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A arquitetura barroca tem uma forma de se relacionar com o seu entorno através obras que nos mostram a maneira que a arquitetura evolui. No século XIII foi uma base para a transformação do que é o urbano e o território europeu com a chegada do barroco fez então a concretização de cidade histórica. O barroco procurou manter o espaço já existente com seus traçados, estruturas, lotes, o que foi renovado foram as edificações da Europa nos séculos XVII, XVIII ao estilo barroco. O estilo barroco propaga e universaliza as ideias base do urbanismo renascentista com toques sacros, profanos e cenográficos. A arquitetura vista como uma obra total antes voltada mais para a construção de igrejas e palácios agora amplia a sua área de atuação, atuando em edifícios de utilidade pública e residencial. O lado cenográfico barroco se espelha no teatro novo que exige formas e espaços arquitetônicos próprias com dois tipos de teatro à italiana e à espanhola. O teatro à espanhola buscava inserir locais efêmeros nas apresentações conhecido como o pátio ou a casa das comédias, já o teatro à italiana se relaciona com uma ópera, já leva em consideração a ótica a acústica uma planta oval ou elipse longitudinal truncada, possui também uma platéia central. A arquiteura residencial não se volta somente para grandes palácios mas também para edifícios modestos de fidalgos ou burgueses próximos a moradia popular. Os palácios do século XVII se destaca pelo uso limitado de elementos formais porém com grande expressividade, como por exemplo, paredes de alvenaria de pedra com mais ou menos pilastras, janelas, balcões emoldurados com elementos de ferros elaborados tudo muito simples mas que de destacam com a escala utilizada. No século XVIII o grande destaque passam a ser as fachadas que passam a ganhar balcões e portais com um grande valor simbólico e arquitetônico. Ao lado disso se desenvolve uma arquitetura urbana de desenho e organização simples onde se destaca a simplicidade dos elementos construtivos utilizados. As transformações não ocorrem somente na pele externa do edifício mas ao entorno dessa edificação com resultados incríveis. O barroco possui dois tipos na forma de construir uma prática edificatória onde cria lugares fechados e uma prática urbanística que cria espaços públicos ou áreas abertas. A vegetação é indispensável para acompanhar a edificação e também para delimitar os espaços arquitetônicos. O barroco se estende à praça, rua, ao passeio e cria um novo conceito de praça barroca, como um salão aberto da cidade. O barroco também se estende a lugares com a arquitetura vegetal, uma arquitetura que possui árvores e vegetação como elementos primários na definição e construção do espaço, como passeio, jardim ou parque. Os jardins renascentistas italiano e francês eram no começo jardins de corte limitados em seu uso e campo palaciano ambos regulares e geométricos, aos poucos o jardim francês do barroco vai se abrindo ao campo urbano porém a grande revolução na arquitetura vegetal se dá pelo jardim inglês, de composição e traço irregular, de vontade perpesctivista e romântica que passa a ser um modelo copiado nas praças e parques da Europa e da América no decorrer do século XIX. Como exemplo de intervenções do estilo barroco temos o Passeio do Prado (1798) um espaço arquitetônico configurado praticamente só com o uso de vegetação, o ponto a ser resolvido neste espaço longitudinal esticado é reduzir um grande conjunto a uma unidade. Temos duas formas distintas de organizar, a tipologia do salão espanhol do qual derivam as alamedas decimonômicas e o tipo bulevar francês onde a ideia dos percursos ressalta o comprimento, os dois tipos tentam otimizar o espaço dinâmico do passeio com o grande espaço da praça, concentrado este espaço longitudinal e dando a ele um caratér único. Então o Salão do Prados se organiza em forma de circo romano, onde no fim de suas extremidades se encontram duas êxedras vegetais, onde se dispõem duas fontes opostas, Cibele e Netuno, a terra e o mar, simétricas com relação a uma terceira fonte, Apolo, o sol, ponto central da composição. Entre as capitais do Barroco podem se diferenciar dois tipos de cidade, a que é governamental como Roma, Paris ou Viena, e a que é fundamentalmente econômica e comercial como Londres, Amsterdã ou Lisboa. Entre elas o destaque é a Roma dos Papas, um modelo arquitetônico e urbano para toda a Europa a partir dos planos urbanísticos do Papa Sisto V, levados a cabo por Domenico Fontana no final do século XVI, esses planos provém de programas renascentistas do Papa Paulo III e de Michelangelo onde neles se juntam a realidade histórica onde tem-se que atuar através de equipamentos urbanos e obras públicas como também reformas e novas vias cujas essencialidades se acham definidas por antigos obeliscos postos como menires cristãos que ajudam a demarcar in sideris forma a configuração de uma cidade mitificada como símbolo do catolicismo. Urbano VIII, Inocêncio X e Alexandre VII desejam sintetizar uma vontade barroca onde Roma representa a Ecclesia triumphans, porém a partir de Sisto V, esta Roma barroca dos séculos XVII e XVIII renuncia aos projetos e programas urbanísticos globais e aplica sua própria marca na cidade através da padronização de pontos singulares, ou seja, marcos arquitetônicos e de espaços urbanos aptos a acionar os mecanismos urbanos com certo caratér metástase benigna ou seletiva. O espírito barroco se espalha por toda a Roma pois toda a cidade representa essa arquitetura, a cidade é como um objeto de projeto desse estilo arquitetônico, como exemplos, Bernini na Praça de São Pedro, teatro sacro, não somente pensando como pórtico da igreja mas como expansão na cidade, ao seu lado, Barromini, Cortona, Rainaldi, Fontana ou os autores da Fontana de Trevi, do porto de Ripetta e da escadaria da Praça da Espanha eles definem a Roma barroca do século XVIII, teve sua demonstração arquitetônica e cenográfica nas ilustrações de Giambattista Piranese, ao mesmo tempo exemplo barroco e utopia iluminista. Outro destaque é Madri que é símbolo urbano do barroco no Século de Ouro cuja potência cultural não se encontra em sua arquitetura, sua transformação não terá espaço até o século XVIII sob o comando dos Bourbon. Divergente da expericia de Madri, a corte francesa no Grand Siécle barroco tem seu início no programa de Henrique IV, para a renovação urbana de Paris onde surgem as diferentes praças reais projetadas ao logo do século XVII. Surgem nos séculos XVII e XVIII as capitais de base particularmente econômica e comercial, como exemplo, ao sul da Europa temos Sevilha e Lisboa vinculadas ao comércio ultramarino, onde aquela mantém um estilo de caratér urbano pitoresco e antigo e essa após o terremoto de 1755 teve seu núcleo reconstruído com traços racionais e formas classicistas representativamente representada pela Praça do Comércio, balcão aberto ao Novo Mundo. No norte da Europa temos Amsterdã que assume um papel de líder comercial e sabe tirar proveito da oportunidade histórica com uma organização urbana simplória de expressiva qualidade em seu traço e em sua forma arquitetônica. No chamado séculos das luzes temos a passagem entre a monarquia absoluta e o despotismo iluminista, e também o debate entre o classicismo e barroco. Vemos esse embate em Turim e Nápoles com seus respectivos contrastes entre suas cortes reais e as cidades residenciais que apareceram em suas proximidades no século XVIII. Em turim observa-se uma cidade ordenada e de expansão planificada essa diferença é vista no palácio Real e o palecete de Stupinigi, o caos napolitano é observado em Reggia de Caserta. Na América Colonial podemos observar o barroco tanto em palácios como em casarões fidalgos reunidos nas ruas e praçasrepresentativas cuja harmônia faz de cidades como Lima, Cidade do México no século XVII ou de Buenos Aires e Havana no século XVIII, modelos da cidade barroca no Novo Mundo. A arquitetura dessas cidades se relaciona com o estilo dominate na cultura hispânica. Então o período protobarroco está muito ligado a Herrera que com uma arquitetura séria e de rigor promovida desde os focos coloniais teve bastante influência das escolas locais que chegaram a fazer dela uma realidade intra-histórica, onde estas escolas que fazem obras eficientes e de costume utilizando poucos recursos a seu alcance e adaptando-os às novas exigências do mundo americano. A transformação de seus dogmas vão se efetuando lentamente até chegar ao último terço do século XVII, a implementação consagrada de um barroco exuberante que se propaga e difunde por todo território américano no século XVIII. Todos estes exemplos europeus nos mostra a evolução e consolidação do amadurecimento do barroco onde define a imagem formal da cidade histórica. Mas com a revolução cultural do iluminismo e a revolução social da industrialização fizeram sair definitivamente do barroco em direção a idade contemporânea. ''Quando um príncipe fixar sua residência em um lugar e outros senhores forem até lá e se estabelecerem para se encontrar e se relacionar em sociedade agradável'' – escreve Cantillón no século XVIII – '''este lugar se converterá em uma cidade.'' Essa declaração mostra nitidamente a contraposição entre a cidade capital e Residenz-Stadt como programas de urbanismo diferentes que tem como melhor exemplo em Versalhes e a relação lógica com a corte de Paris. O modelo de Versalhes se caracteriza por certa dispersão das edificações e sucessiva oposição e complementação entre a cidade edificada e a cidade vegetal, onde a residência real conquista uma deliberada posição diametral. Observamos essa conexão no antigo pavilhão de caça de Luís VIII em Versalhes que vai se transformando em um projeto urbano onde a intervenção de François Mansart já propunha uma relação entre o palácio e o núcleo urbano surgido em torno dele. Mais pra frente temos as cocheiras e arquiteturas singulares atuando como elementos de transição urbana. Mais tarde com a intervenção de Jules Hardouin-Mansart na estrutura do edifício que amplia a frente deste sobre o parque com alas bem prolongadas instala de forma definitiva a estrutura diametral de Versalhes onde o palácio atua como mediador entre a cidade e a natureza, ou seja, entre a arquitetura edificada e a arquitetura vegetal com bastante diferenças em seus elementos. Para complementar este palácio temos também André Le Notrê que concebeu um jardim de estilo arquitetônico com um grande eixo central de vários quilômetros, terraços, espelhos d'água em vários níveis, fontes e estátuas que passa aser um modelo definitivo de jardim francês a ser copiado nas cortes da Europa. Tem-se bastantes repercussão desse modelo nos países germânicos e do leste da Europa onde surge o caso paradigmático de São Petersburgo que em rivalidade inicial de Moscou de Pedro , o Grande, chega a ser capital oficial do Império Russo nos séculos XVIII e XIX. Na Itália porém temos exemplos da Residenz-Stadt como exemplos Stupinigi e Caserta contrapostos por Savoye e de Bourbon às capitais de Turim e Nápoles. Em uma situação limite por conta do iluminismo surge Karlsruhe, uma Residenz-Stadt onde a oposição diametral insinuada em Versalhes chegará ao seu ápice em desenvolvimento com programas representantes de condições irreais e revolucionárias propostas pelo Iluminismo.
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