporaneidade.
Sendo assim, a sociedade e as empresas estão tendo que rever procedimen-
tos, visando à própria sobrevivência. Nesse contexto, aspectos como sustenta-
bilidade, desenvolvimento sustentável e responsabilidade social precisam ser 
valorizados.
No decorrer da disciplina, serão definidos diversos conceitos ligados à sus-
tentabilidade, tendo em vista os benefícios alcançados por todos que a prati-
cam. Sejam bem-vindos e bons estudos!
Prof. Marcelo de Almeida
 
Desenvolvimento 
sustentável: empresa, 
sociedade e meio 
ambiente
1
10 • capítulo 1
1 Desenvolvimento sustentável: empresa, 
sociedade e meio ambiente
Neste capítulo vamos abordar o panorama geral sobre o conteúdo da disciplina, 
apresentando o conceito-base de sustentabilidade, bem como a evolução dos con-
ceitos de responsabilidade social ao longo dos tempos. Vamos também apresentar 
brevemente as principais ferramentas que fazem parte desta temática e discutir a 
relevância das demonstrações comumente usadas.
OBJETIVOS
•  Aprender o conceito de Desenvolvimento Sustentável.
•  Aprender o conceito de Responsabilidade Social Corporativa – RSC.
•  Aprender o conceito de Sustentabilidade Empresarial.
REFLEXÃO
Certamente você deve ter lido em jornais ou revistas discussões sobre sustentabilidade, bem 
como a importância desse assunto dentro das corporações. A partir deste capítulo, vamos apre-
sentar como as empresas têm-se comportado em meio a esse conceito que já é uma tendência.
1.1 Introdução
Ao longo da Idade Moderna e da Antiguidade Clássica, a manufatura foi predo-
minante, gerando uma ampliação do mercado consumidor com o desenvolvi-
mento do comércio monetário. A partir desse período tem-se um aumento da 
produtividade do trabalho.
A partir da Revolução Industrial, as pessoas passaram a desfrutar de maiores 
oportunidades de trabalho e ter acesso a bens de maior qualidade. Os centros 
urbanos foram significativamente ampliados, e a economia passou a crescer 
rapidamente. Sugiram grandes corporações e os setores industriais passaram a 
definir o contexto econômico e social. 
capítulo 1 • 11
O desenvolvimento do comércio deu-se com a ampliação do mercado con-
sumidor, pelas mudanças do processo produtivo e o ritmo de produção, resul-
tando em um crescimento expressivo do setor industrial.
A expansão da indústria foi responsável por alterar profundamente as con-
dições de vida dos trabalhadores e transformar a configuração dos centros ur-
banos. Além disso, o crescimento da indústria aumentou demasiadamente a 
poluição do ambiente. 
A queima do carvão mineral passou a despejar toneladas de poluentes na 
atmosfera das cidades industrializadas e, a partir desse período, as pessoas já 
conviviam com o ar poluído e outros efeitos oriundos desse progresso. 
É certo que a industrialização trouxe consigo um reconhecido avanço eco-
nômico mundial, muito embora, desde seu apogeu, tem sido o principal canal 
de destruição dos recursos naturais, promovendo desmatamentos, erosões, 
emissões de poluentes, resíduos de materiais nucleares, extinção de espécies 
de plantas de animais, além de deflagrar outros fenômenos indiretos como 
efeito estufa, catástrofes, súbitas alterações climáticas, que colocam em risco 
ou reduzem a qualidade de vida dos indivíduos. 
A classe trabalhadora, mesmo com melhores condições comparadas à vida 
no campo, aos poucos era submetida a maiores jornadas de trabalho, chegan-
do a cumprir 80 horas semanais. Em meados do século XIX começavam os pri-
meiros movimentos de operários.
Consolidada a transformação econômica estimulada pela indústria, a socie-
dade e o ambiente tornaram-se alvo de diversos efeitos positivos e negativos e 
nenhum compromisso era atribuído ou cobrado dessas empresas.
Em meados do século XX começa a se falar em consciência ecológica e 
desenvolvimento sustentável, destacando um importante papel por parte das 
corporações em gerar riqueza com compromisso com o meio ambiente.
A sociedade começa a exigir uma nova postura das indústrias, restando aos 
gestores a responsabilidade em continuar oferecendo produtos com qualidade 
sem comprometer a natureza. Para isso, as indústrias começam a investir signi-
ficativamente em novos sistemas de produção, tecnologia e políticas para mudar 
sua imagem, manter a qualidade de seus produtos e informar satisfatoriamente 
não somente seus consumidores, como também sua ampla gama de stakehol-
ders. O conceito de uma empresa de sucesso foi cada vez mais se aproximando do 
conceito de “empresa verde”, ou seja, com compromisso com o meio ambiente.
12 • capítulo 1
Nesse momento, um novo ritmo e uma nova modalidade de investimen-
to passam a ser praticados pelas corporações, haja vista que a produção com 
responsabilidade social gera custos no sentido de buscar novas tecnologias e, 
principalmente, coletar e divulgar informações para os agentes interessados na 
continuidade dos negócios. 
Ademais, vive-se em uma economia plenamente capitalista, em que prevale-
ce a soberania dos disseminadores de riquezas. Desde o processo de Revolução 
Industrial, nota-se a importânciadas empresas na vida das pessoas, no dese-
nho do cenário econômico de um país. E conduzindo os caminhos percorridos 
ao longo de um processo de amadurecimento e consolidação de uma corpora-
ção, coexistem grandes gestores que, anacronicamente, trabalham e operam 
no sentido único de se buscar lucratividade a qualquer custo. 
Não obstante, uma importante contribuição a ser somada por um profissio-
nal contemporâneo é a qualidade das decisões tomadas em um negócio. Milha-
res de profissionais são lançados no mercado todos os anos que, munidos da 
evolução das ferramentas contábeis, passam a ser grandes tomadores de deci-
são, grandes indutores de tendências na economia. 
É inegável, nesse processo de transformação, a influência da Globalização 
fomentando o aumento de sucursais, a expansão de empresas que pertencem 
a diversos países, a múltipla gestão por profissionais de culturas diferentes, a 
comercialização de produtos com diferentes padrões de qualidade, a demanda 
de diferentes consumidores e diferentes questionamentos. 
Começam a ser discutidas algumas proposições formais acerca de susten-
tabilidade. 
Sustentabilidade é um tema em pleno processo de discussão em esfera social, econômi-
ca e acadêmica. Uma variedade de concepções ao longo dos últimos cinquenta anos foi 
refinada por importantes pesquisadores e fomentou cobranças mais rigorosas por parte 
da sociedade e posturas mais responsáveis por parte das corporações (CIOFI, 2010).
Neste ínterim, estudos conduzidos por importantes personagens buscam 
no mercado explicações para amenizar impactos das decisões, impactos das 
atividades produtivas visando atender a sociedade, o ambiente e os consumi-
dores de modo geral.
capítulo 1 • 13
Logo, pretende-se, no decorrer dessa disciplina, evidenciar ao aluno a re-
levância da discussão sobre sustentabilidade e responsabilidade social nas 
empresas, da evolução dos impactos e dos questionamentos, e ressaltar empi-
ricamente que é possível traçar estratégias de crescimento e de continuidade 
do negócio em consonância com o meio ambiente. Fomentar o senso crítico 
profissional dos futuros tomadores de decisão sobre questões cruciais de des-
perdícios, de padrões de divulgação, de padrões de produção que, utilizados de 
maneira eficiente, podem contribuir com a geração de valor ao acionista.
1.2 Discussão
Qual empresa tem maior potencial para contribuir com o Desenvolvimento Sus-
tentável: uma que investe bilhões de reais ao ano para preservar uma área na-
tiva distante de suas operações ou outra que investe menos de 100 mil reais ao 
ano para tratar seus próprios resíduos? Qual empresa tem maior potencial para 
contribuir ao Desenvolvimento Sustentável: uma que investe bilhões de reais ao 
ano para educar uma comunidade sem relação com seus negócios ou outra que 
investe menos de 100 mil reais ao ano para educar seus próprios funcionários?
Até o final desta disciplina poderemos responder a esses questionamen-
tos. Por enquanto, vamos aprender os conceitos: Desenvolvimento Susten-
tável, Responsabilidade Social Corporativa e Sustentabilidade Empresarial. 
As empresas, sob a ótica das Finanças, operam para gerar valor ao acionista. 
O Marketing complementa e considera que os negócios existem para atender 
as necessidades do cliente. Economistas afirmam que a razão de existência da 
companhia é reduzir custos de transação. Afinal, qual a função da empresa?
1.3 Sustentabilidade
Oficialmente, na década de 1980, uma importante discussão internacional foi pro-
movida abordando o tema sustentabilidade. Em 1987, o Relatório de Brundtland, 
no documento intitulado Nosso Futuro Comum, conceitua sustentabilidade como 
“o desenvolvimento que satisfaz as necessidades presentes, sem comprometer a 
capacidade das gerações futuras de suprir suas próprias necessidades”. Mesmo 
que essa definição não seja considerada a mais usual, ela tem sido alvo de relevan-
tes discussões, tendo em vista que não há um consenso universal a respeito deste 
conceito, que, segundo Bellen (2004), reflete os conflitos de interesse existentes 
14 • capítulo 1
acerca do tema.
Em meio aos principais questionamentos no que tange o conceito de sus-
tentabilidade, insta a conjectura de que responsabilidade social e sustentabi-
lidade são conceitos idênticos. Entretanto, ambos são conceitos considerados 
complementares. O que se identifica quando o conceito de sustentabilidade é 
abordado, é a capacidade de produzir com menor impacto ambiental, minimi-
zando o consumo de materiais e gerando um menor montante de resíduos e 
subprodutos para o meio ambiente.
O surgimento da Revolução Industrial trouxe consigo a ideia de que as gran-
des indústrias eram disseminadoras de riquezas e o desenvolvimento econômico 
ocultou impactos que eram gerados pelas atividades industriais.
As indústrias não apenas tiveram, como ainda detêm um importante papel 
de condução da economia, pois foram responsáveis pela alteração profunda 
das condições de vida dos trabalhadores e pela transformação dos centros ur-
banos. Todavia, é inegável que o crescimento deste segmento gerou efeitos da-
nosos ao meio ambiente.
A discussão do tema sustentabilidade passou ocorrer com veemência na 
mídia no início da década de 1990, em conferências internacionais. Na Agenda 
21 – Eco 92, ocorrida no Rio de Janeiro – conferência em que foi estabelecida a 
importância da participação dos países em firmar compromissos ambientais –, 
foi criado o termo sustentabilidade. Tratou-se de um avanço na integração dos 
papéis do governo, da sociedade, das ONGs e das corporações de modo geral.
A concepção que embasa a sustentabilidade é a consciência de que as enti-
dades são integrantes do mundo, e não somente agentes consumidores. A res-
sonância do crescimento sustentável recriou um novo papel nas corporações, 
que passaram, em tese, a dialogar de forma mais transparente com o seu públi-
co de interesse (CIOFI, 2010). 
Ainda segundo Ciofi (2010), ao longo dos anos, ferramentas para se criar um 
canal de comunicação com esses agentes foram priorizadas, como relatórios 
anuais e posteriormente relatórios anuais de sustentabilidade. Desse modo, 
empresas do mundo todo têm visado atender as exigências de seus consumido-
res por meio da transparência, ética e responsabilidade sócio-ambiental.
Sustentabilidade resume-se pelo planejamento por parte das corporações 
para que sejam consumidos recursos com eficiência e responsabilidade, pela 
gestão dos impactos no meio ambiente, pelo estabelecimento de uma relação 
harmoniosa com os funcionários, pela geração de riqueza com menor dano am-
capítulo 1 • 15
biental e social, pela prestação de contas a todas as classes relacionadas. Desse 
modo, coexistem princípios importantes de Governança Corporativa, Responsa-
bilidade Social e Responsabilidade Ambiental.
(Sustentabilidade) É o processo político, participativo que integra a sustentabilidade 
econômica, ambiental, espacial, social e cultural, sejam elas coletivas ou individuais, 
tendo em vista o alcance e a manutenção da qualidade de vida, seja nos momentos de 
disponibilização de recursos, seja nos períodos de escassez, tendo como perspectivas 
a cooperação e a solidariedade entre os povos e as gerações. (SILVA, 2006, p.132).
Em verdade, o tema em pauta abrange um grupo de temas que sustentam o 
conceito, conforme ilustração a seguir: 
Sustentabilidade
Governança
corporativa
Responsabilidade
social
Responsabilidade
ambiental
Figura 1 – Pilares da sustentabilidade 
CIOFI (2010)
Analisando-se a ilustração acima, sustentabilidade não é um conceito isola-
do e abrange tópicos de Governança Corporativa, que representa a administração 
das corporações emmeio a acionistas, empregados, conselhos de administra-
ção por meio de práticas de transparência e ética, garantindo a continuidade do 
negócio. Responsabilidade Social se relaciona diretamente com empregados e 
comunidade, transformando a empresa em um cidadão, até se estreitar com o 
caráter Ambiental, que reza uma harmonia entre a corporação e o meio ambiente. 
16 • capítulo 1
1.4 Responsabilidade social
Sabe-se que, para fomentar o desenvolvimento de uma corporação, é necessário, 
dentre outras variáveis, intensificar investimentos, ampliar infraestrutura, adqui-
rir novas ferramentas tecnológicas, aumentar máquinas e equipamentos indus-
triais. Por consequência, para que todas as atividades de produção sejam execu-
tadas, recursos naturais são consumidos e resíduos são eliminados na atmosfera.
Neste ínterim, discute-se principalmente em países desenvolvidos, na déca-
da de 1950, o conceito responsabilidade social empresarial. Em 1953, Howard 
R. Bowen publica Social Responsabilities of the Businessman, marcando o início 
da era moderna da literatura sobre o assunto. Bowen (1953), já nessa época, afir-
mava que grandes empresas exerciam grandes impactos na vida das pessoas e 
questionava quais responsabilidades poderiam ser esperadas pelos gestores.
Joseph W. McGuire, durante a década de 1960, publicou o livro Business and 
Society (1963), apresentando a ideia de que as empresas têm obrigações para 
com a sociedade que vão além dos aspectos econômicos e legais, devendo agir 
como um cidadão.
Já no final da década de 1970 a humanidade passa a se preocupar com a 
escassez dos recursos naturais em decorrência do aumento do consumo e da 
transformação de bens. Paralelamente ao cenário sociopolítico e cultural, 
surgiram movimentos ambientalistas visando discutir este problema, promo-
vendo encontros e criando novos conceitos sobre meio ambiente e sua gestão 
(KRAEMER, 2002). 
Wartick e Cochran (1985) efetuaram uma revisão literária e incutiram um 
novo modelo, visando integrar os princípios de responsabilidade social com os 
feedbacks das entidades às demandas sociais e ainda com as políticas sociais 
desenvolvidas na companhia para gerar um panorama distinto dos esforços da 
empresa para realizar suas obrigações com a sociedade. Nesse modelo, a res-
ponsabilidade social é tida como base filosófica e ética de orientação das enti-
dades (CIOFI, 2010).
Carrol (1999) contribui para uma definição mais clara e prática de responsa-
bilidade social por parte das corporações, dividindo o conceito em quatro pilares: 
econômico, legal, ético e discricionário, conforme demonstra ilustração a seguir.
capítulo 1 • 17
Econômico
Responsabilidade
social
Legal
Ético
Discricionário
Figura 2 – Conceito Responsabilidade Social 
Carrol (1999)
Uma importante contribuição para uma definição mais clara e prática de 
responsabilidade social por parte das corporações é expressa por Carrol (1.999), 
que divide responsabilidade social em quatro pilares: econômico, legal, ético e 
discricionário. Este último aspecto indica que as ações de uma empresa que 
vão além do caráter compulsório, que partem voluntariamente, que são realiza-
das unicamente por se tratar de uma corporação com compromisso com todos 
os seus agentes são, de fato, um provento de responsabilidade social. Por se 
relacionar com diversos agentes internos e externos, as corporações acabam 
atuando de maneira a não somente prover valores ou lucratividade, como tam-
bém em criar um canal que permita melhor relacionamento com as partes in-
teressadas (CIOFI, 2010).
Nota-se que os estudos de Carrol (1999) contribuem para uma ampliação do 
conceito de responsabilidade social, incutindo o compromisso de uma corporação 
a estender-se a toda gama dos agentes envolvidos no negócio, seja com funcioná-
rios, seja com clientes, fornecedores, parceiros, sociedade e ambiente, aproximan-
do o papel de responsabilidade social aos conceitos de sustentabilidade.
Sinteticamente, pode-se asseverar que as empresas, desde o auge do pro-
cesso de industrialização, eram vistas como pilares econômicos e os trans-
tornos por ela gerados eram concebidos como “um mal necessário”. Com o 
passar das décadas foi-se tomando consciência de que algo poderia ser feito 
no sentido de reduzir esses impactos, haja vista que os recursos são finitos e 
18 • capítulo 1
o ambiente como um todo precisa de ajuda. A conscientização da sociedade 
e stakeholders de modo geral, ainda que embrionária, contribuiu para que a 
postura de grandes corporações fosse questionada. Ao longo de aproximada-
mente cinco décadas, as empresas continuam com a figura de pilares impor-
tantes para economia, muito embora seu papel passa a ser não somente como 
o de gerar de riqueza, como também de comportar-se como um cidadão com 
responsabilidade social e ambiental (CIOFI, 2010).
Com o aumento da atuação e conscientização da sociedade civil e a conse-
quente pressão por maior responsabilidade socioambiental e transparência das 
empresas, a relação com stakeholders tomou novo rumo, passando a ser “obri-
gatória” a prestação de contas a diversas partes interessadas (OLIVEIRA, 2002). 
A ilustração a seguir contempla a evolução dos conceitos de responsabilida-
de social, bem como seus principais autores, ao longo do tempo:
Visavam discutir escassez de
recursos e transformação de bens,
criando novos conceitos sobre
meio ambiente e sua gestão.
Movimentos ambientalistas
(1953)
Howard Bowen
Grandes empresas exerciam
grandes impactos na vida das
pessoas e questionavam quais
responsabilidades sociais
podiam ser esperadas dos
gestores das organizações.
(1963)
Joseph McGuire
A empresa deve agir,
apropriadamente,
como um cidadão.
(1999)
A. B. Carrol
Divisão de RSE
em 4 pilares:
econômico,
legal, ético e
discricionário.
(1970)
Figura 3 – Cronologia da Responsabilidade Social 
CIOFI (2010)
1.5 Governança corporativa
Como a intenção de toda corporação é continuar gerando resultados positi-
vos, uma importante oportunidade para dar andamento ao desenvolvimento é 
a alavancagem de seus investimentos utilizando não somente capital próprio, 
capítulo 1 • 19
mas também capital de terceiros diversificados e provenientes de fontes que 
objetivem estimular a criação de meios sustentáveis. Essa tendência de alavan-
cagem pode ser promovida no intento de se reduzirem os custos das dívidas. O 
primeiro procedimento adotado em virtude dos meandros do desenvolvimento 
é a captação de recursos com custos relativamente mais baixos (CIOFI, 2010).
Um importante passo econômico foi a abertura de capital das empresas, 
entretanto essa abertura traz consigo maior cobrança acerca da responsabi-
lidade para a corporação, em virtude da multiplicação de seus financiado-
res. Por meio da normatização de procedimentos administrativos, operacio-
nais e contábeis, a Governança Corporativa, bem como os seus princípios, 
detém o poder e a tarefa de alterar e controlar a estrutura organizacional 
de uma corporação. A razão da existência desta miríade de princípios é a 
adequação da gestão corporativa aos interesses comuns da sociedade, dos 
acionistas, do governo, entre outros stakeholders, incluindo a divulgação de 
informações mais transparentes e responsáveis.
De acordo com o Instituto Brasileiro de Governança Corporativa (IBGC), a 
Governança Corporativa baseia-se nos princípios de transparência, equidade, 
prestação de contas (accountability) e ética. Ainda: 
[...] é o sistema pelo qual as sociedades são dirigidas e monitoradas, envolvendo os re-
lacionamentos entre acionistas, conselho e administração, diretoria, auditoria indepen-
dente e conselho fiscal. As boas práticasde governança corporativa têm a finalidade 
de aumentar o valor da sociedade, facilitar seu acesso ao capital e contribuir para a sua 
perenidade. (IBGC, 2009).
A geração de informações, principalmente genuínas e claras, depende de di-
versas posturas de gestão que envolvem tanto acionistas como os responsáveis 
pela administração (principais x agentes) e suscita diversos problemas que tan-
gem interesses conflitantes – mais estudados na Teoria de Agência (CIOFI, 2010).
Em meio a esse descompasso, a governança corporativa tem o importan-
te papel de mediar e equilibrar esses conflitos para que as informações sejam 
desprovidas de qualquer interesse particular por parte dos gestores e conduzir 
a execução de práticas que são comprometidas exclusivamente com a maximi-
zação do negócio (CIOFI, 2010).
20 • capítulo 1
Os conceitos de governança corporativa, sinteticamente, foram originados de 
contextos de expansão, busca de recursos e conflitos de agência. Não obstante, a 
evolução desse assunto adornou o papel da governança em prospectar e otimizar 
a relação entre a corporação e seus fornecedores, empregados, clientes, governo 
e concorrentes, além dos investidores.
Ao decorrer dos últimos anos, muitas empresas passaram a adotar princí-
pios de governança corporativa por razões de intensificar suas interações ver-
ticais, expondo maior transparência aos seus fornecedores, clientes e exibin-
do ao investidor que suas atividades não somente focam a lucratividade como 
também o comprometimento com a sociedade e o ambiente (CIOFI, 2010).
Esse comportamento denota melhora da imagem da empresa como tam-
bém soma credibilidade, reduzindo os riscos de investimento, tendo em vista 
que uma empresa que investe nas esferas sociais, ambientais e faz uso das me-
lhores práticas de gestão e divulgação têm menor probabilidade de apresenta-
rem problemas de continuidade.
1.6 Sustentabilidade e as empresas
Afinal, qual a função da empresa? Romm (1996), de forma sistêmica, reflete que 
a empresa existe para ela mesma e para a sociedade onde está inserida. Quando a 
firma é considerada como um sistema aberto, sua função se amplia e manter-se 
em equilíbrio com outros sistemas passa a ser sua razão de existência. A empresa 
gera valor ao acionista, atende às necessidades dos clientes e reduz os custos de 
transação para ser um sistema sustentável e contribuir para sua continuidade e 
do meio onde está inserida. Meadows (1982) amplia essa interdependência e ex-
plica que um sistema consiste num conjunto de elementos interligados. 
Uma empresa pode ser compreendida como um sistema, pois representa 
um conjunto de elementos inter-relacionados que trabalham integrados no de-
sempenho de determinadas funções. Há interdependência e interligação entre 
os elementos internos e externos ao sistema empresa. A relação entre eles pode 
influenciar o funcionamento da empresa e atingir a sociedade. Visualizar a em-
presa como um sistema aberto permite análise geral do negócio e proporciona 
reflexão sobre sua responsabilidade social, pois elas são sistemas que intera-
gem com outros sistemas formando um todo. Diante disso, nota-se a importân-
cia de as empresas caminharem para a sustentabilidade, pois, para garantirem 
sua continuidade, necessitam cuidar de certos elementos externos ao seu negó-
cio (MORTAL; MORTAL, 2005). 
capítulo 1 • 21
De forma genérica, Callenbach et al. (1999) visualizam a empresa como uma 
célula que, independentemente do ramo do negócio – fabricação de mercado-
rias, prestação de serviços ou manipulação de informações –, dá ingresso a al-
guma coisa, processa de várias formas e gera novos produtos e resíduos. As ati-
vidades de processamento de serviços e produtos fazem parte de um fluxo e 
representam o fluxograma do negócio (metabolismo da célula). Este é formado 
pelo conjunto de relações entre os elementos internos e externos à empresa en-
volvidos com o negócio. A qualidade dessas relações influencia na continuida-
de da empresa. Então, como uma célula, a empresa é interdependente e interli-
gada com seu meio externo, vive para si própria e para o meio ao qual pertence.
Ademais, Sá (2001) e Borger (2001) visualizam uma empresa como uma cé-
lula social. Isso significa que, se o objetivo do negócio for somente o lucro sem 
oferecer benefícios a terceiros, a empresa poderá ser nociva ao meio onde está 
inserida. Sendo nociva à sociedade, certamente será ruim para a si própria. Se-
gundo as ideias retroexplanadas, as empresas são interdependentes e interliga-
das à economia, à sociedade e aos ecossistemas. Por isso, a qualidade de suas 
relações com todos os elementos ao seu redor influencia na continuidade de 
seus negócios. Percebe-se que isso estimula as empresas a repensarem sobre 
suas responsabilidades perante a sociedade para conseguir manter-se no mer-
cado e gerar valor ao acionista. As firmas estão descobrindo que ser responsável 
socialmente pode resultar em benefícios ao negócio. 
A UN (2007) define desenvolvimento sustentável como o desenvolvimento 
que satisfaz as necessidades do presente sem comprometer a capacidade das 
futuras gerações em satisfazerem suas próprias necessidades. Desenvolver sus-
tentavelmente significa promover o desenvolvimento econômico concomitan-
temente à preservação do meio ambiente e relações justas de trabalho. O termo 
desenvolvimento sustentável define como práticas empresariais sustentáveis 
aquelas que conseguem oferecer produtos e serviços que satisfaçam as neces-
sidades de seus clientes e gerem valor aos acionistas sem comprometer a conti-
nuidade da sociedade e dos ecossistemas conectado às suas operações.
Bebbington (2001) explica que não pode confundir o termo Desenvolvimen-
to Sustentável com gestão ambiental, pois esse está dentro daquele. Aliás, po-
demos tomar o cuidado de não confundir Desenvolvimento Sustentável com 
Responsabilidade Social Corporativa ou Sustentabilidade Empresarial. Esses 
últimos são para empresas e aquele, para sistemas econômicos de países. 
22 • capítulo 1
Desenvolvimento Sustentável Sistema Econômico País
Responsabilidade Social Corporativa Empresas
Sustentabilidade Empresarial Empresas
Os três conceitos possuem três dimensões: econômica, social e ambiental. 
As duas últimas, Responsabilidade Social Corporativa (RSC) e Sustentabilidade 
Empresarial, são sinônimas e significam integração do desempenho econômi-
co, social e ambiental das empresas. 
1.7 RSC e sustentabilidade empresarial
A Corporate Social Responsibility – CSR (2006) – considera que a responsabili-
dade social não possui uma definição universal e pode ser percebida pelo setor 
privado como uma maneira de integrar a variável econômica, social e ecológica. 
Essas três dimensões da responsabilidade social são conhecidas no mercado 
internacional como Triple Bottom Line –TBL – da Sustentabilidade Empresarial. 
Os conceitos ‘Responsabilidade Social Corporativa’ e ‘Sustentabilidade Empre-
sarial’ convergem para o mesmo objetivo: integrar os interesses econômicos, 
sociais ecológicos. De acordo com o Centro de Estudos em Sustentabilidade da 
Fundação Getúlio Vargas – Gvces (2006) e a Sustainable Measures (2006), essa 
integração pode tornar um negócio sustentável. 
ATENÇÃO
Lembre-se da palavra Integrar para conceituar sustentabilidade empresarial!
Ecológico Social
Econômico
Integrar
Sustentabilidade Empresarial: significa a empresa integrar desempenho 
econômico, social e ecológico.
capítulo 1 • 23
Ao mesmo tempo em que proporciona valor aos seus acionistas, a empresa 
também pode fornecer educação, cultura, lazer e justiça social à comunidade, 
além da proteção da diversidade e dos ecossistemas. Assim, na busca porsus-
tentabilidade, ações são programadas para obter desempenho social, ecológi-
co e econômico. Devido ao destaque dado ao desenvolvimento sustentável nos 
encontros e fóruns internacionais, Souza (2003) afirma que a variável de grande 
relevância nos anos 1990 foi a preservação do meio ambiente e o social. Certa-
mente, as empresas, ao perceberem essa tendência, planejam ações ecológicas e 
sociais para atender às necessidades de seus acionistas e demais colaboradores. 
Outro fato que justifica a relevância da inserção da variável proteção do 
meio ambiente e das relações de trabalho no planejamento estratégico das em-
presas foi a criação, em 1991, do Conselho Empresarial para o Desenvolvimen-
to Sustentável (Business Council for Sustainable Development). Órgão ligado à 
ONU, objetiva estimular a comunidade internacional de empresários a refletir 
sobre o desenvolvimento industrial sustentável (SOUZA, 2003).
Nota-se que a tendência de inserir o meio ambiente e o social no planeja-
mento das empresas estimulou a criação de um conselho vinculado à ONU 
para discutir novas maneiras de se produzir produtos e serviços sem agredir os 
ecossistemas. Há também outro fator que contribui para reforçar essa tendên-
cia. Souza (2003) cita os selos Green Cross e Green Seal, que são endossados por 
duas organizações privadas nos EUA que revisam produtos e os concedem às 
empresas que alcançam os padrões exigidos como embalagem, biodegradabi-
lidade, eficiência energética e o uso sustentável de recursos.
Uma empresa pode inserir a variável proteção do meio ambiente em seu 
planejamento estratégico, obter tais selos e conseguir participar de um mer-
cado novo ou que seu concorrente selado já opera. Dentro mesmo das empre-
sas os gestores estão conscientes em relação ao desenvolvimento sustentável. 
Em uma pesquisa realizada pela Harvard Business Review, foi demonstrado o 
interesse de empresários e executivos pela proteção do meio ambiente. Isso 
significa que muitas empresas estão em busca do desenvolvimento industrial 
sustentável (SOUZA 2003). 
Certamente, gerentes conscientes ecologicamente terão maiores possibilida-
des de encontrar soluções lucrativas para os problemas ambientais do que outros 
sem conhecimento ambiental. Existe um dado para as empresas que objetivam ter 
maior participação no mercado externo: Souza (2003) constatou que empresas bra-
sileiras com desempenho ambiental positivo são aquelas como maior inserção no 
24 • capítulo 1
mercado internacional. Assim, percebe-se que o mercado externo pode funcionar 
como estimulante para a manutenção de ações ecológicas empresariais. 
Ademais, há também a consciência ecológica de órgãos financiadores in-
ternacionais dos processos produtivos. Raupp (2002) cita o Banco Interameri-
cano de Desenvolvimento (BID), que exige como condição para concessão de 
empréstimos uma política ambiental por parte dos tomadores. A consciência 
ecológica do investidor e as oportunidades de reduzir custos operacionais e 
financeiros, somadas à situação preocupante em que se encontra o meio am-
biente, influenciam as empresas a inserir a proteção dos ecossistemas em seus 
planejamentos estratégicos. Por isso, muitas empresas mantêm ações que têm 
o objetivo de minimizar o impacto ambiental de suas operações. 
As firmas podem investir na proteção do meio ambiente, por meio de pro-
gramas como tratamento de efluentes, reaproveitamento de água, reciclagem, 
separação e tratamento de sucata, melhorias ambientais no processo produti-
vo, educação ambiental etc. Esses programas podem resultar em benefícios às 
empresas. Os resultados do artigo de Hassel et al. (2001) indicam que desem-
penho ambiental positivo pode aumentar o valor de mercado de empresas, e 
Vellani e Nakao (2003) concluem que investimentos ambientais podem reduzir 
custos. Esses estudos indicam que pode haver integração entre desempenho 
econômico e ecológico. Dados assim necessitam ser divulgados e ampliados 
para que as empresas conheçam as possibilidades de benefícios econômico-
financeiros provenientes da manutenção de ações ecológicas. 
Além disso, Callenbach (1999) defende que os investidores e os acionistas 
estão, com o passar do tempo, utilizando indicadores de sustentabilidade eco-
lógica, no lugar da estrita rentabilidade, como critério para avaliar o posiciona-
mento estratégico de longo prazo das empresas. Esse talvez seja um dos mais 
importantes estímulos para a inserção da proteção do meio ambiente no dia a 
dia dos negócios. Quando os acionistas e investidores exigem a manutenção de 
ações ecológicas, os executivos têm que corresponder. 
Nesse mesmo sentido, Donaire (1999) explica que os indicadores sobre a 
contribuição da empresa ao desenvolvimento sustentável e de enriquecimento 
dos acionistas podem ser utilizados de forma complementar para informar so-
bre a capacidade de retorno de um investimento. Um negócio que não pondera 
a proteção do meio ambiente pode ter seu risco aumentado devido à emissão 
de algum resíduo que venha contaminar os ecossistemas e a sociedade. 
capítulo 1 • 25
Essa contaminação pode influenciar na continuidade do negócio, pois o 
fluxo de caixa futuro trazido a valor presente pode ficar comprometido. O risco 
do negócio pode ser definido como toda a probabilidade que uma organização 
tem de não atingir os seus objetivos. Muitas vezes, a poluição pode acarretar 
penalidades, multas, paralisação das operações e causar prejuízos aos acionis-
tas. Logo, cria-se uma probabilidade de a empresa não atingir suas metas e de 
o risco do negócio aumentar. 
Usar os recursos naturais de forma sustentável e efetuar investimentos na 
proteção dos ecossistemas pode reduzir riscos. Risco menor, maior a proba-
bilidade de a empresa honrar seus compromissos. Portanto, manter ações 
ecológicas empresariais pode ser um indicador da capacidade de retorno de 
um investimento. As Nações Unidas (ONU, 2001) explicam, que à medida que a 
sustentabilidade, a gestão do risco e o controle dos processos começam a ser re-
levantes para o alcance dos objetivos de um negócio, os gestores e os auditores 
das Demonstrações Contábeis ficam também cada vez mais interessados nas 
informações sobre a relação da empresa com seu meio ambiente. 
Além de reduzir o risco do negócio, as empresas podem obter ganhos eco-
nômico-financeiros com a manutenção de ações ecológicas. Brown (2002), Cal-
lenbach et al. (1999), Romm (1996), Kinlaw (1997), Berry e Rondinelli (1998), 
Donaire (1999), Hawken, Lovins e Lovins (1999), Sharf (1999), Hassel, Nilsson 
e Nyquist (2001), Velasco, Moori e Popadiuk (2001), Hansen e Mowen (2001), 
Almeida (2002), Boneli (2002), Andrade, Tachizawa e Carvalho (2002), Faria 
(2002), Alberton (2003), Ribeiro e Souza (2004), Tinoco e Kraemer (2004), Ri-
beiro (2005) e Ben, Schneider e Pavoni (2005) citam casos de empresas que in-
vestiram na proteção ambiental e obtiveram redução de custos, incremento de 
receitas ou melhoria da imagem. 
Outros benefícios podem ser obtidos com a manutenção de atividade so-
ciais. Por exemplo, uma empresa trata bem seus funcionários e consegue alta 
produtividade em relação ao seu setor. Porém, muitas vezes a manutenção de 
ações ecológicas e sociais empresariais não gera benefícios econômico-finan-
ceiros para a empresa e, mesmo assim, não são abandonados, pois podem ser-
vir para atender à legislação ambiental.
Berry e Rondinelli (1998) explicam que os gastos em proteção ambiental, 
num primeiro momento, são incorridos em ações ecológicas de conformi-
dade. A primeira atividade ambiental programada pode ser para adequar 
o processo produtivo à legislação ambiental. Com o passar dos tempos, as 
26 • capítulo 1
empresasveem oportunidades com a sustentabilidade ecológica e, então, 
passam a investir em projetos que agregam valor aos resíduos. 
Por causa de exigências legais, contratuais, oportunidades de redução de cus-
tos, incremento de receitas e melhora na imagem corporativa, as empresas pon-
deram o conceito de desenvolvimento sustentável em suas tomadas de decisões. 
Bebbington e Gray (2001) refletem sobre a necessidade de as empresas inserirem 
o conceito de desenvolvimento sustentável na elaboração dos relatórios contábeis. 
Esse conceito está cada dia mais presente no planejamento estratégico das 
companhias, haja vista as ações empreendidas e fartamente divulgadas por 
meio da grande mídia e da expressiva quantidade de relatórios de sustentabili-
dade publicados. As empresas podem transformar seus Relatórios Anuais em 
verdadeiros Relatórios de Sustentabilidade. 
O Relatório Anual pode ser utilizado pelas empresas para fornecer informa-
ções aos diversos públicos da sociedade sobre a evolução e atuação de seus negó-
cios em determinado período. Documento oficial corporativo, o Relatório Anual 
apresenta as informações do Relatório da Administração, juntamente com as De-
monstrações Contábeis, acompanhadas dos pareceres dos Auditores Indepen-
dentes e do Conselho Fiscal. Podem conter gráficos, fotografias e tabelas. 
Conforme Iudícibus, Martins e Gelbcke (2003), a Comissão de Valores Mo-
biliários – CVM faz recomendações sobre o conteúdo do Relatório de Adminis-
tração. No Parecer de Orientação nº. 15/87 citam-se itens que nele devem cons-
tar. Um desses itens é a divulgação de informação sobre a proteção do meio 
ambiente por parte da empresa. Ou seja, nessa parte do Relatório Anual pode 
conter exemplos de ações ecológicas empresariais. 
Baseado em SustainAbility (1994) e SustainAbility & United Nations Envi-
ronment Programme (1997), Bebbington e Gray (2000) explicam que as empre-
sas podem ser classificadas conforme o grau e qualidade da divulgação de in-
formações sobre sua relação com os ecossistemas. Há cinco estágios:
•  Verde Lustroso: neste primeiro estágio, há pouca informação no Relató-
rio Anual sobre a relação da empresa com os ecossistemas;
•  Político: a empresa divulga apenas sua política ambiental no Relatório 
Anual;
•  Descritivo: aqui já começa a ser divulgado no Relatório Anual informa-
ções sobre o sistema de gestão ambiental da companhia com muito tex-
to, mas pouca figura;
capítulo 1 • 27
•  Estado da Arte: aqui a empresa informa seu desempenho ambiental de 
forma completa. Divulga informações físicas e monetárias. Informações 
no nível corporativo, unidade de negócio, linha de produto (ou serviço) e 
por unidades de produto (ou serviço). Tudo mais bem detalhado e repor-
tado no Relatório Anual da companhia;
•  Sustentabilidade: divulgação sobre a contribuição da empresa para o de-
senvolvimento sustentável das sociedades. Informam os aspectos eco-
nômicos, sociais e ecológicos do negócio por meio de indicadores físicos 
e monetários. Nesse estágio, o Relatório Anual passa a ser divulgado com 
o nome “Relatório de Sustentabilidade”. 
Observa-se que há, ainda, outros dois conceitos relacionados com o de De-
senvolvimento Sustentável: “a Responsabilidade Social Corporativa” e “a Sus-
tentabilidade Empresarial”. Ambos possuem o mesmo objetivo: integrar os 
aspectos econômicos, sociais e ecológicos das empresas.
Político
Descritivo
Verde
Lustroso
Estado da Arte
Sustentabilidade
Figura 4 – Estágios do Relatório Anual das empresas
Sustentável pode ter muitos significados. Pode qualificar tudo aquilo que se 
mantém ou ser atribuído a algo ininterrupto, cíclico, com perspectiva de conti-
nuidade. As características e a sustentabilidade das comunidades resultam das 
interações entre o meio ambiente, a economia e sociedade. Assim, muitas em-
presas interessadas na sustentabilidade empresarial podem manter ações para 
integrar o bottom line econômico, social e ambiental.
A inserção da Sustentabilidade Empresarial nos processos de decisão das or-
ganizações, das instituições e principalmente das empresas se mostra relevan-
te para a continuidade de seus negócios (da parte) e da sociedade em geral (do 
28 • capítulo 1
todo). Por isso, as firmas podem ponderar a sustentabilidade em seus processos 
decisórios e inseri-la no seu planejamento estratégico. 
Como conceitos amplos, a Responsabilidade Social Corporativa e a Sustentabi-
lidade Empresarial abrangem certas relações da empresa com as partes envolvidas 
no seu contexto mercadológico. A CSR (2006) considera que a responsabilidade so-
cial não possuiu uma definição universal e pode ser percebida pelo setor privado 
como uma maneira de integrar a variável econômica, social e ecológica. A Sustenta-
bilidade Empresarial (ou RSC) pode ser visualizada como um conjunto de atitudes 
nas seguintes dimensões:
Governança corporativa: o conjunto de valores relacionados com a gover-
nança corporativa influencia a ética dos executivos e no gerenciamento de seus 
negócios. Empresa ética na gestão de seus negócios significa comprometimen-
to com a transparência. Exemplos: cumprimento da ética em todos os proces-
sos gerenciais que envolvam a empresa e a aplicação dos conceitos da gover-
nança corporativa em seus negócios → já abordada anteriormente.
•  Relação com os colaboradores internos: a maneira como a empresa se re-
laciona com os funcionários e os sindicatos podem criar um ambiente 
de trabalho saudável. Exemplos: programas de educação, esporte e pla-
no de carreira. 
•  Relação com fornecedores: o relacionamento da empresa com seus for-
necedores pode fortalecer os dois lados ao transacionar de forma ética e 
justa. Exemplos: parcerias transparentes entre a empresa e seu fornece-
dor e exigência de documentos que comprovem atitudes de responsabi-
lidade social e ecológica por parte dos fornecedores. 
•  Relação com os consumidores: avaliar as possibilidades de danos aos con-
sumidores desde a retirada da matéria-prima até o descarte final pode ser 
um indicador de RSC. Exemplos: programa com os consumidores para 
avaliar alguma qualidade de certo produto e programa de pós-venda.
•  Relação com comunidade, sociedade e governo: iniciativas, parcerias, estraté-
gias de atuação na comunidade como forma de diminuir a desigualdade so-
cial e a participação em projetos públicos para ajudar o governo a satisfazer 
os desejos da coletividade contribui ao Desenvolvimento Sustentável. Exem-
plos: programas de alfabetização, assistência médica, eventos culturais etc. 
à comunidade externa à empresa. 
•  Relação com os investidores: informar seu desempenho econômico com 
transparência aos seus investidores e indicar os riscos inerentes ao negó-
cio são atitudes empresas antenadas com a Sustentabilidade Empresarial. 
capítulo 1 • 29
Manter um departamento chamado Relações com Investidores, principal-
mente as S.A. de capital aberto, pode ser um início. Enfim, relacionar de for-
ma transparente e de forma profissional com todos os acionistas da empre-
sa. Transparente significa o gestor permitir o acesso à realidade. Informar 
ao acionista a verdadeira situação econômico-financeira do negócio. 
•  Relação com o meio ambiente: a eficiência na utilização dos recursos natu-
rais, o controle de emissão de resíduos e a adoção de tecnologias limpas 
em seu processo produtivo são atitudes de RSC que auxiliam as empresas 
a se tornarem ecológicas e, com isso, cumprem seu papel social de man-
ter a saúde dos ecossistemas interdependentes e interconectados ao seu 
negócio. Exemplos: programas de tratamento de efluente, principalmente 
aqueles que possibilitem a recirculação da água, reciclagem de resíduos, 
ações para redução de emissões,preservação e recuperação. 
Observa-se que a dimensão social foi dividida em cinco. Cinco com mais 
uma econômica e uma ecológica são sete dimensões da Sustentabilidade Em-
presarial. Um país, ao ponderar a variável ambiental em suas decisões, elabora 
leis para proteger os ecossistemas da poluição gerada pelas empresas. A Legis-
lação Ambiental do Brasil pode ser relevante em estudos elaborados dentro da 
contabilidade, pois fornecem dados que servirão para as companhias avalia-
rem e planejarem os gastos necessários para deixar o negócio em situação de 
conformidade legal. 
CONEXÃO
Visite o site do Ministério do Meio Ambiente (www.mma.gov.br) e descubra o significado da 
sigla CONAMA. 
Assim como há a legislação ambiental para proteger o equilíbrio dos ecos-
sistemas públicos (esses podem ser poluídos por empresas), há a legislação tra-
balhista para assegurar relações de trabalhos dignas e justas dentro da espera 
pública e privada. O próximo item trata da legislação ambiental.
De acordo com a Constituição Federal de 1988 (Brasil, 1988), em seu artigo 
225, todo brasileiro tem o direito de viver em harmonia com os elementos que 
constituem os ecossistemas. Os serviços prestados pelo meio ambiente são de 
uso comum da sociedade, conforme o trecho seguinte:
30 • capítulo 1
Art. 225: Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso 
comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao Poder Público e à 
coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo para as presentes e futuras gerações.
REFLEXÃO
Lembre-se de que a legislação trabalhista é estudada em outra disciplina. Já a legislação 
ambiental é tratada a seguir.
Dessa forma, o conceito legal de meio ambiente é ampliado e cria-se uma 
categoria jurídica capaz de impor, a todos que utilizam os recursos naturais, 
uma obrigação de zelo para com o meio ambiente. Além disso, a constitui-
ção oferece mecanismos considerados importantes para conciliar o uso da 
propriedade privada e o desenvolvimento de atividades econômicas com a 
preservação do meio ambiente. Exige-se que o uso da propriedade seja feito 
conforme sua função social e trata a defesa do meio ambiente como um dos 
princípios norteadores da atividade econômica.
A Lei dos Crimes Ambientais, nº. 9605, de 12/02/98, pode influenciar a 
continuidade da empresa e estimulá-las a manter ações ecológicas. A refe-
rida lei dispõe sobre as sanções penais e administrativas derivadas de con-
dutas e atividades lesivas ao meio ambiente (complementada pela Medida 
Provisória nº. 1710 de 07/08/98, que dispõe sobre o termo de ajustamento 
de conduta, e regulamentada pelo Decreto nº. 3179, de 21/09/99).
Conforme Prado (2000) e Seguin e Carreira (1999), a Lei 9605/98 apresenta 
inovações quando admite a possibilidade de pessoas jurídicas serem penal-
mente responsáveis. De acordo com o capítulo I da Lei de Crimes Ambientais 
são previstas as disposições gerais, nas quais se encontra a inovação em rela-
ção à possibilidade de pessoas jurídicas serem penalmente responsáveis “[...] 
nos casos em que a infração seja cometida por decisão de seu representante 
legal ou contratual, ou de seu órgão colegiado, no interesse ou benefício da 
entidade” (art. 3º, caput), considerando que “[...] a responsabilidade das pes-
soas jurídicas não exclui a das pessoas físicas, autoras, co-autoras ou partíci-
pes do mesmo fato” (art. 3º, parágrafo único).
capítulo 1 • 31
O art. 2º da lei 9.605/98 considera também responsável “[...] o diretor, o 
administrador, o membro de conselho e órgão técnico, o auditor, o gerente, o 
preposto ou mandatário da pessoa jurídica que, sabendo ou devendo saber da 
conduta criminosa de outrem, deixar de impedir a sua prática quando podia 
agir para evitá-la.” Entende-se que assim foi acolhida a teoria da coautoria ne-
cessária entre agente individual e ente moral. O art. 4º da referida lei dispõe 
sobre a desconsideração da personalidade da pessoa jurídica “[...] sempre que 
sua personalidade for obstáculo ao ressarcimento de prejuízos causados à qua-
lidade do meio ambiente”. A lei 9.605/98, em seu art. 24 trata sobre a possibili-
dade da pessoa jurídica, que for criada e/ou utilizada para, por exemplo, permi-
tir a prática de crime, poder ter liquidação forçada e seu patrimônio, então, será 
perdido em favor do Fundo Penitenciário Nacional.
O Capítulo II refere-se à aplicação da pena, suas modalidades – quanto às 
penas aplicáveis às pessoas jurídicas, o juiz tem a discricionariedade de con-
dená-las à multa, penas restritivas de direito (art. 22) e prestação de serviço à 
comunidade (art. 23), isolada, cumulativa ou alternativamente (art. 21). Sobre 
essas disposições, críticas estão sendo formuladas, diante da discricionarieda-
de que se ofertou ao juiz. No Capítulo V são tipificados os crimes contra o meio 
ambiente (dos crimes contra a fauna – art. 29 a 37; dos crimes contra a flora 
– art. 38 a 53; dos crimes de poluição e outros crimes ambientais – art. 54 a 61; 
dos crimes contra o ordenamento urbano e patrimônio cultural – art. 62 a 65; 
dos crimes contra a administração ambiental – art. 66 a 69). Cumpre ressaltar 
que essa parte deixou de prever o crime de poluição sonora (art. 59, vetado pelo 
Presidente da República).
Por fim, o Capítulo VI dispõe sobre as infrações administrativas; o Capí-
tulo VII trata da cooperação internacional para a preservação do meio am-
biente; e o Capítulo VIII refere-se às disposições finais. A Lei nº 9605/98 cer-
tamente estimula as empresas a manterem ações ecológicas empresariais 
com o objetivo de permanecer em situação de conformidade em relação à 
legislação ambiental. Assim, evita-se o risco de sofrerem penalidades, in-
correr a custos e interferir na continuidade de seu negócio. 
Vale lembrar, ainda, que existe o Conselho Nacional do Meio Ambiente – 
CONAMA. Esse órgão consultivo e deliberativo do Sistema Nacional do Meio 
Ambiente - SISNAMA foi instituído pela Lei 6.938/81 e dispõe sobre a Política 
Nacional do Meio Ambiente, regulamentada pelo Decreto 99.274/90. O CONA-
MA é responsável por atos como Resoluções, Moções e Recomendações que 
32 • capítulo 1
podem exigir investimentos em ações ecológicas empresariais, regulamentar 
alguma atividade ambiental mantida pelas empresas e até fomentar ideias ino-
vadoras para os problemas ambientais. 
Martins e Ribeiro (1995) explicam que o governo, ao aprimorar sua legis-
lação ambiental com estabelecimento de parâmetros técnicos sobre a emis-
são de resíduos, estimula empresas a buscar soluções para os seus proble-
mas de poluição. Nesse contexto, os executivos criativos podem transformar 
uma adequação ecológica em uma vantagem competitiva.
Porter e Van der Linde (1995) desenvolveram uma hipótese de que os con-
troles ambientais não representam uma ameaça à empresa, mas uma oportu-
nidade. Provavelmente porque as legislações ambientais forçam as empresas a 
buscar soluções tecnológicas para produzir produtos novos e ambientalmente 
corretos. Desse modo, convergem para as exigências atuais dos consumidores 
e grupos de interesse. 
Você Sabia?
Compliance é um termo da língua inglesa que significa ‘conformidade’. Nesse sentido, 
as empresas mantêm ações ecológicas para adequar projetos ou processos em conso-
nância com determinadas exigências contratuais. 
Apesar de existirem vários tipos de exigências contratuais, este material expõe so-
mente as encontradas em Vellani e Ribeiro (2009). Por isso, as certificações da série 
ISO 14.000 (ISO 14.001 é uma subsérie da ISO 14.000), SA8.000 (semelhante a ISO 
14.000, mas voltado ao social), NBR16.001 (Sistema de Gestão de Responsabilidade 
Social), os Princípios do Equador e aAgenda 21 estarão presentes neste material. 
Expandindo conhecimentos
A seguir, importantes veículos de comunicação tratando do assunto Sustenta-
bilidade:
•  “A sustentabilidade ambiental é um princípio crucial para a competitividade 
das empresas. Está relacionada ao custo de produção (eficiência energética 
e uso de recursos ambientais) e à atratividade que a empresa tem no mer-
cado, tanto sob o ponto de vista dos consumidores como dos investidores”
capítulo 1 • 33
Revista Época Negócios – 22/09/2010
<http://epocanegocios.globo.com/Revista/Common/0,,EMI173853-16381,-
00-A+PEGADA+DE+CARBONO+DE+UMA+XICARA+DE+CAFE.html>
•  “Nos próximos anos, o tripé da sustentabilidade – econômica, social e 
ambiental – estará muito vinculado à inovação. As empresas precisarão 
inovar cada vez mais na construção de processos sustentáveis, induzidos 
pelo Estado”.
Reportagem O Estado de São Paulo (13/05/2010)
<http://economia.estadao.com.br/noticias/geral,inovar-com-sustentabili-
dade-imp-,551042>
•  “O frigorífico JBS Friboi investirá R$ 100 milhões em 35 projetos da área 
de sustentabilidade em suas unidades no Brasil, nos próximos três anos. 
O aporte já começou a ser feito neste ano e abrange desde ações com 
fornecedores de gado, com capacitação de proprietários e diagnóstico 
de propriedades, até biodiesel e crédito de carbono. “Estamos fazendo 
nosso dever de casa e no rumo da uniformização da sustentabilidade do 
grupo”, afirmou o presidente do conselho de Estratégia Empresarial da 
JBS Friboi, Pratini de Moraes, em encontro com jornalistas”.
Revista Época Negócios – 03/08/2010
<http://epocanegocios.globo.com/Revista/Common/0,,EMI160213-16381,00-
JBS+INVESTE+R+MI+EM+PROJETOS+DE+SUSTENTABILIDADE.html>
•  “Todo nosso planejamento é baseado hoje no conceito de crescer de for-
ma sustentável. [...] Hoje, em função das mudanças climáticas, do cres-
cimento acelerado do País, da urbanização, nos encontramos em uma 
nova equação, que exige mudanças significativas na forma de pensar o 
futuro. Não basta discutir “o que”, temos de atrelar nosso planejamento 
ao “como”. Estamos trilhando o caminho e vamos acelerar ainda mais 
nosso passo, assegurando o crescimento sustentável sob todos os aspec-
tos. Nossa perspectiva, de qualquer forma, é a de que, antes de comuni-
car, é importante fazer”.
Marcos Simões – Responsável pelo departamento de Sustentabilidade 
da Coca-Cola em Entrevista à Revista Exame (06/10/2010)
<http://exame.abril.com.br/marketing/noticias/coca-cola-continua-in-
vestindo-sustentabilidade-592409>
34 • capítulo 1
ATIVIDADE
1. Defina sustentabilidade empresarial, reflita sobre a relação desse conceito com a admi-
nistração, e cite as sete dimensões da Sustentabilidade Empresarial.
2. O que significa a empresa começar no Verde Lustroso e chegar ao estágio Sustentabilidade?
REFLEXÃO
Neste capítulo você aprendeu os principais conceitos relacionados à temática da sustentabi-
lidade, bem como a amplitude do assunto, passando por responsabilidade social, compromis-
so ambiental e governança corporativa. Essa abordagem genérica permite a compreensão da 
importância da sustentabilidade e sua relação com as empresas. Também foi exposta a evo-
lução do conceito de responsabilidade social e discutidas as classificações quanto ao nível de 
divulgação que as corporações apresentam ao longo da continuidade de seus negócios.
Esse capítulo é importante para que o aluno compreenda a amplitude do assunto e tenha 
noção ainda do que virá pela frente. 
LEITURA
LIMA, Gustavo da Costa. O discurso da sustentabilidade e suas implicações para a educa-
ção. Revista Ambiente & Sociedade, vol. 6, n. 2, jul./dez. 2003. Disponível em: 13 mai. 2014. 
<http://www.redalyc.org/pdf/317/31760207.pdf>. Acesso em: 13 maio 2014.
RICO, Elizabet de Melo. A responsabilidade social empresarial e o Estado: uma aliança 
para o desenvolvimento sustentável. Revista São Paulo em Perspectiva, v.18, n.4, São Pau-
lo, out./dez. 2004. Disponível em:<http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pi-
d=S0102-88392004000400009&lng=pt&nrm=iso&tlng=pt>. Acesso: 09 maio 2014.
capítulo 1 • 35
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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NO PRÓXIMO CAPÍTULO
A seguir, colocaremos em debate o consumo versus o consumismo e também os incentivos 
legais existentes na atualidade para que as empresas primem pela prática da responsabili-
dade social. 
Questão ambiental 
e consumo
2
40 • capítulo 2
2 Questão ambiental e consumo
Neste capítulo, veremos como a sociedade contemporânea concebe a questão 
do consumo para além das suas necessidades, gerando, assim, o consumismo. 
Consideraremos também os benefícios empresariais para as organizações que 
têm colocado a responsabilidade social como fundamento presente no alcance 
de suas metas.
OBJETIVOS
•  Debater o consumo na atualidade;
•  Possibilitar a capacidade de identificar as características e requisitos das questões envol-
vendo o meio ambiente e a sociedade de consumo;
•  Apresentar a forma como as principais entidades brasileiras e mundiais têm se envolvido 
com a questão ambiental e o consumo.
REFLEXÃO
Seguramente, você ouviu dizer que a humanidade passa por sérios problemas ambientais 
e também que grande parte da população mundial consome sem precedentes. Da mesma 
forma, deve ter percebido que há uma preocupação de segmentos da sociedade com relação 
a esta situação. Então, vamos ver se esta equação é ou não possível na contemporaneidade.
Introdução
Atualmente, podemos considerar que o planeta Terra vive um momento crítico 
no que tange ao aumento do consumo e seus impactos ecológicos globais. Da 
mesma forma, criar políticas para promover a limitação desse consumo é uma 
questão bastante complexa e abrangente. 
A exploração sem precedentes dos recursos naturais, desde a primeira Revo-
lução Industrial (iniciada no final do século XVIII) até os dias de hoje, tem co-
locado em sinal de alerta as condições físicas de vida na Terra, uma vez que a 
exigência da produção e do consumo impulsionada pela economia capitalista é 
considerada insustentável do ponto de vista ambiental.
capítulo 2 • 41
Nos últimos anos, é válido salientar que tivemos alguns avanços no modo de 
pensar e de agir das pessoas, mas a ação ainda mais desafiadora se refere a influen-
ciar e modificar o que a sociedade, de maneira geral, pensa em relação ao consumo.
2.1 O consumo na sociedade atual
De forma geral, o consumo na sociedade do início do século XXI tem sido bastante 
estimulado pela mídia e também pelo governo, interessado em incentivar o cresci-
mento econômico, possibilitando assim a geração de empregos e impostos.
Embora uma considerável parcela da população mundial sinta-se satisfei-
ta com o maior acesso a bens e serviços ofertados no mercado de consumo, é 
válido ressaltar que consumir não significa necessariamente melhorar a qua-
lidade de vida.
Conforme Baudrillard (1981, p.11), o consumo ocupa espaço ímpar na con-
temporaneidade, e, a partir dele, as relações humanas vão se moldando: “o con-
sumo surge como modo ativo de relação, como modo de atividade sistemática e 
resposta global, que serve de base a todo o nosso sistema cultural”.
Por este viés, percebemos que a necessidade do consumo nem sempre se re-
laciona ao bem consumido, pois muitas vezes as pessoas são levadas pela nor-
matização de um padrão que prioriza este consumo, entendido dessa forma 
como consumismo:
Raros são os objetos que hoje se oferecem isolados, sem o contexto de objetos que 
os exprimam. Transformou-se a relação do consumidor ao objeto: já não se refere a tal 
objeto na sua utilidade específica, mas ao conjunto de objetos na sua significação total 
(BAUDRILLARD, 1981, p.17).
A referida sociedade de consumo, conforme Bauman (2008), precisa ser com-
preendida a partir de dois enfoques bem distintos, a saber: a princípio, o consu-
mo se revela como algo inerente e vital à sobrevivência humana, naquilo que tange 
às suas necessidades para garantir o seu bem-estar social (alimentação, saúde, 
educação, transporte, moradia, lazer, etc) e, numa perspectiva bem diferente, 
reside o consumismo, que não se trata de algo espontâneo e natural, mas de 
uma imposição promovida pela lógica do capitalismo neoliberal. Se, durante 
a Primeira Revolução Industrial, o trabalho nas fábricas possibilitou a origem 
do conceito de alienação definido por Karl Marx, da mesma forma Bauman 
42 • capítulo 2
considera o consumismo como um ato alienado. Em outros termos, se os tra-
balhadores eram suscetíveis a uma dominação imposta pelos seus patrões, na 
mesma linha de raciocínio, os consumidores são vistos como alienados pelo 
consumo exacerbado ditado pelo mercado.
Por outro lado, temos visto também parte do mundo empresarial envolvida 
em ações voltadas para uma espécie de prestação de contas à sociedade, imbuí-
da na perspectiva de equilibrar a preocupante questão relacionada ao consumo 
na atualidade.
2.2 Principais agentes atuantes na sustentabilidade
Balanço social trata-se de uma demonstração que contempla uma gama de in-
formações acerca de projetos, ações sociais, benefícios concedidos aos empre-
gados, analistas, investidores e comunidade, que é publicada anualmente por 
livre iniciativa de uma corporação, um instrumento estratégico de divulgação 
da responsabilidade social.
Nesse demonstrativo, a empresa visa evidenciar o que faz em prol de 
seus profissionais, colaboradores e comunidade, conotando transparência 
em relação às ações que buscam melhorar a vida das pessoas. A principal 
função é tornar a responsabilidade social empresarial pública a todos os 
stakeholders, aproximando a empresa da sociedade e do meio ambiente.
Sinteticamente, é uma importante ferramenta que pode ser utilizada pelos 
gestores no sentido de divulgar boas práticas, além de agregar valor à companhia.
Em meados da década de 1970, a ideia de divulgação de informações deste 
tipo se iniciou no Brasil, muito embora apenas na década de 1980 tenham surgi-
do, efetivamente, os primeiros balanços sociais. Já na década de 1990, diversos 
setores passam a aderir à divulgação do balanço social. 
É importante destacar a relevância da atuação do sociólogo Herbert de Sou-
za, conhecido nacionalmente como Betinho, que, em 1997, dá início a uma am-
pla campanha pela divulgação do balanço social no Brasil. Por meio de parce-
rias com diversas empresas, a campanha ganhou forças e vem discutindo em 
diversos meios de comunicação a importância da divulgação de informações 
sociais. O trabalho desse sociólogo contribuiu com a evolução cultural das cor-
porações brasileiras em praticar a divulgação espontânea do balanço social.
Segundo o Ibase – Instituto Brasileiro de Análises Sociais e Econômicas 
–, o balanço social favorece a todos os grupos que interagem com a empresa. 
capítulo 2 • 43
Aos dirigentes fornece informações úteis à tomada de decisões relativas aos 
programas sociais que a empresa desenvolve. Seu processo de realizaçãoes-
timula a participação dos funcionários e funcionárias na escolha das ações 
e projetos sociais, gerando um grau mais elevado de comunicação interna e 
integração nas relações entre dirigentes e o corpo funcional.
De modo geral, aos stakeholders o balanço social informa os valores da res-
ponsabilidade social na filosofia da corporação e, mais do que isso, evidencia 
como a empresa é administrada. Em tese, promove-se a ideia de qual o perfil 
dos gestores e o caminho escolhido pela corporação para dialogar com a socie-
dade e construir sua marca. 
O balanço social trata basicamente de um modelo padrão de informações 
que deve ser rigorosamente seguido pelas empresas que optam pela divulgação 
de informações sociais. 
A ideia é permitir que com esse modelo, assim como todas as informações 
contábeis, seja possível equiparar e comparar empresas de distintos segmentos 
e suas atuações que tangem os aspectos de responsabilidade social. A simplici-
dade do modelo já garante um maior envolvimento por parte de corporações. 
O conteúdo das informações permite comparabilidade entre as empresas, in-
dependentemente do tamanho ou do setor delas, conforme anunciado a seguir 
no Portal Ibase: 
Se a forma de apresentação das informações não seguir um padrão mínimo, torna-se 
difícil uma avaliação adequada da função social da empresa ao longo dos anos. A pre-
dominância de dados que possam ser expressos em valores financeiros ou de forma 
quantitativa é fundamental para enriquecer este tipo de demonstrativo. É claro que nem 
sempre correlacionar fatores financeiros com fatos sociais é uma tarefa fácil, porém, os 
indicadores desenvolvidos do modelo Ibase ajudam às análises comparativas da própria 
empresa ao longo do tempo ou entre outras do mesmo setor. (<www.ibase.org.br /> 
Acesso em: 06/out. 2010).
44 • capítulo 2
Um ano após a criação do modelo de balanço social, 1998, o 
Ibase lança o Selo Balanço Social Ibase/Betinho, rotulando 
todo ano as corporações que optaram pela publicação do ba-
lanço social de acordo com a metodologia proposta. Por meio 
desta proposta, as empresas poderiam divulgar nos mais diver-
sos veículos de comunicação que estão voluntariamente forne-
cendo informações de caráter social. 
Um ano após a criação do modelo de balanço social, 1998, o Ibase lança o Selo Balanço 
Social Ibase/Betinho, rotulando todo ano as corporações que optaram pela publicação 
do balanço social de acordo com a metodologia proposta. Por meio desta proposta, as 
empresas poderiam divulgar nos mais diversos veículos de comunicação que estão volun-
tariamente fornecendo informações de caráter social.
2.3 Contexto histórico/balanço social
A concepção de responsabilidade social até perto da década de 1930 não era 
conhecida por parte das corporações, tampouco o acesso às informações perti-
nentes ao negócio. Era comum a ideia de que os resultados e a performance de 
uma corporação eram restritos a um pequeno grupo, com acesso limitado no 
sentido de se proteger as informações.
Exceto pelas prestações de contas, grandes patrimônios do capitalismo eram 
mantidos em segredo, sendo somente tornados públicos em raríssimas situações 
compulsórias. Essa situação foi mantida por anos, até que se começaram os pri-
meiros questionamentos acerca da esfera ambiental, quando o assunto passou a 
ter tratado no mundo, mais especificamente nos anos 60.
Com o crescimento e popularização do “accountability” empresarial, 
oriunda principalmente de países europeus, tal como França (como destaque 
“bilian social” – 1972) e Reino Unido (com destaque do “Corporate Report” – 
1975), as práticas de divulgação de informações passaram a ser adotadas mun-
dialmente.
Notadamente no Brasil o processo não foi na mesma velocidade. Não obs-
tante, após o regime militar e repressão política, o país passa por uma revo-
lução de organizações civis. Os militantes da cidadania ganham forças por 
meio da sociedade, que naquele contexto passa a concentrar sua atuação na 
capítulo 2 • 45
pressão por políticas públicas com embasamento social. No Brasil, o apoio à 
responsabilidade social se firma após a década de 90, como consequência da 
criação de ONGs (Organizações Não Governamentais). 
Em virtude das falhas do Estado em atender as rigorosas pressões sociais, 
corporações passam a aumentar suas atuações e se apresentarem de forma 
mais proativa, no sentido de promover um discurso social mais ético e justo. 
Em alinhamento com estas razões, em face de uma ascendente cobrança 
por transparência, hoje não apenas é necessário que uma empresa atue com 
responsabilidade, mas que mostre os resultados auferidos. Nesse sentido, cor-
porações expõem sua performance social e financeira em relatórios corporati-
vos de distintos formatos e layouts. 
O formato intitulado de Balanço Social pode ser identificado com dife-
rentes formatos e não existe exigibilidade legal para sua publicação. Layouts 
modernos exibem edições mais requintadas, com apelo visual ou apenas uma 
coletânea de informações quantitativas que mostram o resultado social e am-
biental das corporações. A filosofia nos bastidores dos relatórios sócio-am-
bientais reza que as empresas necessitam prestar contas não somente aos 
seus investidores, como também para seus mais diversos stakeholders, gru-
po que contempla os empregados, acionistas, governos, comunidade, ou seja, 
todos aqueles ligados diretamente ou indiretamente ao negócio. 
A prática de divulgação da performance socioambiental de uma entidade in-
teressa a um grupo amplo de agentes pelas mais distintas razões. Primeiramente 
pode-se visar a questão da ética, tendo em vista que as empresas, na condição de 
agentes sociais, detém influência ativa no crescimento de uma nação e, logo, deve 
se entender com a sociedade. Não obstante, circunstâncias de âmbito empírico se 
agregam a estas e, fazem da divulgação destas informações uma prática frequente. 
Alguns grupos visualizam o Balanço Social como um artifício de marketing. 
E isso pode, de fato, ser usado plenamente com essa intenção. Não há proble-
ma se uma empresa divulgar sua harmônica relação com o meio ambiente e 
sociedade, desde que as informações contempladas nas demonstrações sejam 
verídicas. Um relatório socioambiental de boa qualidade deve ser preciso e re-
velar compromisso com a primazia da realidade, além de ser livremente dispo-
nibilizado a todos aqueles interessados nas informações prestadas.
As informações contempladas em um relatório socioambiental não podem 
apenas se limitarem a pequenos tópicos pontuais sobre questões sociais e am-
bientais, como também precisam abordar de forma clara o retrato fiel da em-
46 • capítulo 2
presa dentro de determinado período.
É recorrente empresas ocultarem possíveis falhas em seus relatórios. 
Porém, a transparência é um importante diferencial para as corporações. 
É comum que entidades ocultem falhas em seus relatórios, no entanto, é 
de extrema importância a transparência por parte dessas entidades, pois 
trata-se de uma relevante vantagem comparativa para as empresas. Nesse 
sentido, a empresa deve se mostrar “aberta” para indicar suas próprias de-
ficiências e assumir a intenção de melhorar sua performance. 
Conforme mencionado anteriormente, o Balanço Social foi desenhado pelo 
Ibase, que é um instituto criado em 1981 pelo sociólogo Herbert de Souza, em 
parceria com empresas públicas e provadas. Trata-se de uma entidade sem fins 
lucrativos com a missão de aprofundar debates sociais com princípios de igual-
dade, ética, cidadania e solidariedade. Em definição pelo próprio Ibase: 
Apostamos na construção de uma cultura democrática de direitos, no fortalecimento do 
tecido associativo

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