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Analise de uma personalidade infratora segundo a Teoria do Aparelho Psíquico de Sigmund Freud - Psicologia Jurídica

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Uma analise de uma personalidade infratora segundo a Teoria 
do Aparelho Psíquico de Sigumund Freud 
 
 
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personalidade infratora segundo a Teoria 
do Aparelho Psíquico de Sigumund Freud 
para disciplina Psicologia Jurídica. 
 
1. Perfil criminoso para análise do comportamento 
FAP, que, classificado como serialkiller. Cometeu crime de estupro e seguido por 
morte de pelo menos seis mulheres e tentou assassinar outras nove em 1998. Seus 
crimes ocorreram ao ar livre em jardins e parques,concentrados na região sul da capital 
do estado de São Paulo. Nesse local, foram encontrados os corpos de suas vítimas. 
O nosso perfil em análise teve sua infância marcada por traumas sexuais.Sendo 
a principal molestadora do mesmo uma tia materna que abusou dele durante a sua 
infância o que desencadeou o desenvolvimento de uma fixação em seios devido a 
percepção guardada na sua memória . 
Na adolescência, em um de seus relacionamentos uma gótica em atitude de 
sadomasoquismo tentou arrancar seu órgão genital com uma mordida. Por conta desse 
incidente, ele sentia dor durante o ato sexual, segundo fontes e teses a impossibilidade 
do prazer. 
Durante a fase adulta sofreu uma grande desilusão amorosa, sua namorada 
grávida, foi afastada dele pelos pais dela que não reprovavam a relação pela diferença 
social entre ambos. 
Já adulto, um patrão o teria seduzido, o que levou ao interesse por relações 
homossexuais. Manteve um relacionamento com uma travesti com quem viveu por mas 
de um ano, espancava com socos no estômago e tapas no rosto, exatamente como 
algumas das mulheres que sobreviveram relataram. 
 
2. As teorias psicanalíticas de Freud x o comportamento do criminoso 
 
A psicanálise foi desenvolvida na década de 1890, por Sigmund Freud, 
fundamentado na análise do homem, compreendido como sujeito do inconsciente, 
percebendo, assim, que seus problemas se originavam dos desejos reprimidos e 
acontecimentos traumáticos, os quais não eram “esquecidos” ou apagados, mas 
transferidos para um inconsciente. 
 De modo a influenciar continuamente seus pensamentos e comportamentos 
durante a vida. Entre as décadas de 1920 e 1930, os primeiros indícios do que seria uma 
criminologia psicanalítica começaram a aparecer, e a psicanálise surgiu, assim, 
aproximando as noções de homem/honesto/normal, com o homem/ criminoso/ 
anormal. 
Deste modo, a psicanálise, além de explicar o comportamento criminoso como 
ato individual, trouxe também como alvo, a sociedade, procurando esclarecer as razões 
da punição de determinadas condutas, caracterizando- as como crime. 
 
2.1 A personalidade 
 
É necessário para compreender as teorias da psicanálise e fazer sua relação com 
o comportamento do homem/criminoso, sendo divididas em três instâncias: Id, ego e 
superego. 
No ID, temos o sistema original da personalidade, no caso do personagem FAP 
marcado por traços de abusos e violência, ou seja o seu reservatório inconsciente da 
energia psíquica e das pulsões, as quais estão sempre ativas estavam recheados de 
todos os traumas absorvidos como ser molestado pela tia na infância, violentado pelo 
patrão , sem contar uma namorada que o agrediu durante a relação sexual,e a desilusão 
da perda de um grande amor e um filho separados por discriminação quanto a sua classe 
e sua cor. 
Quanto ao estudo do id sabe se que o mesmo não tolera aumentos de energia, 
que são experienciados como estados de tensão desconfortáveis assim como os sofridos 
por FAP. 
Conseqüentemente, quando o nível de tensão do organismo aumenta, como 
resultado ou de estimulação externa ou de excitações internamente produzidas, cabe 
ao o id funcionar de maneira a descarregar a tensão imediatamente e fazer o organismo 
voltar a um nível de energia confortavelmente constante e baixo. A válvula de escape 
do personagem foi cometer violência sexual e física contra mulheres entre 18 e 24 anos, 
a mesma faixa etária da tia que o molestou, a namorada gótica e um grande amor 
perdido. 
 Esse princípio de redução de tensão pelo qual o id opera é chamado de 
princípio do prazer e o mesmo está intimamente relacionado a satisfação de 
necessidades corporais, o que no caso in locu pode ser traduzido como a satisfação de 
um prazer sexual alimentado pelo personagem na caça a suas vitimas. 
Para atingir seu objetivo de satisfação, o id tem sob seu comando as ações 
reflexas que podem ser interpretadas como mecânicas no caso do sujeito FAP os golpes 
contra as vitimas nos mesmos lugares o que remete a suas tentativas de fuga da tia na 
infância, mais alta o lugar que o mesmo alcançava era o estomago e memória da gótica 
os tapas no rosto que são parte do ritual sadomasoquista , no entanto o processo 
primário, que envolve uma reação psicológica mais complexa, embora complexo o 
processo primário sozinho não é capaz de reduzir a tensão, daí se desenvolve um 
processo secundário chamado de Ego. 
Quanto ao Ego é responsável por controlar o acesso à ação e decide que instintos 
serão satisfeitos e de que maneira. Ele é a porção organizada do id, e existe para atingir 
os objetivos do id e não os frustrar. Seria então no ego, encontrado o equilíbrio entre o 
id e a realidade do superego. 
Assim como Id está para o principio do prazer o ego está intimamente 
relacionado ao princípio da realidade. “O objetivo do princípio da realidade é evitar a 
descarga de tensão até ser descoberto um objeto apropriado, para a satisfação da 
necessidade. Seria o ego a parte racional presente no sujeito FAP, utilizado associado à 
sua inteligência e sagacidade para atrair as vitimas e planejar os atos criminosos. 
Vale ressaltar as funções básicas do ego que são: percepção, memória , 
sentimentos e pensamentos. Todos itens intrínsecos para rege o funcionamento 
psíquico do criminoso em questão. 
Logo o ego era relevante no comportamento, na frieza da escolha das vitimas, a 
ação dos planos de forma eficaz retardando ímpetos agressivos e sexuais do id ao menos 
na prática do plano de captura das vitimas. Ao ego também cabe ser atribuída o 
adiamento da satisfação do Id esperando momentos adequados e oportunos, lugares 
ideais para que os crimes fossem perfeitos ou minimamente sem rastros e riscos. 
Por fim, o último sistema da personalidade a se desenvolver é o superego, força 
moral da personalidade, obtida por meio da introjeção dos valores e padrões dos pais e 
da sociedade. Originado com o complexo de Edipo, no caso de FAP maculado de forma 
intensa pelos traumas sofridos desde a infância, seria, portanto, atributo do superego a 
internalização das proibições, os ideais de autoridade e moral, todos violados durante a 
vida do sujeito infrator assim uma pessoa que nunca teve limites, respeito a sua 
dignidade humana, sempre foi objeto para terceiros, temos um superego altamente 
maculado, sem estruturas e incapaz de reproduzir sentimento de culpa. 
A principal preocupação do superego é decidir se uma coisa é certa ou errada, 
para poder agir de acordo com os padrões morais da sociedade, desenvolvendo-se em 
respostas às recompensas e punições dadas pelos pais por volta dos cinco ou seis anos 
de idade. Para receber recompensas e evitar punições, a criança passa a orientar seu 
comportamento de acordo com os pais .Assim a falta do controle dos pais que de certa 
forma foram ausentes por não tutelarem de forma eficiente a segurança de FAP durante 
toda infância ficando este vulnerável a inúmeros abusos por parte de sua tia fez 
transformar o direcionamento de limites e autoridade sendo o mesmo substituído por 
auto controle e auto tutela, assim como tratou posteriormente suas vitimas sendo 
usadas pela sua lei, pelo seu prazer e satisfação. 
As principais funções do superego são inibir os impulsos do id no caso em 
questão temos que FAP devia inibir principalmente sexuais e agressivos , prova disso 
que tinha uma vida social como homem médiocomum; ao superego resta também 
persuadir o ego a substituir objetivos realistas por objetivos moralistas; buscar a 
perfeição. Apesar das aparentes diferenças entre o id e o ego, na verdade, o superego é 
como o id ao não ser racional e como o ego ao tentar exercer um extremo controle sobre 
os instintos. 
 
 Logo o Ego e o superego são diferenciações do Id, o que nos leva a ver 
de forma evidente que existe uma interdependência entre esses três sistemas. Mas vale 
ressaltar que estes sistemas não existem enquanto uma estrutura vazia, mas são sempre 
habitados pelo conjunto de experiências particulares e pessoais de cada um, como ficou 
evidenciado no caso FAP brevemente relatado. 
 Id, ego e superego, na verdade, são apenas nomes para vários 
processos psicológicos. A personalidade, normalmente, funciona como um todo e esses 
diferentes princípios trabalham juntos, sob a liderança do ego. O id seria o componente 
biológico da personalidade dotado de pulsões de vida e morte no caso de FAP oriundas 
da infância traumas, o ego o componente psicológico e o superego o componente social 
totalmente deturpado na cabeça de alguém que sofreu de traumas e cresceu 
marginalizado diante de valores sociais. O ego, por ficar no meio, é pressionado pelo id, 
pela realidade e pelo superego e o “resultado inevitável desse confronto, quando o ego 
é excessivamente pressionado, é o surgimento da ansiedade”.

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