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LAVÍNIA PRADO – MEDICINA T7 PÚRPURA TROMBOCITOPÊNICA IMUNE (PTI) INTRODUÇÃO • Nome antigo: Púrpura trombocitopênica idiopática; • Purpur, do grego porphyra, corante preocioso púrpura, utilizado como símbolo de status na antiguidade e na Idade Média. Pigmento derivado de um molusco (caracol púrpura) • Principal causa de trombocitopenia na infância, com incidência anual de 3-8 casos por 100.000 crianças, sendo o pico entre 2 e 5 anos de idade e um leve predomínio no sexo masculino. • Classificação: o Primária: plaquetopenia isolada (contagem de plaquetas < 100.109/L), sem identificação de fator precipitante; o Secundária: surgindo por conta de outra doença; • Etiologias: o Desconhecida; o Fatores que podem alteração o fenótipo da doença: OBSERVAÇÃO: O DIAGNÓSTICO É DE EXCLUSÃO! FISIOPATOLOGIA Em pacientes portadores de PTI, além do aumento da destruição plaquetária, sua produção também pode estar diminuída. Os anticorpos antiplaquetários fazem parte dessa destruição, os mais encontrados são contra as glicoproteínas do complexo IIb/IIIa (ligação com fibrinogênio) e as glicoproteínas Ib/IX (ligação com vWF), esse último quando presente, tende a gerar refratariedade na terapia, principalmente a IVIg (imunoglobulina humana). Podem não ser detectados em até 50% dos pacientes. Esses autoanticorpos são responsáveis por inibir a produção de plaquetas também. O mecanismo de ativação envolve o sistema complemento, bem como inibir função dos megacariócitos. Por não estarem presentes sempre, isso pode indicar a existência de ouros mecanismos. Uma plaqueta no esfregaço de sangue periférico (seta) e eritrócitos normais Medula óssea de pacientes com PTI mostrando aumento do número de megacariócitos (seta), resto normal LAVÍNIA PRADO – MEDICINA T7 EPIDEMIOLOGIA • 2 a 4 casos por 100.000 pessoas/ano, com dois picos em adultos: um entre 20 e 30 anos e com discreta predominância feminina e maior após os 60 anos (distribuição igual entre sexos). • PTI crônica → 70% dos adultos com essa condição. • PTI na infância → 1-6,4 casos/100.000 crianças. Pico entre 2 e 5 anos de idade, sexo masculino. • PTI em adolescentes e adultos jovens → predominância feminina (níveis altos de estrogênios podem promover autoimunidade). OBS: RISCO DE TROMBOEMBOLISMO VENOSO É 2x MAIOR ENTRE PACIENTES COM PTI DO QUE ENTRE OS DA POPULAÇÃO GERAL! DIAGNÓSTICO ✓ Por ter caráter de exclusão, o diagnóstico é clínico! ✓ Antes de se afirmar que é PTI, devem ser descartadas outras causas que podem gerar púrpura: o Infecções bacterianas ou virais (HIV); o Neoplasias hematológicas; o Disfunções medulares; o Colagenoses (LES, por exemplo); CONSENSO DE VINCENZA 2009: separação da PTI por tempo • PTI AGUDA → plaquetopenia por até 3 meses; • PIT PERSISTENTE → plaquetopenia por 3-12 meses; • PIT CRÔNICA → plaquetopenia por mais de 12 meses; CASO CLÍNICO 1: S.M., 7 anos, feminino, chega à Emergência com hematoma no dorso esquerdo após queda há quatro dias. Refere novos hematomas que surgiram nos dias posteriores sem relato de trauma. Sem história familiar de coagulopatia. Sem outras alterações de exame físico. Hemograma com 23.000 plaquetas/μL, sem outras alterações, suspeita de PTI e iniciado tratamento com Predinisona 1 mg/kg duas vezes ao dia. Após cinco dias recuperou contagens e recebeu alta com 142.000/μL plaquetas CASO CLÍNICO 2: A.F., masculino, 2 anos. Relato de coriza, mialgia e hematomas em membros inferiores há 3 dias, com piora há 24 horas. Ao exame físico não apresentava adenopatias, visceromegalias ou febre. Hemograma com 6.000 plaquetas/μL, sem outras alterações. Suspeita de PTI e tratado com Imunoglobulina humana (IVIg) (1 g/kg). Apresentou boa resposta, com recuperação das contagens atingindo 143.000 plaquetas em 48 horas. OBSERVE OS CASOS: • ANAMNESE: Sintomas de sangramentos isolado sem outras manifestações. É frequente os pais relatarem a ocorrência de infecção viral nos dois meses precedentes ao diagnóstico de PTI, geralmente infecção de vias aéreas superiores, assim como um sangramento pequeno de mucosa oral ou nasal. o Adultos → menos frequente pré- infecção; o Avaliar uso de drogas; o Vacina tríplice viral pode desencadear a PTI CAUSAS DE PTI SECUNDÁRIA: - Síndromes autoimunes: SAAF (Síndrome do Anticorpo Antifosfolipídeo), Síndrome autoimune linfoproliferativa, Síndrome de Evans, Doença inflamatória intestinal (DII), Artrite reumatoide (AR), Lúpus Eritematoso Sistêmico (LES); - Síndromes de imunodeficiência: Imunodeficiência comum variável, HIV/AIDS, Deficiência de IgA; - Infecções: CMV, EBV, HCV, Helicobacter pylori, VZV; - Malignidades linfoides: leucemia linfocítica crônica, linfoma. - Medicações: amiodarona, acetaminofeno, atb betalactâmicos e monobactâmicos, bisoprolol, carbamazepina, dexametasona, epfibatibe, etambutol, furosemida, haloperidol, ibuprofeno, levofloxacino, linezolida, vancomicina, entre outros. • EXAME FÍSICO: Contagem de plaquetas baixa (plaquetopenia isolada). Criança sem sinais de outras condições, com bom estado geral, sem febre, dor, perda de peso ou hipoatividade. LAVÍNIA PRADO – MEDICINA T7 Muitas vezes, a única manifestação será a presença de petéquias e equimoses. A presença de adenopatias, visceromegalias ou outras alterações do exame físico ou laboratorial (anemia, leucocitose, leucopenia) devem ser cuidadosamente avaliadas. Geralmente, a única porção alterada está no hemograma, indicando trombocitopenia, geralmente quando inferior a 30 mil/mm3, sendo mais evidentes e grave quando inferiores a 10 mil plaquetas/mm3. Considerar risco de sangramento baixo sem essas alterações. Fatores que aumentam o risco de sangramento são: história de sangramento anterior e idade avançada. DIFERENCIAÇÃO REALIZADA PELO IWG (Internacional Working Group): • Púrpuras Secas → cursa apenas com o aparecimento de equimoses e petéquias; púrpura na pele. • Púrpuras Úmidas → cursa, também, com manifestações cutâneas e sangramento de mucosas; púrpura nas mucosas. SUPORTE ESPECÍFICO PARA PTI NÃO EXCLUI PTI SECUNDÁRIA, afastar infecções virais, principalmente pelo HIV, CMV, Epstein-Barr. Em adolescentes do sexo feminino, devem-se afastar colagenoses. Excluir reação adversa a medicamentos (tratamento de distúrbios de sono causados por glicocorticoides). — Sinais e sintomas típicos: petéquias (principalmente em membros inferiores) e equimoses. Fadiga é um sintoma comum entre pacientes. — Sinais e sintomas da PTI úmida: epistaxe, gengivorragia e hipermenorragia ou metrorragia. Raros: sangramento de TGI, hemorragia conjuntival e hematúria macroscópica e até mesmo sinais de HIC são incomuns. EPISTAXE MÍMINA: comum, pode ser sem significância clínica. EPISTAXE CONTÍNUA: requer intervenção com tamponamento nasal ou cauterização. SEMIOLOGIA: PETÉQUIA X PÚRPURA x EQUIMOSE Semelhança: Petéquias e Equimoses são manchas hemorrágicas. Petéquias: lesões planas, vermelhas e discretas que não se embranquecem sob pressão (sangue extravasado). Característica puntiforme. Menores que 3-5 mm, essas ocorrem frequentemente em áreas dependentes do corpo (pernas em pacientes ambulatoriais; área sacral em acamados), ou seja, regiões de pressão. Púrpura: coalescência de petéquias, maiores que 3-5 mm. Significado clínico de petéquias e púrpuras: sangue fora dos vasos, sugerindo transtorno hemorrágico ou êmbolos na pele (petéquias). As púrpuras são palpáveis nas vasculites. ✓ Púrpura trombocitopênica: impalpável, não pruriginosa, geralmente assintomática, preferencialmente em MMII e nádegas. Púrpura trombocitopênica ✓ Púrpura vasculítica: palpável, pode haver prurido associado, pode haver pródromo (sintomas inespecíficos que antecedem fase característica) de disestesialocal (sensação anormal local). Sem acometimento especial. Púrpura vasculítica LAVÍNIA PRADO – MEDICINA T7 Equimoses: lesões inicialmente violáceas que desbotam para verde, amarelo e marrom com o tempo. Maiores que 3- 5 mm. Significado clínico: sangue fora dos vasos, normalmente devido à contusão ou trauma, mas também observada em transtornos hemorrágicos. Em crianças, há uma classificação das manifestações hemorrágicas da PTI: • GRAU I → Gravidade de sangramento mínima → Manifestação clínica: poucas petéquias (menor ou igual a 100) e/ou mais ou 5 equimoses pequenas (maiores ou iguais a 3 cm em diâmetro). • GRAU II → G.S. pequena → M.C: muitas petéquias (mais que 100) e/ou mais de 5 equimoses grandes (mais de 3 cm de diâmetro); • GRAU III → G.S. moderada → M.C: sangramento de mucosa (púrpura úmida) que não requer imediata atenção ou supervisão médica, como epistaxe breve, intermitente sangramento gengival, menorragia. • GRAU IV: o G.S. grave → M.C: Sangramento TGI, epistaxe grave e prolongada, hemorragia pulmonar, muscular ou hemartrose. o G.S ameaçadora à vida → M.C: HIC documentada ou com risco de vida ou hemorragia fatal em qualquer local. CONDUTA PTI ➔ contagem de plaquetas abaixo de 100.000/mm3 em pacientes nos quais outras causas de trombocitopenia foram AFASTADAS. • Suspeita: 1. ANÁLISE DO HEMOGRAMA; 2. ANTI-HIV e ANTI-HCV: verificar fatores de risco associados; 3. PROVAS DE FUNÇÃO TIREOIDIANA: exclusão de hipertireoidismo e/ou hipotireoidismo não manifestados, previamente a esplenectomia eletiva. 4. MIELOGRAMA: Pacientes com mais de 60 anos (descartar síndrome mielodisplásica) e menores de 18 anos (leucemias agudas). Nos pacientes que forem fazer uso com corticoides, pode- se recomendar a realização do aspirado de medula óssea para evitar mascarar outras patologias, como leucemias agudas. OBS: ASPIRADO DE MEDULA ÓSSEA (MIELOGRAMA) É DESNECESSÁRIO NOS CASOS CLÁSSICOS DE PTI, INDEPENDENTE DE IDADE DO PACIENTE. Esse exame é essencial na presença de outras alterações hematológicas associadas como anemia, leucocitose ou leucopenia, além de alterações do exame físico (visceromegalias, por exemplo). Deve ser utilizado também quando os pacientes não forem responsivos a terapia e previamente a uma esplenectomia, com o objetivo de reavaliação/confirmação do diagnóstico inicial de PTI. • DIAGNÓSTICOS DIFERENCIAIS: o Pseudotrombocitopenia → sem sintomas, fenômeno in vitro (erro no teste), agregação plaquetária no esfregaço de sangue periférico pode sugerir isso. Repetir a contagem de plaquetas. o Doença renal ou hepática → sinais, sintomas, história clínica. Verificar testes de função renal e de função hepática e imagem do abdome, incluindo fígado e baço. o Anemia aplásica → Pancitopenia. Doença genética, verifica biopsia do aspirado medular e teste citogenético. o Síndrome mielodisplásica e leucemia aguda → outras citopenias e achados anormais no esfregaço de sangue periférico. Repetir o teste, pesquisar com aspirado de medula, citometria de fluxo e teste citogenético. o Doenças genéticas que cursam com Trombocitopenia (Sd. De Bernard- Soulier, por exemplo) → Idade jovem, história familiar de trombocitopenia, tamanho anormal e características alteradas de plaquetas; doenças LAVÍNIA PRADO – MEDICINA T7 encontradas em outros elementos (neutrófilos, por exemplo). Aparecimento de surdez (pacientes com distúrbios em MYH9). Verificar o esfregaço sanguíneo, calcular outros parâmetros (VCM) e realizar teste genômico. o PTT (P.T. trombótica) → Verificar alterações de exame físico (sintomas neurológicos e cardiovasculares). Esquisócitos no esfregaço de sangue periférico, nível elevado de LDH, baixo índice de haptoglobina e níveis de ADAMTS13 (responsável pela protease do vWF), teste de antiglobulina (anemia hemolítica) negativa. o Trombocitopenia induzida por heparina → Verificar história de TEV, exposição a heparinas. Realizar testes de anticorpos contra o fator 4-heparina plaquetário ou ensaios de ativação de plaquetas. • Não se sabe ainda se o melhor é tratar todas as PTI → 30% normalizam plaquetas em até 4 semanas, 70% dentro de 6 meses; risco de sangramento é muito baixo, poucos casos de versão úmida; • Adultos: remissão espontânea é incomum (9% dos indivíduos), geralmente necessita apoio. • ASH/2011: Conduta expectante, independente da contagem de plaquetas, nos casos em que a criança não apresenta história de sangramento ou que apresenta apenas manifestações cutâneas, levando em conta que não haja risco adicional. • PRINCIPAL OBJETIVO: atingir valores seguros, não necessariamente o normal. A escolha depende da rapidez que é necessária para aumentar a quantidade de plaquetas. PACIENTES COM PLAQUETAS ACIMA DE 20-30 MIL/MM3 PODEM SER OBSERVADOS SEM TRATAMENTO E SEM RISCO DE HEMORRAGIA SIGNIFICATIVA. Pacientes com valores acima de 50 mil/mm3 não apresentam sangramento clinicamente importante e podem ser submetidos a procedimento cirúrgicos invasivos (exceto no sistema nervoso, nesse caso a plaquetopenia deve ser com valores em torno de 100 mil/mm3 ou acima). • TRATAMENTO DE 1° LINHA: Observação; Corticoide; IVIg (promove aumento rápido); Imunoglobulina anti-D (anti-D). o Dose única de IVIg ou corticoide (SBP recomenda primeiro prednisona) por curto período devem ser usados na 1° linha. ✓ PTI seca → uso de IVIg ou corticoide é opcional; ✓ PTI úmida → obrigatório IVIg ou corticoide; ✓ Crianças Rh+ com PTI não esplenectomizadas → uso de anti-D como 1° linha (precaução quanto risco de hemólise severa), não está disponível no Br il; PREDNISONA ➔ 4 a 21 dias, dependendo da dose administrada e da velocidade da resposta desejada. Efeitos adversos: edema, osteoporose, hiperglicemia, infecções oportunistas e sintomas gástricos. IVIg ➔ dose única de 1g/kg; mais caro que corticoterapia, mas com resposta mais rápida. ➢ Pode aumentar a contagem em 24 a 48 horas na maioria dos pacientes com PTI; ➢ Uso em pacientes incapazes de tolerar glicocorticoides e aguardam o início de uma terapia de segunda linha. ➢ Interfere na captação de plaquetas revestidas com autoanticorpos pelos macrófagos. ANTI-D ➔ não tem no país. LAVÍNIA PRADO – MEDICINA T7 Efeitos adversos das imunoglobinas (IVIg e Anti-D): cefaleia, náuseas, vômitos, febre e hemólise. • TRATAMENTO DE 2° LINHA: medicamentos biológicos, terapia imunossupressora (Rituximab); dexametasona; agonistas do receptor de trombopoietina (TPO-Ras) e esplenectomia. Quando? Não tolerou 1° linha, continua sangramento significativo, contagem abaixo de 30.000/mm3. ➢ Glicocorticoides aumentam a contagem de plaquetas em 2/3 dos pacientes. Os esquemas de tratamento mais comum são dexametasona 40 mg por via oral por dia durante 4 dias (pulso de dexametasona) ou prednisona oral a 1 mg/kg diariamente por uma a duas semanas, seguida de redução gradual. Para a maioria dos pacientes, sugere-se altas doses de dexametasona porque essa opção evita exposição prolongada à prednisona oral (toxicidade elevada). o 60-80% respondem inicialmente, no entanto apenas 30-50% possuem resposta sustentada ao uso. o SBP recomenda primeiro prednisona e depois dexametasona (conforme mencionado). • QUANDO CONSIDERAR ESPLENECTOMIA? Crianças e adolescente com PTI persistente ou crônica com sangramento significativo ou com intolerância ao demais tratamentos por mais de 6 meses ou mais precocemente em casos mais graves. Durável em 2/3 dos pacientes. Considerada de 2° linha, já que 9% dos indivíduos apresentam PTI aguda e entram em remissão espontânea. EVITAR AO MÁXIMO!! Indicações clássicas: 1) Paciente que após 6 meses precisa de mais 0,1 mg/kg/dia de prednisona, associada ou não a outras drogas para atingirnível seguro de plaquetas; 2) Casos graves e refratários em período inferior a 6 meses; E EM EMERGÊNCIAS?? Optar por IVIg e corticoide, associados à transfusão de plaquetas, com o intuito de restabelecer a homeostase. Por ser uma doença, em geral, autolimitada, na hora da escolha do tratamento, deve-se levar em conta o quadro clínico do paciente, sua cooperação e sua família, os possíveis efeitos adversos das drogas e o custo das mesmas. ✓ RESPOSTA COMPLETA: Contagem de plaquetas maior ou igual a 100x109/L em 2 amostras com intervalo maior que 7 dias entre elas e ausência de sangramento. o Remissão! ✓ RESPOSTA/RESPOSTA PARCIAL: Contagem de plaquetas entre 30x109/L e 100x109/L, com aumento de 2x na contagem de plaquetas medida 2 vezes com intervalo de mais de 7 dias e ausência de sangramento. o Observar e não tratar! ✓ SEM RESPOSTA: contagem menor que 30x109/L ou um aumento menor que 2x na contagem de plaquetas no mesmo intervalo ou presença de sangramento. o Corticoide ou IVIg; o Plaquetas < 20.000 ou sangramento → considerar 2° linha → se permanecer assim ou houver sangramento, considerar esplenectomia; se aumentar para > 20.000 (observar). o Plaquetas > 20.000 → observar. PROGNÓSTICO • A maior parte alcança contagem segura e estável; • Deve haver cuidado especial com trombocitopenia induzida por drogas como diagnóstico diferencial. LAVÍNIA PRADO – MEDICINA T7 • Mortalidade é similar à população geral (não altera com a presença da doença), porém pode haver maiores taxas em casos de hemorragia por conta da trombocitopenia (causa fisiopatológica) ou infecção por conta da imunossupressão (por conta do tratamento. • Pacientes com PTI possuem maior probabilidade de morrer por conta de condições não relacionadas à PTI do que à PTI ou seu tratamento. CONCLUSÃO CASOS CLÍNICOS: ✓ Ambas com púrpuras secas; ✓ Conduta expectante (baixo risco de sangramento severo); O paciente que se apresentou com 26.000 plaquetas/μL recebeu como primeira linha de tratamento Predinisona 1 mg/kg duas vezes ao dia, e teve alta após cinco dias com resposta completa ao tratamento. Quanto ao segundo paciente, a escolha de tratamento foi dose única de IVIg 1 g/kg baseada na contagem de plaquetas de 6.000 plaquetas/μL, o que fez o profissional que o atendeu desejar um aumento mais rápido das contagens. O paciente também teve alta com resposta completa ao tratamento. DEVEMOS PENSAR NOS SEGUINTES PONTOS: 1) O centro que está recebendo este paciente: se conta com especialistas da área de hematologia, se dispõe de medicações de alto custo (imunoglobulina); 2) A situação clínica do paciente: presença ou ausência de sangramento, faixa etária, uso prévio ou crônico de medicações; 3) A situação familiar: acesso ao serviço de saúde, confiabilidade, adesão. Devemos lembrar que a PTI é uma doença benigna e autolimitada e que cursa raramente com quadros graves de sangramento. Apesar disto, a avaliação clínica cuidadosa e diagnóstico tornam-se importantes para o manejo inicial e acompanhamento destas crianças, além da exclusão de outras patologias que podem também cursar com plaquetopenia. O tratamento conservador e expectante pode preservar o paciente de efeitos adversos ligados às medicações, sem expô-lo a um aumento de risco de sangramento. PONTOS-CHAVE: • Epidemiologia: Crianças (sexo masculino), Mulheres (> 60 anos, Colagenoses), Idosos. • Clínica: manifestações hemorrágicas ocasionais (epistaxe, petéquias e púrpuras, sangramento intracraniano e gastrointestinal → se em mucosas, pode preceder sangramentos mais graves); fadiga eventual; sem sinais ou sintomas sistêmicos. • Fisiopatologia: destruição de plaquetas mediada por autoanticorpo; ligação com o sistema complemento; • Diagnóstico: AFASTAR OUTRAS CAUSAS. Plaquetas < 100.000/mm3 (sem outra causa que explique). Atenção com trombocitopenia induzida por drogas. • Tratamento: 1° LINHA: Corticoide (1° escolha, pred, 1 mg/kg/dia VO 1-2 semanas → dexa 40 mg, VO, 4 dias), IVIg, ANTI-D. 2° LINHA: Dexametasona (dose alta), imunossupressores, esplenectomia (considerar padrão de persistência ou cronicidade, sangramento).
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