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CONCEITOS BÁSICOS DA TERAPIA COGNITIVA De acordo com Dobson & Franche (2002), a terapia cognitiva foi desenvolvida por Aaron Beck quando realizava trabalhos com pessoas depressivas, seu modelo cognitivo de disfunção enfatiza o potencial dos indivíduos para perceber negativamente o ambiente e os acontecimentos que os rodeiam e, por meio destas percepções negativas, criar neles mesmos a perturbação emocional. A Terapia Cognitiva identifica três níveis de pensamento, como já falamos anteriormente: os pensamentos automáticos, as crenças intermediárias e as crenças centrais. Os pensamentos automáticos são conteúdos espontâneos que fluem em nossa mente a partir de acontecimentos do nosso dia a dia; as crenças intermediárias correspondem ao segundo nível de pensamento e refletem ideias ou entendimentos mais profundos que os pensamentos automáticos e ocorrem sob a forma de suposições ou regras; e as crenças centrais, seriam o nível mais profundo da estrutura cognitiva, são compostas por ideias absolutistas, rígidas e globais que um indivíduo tem sobre si mesmo. Beck (1997) faz distinção entre esquemas e crenças, pois estas são as ideias mais centrais da pessoa a respeito do self, enquanto esquemas seriam as estruturas cognitivas dentro dos pensamentos, cujo conteúdo específico refere-se às crenças centrais. Knapp (2004) também confirma essa distinção e acrescenta que na literatura os conceitos de crenças, mais especificamente as nucleares, com frequência são usados indistintamente, mas de acordo com o propósito clínico, podemos fazer a seguinte diferenciação: Esquemas são estruturas cognitivas; Crenças referem-se ao conteúdo dos esquemas. De acordo com alguns autores como Falcone (2001), Knapp (2004) e Beck (2000) são feitas algumas distinções a esses conceitos: file:///D:/Meus%20Negocios/Pensar%20Cursos/www.pensarcursos.com.br Pensamentos automáticos Alguns autores, que trabalham com a terapia cognitiva, conceituam como conteúdos espontâneos que fluem em nossa mente a partir de acontecimentos do nosso dia a dia. Que pensamentos poderiam ser esses? Tais pensamentos são as cognições mais fáceis de serem acessadas e modificadas, podendo ocorrer em forma de pensamento ou em forma de imagem. Geralmente, não são acessíveis a nossa consciência, mas podem ser identificados após um treinamento adequado, como por exemplo, solicitando ao paciente que pergunte a si mesmo quando verificar uma mudança brusca de humor, “o que está passando por sua cabeça agora?”. Isso pode fornecer qual pensamento disfuncional está por trás dessa variação de humor. Podemos classificar os pensamentos automáticos, levando em consideração a sua validade e utilidade, em três tipos (BECK, 1997): ✓ Distorcidos, ocorrendo apesar das evidências encontradas; ✓ Acurados, mas com a conclusão distorcida; ✓ Acurados, mas totalmente disfuncionais. Os pensamentos automáticos estão intimamente relacionados com as crenças centrais e não necessariamente são peculiares a pessoas com angústia. São pensamentos comuns a todos os indivíduos. O que se sabe é que a maioria das pessoas não é ciente de sua existência, embora com um pouco de treino já se possa trazer esses pensamentos facilmente à consciência. Quando os pensamentos automáticos se tornam conscientes, é possível se fazer uma avaliação da realidade e se existe ou não uma disfunção psicológica a ser trabalhada. Então, qual seria o trabalho de um terapeuta cognitivo? O terapeuta cognitivo está preocupado em identificar os pensamentos disfuncionais, ou seja, os pensamentos que trazem prejuízo ao funcionamento psíquico de um indivíduo, pois de certa forma distorcem a realidade e dificultam o alcançar metas. file:///D:/Meus%20Negocios/Pensar%20Cursos/www.pensarcursos.com.br Geralmente esses pensamentos são breves e o paciente está mais ciente da emoção do que o pensamento em si, podendo vir de forma verbal ou visual ou em ambas as formas, bem como podem ser avaliados de acordo com sua utilidade e validade. Crenças As crenças podem ser: • Intermediárias; • Centrais. • Crenças intermediárias: Correspondem ao segundo nível de pensamento e refletem ideias ou entendimentos mais profundos que os pensamentos automáticos e ocorrem sob a forma de suposições ou regras. Constituem uma forma que o indivíduo encontrou para reduzir o sofrimento provocado pelas crenças centrais. Essas crenças pressupõem que: Desde que determinadas regras, normas e atitudes sejam cumpridas, não haverá problemas, e o indivíduo se mantém relativamente estável e produtivo. No entanto, se, por alguma circunstância, esses 67 pressupostos não estão sendo cumpridos, o indivíduo torna- se vulnerável ao transtorno emocional quando as crenças nucleares negativas são ativadas (KNAPP, 2004, p. 25). • Crenças centrais: Seriam o nível mais profundo da estrutura cognitiva e compostas por ideias absolutistas, rígidas e globais que um indivíduo tem sobre si mesmo, as pessoas e o mundo. São incondicionais, isto é, independentemente da situação que se apresente ao indivíduo, ele irá pensar de modo consoante com suas crenças. Segundo Knapp (2004), as crenças centrais vão se construindo e se formando desde experiências de aprendizado mais primitivas e são fortalecidas ao longo da vida, moldando a percepção e a interpretação dos eventos, modelando o jeito psicológico de ser. Caso não haja ações corretivas dessas crenças centrais disfuncionais, o indivíduo irá considerá-las como verdades absolutas e imutáveis. file:///D:/Meus%20Negocios/Pensar%20Cursos/www.pensarcursos.com.br O objetivo último da terapia é a modificação dessas crenças disfuncionais, o que irá resultar em mudanças duradouras na vida do indivíduo, mas que fique claro que o terapeuta inicia o processo sempre modificando os pensamentos automáticos para depois chegar até as crenças. As crenças centrais disfuncionais podem ser colocadas em dois grandes grupos, expandidos agora para três, de acordo com Beck (2000): ▪ Crenças nucleares de desamparo: Crenças sobre ser impotente, frágil, vulnerável, carente, desamparado e necessitado. ▪ Crenças centrais de desamor: Crenças sobre ser indesejável, incapaz de ser gostado, incapaz de ser amado, sem atrativos, imperfeito, rejeitado, abandonado e sozinho. ▪ Crenças centrais de desvalor: Crenças sobre ser incapaz, incompetente, inadequado, ineficiente, falho, defeituoso, enganador, fracassado e sem valor. Aprender a modificar pressuposições e crenças centrais mal adaptadas pode ajudar a reduzir o número de pensamentos automáticos negativos, distorcidos que se tenha. O desenvolvimento de novas pressuposições e crenças centrais pode reduzir a angústia e facilitar a mudança do comportamento de forma que esteja de acordo com as novas crenças. Essas pressuposições e as crenças, frequentemente, são adquiridas na infância quando a criança interage com outras pessoas significativas e encontra uma série de situações que confirmem essa ideia. As crenças centrais negativas são usualmente globais, rígidas e supergeneralizadas. Quando ativada, o paciente facilmente é capaz de processar informações que a apoiam, mas falha em reconhecer e distorce informações que são contrárias a ela. As crenças levam a sofrimento psíquico e comportamentos desadaptativos além de dificultarem a concretização dos objetivos. De acordo com Beck (1997), as crenças centrais influenciam o desenvolvimento de uma classe intermediária de crenças que consiste em atitudes, file:///D:/Meus%20Negocios/Pensar%20Cursos/www.pensarcursos.com.br regras, expectativas e suposições. Essas crenças intermediárias influenciam sua visão de uma situação, o que, por sua vez, influencia como ele pensa, sente e se comporta. O relacionamento dessas crençasintermediárias com as crenças centrais e pensamentos automáticos estão retratados a seguir: Crenças Centrais ↓ Crenças Intermediárias (Regras, expectativas, atitudes e suposições) ↓ Pensamentos Automáticos Modelo Cognitivo: Crenças Centrais ↓ Crenças Intermediárias (Regras, expectativas, atitudes e suposições) ↓ Situação → Pensamentos Automáticos → Emoção Conforme explicado no começo deste texto, é essencial para a terapia cognitiva que se aprenda a conceituar as dificuldades em termos cognitivos, a fim de se proceder a mudanças. Crenças Centrais ↓ Eu sou incompetente file:///D:/Meus%20Negocios/Pensar%20Cursos/www.pensarcursos.com.br Crenças Intermediárias (Regras, expectativas, atitudes e suposições) Se eu não entendo algo perfeitamente, então eu sou burro. ↓ Situação → Pensamentos Automáticos → Reações Leitura deste texto Isso é difícil demais. Eu jamais entenderei isso. FONTE: Beck (1997). Esquemas De acordo com Beck (2000), esquemas seriam estruturas de cognição com significados, servindo como o principal caminho para o funcionamento ou adaptação psicológica. Os esquemas são considerados ingredientes de suma importância no modelo cognitivo, pois eles servem para moldar os dados em cognições, constituindo a base para extrair, diferenciar e codificar os estímulos que confrontam o indivíduo. Beck (1997) mostra que os tipos de esquemas empregados determinam como o indivíduo estruturará experiências diferentes e que, quando eles são ativados em uma situação específica, determinam diretamente o modo como a pessoa responde. De acordo com Beck (2000), esquemas seriam estruturas de cognição com significados, servindo como o principal caminho para o funcionamento ou adaptação psicológica. Entende-se que esse significado refere-se à interpretação da pessoa sobre um determinado contexto e da relação daquele contexto com ela. Os esquemas seriam estruturas e estariam compostos por crenças. Para o melhor entendimento de esquemas, como se dividem, não podemos deixar de ressaltar a Teoria dos Esquemas. Young (2003) conceitua esquema como uma estrutura cognitiva que filtra, codifica e avalia os estímulos a que o organismo é submetido – como veremos nos próximos tópicos. file:///D:/Meus%20Negocios/Pensar%20Cursos/www.pensarcursos.com.br Veja agora no quadro abaixo um exemplo: Modelo Cognitivo Como já sabemos, a terapia cognitiva baseia-se no modelo cognitivo, que defende a hipótese de que as emoções e os comportamentos das pessoas são influenciados por sua percepção dos eventos. Não é uma situação por si só que determina o que as pessoas sentem, mas, antes, o modo como elas interpretam uma situação. O modelo cognitivo de interações (cognição, humor e comportamento) sugere uma variedade de intervenções, que vão desde as programadas para a modificação do afeto, para alcançar mudança comportamental, como também, intervenções focalizadas nas cognições. Percebemos então, que o ponto central seria quebrar o ciclo que perpetua os problemas do indivíduo, por intermédio de técnicas que focalizam a modificação dos pensamentos automáticos, para a melhoria do humor ou para a modificação dos comportamentos do paciente. Pensamento Automático Pressupostos Subjacentes Crenças Nucleares Pensamento Fisiologia: calafrio, taquicardia e sudorese. Emoção: angústia e medo. Comportamento: fuga e evitação. “É muito perigoso interagir com as pessoas, pois elas não iriam gostar de mim”. “Para não ter problemas, eu não devo interagir com as pessoas”. “Sou incapaz de ser amado” 1. Ativados por eventos externos/internos; 2. Pensamentos ou imagens; 3. Alteração de humor/fisiológico. 1. Pressupostos, regras, normas e atitudes; 2. Condicionante e imperativo; 3. Estratégias Compensatórias. 1. Conteúdo - ideias e conceitos mais fundamentais acerca de si, dos outros, e do mundo; 2. Esquemas file:///D:/Meus%20Negocios/Pensar%20Cursos/www.pensarcursos.com.br Um fator muito importante a ser considerado na terapia cognitiva diz respeito à familiarização do paciente no modelo cognitivo, no qual o paciente será ensinado: 74 • A identificar os seus pensamentos automáticos que ocorrem em situações problemáticas; • A reconhecer os efeitos que eles produzem na emoção e no comportamento; • A responder de forma eficaz a esses pensamentos disfuncionais. Então, o modo como as pessoas se sentem está associado ao modo como elas interpretam e pensam sobre as coisas e situações. A situação em si não determina diretamente como elas se sentem, mas o pensamento desse sujeito sobre essa situação é que vai determinar seu comportamento, assim sua resposta emocional é intermediada por sua percepção da situação. Tendo identificado seus pensamentos automáticos, você pode avaliar sua validade. Se o sujeito verifica que a interpretação dele é errônea e a corrige, você provavelmente descobre que o seu humor melhora. Em termos cognitivos, quando pensamentos disfuncionais são sujeitos à reflexão racional, nossas emoções em geral mudam. E é isso que a terapia busca: pensamentos racionais, reflexão racional, para que não caiamos nas armadinhas da nossa mente. Conceituação cognitiva Conceituação Cognitiva é a formulação do caso, embasada na concepção cognitiva dos transtornos emocionais do paciente. Por intermédio da conceptualização ou conceituação cognitiva serão percebidos os seguintes aspectos (KNAPP, 2004): file:///D:/Meus%20Negocios/Pensar%20Cursos/www.pensarcursos.com.br • Os problemas atuais e os fatores estressores precipitantes que contribuíram para seus problemas psicológicos ou interferiram em sua habilidade para resolvê-los; 75 • As aprendizagens e experiências antigas que contribuíram para os problemas atuais, • Os pensamentos automáticos, as crenças intermediárias e as crenças centrais; • Os mecanismos cognitivos, afetivos e comportamentais que ele desenvolveu para enfrentar suas crenças disfuncionais; • Como ele percebe a si mesmo, os outros e o mundo. Identificação de Pensamentos Automáticos De acordo com vários autores já citados, os pensamentos automáticos são pensamentos, palavras, imagens ou recordações que vêm espontaneamente em nossas mentes durante o dia. Sempre que temos um estado de humor forte, há também pensamentos automáticos presentes que fornecem pistas para a compreensão de nossas reações emocionais. • O que estava passando em minha mente, instantes antes de eu começar a me sentir deste modo? • O que isso diz a respeito de minha pessoa se for verdade? • O que isso significa em relação a mim, minha vida e meu futuro? • O que temo que possa acontecer? • O que de pior poderia acontecer se isso fosse verdade? • O que isso significa em termos do modo como a(s) outra(s) pessoa(s) sente(m) ou pensa(m) a meu respeito? file:///D:/Meus%20Negocios/Pensar%20Cursos/www.pensarcursos.com.br • Quais imagens ou lembranças tenho nesta situação? FONTE: Greenberger (1999). Quando temos pensamentos automáticos negativos, geralmente damos importância a dados que confirmam nossas conclusões. Uma forma muito importante de desfazer esses pensamentos é reunir evidências que apoiam e não apoiam os pensamentos, assim ajudaríamos a esclarecer nossos pensamentos e reduzir a intensidade dos estados de humor angustiantes. Não esquecendo que evidências consistem de dados, informações e fatos, e não de interpretações. • Eu tive alguma experiência que mostra que este pensamento não é completamente verdadeiro o tempotodo? • Se meu melhor amigo ou alguém que amo tivesse este pensamento, o que eu diria para ele ou ela? • Se meu melhor amigo ou alguém que me ama soubesse que estou tendo este pensamento, o que diriam para mim? Quais evidências eles me mostrariam que sugeririam que meus pensamentos não são 100% verdadeiros? • Quando não estou me sentindo deste modo, penso sobre este tipo de situação de forma diferente? Como? • Quando me senti deste modo no passado, sobre o que pensei que me ajudou a me sentir melhor? • Eu já estive neste tipo de situação antes? O que aconteceu? Há alguma diferença entre esta situação e as situações anteriores? O que aprendi de experiências prévias que poderia me ajudar agora? • Existem pequenas coisas que contradizem meus pensamentos que eu possa estar descartando como não sendo importante? • Daqui a cinco anos, se olhar para trás em relação a esta situação, eu olharei para ela de forma diferente? Concentrarei minha atenção em qualquer outra parte de minha experiência? file:///D:/Meus%20Negocios/Pensar%20Cursos/www.pensarcursos.com.br • Existe algum ponto positivo ou forte em mim, ou na situação, que estou ignorando? • Estou tirando conclusões precipitadas que não são totalmente justificadas pelas evidências? • Estou me culpando por algo sobre o qual não tenho controle total? FONTE: Greenberger (1999). Reestruturação Cognitiva De acordo com Greenberger (1999), quando as evidências não apoiam os pensamentos automáticos, devemos construir um ponto de vista alternativo da situação que seja mais coerente com as evidências. Percebemos como as evidências são importantes para desfazer esses pensamentos automáticos, que aparecem nas nossas mentes. Caso as evidências apoiem apenas parcialmente os pensamentos automáticos, devemos construir um pensamento compensatório que resuma as evidências que apoiam e contradizem o pensamento original. Por fim, é importante avaliar nossa crença no pensamento alternativo ou compensatório com uma escala que varia de 0 – 100%. ➢ Com base nas evidências encontradas, existe um modo alternativo de pensar ou de compreender esta situação? ➢ Construir uma ideia, frase ou pensamento compensatório a partir do resumo ou combinação de todas as evidências que apoiam meu pensamento automático e de todas as evidências que contradizem este meu pensamento. ➢ Se alguém de quem gosto estivesse nesta situação, tivesse estes pensamentos e tivesse estas informações disponíveis, qual seria meu conselho para esta pessoa? ➢ Como eu sugeriria que a pessoa compreendesse a situação? ➢ Se meu pensamento automático fosse verdadeiro, qual seria a pior consequência? Se meu pensamento automático não fosse verdadeiro, qual seria a melhor consequência? Se meu pensamento automático file:///D:/Meus%20Negocios/Pensar%20Cursos/www.pensarcursos.com.br fosse verdadeiro, qual será a consequência mais realista? Posso lidar com essas consequências? ➢ Alguém em quem confio poderia pensar de outro modo para compreender esta situação? ➢ As outras pessoas consideram esta experiência como sendo tão séria quanto eu considero? ➢ Algumas pessoas consideram-na menos séria? Por quê? ➢ Quão séria ou grave eu consideraria a experiência se meu melhor amigo fosse o responsável e não eu? ➢ Quão importante esta experiência parecerá daqui a um mês? Um ano? Cinco anos? ➢ Quão séria eu consideraria a experiência se alguém fizesse isso para mim? ➢ Eu sabia de antemão o significado ou as consequências de minhas ações (ou pensamentos)? Com base no que eu sabia e passava na época, os meus julgamentos atuais são pertinentes? ➢ Pode qualquer dano que ocorreu ser corrigido? Quanto tempo isso vai levar? ➢ Houve uma ação até mesmo pior que eu tenha considerado e evitado? file:///D:/Meus%20Negocios/Pensar%20Cursos/www.pensarcursos.com.br
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