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Livro Farmacologia aplicada à nutrição

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FARMACOLOGIA 
APLICADA À NUTRIÇÃO
W
BA
06
99
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1.
0
22 
Joseane Almeida Santos Nobre
Londrina 
Editora e Distribuidora Educacional S.A. 
2019
Farmacologia Aplicada à Nutrição
1ª edição
33 3
2019
Editora e Distribuidora Educacional S.A.
Avenida Paris, 675 – Parque Residencial João Piza
CEP: 86041-100 — Londrina — PR
e-mail: editora.educacional@kroton.com.br
Homepage: http://www.kroton.com.br/
Presidente
Rodrigo Galindo
Vice-Presidente de Pós-Graduação e Educação Continuada
Paulo de Tarso Pires de Moraes
Conselho Acadêmico
Carlos Roberto Pagani Junior
Camila Braga de Oliveira Higa
Carolina Yaly
Giani Vendramel de Oliveira
Juliana Caramigo Gennarini
Nirse Ruscheinsky Breternitz
Priscila Pereira Silva
Tayra Carolina Nascimento Aleixo
Coordenador
Camila Braga de Oliveira Higa
Revisor
Helena Dória Ribeiro de Andrade Prviato
Editorial
Alessandra Cristina Fahl
Beatriz Meloni Montefusco
Daniella Fernandes Hazure Manta
Hâmila Samai Franco dos Santos
Mariana de Campos Barroso
Paola Andressa Machado Leal
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)
Nobre, Joseane Almeida Santos
N754f Farmacologia aplicada à nutrição / Joseane Almeida 
 Santos Nobre. – Londrina : Editora e Distribuidora 
 Educacional S.A., 2019.
116 p.
 
ISBN 978-85-522-1553-0
 
1. Nutrição. 2. Nutrição clínica. 3. Farmacologia.
I. Nobre, Joseane Almeida Santos. II. Título
CDD 610
Thamiris Mantovani CRB: 8/9491
© 2019 por Editora e Distribuidora Educacional S.A.
Todos os direitos reservados. Nenhuma parte desta publicação poderá ser 
reproduzida ou transmitida de qualquer modo ou por qualquer outro meio, 
eletrônico ou mecânico, incluindo fotocópia, gravação ou qualquer outro tipo de 
sistema de armazenamento e transmissão de informação, sem prévia autorização, 
por escrito, da Editora e Distribuidora Educacional S.A.
44 
FARMACOLOGIA APLICADA À NUTRIÇÃO
SUMÁRIO
Apresentação da disciplina 5
Farmacocinética e farmacodinâmica 6
Interações e biodisponibilidade na relação droga-nutriente 24
Drogas para o tratamento de diabetes 
e obesidade no estado nutricional 47
Drogas que alteram o trato gastrointestinal no estado nutricional 67
Drogas antitireoidianas, corticoides e 
anabolizantes no estado nutricional 81
Medicamentos anti-hipertensivos, antianêmicos 
e quimioterápicos no estado nutricional 100
Nutracêuticos e alimentos funcionais 118
55 5
Apresentação da disciplina
Olá, aluno! 
A fundamentação teórica desta disciplina é aplicada desde o 
planejamento de cardápios em restaurantes até atendimento de 
pacientes em home care, passando por acompanhamento hospitalar 
e atendimento em consultórios, ou seja, permitirão a você entender 
melhor os mecanismos de absorção e utilização de fármacos, a 
interação entre medicamentos e nutrientes, destacando as melhores 
estratégias nutricionais para a correção das deficiências ocasionadas 
pelo tratamento medicamentoso. 
Sendo assim, você será capaz de reconhecer os mecanismos de 
ação dos medicamentos utilizados no tratamento do diabetes, da 
hipertensão arterial, câncer, entre outros. Serão apresentados os 
principais medicamentos utilizados no tratamento da obesidade, suas 
interações (tanto com outros medicamentos quanto com alimentos). 
Esteroides anti-inflamatórios, como os glicocorticoides, e os esteroides 
androgênicos (esteroides anabolizantes) serão considerados durante os 
estudos dos temas apresentados.
Ao final, você estudará mais sobre os compostos bioativos e sua 
importância no tratamento e na prevenção de doenças, além da 
legislação vigente no Brasil. Aproveite ao máximo as referências 
complementares e aprofunde seus estudos em cada tema apresentado.
Bons estudos!
66 
Farmacocinética e 
farmacodinâmica
Autora: Joseane Almeida Santos Nobre
Objetivos
• Apresentar a forma de ação dos fármacos 
no organismo, desde sua administração até 
sua excreção.
• Apresentar os princípios gerais de interação dos 
fármacos com seus receptores celulares.
• Indicar como os medicamentos são 
metabolizados e excretados do corpo.
77 7
1. Como agem os fármacos em nosso organismo?
Prezado aluno, o envelhecimento populacional traz consigo a 
modificação do tipo de doença existente, sendo cada vez mais comum 
nos depararmos em nossos consultórios com clientes que possuem 
uma ou mais doenças crônicas e fazem uso contínuo de muitos 
medicamentos. Assim, cada vez mais é importante sabermos como 
esses medicamentos agirão sobre o funcionamento do organismo, 
além da interação desses compostos sintéticos uns com os outros e 
também com os alimentos.
O tema desta aula abordará, de forma geral, como os medicamentos 
agem no organismo, as modificações ocorridas com o fármaco 
após a sua ingestão até a sua eliminação, além da sua forma de 
ação, considerando os receptores específicos para o processo de 
reconhecimento do fármaco pelas células corporais. Bons estudos!
PARA SABER MAIS
Habitualmente, consideram-se as terminologias fármaco 
e droga como sendo similares. Fármaco é um composto 
sintético ou natural, com estrutura química conhecida, 
produzindo um efeito biológico esperado no organismo 
no qual ele foi administrado, sendo utilizado após longo 
estudo. Já a droga é considerada qualquer substância que 
promova alterações no organismo, com ação benéfica ou 
não, podendo ser um fármaco ou um agente tóxico.
88 
Durante as consultas clínicas, por vezes, os profissionais da 
saúde, dentre eles o nutricionista, deparam-se com pacientes que 
consomem muitos medicamentos de forma isolada ou em conjunto. 
Os medicamentos possuem princípios ativos amplamente estudados 
(fármacos) e são ministrados de forma conjunta e com a utilização 
de outras substâncias, com mais de um princípio ativo em um 
mesmo medicamento, além da presença de excipientes e 
conservantes ou conservadores.
Para terem a ação esperada no organismo, o fármaco precisa interagir 
com alvos próprios denominados receptores, o que promove a sua 
especificidade de ação afetando o funcionamento do órgão ou sistema 
para o qual ele foi desenvolvido. Esses receptores são moléculas 
proteicas que possuem como função o reconhecimento de sinais 
clínicos do próprio organismo, promovendo uma reação a eles.
Os receptores constituem um componente-chave do sistema de 
comunicação química presente nos organismos multicelulares. Eles 
são divididos em agonistas (ligam-se aos receptores no organismo, 
produzindo os mesmos efeitos do composto endógeno. Exemplo: 
histamina). Os agonistas ainda podem ser divididos em agonistas totais 
(que se ligam 100% aos receptores), agonistas parciais (não conseguem 
uma resposta total, mesmo considerando dosagens elevadas) e 
agonistas inversos (promovem somente a alteração no receptor, mas 
não o bloqueiam). Já os antagonistas bloqueiam os receptores. Temos 
os antagonistas reversíveis, antagonistas irreversíveis e antagonistas 
pseudorreversíveis. A irreversibilidade ou não do antagonista deve-se à 
ligação direta ou parcial com seu receptor.
O antagonismo existe também entre o consumo de dois medicamentos, 
como o consumo de antiácido ao mesmo tempo em que se consome 
algum medicamento anti-inflamatório. Neste caso, o pH do estômago 
99 9
precisa ser ácido para promover a absorção do anti-inflamatório e, 
ao se consumir um antiácido, ocorrerá um efeito contrário, com 
menor produção de ácido clorídrico e, portanto, menor absorção do 
anti-inflamatório. Fonte: RANG, H.p. et al. Rang & Dale Farmacologia. 
8. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2016. Tradução Gea Consultoria Editorial. 
O conhecimento da dinâmica de funcionamento de um medicamento é 
importante para a prescrição de planejamentos alimentares que atuem 
de forma a melhorar a ação dos princípios ativos e corrigir possíveis 
interações com os nutrientes. A forma de absorção, distribuição e 
utilização de fármacos, assim como o tempo que o medicamento 
leva para ser excretado docorpo, também são aspectos a serem 
considerados e apresentados nos tópicos a seguir.
ASSIMILE
Para que um fármaco consiga realizar a sua ação no 
organismo, ele deverá se ligar aos seus receptores 
específicos. Durante esse processo, o receptor poderá ser 
ativado ou inativado, dependendo do objetivo do fármaco.
1.1 Forma de administração e absorção dos fármacos
Os medicamentos são consumidos sob diversas formas (cápsulas, 
gel, intramuscular, comprimidos, drágeas, entre outras), fazendo 
com que o princípio ativo possa ser mais efetivo ou não em seu sítio 
de ação (receptor). Para tal, ele deverá ser absorvido, considerando 
a multiplicidades de tipos e barreiras celulares existentes em nosso 
organismo, o que permite diversas formas de absorção pelas células.
1010 
Figura 1 – Formas de transporte dos diferentes solutos 
através da barreira celular
 Fonte: RANG, 2011, p. 100. 
A absorção poderá ocorrer através de um canal aquoso (também 
denominado aquoporinas), por um sistema simporte (com a 
passagem em conjunto com outra partícula), por englobamento de 
partículas (pinocitose). Os dois mecanismos mais importantes para os 
medicamentos é a difusão através dos lipídios da bicamada lipídica e 
com o auxílio de um transportador de membrana. 
A permeabilidade da membrana celular e o coeficiente de difusão 
(ou seja, o quanto as moléculas que fazem parte da bicamada lipídica 
conseguem se movimentar) são duas medidas importantes que 
impactam a forma de absorção dos medicamentos, sendo que o 
coeficiente de difusão é o que menos apresenta variabilidade entre 
os fármacos. Já a velocidade de absorção pelas células intestinais, a 
penetração do princípio ativo nos diferentes tecidos corporais e o tempo 
para eliminação por meio renal são influenciados pela solubilidade 
lipídica e capacidade de passagem pela membrana celular.
1111 11
Outro fator a ser considerado na absorção é o pH corporal, desde o 
momento em que o fármaco é consumido até ser excretado sob a 
forma urinária. O organismo possui diferentes valores de pH. 
Como no caso do estômago, que possui o pH ácido e pode inativar 
vários medicamentos, como alguns tipos de betalactâmicos 
(antibióticos da classe das penicilinas), que foram modificados para 
suportar a ação ácida, como a amoxicilina que é uma penicilina 
semissintética que possui em sua formulação um grupamento 
alfa-amino permitindo o seu uso por via oral.
Deve-se considerar também a ligação dos fármacos a proteínas 
transportadoras, como a albumina plasmática. A albumina é uma das 
principais proteínas transportadoras, é produzida pelo fígado e afetada 
pelo baixo consumo proteico dietético, doenças hepáticas, desnutrição 
entre outros. Muitos fármacos competem pela ligação na albumina. 
Caso sejam consumidos concomitantemente dois fármacos ou mais 
que utilizem a albumina como transportador, os fármacos não ligados 
à albumina aumentarão sua concentração plasmática. Nesse caso, além 
da interação fármaco-fármaco, é preciso considerar os fatores citados 
acima que afetam a produção de albumina.
As vias de administração utilizadas são importantes para que os 
fármacos consumidos acessem seu sítio de ação e podem apresentar 
vantagens e desvantagens, como listadas no quadro abaixo:
1212 
Quadro 1 – Vias de administração de fármacos, padrão de absorção, 
vantagens e desvantagens
Via de 
administração
Padrão 
de absorção Vantagens Desvantagens
Oral
Variável: pode 
ser afetada por 
diversos fatores 
(pH, permeabilidade 
da membrana 
plasmática, estado 
nutricional, etc.)
• Via de administração 
mais segura e mais 
comum, conveniente 
e de baixo custo.
• Absorção limitada 
de alguns fármacos.
• Pode apresentar 
redução da absorção 
pela interação com 
alimentos e outros 
medicamentos.
• É necessário que 
o paciente se 
apresente disposto a 
seguir as orientações 
de consumo.
• Os fármacos 
podem sofrer 
biotransformação 
antes de 
encontrar seu alvo.
Intravenosa 
(endovenosa)
A absorção não é 
necessária, pois já 
está na corrente 
sanguínea.
• Pode ter efeitos 
mais imediatos.
• Ideal para a dosagem 
de altos volumes 
de medicamento.
• Adequada para 
substâncias 
irritantes e misturas 
complexas.
• Muito útil 
para situações 
emergenciais.
• Ideal para fármacos 
à base de proteínas 
e peptídeos com alta 
massa molecular.
• Não é recomendada 
para ser utilizada 
com substâncias à 
base de lipídios.
• A injeção em bolus 
poderá resultar em 
efeitos adversos.
• A maioria das 
substâncias deverá 
ser injetada de forma 
lenta e gradual.
• São necessárias 
técnicas de 
assepsia estritas.
1313 13
Subcutânea
Depende do 
diluente do fármaco:
• soluções 
aquosas: imediata;
• preparações 
de depósito: 
liberação lenta 
e prolongada.
• Adequada para 
fármacos de 
liberação lenta.
• Ideal para algumas 
suspensões 
pouco solúveis.
• Pode ocasionar 
dor e necrose se o 
fármaco for irritante.
• Inadequada 
para fármacos 
administrados em 
volumes elevados.
Intramuscular
Depende dos 
diluentes 
do fármaco:
• soluções 
aquosas: imediata;
• preparações 
de depósito: 
liberação lenta 
e prolongada.
• Adequada se o 
volume é moderado.
• Adequada para 
veículos oleosos e 
certas substâncias 
irritantes.
• Preferível à via 
intravenosa se o 
paciente deve se 
autoadministrar.
• Afeta certos testes 
de laboratório 
(creatinocinase).
• Pode ser dolorosa.
• Pode causar 
hemorragia 
intramuscular (evitar 
durante o tratamento 
com anticoagulante).
Transdérmica
(adesivo) Lenta e prolongada.
• Evita o efeito de 
primeira passagem.
• Convenien-
te e indolor.
• Ideal para fármacos 
lipofílicos (com afini-
dade por lipídios) e 
que têm baixa bio-
disponibilidade oral.
• Ideal para fármacos 
que são elimina-
dos rapidamente 
do organismo.
• Alguns pacientes 
são alérgicos aos 
adesivos, o que pode 
causar irritação.
• O fármaco deve ser 
muito lipofílico.
• Pode causar atraso 
no acesso ao local de 
ação farmacológica.
• Limitado a fármacos 
que podem ser 
tomados em doses 
pequenas diárias.
Retal Errática e variável.
• Evita parcialmente 
o efeito de 
primeira passagem.
• Evita a destruição 
pela acidez gástrica.
• Ideal se o 
fármaco causa 
êmese (vômito).
• Ideal para pacientes 
com êmese ou 
comatosos.
• O fármaco pode 
irritar a mucosa retal.
• Não é uma via “bem 
aceita” pelo paciente.
1414 
Inalatória
Pode ocorrer 
absorção sistêmica, 
o que nem sempre 
é desejado.
• A absorção é 
rápida; pode ter 
efeitos imediatos.
• Ideal para gases.
• É eficaz para 
pacientes com 
problemas 
respiratórios.
• A dose pode 
ser titulada.
• Se o alvo do efeito 
se localiza nos 
pulmões: são usadas 
doses menores 
comparando com as 
que se usariam por 
via oral ou parenteral.
• Menos efeitos 
adversos sistêmicos.
• Principal via de 
adictos (o fármaco 
pode acessar 
rapidamente 
o cérebro).
• Os pacientes podem 
ter dificuldade em 
regular a dose.
• Alguns pacientes 
têm dificuldades no 
uso dos inaladores.
Sublingual
Depende 
do fármaco:
• poucos fármacos 
(ex., nitroglicerina) 
têm absorção 
sistêmica direta e 
rápida – a maioria 
dos fármacos 
tem absorção 
incompleta 
e errática.
• Evita o efeito de 
primeira passagem.
• Evita a destruição 
pela acidez gástrica.
• Mantém a 
estabilidade do 
fármaco, porque 
a saliva tem pH 
relativamente neutro.
• Pode causar efeitos 
farmacológicos 
imediatos.
• Limitada a certos 
tipos de fármacos.
• Limitada a fármacos 
que podem ser 
tomados em 
pequenas doses.
• Pode perder parte do 
fármaco se deglutido.
Fonte: adaptado de WHALEN; FINKEL; PANAVELIL, 2016. 
1.2 Metabolismo, biotransformação e eliminação
Diariamente, muitas substâncias são ingeridas de forma conhecida 
(como os medicamentos) e desconhecida (partículas estranhas que 
contenham xenobióticos ou componentes químicos, agrotóxicos, 
poluição, entre outros). Todas essas partículas precisarão ser 
transformadas para serem eliminadas do organismo. Como vimos 
1515 15
anteriormente, muitas moléculas químicas presentesnos fármacos 
precisam ser lipofílicas para conseguirem transpor a membrana 
plasmática e, assim, atingir seu alvo. Dessa forma, essas moléculas 
se mantêm ativadas e sendo reabsorvidas constantemente pelos rins 
(nesse caso, especificamente, os néfrons), podendo causar toxicidade. 
Assim, o organismo precisa transformar esses compostos em formas 
hidrossolúveis que possam ser eliminadas do organismo.
A transformação dos fármacos e demais compostos moleculares 
desde que são consumidos até serem excretados é chamada de 
biotransformação, e suas reações são divididas classicamente em duas 
fases. Alguns fármacos não precisam ser transformados, por serem 
hidrofílicos, e dessa maneira são eliminados do organismo sem a 
necessidade de serem conjugados.
Figura 2 – Biotransformação de fármacos e 
suas reações na fase I e fase II
Fonte: elaborada pela autora.
1616 
A fase I ocorre principalmente no fígado e comporta as reações de 
oxidação/reações, deixando os compostos mais polares e, dessa 
maneira, mais solúveis em meio líquido, facilitando sua excreção 
urinária. Já a fase II possui reações de conjugação e hidrólise. 
Essas reações proporcionam um segundo conjunto de alterações 
químicas destinadas a modificar os compostos para sua excreção.
Nas reações de conjugação, reações adicionais são acrescentadas aos 
fármacos após a fase I, com a inserção de ácido glicurônico, criando 
conjugados mais hidrofílicos. As reações de conjugação/hidrólise 
podem ocorrer também independentemente das reações de oxidação. 
Apesar das duas transformações, alguns fármacos podem permanecer 
ativos. É o caso das penicilinas.
O sistema citocromo P450 (CYP) é uma superfamília de isoenzimas 
presente no fígado e no trato gastrointestinal responsável pelo 
processo de biotransformação dos fármacos (como paracetamol, 
ibuprofeno, varfarina, sinvastatina, entre outros), cafeína, álcool e 
lipídios. As reações possuem uma cascata de transformação que 
envolve o fármaco, uma enzima do sistema citocromo P450, oxigênio, 
NADPH, uma flavoproteína (NADPH-450), apresentando como resultado 
final um produto hidroxilado. Esse sistema de biotransformação pode 
sofrer alterações de polimorfismo, a partir de componentes dietéticos 
(por exemplo: carne de churrasco que leva à formação de compostos 
carcinogênicos, como os hidrocarbonetos aromáticos policíclicos (HAPs), 
que podem aumentar o risco de câncer de cólon).
Após a fase I, o fármaco passa pela fase II, resultando, geralmente, 
em produtos finais solúveis em meio líquido e inativo. Porém, 
algumas substâncias poderão permanecer ativas mesmo após a 
fase II. É o caso das penicilinas, que continuam ativas e devem ser 
foco de atenção quando são utilizadas em pacientes com doença 
renal. Nesse caso, a dosagem deverá ser ajustada pelo médico, uma 
vez que o paciente apresenta dificuldade de eliminação de líquidos 
e o fármaco continuará ativo.
1717 17
1.3 Farmacocinética e farmacodinâmica
Entender o caminho do medicamento pelo organismo, assim como a 
interação dele no seu lugar de ligação, como vimos neste capítulo, é 
importante para ajustar o planejamento dietético de forma a melhorar 
a atuação do tratamento. O estudo das alterações que ocorrem com o 
fármaco no seu trajeto até sua ligação na molécula-alvo é chamado de 
farmacocinética. Assim, quando um medicamento é consumido por via 
oral, ele deverá passar pelo pH ácido do estômago, até ser absorvido 
pelo intestino, fazendo com que grande parte desse composto possa 
ser perdido durante esse processo. A aplicação cotidiana desse conceito 
é importante para entender a interação fármaco-nutriente que será 
abordada do decorrer do curso. Dessa forma, estabelece-se quando um 
medicamento poderá ser consumido com um alimento ou quando ele 
não deverá ser consumido.
Já a farmacodinâmica permite compreender e descrever os efeitos do 
fármaco no organismo, ou seja, ao se consumir um hipoglicemiante, 
quais as reações esperadas e não esperadas desse medicamento 
no corpo. A farmacodinâmica considera a ligação fármaco-receptor 
em seu estudo, ou seja, o pico máximo de ação de um medicamento 
ocorre quando todos os receptores estão ligados ao fármaco. É dessa 
forma que é estabelecido o tempo de consumo das dosagens dos 
medicamentos, se os medicamentos podem apresentar efeito agonista 
ou antagonista no organismo, ou até entre si.
1.4 Efeitos tóxicos do consumo de fármacos
O desenvolvimento de novos medicamentos é algo rotineiro, mas 
demorado, já que o novo princípio estudado precisa passar por 
diversas fases, entre elas, aquela que indique a segurança quanto ao 
consumo. Efeitos adversos e colaterais podem ocorrer em decorrência 
da heterogeneidade individual. Os efeitos adversos ocorrem quando 
o consumo do medicamento é acima do recomendado. Já os efeitos 
1818 
colaterais podem existir pela não especificidade no sítio de ação, ou 
seja, um mesmo princípio ativo pode agir em vários locais do corpo, 
ocasionando respostas diferentes.
Pode-se citar como exemplo a utilização de anti-histamínicos muito 
utilizados no tratamento de alergias e rinite alérgica, que provocam 
sonolência. Isso acontece porque o fármaco é um antagonista dos 
receptores histamínicos, que, ao atravessar a barreira hemato-
encefálica, também promove o efeito antagonista nos receptores do 
sistema nervoso, causando a sonolência.
Além dos efeitos colaterais e efeitos adversos resultantes do consumo 
de medicamentos, deve-se ressaltar um hábito frequente entre os 
pacientes, realizado, muitas vezes, sem conhecimento dos seus 
efeitos. Muitos pacientes, rotineiramente, utilizam diversos tipos 
de chá em sua rotina diária, mas esquecem-se de que os chás são 
feitos de partes de plantas que possuem componentes bioativos. 
Esses componentes podem promover alterações, como o aumento 
da diurese (chás diuréticos, como cavalinha, abacaxi e sabugueiro), 
elevação dos batimentos cardíacos (chás termogênicos, tais como 
hibisco, gengibre e canela), redução da agregação plaquetária e até 
sangramento (chá de ginkgo biloba e chá de camomila). Caso o paciente 
esteja consumindo algum medicamento, o consumo dos chás em 
excesso poderá promover a maior saída do medicamento do organismo, 
intensificar seu princípio ativo, ou, ainda, reduzir a ação do fármaco. 
Ressaltam-se, também, os riscos do consumo de álcool e medicamentos. 
A interação entre esses dois compostos promove o aceleramento 
do esvaziamento gástrico, comprometendo a biotransformação dos 
fármacos e sua excreção; pode modificar a interação do medicamento 
com seu sítio de ação, por promover modificação de receptores e 
neurotransmissores; alterações na biotransformação hepática no 
sistema citocromo P450 (CYP).
Considera-se interação medicamentosa quando um fármaco tem a 
capacidade de modificar a ação de outro fármaco que foi administrado 
1919 19
simultaneamente ou sucessivamente, de forma que a ação de um 
desses fármacos, ou ambos, poderá ser prejudicada, ocasionando 
toxicidade (por permanência em maior tempo e quantidade na circulação 
sanguínea, por exemplo), ou ainda a redução da ação do princípio ativo.
A interação entre medicamentos ocorre com mais frequência entre 
idosos, principalmente aqueles que estão hospitalizados. Isso geralmente 
acontece porque os idosos apresentam maior fragilidade, doenças 
mais complexas e número elevado de comorbidades que demandam 
múltiplos medicamentos na rotina terapêutica com medicamentos.
Caro aluno, neste capítulo, nós vimos como os fármacos agem no 
organismo, desde quando são consumidos até chegarem a seus 
alvos, passando por processos de modificação no fígado e excreção 
renal. Aprendemos que a farmacocinética e a farmacodinâmica são 
importantes para o planejamento dietético do paciente, evitando que o 
fármaco interaja com os nutrientes, e que ocorra prejuízo para ambos 
os lados. Ao final, discutimos os efeitos do consumo das altas dosagens 
de medicamentos e do risco de se consumir medicamentos com álcool e 
atéalguns tipos de chás.
TEORIA EM PRÁTICA
Na prática diária de atuação do nutricionista nos 
consultórios particulares, de convênios, hospitais, home 
care ou em unidades básicas de saúde (UBS), é comum 
encontrar pacientes com uma sobrecarga de doenças 
crônicas não degenerativas, resultantes do envelhecimento 
da população e do processo de transição nutricional. 
Pacientes com excesso de peso e eutróficos têm 
apresentado cada vez mais a tríade hipertensão-diabetes-
dislipidemia, também chamada de síndrome metabólica 
no caso dos pacientes obesos ou com sopreso. A maioria 
2020 
desses pacientes, principalmente aqueles atendidos 
em UBS, tem como prescrição médica a metformina 
(hipoglicemiante oral utilizado no tratamento do diabetes), 
a hidroclorotiazida (diurético utilizado para o tratamento 
da hipertensão arterial sistêmica) e sinvastatina (tratamento 
de dislipidemias). Considerando o que foi visto nesta 
unidade quanto ao funcionamento agonista e antagonista 
de fármacos, como você explicaria a atuação desses 
três medicamentos no metabolismo da glicose? 
O que fazer na nossa prática dietética quanto a isso?
VERIFICAÇÃO DE LEITURA
1. Os medicamentos são consumidos, em sua grande 
maioria, por via oral, seja pela facilidade de consumo, 
seja por ser a via de mais baixo custo. Após serem 
ingeridos, eles passam pelo processo de digestão e 
depois absorção. Os dois mecanismos mais importantes 
para os medicamentos são: 
a. Difusão através dos lipídios e transportador de 
membrana e pinocitose.
b. Difusão através dos lipídios e difusão através dos 
canais aquosos.
c. Difusão através dos canais aquosos e transportador 
de membrana.
d. Pinocitose e transportador de membrana.
e. Difusão através dos lipídios e transportador de 
membrana. 
2121 21
2. Os fármacos podem ser consumidos de diversas 
formas, isso ajudará na sua disponibilidade e no 
modo de ação. Uma das vias que apresenta como 
desvantagem a absorção limitada de alguns fármacos, 
a redução da absorção pela interação com alimentos e 
outros medicamentos é:
a. Oral.
b. Intravenosa.
c. Subcutânea.
d. Transdérmica.
e. Intramuscular.
3. Os medicamentos, após serem consumidos, precisam 
ser modificados no fígado e excretados pela urina, 
passando por uma transformação chamada de 
biotransformação. Sobre as fases I e II, analise as 
informações a seguir:
A fase I ocorre principalmente nos rins.
PORQUE
Ela comporta as reações de oxidação/reações 
deixando os compostos mais polares e, dessa 
maneira, mais solúveis em meio líquido, facilitando 
sua excreção urinária. 
A respeito das asserções, assinale a alternativa correta:
2222 
a. As asserções I e II são proposições falsas.
b. A asserção I é uma proposição falsa e a II é uma 
proposição verdadeira.
c. As asserções I e II são proposições verdadeiras e a 
II é uma justificativa da I.
d. As asserções I e II são proposições verdadeiras, 
mas a II não é uma justificativa da I.
e. A asserção I é uma proposição verdadeira e a II 
é uma proposição falsa.
Referências bibliográficas
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2323 23
Gabarito
Questão 1 – Resposta E
Resolução: os dois mecanismos mais importantes para os 
medicamentos são a difusão através dos lipídios da bicamada 
lipídica e com o auxílio de um transportador de membrana.
Feedback de reforço: verifique junto à Figura 1 quais são as formas 
de absorção dos fármacos no organismo.
Questão 2 – Resposta A
Resolução: a via oral apresenta como desvantagens: absorção 
limitada de alguns fármacos; pode apresentar redução da absorção 
pela interação com alimentos e outros medicamentos; é necessário 
que o paciente se apresente disposto a seguir as orientações de 
consumo; os fármacos podem sofrer biotransformação antes de 
encontrar seu alvo.
Feedback de reforço: dê uma olhada no Quadro 1 novamente, ele o 
ajudará com informações importantes para esta questão.
Questão 3 – Resposta B
Resolução: a fase I ocorre principalmente no fígado e comporta as 
reações de oxidação/reações, deixando os compostos mais polares 
e, dessa maneira, mais solúveis em meio líquido, facilitando sua 
excreção urinária. 
Feedback de reforço: que tal revisar as fases I e II da 
biotransformação?
2424 
Interações e biodisponibilidade 
na relação droga-nutriente
Autora: Joseane Almeida Santos Nobre
Objetivos
• Apresentar os mecanismos de interação 
entre os fármacos e os nutrientes.
• Apresentar as principais interações fármaco-
nutriente e sua aplicabilidade prática.
• Apresentar as principais interações fármacos-
fitoterápicos e a conduta profissional.
2525 25
1. O que é biodisponibilidade?
Prezado aluno, sempre que consumimos um medicamento, alimento 
ou fitoterápico (como os chás), o princípio ativo e os nutrientes passam 
por diversas modificações químicas até chegar ao seu alvo. Torna-se 
importante entender a relação entre esses três componentes (fármacos-
alimentos-fitoterápicos) para orientar a conduta profissional diária.
O tema desta aula abordará a interação entre os alimentos/nutrientes 
e o princípio ativo dos medicamentos, como, por exemplo, a ingestão 
de alimentos em conjunto com medicamentos. Isso pode retardar a 
desintegração do fármaco no estômago, já que a presença do alimento 
no estômago reduz o tempo de esvaziamento gástrico, limitando a 
passagem do quimo para o intestino delgado. É o que acontece com 
o consumo de alimentos e ácido acetilsalicílico (AAS), amoxicilina, 
diclofenaco de sódio entre outros. Bons estudos!
Na rotina diária de atendimentos clínicos, hospitalares e em home care, o 
nutricionista se depara com o consumo de muitos medicamentos, assim 
como a utilização de fitoterápicos, popularmente conhecidos como chás, 
e amplamente consumidos pela população. Além desses dois compostos, 
também se deve ressaltar que o tratamento medicamentoso é feito 
em conjunto com a alimentação cotidiana e que o metabolismo desses 
compostos pode ocorrer ao mesmo tempo utilizando transportadores e 
demais mecanismos comuns a todas as substâncias.
É importante entender como o medicamento e os nutrientes chegam 
ao seu local de ação, a velocidade com o qual eles conseguirão 
ser digeridos e absorvidos, e as modificações que ocorrerão entre 
o consumo do medicamento e a efetiva utilização, é o que se 
denomina biodisponibilidade. O conceito de biodisponibilidadefoi desenvolvido pela Food and Drug Administration (FDA) para ser 
utilizado com os fármacos, mas desde a década de 1980, tem sido 
aplicado também para nutrientes.
2626 
Em 2001, no Congresso de Biodisponibilidade de Interlaken, foi 
orientada a utilização de três aspectos relacionados aos alimentos. 
São eles: bioconversão, bioeficácia e bioeficiência. Assim, deve 
ser considerada a quantidade de nutriente ingerido que estará 
disponível para a conversão em sua forma ativa (bioconversão), além 
da eficiência com o qual os nutrientes são absorvidos e convertidos 
em sua forma ativa (bioeficácia). E, por fim, o quanto da forma 
ativa convertida do nutriente estará disponível para ser utilizada no 
tecido-alvo (bioeficiência).
Todos esses aspectos são importantes na biodisponibilidade de 
nutrientes e podem sofrer influência do tipo de nutriente, da sua ligação 
molecular, das interações com fatores antinutricionais (como os fitatos), 
além de interações com medicamentos e demais compostos bioativos. 
A interação entre medicamentos e nutrientes poderá provocar 
desequilíbrio de nutrientes ou a modificação de um efeito 
farmacológico pela ação ou presença de um nutriente. Competição 
pelos mesmos receptores entre nutrientes e fármacos, alteração 
de pH intestinal, diminuição da área absortiva intestinal são 
exemplos da influência entre fármacos e nutrientes. A elevação do 
pH ocasionado pelo consumo de frutas e alimentos, como o leite e 
derivados, podem reduzir a solubilidade da ampicilina, da penicilina 
e do ácido acetilsalicílico (AAS), sendo necessário um intervalo de 
duas horas entre a ingestão desses alimentos e a administração 
desses fármacos.
Além da biodisponibilidade, outro conceito que deverá ser 
considerado para os medicamentos é a bioequivalência, que, 
segundo a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), 
consiste na equivalência farmacêutica entre produtos similares 
farmaceuticamente, contendo idêntica composição qualiquantitativa 
do seu princípio ativo.
2727 27
ASSIMILE
A biodisponibilidade é importante para nos orientar 
quanto do medicamento chegará na sua forma útil ao 
seu ponto de ligação no tecido-alvo. Já a bioequivalência 
permite o desenvolvimento de medicamentos 
denominados genéricos e similares que garantam 
a eficácia no tratamento por um custo mais baixo.
2. Interação fármaco-nutriente
O consumo de alimentos e medicamentos ao mesmo tempo ou em 
períodos muito próximos é bastante comum na rotina diária dos 
pacientes. E poucos se atentam ou sabem que existe interação, ou seja, 
uma relação entre os nutrientes e o fármaco consumido, de forma que 
possa ocorrer prejuízo para uma ou ambas as partes envolvidas.
Os nutrientes interferem nos processos de absorção, distribuição, 
biotransformação e excreção dos fármacos, o que pode reduzir a 
quantidade ativa do medicamento e influenciar no resultado do 
tratamento terapêutico, já que nutrientes e fármacos competem por 
mecanismos semelhantes de metabolismo corporal. 
Ao serem consumidos por via oral, os fármacos são absorvidos 
por difusão passiva, com passagem pela bicamada lipídica, 
principalmente. Já os nutrientes necessitam de transportadores de 
membrana e sistemas simporte, com gasto de energia, provocando 
redução no processo absortivo de nutrientes. Idade, matriz alimentar, 
tempo de trânsito intestinal, presença de patologias do trato 
gastrointestinal e hepático são alguns fatores que podem reduzir a 
biodisponibilidade dos fármacos.
2828 
As interações dos fármacos com os nutrientes podem ser 
classificadas como físico-químicas, em que ocorre a junção, ou 
seja, a complexação entre componentes alimentares e o fármaco, 
tornando-o indisponível para utilização na maioria das vezes. As 
interações fisiológicas são aquelas nas quais os medicamentos 
podem promover alteração do apetite, digestão, esvaziamento 
gástrico e biotransformação. Por fim, as interações fisiopatológicas 
decorrem do prejuízo da absorção de nutrientes em decorrência 
da utilização do fármaco. Como exemplo deste último caso, tem-se 
a redução de produção de ácido clorídrico e fator intrínseco pela 
utilização de inibidores da bomba de prótons (como o omeprazol), o 
que reduz a absorção de vitamina B12 (cianocobalamina).
O Quadro 2 apresenta algumas interações fármaco-nutrientes e seus 
efeitos tanto para os nutrientes quanto para os fármacos. A interação 
fármaco-nutriente é uma área em constante estudo, já que muitos 
medicamentos são lançados no mercado anualmente.
Quadro 2 – Principais interações fármaco-nutrientes e seus efeitos
Fármaco Forma de ação Efeito para o fármaco Nutriente afetado
Ácido 
acetilsalicílico
Anti-inflamatório 
não esteroidal
Aumento da 
excreção devido à 
alcalinidade da dieta.
Reduz a absorção de 
Vit. C, Vit. B1, Vit. K 
e ácido fólico. Dieta 
rica em carboidratos 
reduz o tempo de 
absorção, mas não 
afeta a extensão total 
do medicamento.
Amiodarona Antiarrítmicos
Aumento da 
absorção, podendo 
levar à toxicidade.
Suco de toranja 
aumenta em 50% sua 
biodisponibilidade 
e altera a conversão 
em metabólito ativo.
Amitriptilina Antidepressivo Aumento da excreção devido à acidez da dieta.
Não interage 
com alimentos, 
entretanto, dieta 
rica em fibra poderá 
diminuir seu efeito.
2929 29
Ampicilina Antibiótico Alimento interfere em sua absorção.  
Anlodipino Bloqueador de canais de cálcio
O alimento não afeta 
a biodisponibilidade 
do fármaco.
Depleta K, Ca e Vit. D.
Atenolol Betabloqueadores
O alimento poderá 
interferir em sua 
concentração 
plasmática.
Após 3 meses, 
pode reduzir o 
nível sérico do Zn.
Azatioprina
Antileucêmico, 
anti-inflamatório e 
imunossupressor
Pode ocasionar 
hipoalbuminemia.  
Azitromicina Antibiótico
As cápsulas têm uma 
redução de 50% na 
sua biodisponibilidade 
quando coadministrada 
com alimentos.
 
Captopril Inibidor de enzima angiotensina
A presença do alimento 
reduz a absorção 
em 10% a 54%.
Após 6 meses, 
pode elevar a 
excreção urinária 
de Zn, reduzir 
a concentração 
plasmática de Zn 
e eritrocitária de 
Zn, hipercalemia.
Carbamazepina Antiepiléptico Suco de uva reduz sua absorção.  
Cefalexina Antibiótico
O alimento retarda o 
alcance da concentração 
sérica máxima.
Avaliar 
suplementação de 
K para prevenir 
hemorragia devido à 
hipoprotrombinemia.
Cetoconazol Antifúngico
Alimentos ácidos 
aumentam 
sua absorção.
Administrar 
suplementação de 
Ca, Mg ou antiácidos 
com intervalo de 2h.
Clorpromazina 
e flufenazina Antipsicótico
Precipitação 
na presença de 
ácido tânico.
 
3030 
Diazepam, 
carbamazepina 
e sertralina
Moduladores do 
sistema nervoso 
central (SNC)
Inibição de enzimas de 
biotransformação de 
fármacos, com elevação 
dos seus níveis tóxicos.
 
Fenobarbital Anticonvulsivante, hipnótico e sedativo
O alimento favorece 
sua absorção.
O uso prolongado 
pode necessitar 
de suplementação 
de Vit. D, Vit. B12, 
folato e Ca.
Furosemida Diurético O alimento pode reduzir sua absorção.
Depleta Zn, Na, K, Ca, 
Mg, Cl, Vit. B1 e água.
Hidro-
clorotiazida Diurético
Os alimentos 
podem reduzir sua 
biodisponibilidade.
Pode ↑ a 
excreção de Zn.
Depleta Na, Cl, K, 
Mg, Zn e riboflavina.
Inibidores 
da enzima 
monoamina 
oxidase (MAO)
Antidepressivo
Inibição da enzima que 
degrada a tiramina, com 
elevação de seus níveis 
plasmáticos. Efeitos 
simpaticomiméticos 
e crise hipertensiva
 
Losartana
Antagonistas dos 
receptores da 
angiotensina
O alimento não afeta 
os níveis séricos 
do fármaco.
Pode promover 
depleção de Zn.
Metformina Hipoglicemiante oral Os alimentos aumentam sua absorção.
Redução da absorção 
de glicose (em 
pequena quantidade) 
e redução a 
neoglicogênese.
Metildopa Anti-hipertensivo
Dieta hiperproteica 
pode reduzir 
sua absorção.
Reduz a absorção 
de folacina e 
cobalamina.
Morfina Analgésico opioide
Nutrientes retardam 
sua absorção, mas 
não interferem 
na concentração 
plasmática.
 
Omeprazol Inibidor da bomba de prótons
Interação benéfica: suco 
de laranja oumaçã.
Reduz a absorção 
de Fe e Vit. B12.
3131 31
Penicilina Antibiótico
Aumento da 
excreção devido à 
alcalinidade da dieta.
 
Prednisolona
 
Anti-inflamatórios 
esteroidais
Miopatia devido 
ao catabolismo de 
proteínas; perda de 
Ca; deficiência de 
folato e bloqueio 
renal de Vit. D9.
Alterações no Na, 
K e glicemia.
Prometazina Anti-histamínico
Precipitação 
na presença de 
ácido tânico.
 
Propranolol
Bloqueador beta-
adrenérgico (anti-
hipertensivo)
Não ingerir com 
fonte de Ca e evitar o 
consumo de alcaçuz.
A presença do 
alimento favorece sua 
biodisponibilidade.
Vit. C em dose alta 
(ex.: 2 g) pode reduzir 
sua absorção e seu 
metabolismo.
 
Ranitidina Antagonista do receptor H2
Limitar o consumo de 
cafeína e xantinas. 
O alimento não 
afeta a absorção do 
medicamento.
Suplementos de 
Mg, Fe, Al e folato, 
polivitamínicos 
contendo minerais ou 
antiácidos contendo 
Al e Mg podem reduzir 
sua absorção.
Reduz a absorção 
de Vit. B12 e Fe.
Rifampicina Antibiótico
A presença de alimentos 
reduz sua absorção 
e concentração 
plasmática.
Pode aumentar o 
metabolismo de Vit. D.
Pode necessitar 
de suplementação 
de Vit. D.
Sinvastatina Estatina Toranja reduz sua biodisponibilidade.  
3232 
Sulfato ferroso Anti-anêmico
A presença de alimentos 
reduz sua absorção, 
podendo chegar a 50%. 
Vit. C favorece 
sua absorção.
Em altas doses, reduz 
a absorção de Zn.
Teofilina Broncodilatador
Sobrecarga de xantinas, 
com risco de toxicidade: 
distúrbios eletrolíticos 
e efeitos no SNC e 
cardiovascular
 
Tetraciclina e 
ceftriaxona Antibiótico
Complexação do 
fármaco com íons 
divalentes.
 
Tiroxina 
(levotiroxina) Hormônio tireoidal
Dietas ricas em 
fibra diminuem 
sua absorção.
Suplemento de Fe, Ca 
ou Mg podem reduzir a 
absorção do fármaco.
 
Varfarina Anticoagulante
Dieta rica em 
Vit. K: diminui a 
anticoagulação. E 
os constituintes 
da dieta enteral 
reduzem a absorção 
do medicamento.
Cebola crua, frita 
ou cozida reduz a 
agregação plaquetária. 
Vit. A e E > 400 UI/
dia alteram o tempo 
de protombina; Vit. 
C > 5 g/dia reduz a 
absorção do fármaco.
 
Fonte: adaptado de EBSERH (s/d) e Lombardo e Eserian (2014).
As alterações físico-químicas decorrentes dos processos de digestão 
e absorção alimentar podem promover alterações nos fármacos. 
A presença de alimentos no estômago promove o aumento da 
secreção de ácido clorídrico, alterando o pH estomacal, o que pode 
3333 33
influenciar a desintegração das cápsulas, drágeas ou dos comprimidos 
e, consequentemente, a absorção do princípio ativo. Outro resultado é o 
esvaziamento gástrico, que poderá ser retardado ou acelerado, fazendo 
com que o princípio ativo permaneça mais tempo ou não no estômago 
e intestino, promovendo a redução da solubilidade e biodisponibilidade 
dos fármacos e dos nutrientes.
Os medicamentos utilizam as enzimas do citocromo P450 (CYP) para 
as reações de fase I e fase II da biotransformação, e alguns nutrientes 
são capazes de interferir nessas enzimas. Um exemplo é o consumo 
de toranja com medicamentos (também conhecida como grapefruit). 
Essa fruta possui substâncias químicas naturais denominadas 
furanocumarinas, que possuem a capacidade de inibir a enzima CYP3A4 
do citocromo P450, resultando em redução da quantidade de princípio 
ativo absorvido pelo intestino.
A grapefruit é apenas um dos muitos exemplos da interação do alimento 
com o medicamento. Ao realizar um estudo mais aprofundado, por 
vezes nos esquecemo que os nutrientes estão inseridos em uma matriz 
alimentar e que ela é complexa, contendo diversos nutrientes em um 
mesmo alimento, além do pH do próprio alimento, que poderá alterar 
o pH do organismo. O Quadro 3 apresenta a interação entre alguns 
alimentos e fármacos.
Quadro 3 – Interações entre alimentos/nutrientes e fármacos
5 Alimentos/ nutrientes
Mecanismos/ 
efeitos Recomendações
Cardiovasculares/Anti-hipertensivos
Amilorida Cálcio (leite e queijo) Depleta a absorção de cálcio (Ca).
Evitar a 
administração 
com alimentos 
ricos em Ca.
Anlodipina Alimentos em geral 
Alimentos prejudicam 
o mecanismo de 
liberação controlada.
Evitar administração 
com alimentos. 
3434 
Captopril Alimentos em geral Diminui a absorção do fármaco.
Administrar uma hora 
antes ou duas horas 
após as refeições.
Carvedilol Alimentos em geral
Administrar com 
alimentos diminui a 
hipertensão ortostática.
Administrar com 
alimentos.
Digoxina Cenoura (fibras) Diminui a absorção do fármaco.
Evitar a 
administração 
com alimentos 
ricos em fibras.
Nifedipina Alimentos em geral
Aumenta a 
biodisponibilidade 
do fármaco.
Administrar com 
alimentos.
Propanolol Leite (proteínas)
Aumenta a 
biodisponibilidade 
do fármaco.
Administrar 
com alimentos 
hiperproteicos.
Anti-inflamatórios
Ácido 
acetilsalicílico
Suco de maracujá 
(vitamina C) e 
alface (vitamina K)
Depleta a absorção 
das vitaminas.
Não ingerir 
alimentos ricos em 
vitaminas C e K, 
ácido fólico, tiamina 
e aminoácidos 
próximo ou durante 
a administração dos 
medicamentos.
Diclofenaco Alimentos em geral Diminui o risco de lesão no TGI.
Ingerir com alimentos 
para diminuir o 
risco de lesão da 
mucosa gástrica.
Paracetamol Cenoura e alface (fibras)
Diminui a absorção 
do fármaco.
Evitar alimentos 
ricos em fibras 
junto ou próximo à 
administração do 
medicamento.
Diuréticos
Espironolactona Leite e carne (potássio) Retém potássio (K).
Evitar a 
administração com 
alimentos ricos em K.
Furosemida
Abóbora, 
arroz, cenoura, 
carne (sódio)
Depleta sódio (Na).
Evitar a 
administração 
com alimentos 
ricos em Na.
3535 35
Hidro-
clorotiazida
Queijo, ovo 
frito e carne
Aumenta a absorção 
do fármaco e 
depleta sódio.
Administrar 
com alimentos. 
gordurosos. Evitar 
a administração 
com alimentos 
ricos em Na.
Antiulcerosos
Hidróxido 
de alumínio Carne e feijão (Ferro)
Depleta a absorção 
de Ferro (Fe).
Não ingerir alimentos 
contendo Fe junto 
ou próximo à 
administração do 
medicamento.
Omeprazol Frango e leite (vitamina B12)
Depleta a absorção 
da vitamina B12.
Não ingerir alimentos 
ricos em vitamina 
B12 junto ou próximo 
à administração do 
medicamento.
Ranitidina Leite e carne (vitamina B12)
Depleta a absorção 
da vitamina B12.
Não ingerir alimentos 
ricos em vitamina 
B12 junto ou próximo 
à administração do 
medicamento.
Laxantes
Óleo mineral
Abóbora (vitamina 
A) e salada de 
verduras (vitamina K)
Depleta a absorção 
das vitaminas A e K.
Não ingerir alimentos 
ricos em vitaminas 
A, D, E e K junto 
ou próximo à 
administração do 
medicamento.
Hipoglicemiantes
Metformina Alimentos em geral 
Diminui a absorção de 
vitamina B12. Aumenta 
a sensibilidade de 
receptores de insulina 
no fígado e no 
músculo esquelético. 
Deve ser 
administrada 15 a 
20 minutos após 
as refeições. 
Acarbose Alimentos em geral 
Finalidade: retardar 
a absorção de 
carboidratos. 
Ser ingerida na 
primeira “garfada” 
da refeição. 
Glibenclamida Alimentos em geral 
Quando administrado 
com alimentos, obtém-
se um pico de insulina 
satisfatório para reduzir 
a glicemia proveniente 
da alimentação. 
Ser administrado 
30 minutos antes 
das refeições. 
3636 
Glicazida Alimentos em geral 
Quando administrado 
com alimentos, obtém-
se um pico de insulina 
satisfatório para reduzir 
a glicemia proveniente 
da alimentação. 
Ser administrado 
30 minutos antes 
das refeições. 
Glimepirida Alimentos em geral 
Quando administrado 
com alimentos, obtém-
se um pico de insulina 
satisfatório para reduzir 
a glicemia proveniente 
da alimentação. 
Ser administrado 
30 minutos antes 
das refeições. 
Fonte: adaptado de Carlos (2016); Lopes, Carvalho e Freitas (2010). 
3. Interação fármaco-fitoterápico
O nutricionista é um dos profissionais habilitados a fazer a prescrição 
de fitoterápicos, conforme Resolução CFN Nº 556, de 11 de abril de 
2015, desde que seja portador do título de especialista em fitoterapia. 
A fitoterapia é definida como uma forma de tratamento caracterizado 
pela utilizaçãode plantas medicinais (que poderá ser in natura, 
drogas vegetais, derivados de drogas vegetais e fitoterápicos) em suas 
diferentes preparações (macerações, infusões, decocções, entre outros).
A fitoterapia deverá ser considerada como complemento da prescrição 
dietética. O profissional nutricionista, conforme exposto nesta 
Resolução CFN Nº 556, de 11 de abril de 2015, deverá adotar condutas 
que potencializem os efeitos terapêuticos, considerando a interação 
entre os fitoterápicos com os alimentos e os medicamentos.
A fitoterapia também é uma das práticas regulamentadas pelo Sistema 
Único de Saúde, por meio da Política Nacional de Práticas Integrativas 
e Complementares (PNPIC). A utilização das plantas medicinais no 
cotidiano é algo corriqueiro e baseado em conhecimentos históricos 
e culturais, repassados por nossos ancestrais. O uso de chás e partes 
comestíveis de plantas medicinais pode ser entendido por alguns, 
3737 37
inclusive, como automedicação e possui interação com medicamentos e 
com alimentos.
Por ser comum a utilização de chás, muitos pacientes não conseguem 
identificar os riscos do consumo desses produtos, por considerarem os 
mesmos de origem vegetal e, dessa forma, inofensivos à saúde. Os chás 
e até alguns condimentos possuem substâncias ativas que, consumidos 
de forma contínua e em grande quantidade, podem levar à intoxicação, 
reduzir o efeito de alguns medicamentos e interferir na absorção de 
nutrientes. Todos os tipos de chás e demais fitoterápicos deverão ser 
prescritos por profissional capacitado, sendo os efeitos adversos do 
tratamento acompanhados para alterações em relação a dosagem, 
horário e até ao princípio ativo.
Segundo o conceito elaborado pela Agência Nacional de Vigilância 
Sanitária, o medicamento fitoterápico é obtido por meio do emprego 
exclusivo de matérias-primas vegetais, sendo caracterizado pelo 
conhecimento da eficácia e dos riscos de seu uso, assim como pela 
reprodutibilidade e constância de sua qualidade.
O Quadro 4 apresenta a interação entre alguns fitoterápicos e plantas 
medicinais com medicamentos, sendo importatnte sua utilização na 
complementação da prática do nutricionista.
Quadro 4 – Principais interações entre plantas medicinais, 
fitoterápicos e fármacos
Planta 
medicinal
Indicações/ 
ações Terapêutica Efeitos
Interação 
medicamentosa
Alcachofra 
(Cynara 
scolymus L.) Colerético e colagogo
Cinarina ou de-
rivados do ácido 
cafeoilquínico ex-
pressos em ácido 
clorogênico (dose 
diária:7,5 mg a 
12,5 mg de cinari-
na ou derivados)
Efeito diurético, 
podendo oca-
sionar hipoten-
são arterial.
Aumenta a 
excreção de 
potássio. 
Diuréticos de 
alça (furosemida) 
e tiazídicos 
(clortalidona, 
hidroclorotiazida, 
indapamida)
3838 
Alho (Allium 
sativum L.)
Coadjuvante 
no tratamen-
to de hiper-
lipedemia e 
hipertensão 
arterial leve; 
prevenção da 
aterosclerose 
Aliina ou alicina 
(dose diária: 6 a 
10 mg de aliina)
Aumento do 
tempo de san-
gramento; hi-
poglicemiante; 
pode afetar a 
ação de qui-
mioterápicos e 
medicamentos 
para tireoide
Anticoagulantes 
(varfarina) e 
antiplaquetários; 
intensifica o efeito 
de drogas hipogli-
cemiantes (insulina 
e glipizida); 
saquinavir 
(reduz os níveis 
plasmáticos)
Boldo, 
Boldo-do- 
Chile (Peumus 
boldo Molina)
Colagogo, 
colerético, 
tratamento 
sintomático 
de distúrbios 
gastrointesti-
nais espásticos
Alcaloides totais 
calculados como 
boldina (dose 
diária: 2 a 5 mg 
de boldina)
Inibição da 
agregação 
plaquetária 
Anticoagulantes e 
antiplaquetários
Camomila 
(Matricaria 
recutita L.)
Antiespasmó-
dico, anti-infla-
matório tópico, 
distúrbios 
digestivos e 
insônia leve
Apigenina-7-gli-
cosídeo (dose 
diária:4 a 24 mg 
de apigenina-
-7-glicosídeo)
Aumento da 
chance de san-
gramentos; 
intensifica a ação 
de sedativos; re-
duz a absorção 
de ferro; efeito 
antiestrogênico
Anticoagulantes; 
barbitúricos (fe-
nobarbital) e ou-
tros sedativos
Cáscara 
Sagrada 
(Rham-
nus pur-
shiana D.C.)
Constipa-
ção ocasional
Cascarosídeo 
A (dose diária: 
20-30 mg cas-
carosídeo A)
Perda de potás-
sio; desequilíbrio 
hidroeletrolítico; 
aumenta a pres-
são sanguínea
Diuréticos 
tiazídicos
Erva de 
São João 
(Hypericum 
perforatum L.) 
Estados de-
pressivos leves 
a moderados, 
não endógenos
Hipericinas to-
tais (dose diá-
ria: 0,9 a 2,7 g 
de hipericina)
Inibição da ab-
sorção de ferro; 
sangramento; 
interfere na ação 
de contracep-
tivos orais, ele-
vação da pres-
são sanguínea
Ciclosporina, in-
dinair, digoxina, 
teofilina e varfa-
rina, omeprazol, 
talbutamida, cafe-
ína, carbamazepi-
na, ciclosporina, 
midazolam, nifedi-
pina, sinvastatina, 
teofilina, antide-
pressivos tricíclicos
3939 39
Erva-do-
ce, anis 
(Pimpinella 
anisum L.) 
Antiespasmó-
dico, distúrbios 
dispépticos
Transanetol (dose 
diária: 0-1 ano, 
16 a 45 mg de 
trans-anetol; 
1-4 anos, 32-
90 mg de trans-
-anetol; adultos: 
80-225 mg de 
trans-anetol)
Ação sedativa Drogas hipnóticas
Eucalipto 
(Eucalyp-
tus globulus)
Antisséptico e 
antibacteriano 
das vias aére-
as superiores; 
expectorante
Cineol (dose 
diária:14-42,5 mg 
de cineol)
Alterações no 
sistema nervo-
so, confusão 
mental, hipo-
glicemiante
Benzodiazepíni-
cos, barbitúricos, 
narcóticos, alguns 
anti-depressi-
vos e álcool
Gengibre
(Zingiber offi-
cinale Rosc.) 
Profilaxia 
de náuseas 
causada por 
movimento 
(cinetose) e 
pós-cirúrgicas.
Gingeróis (6-gin-
gerol, 8-ginge-
rol, 10-gingerol, 
6-sho-gaol, cap-
saicina) Dose 
diária: crian-
ças acima de 6 
anos: 4-16 mg 
de gingeróis; 
adulto: 16-32 mg 
de gingeróis]
Estimula a 
produção de 
áci-do clorídri-
co estomacal; 
aumenta o risco 
de sangramen-
to; sonolência; 
hipoglicêmico
Sucralfato, raniti-
dina, lansoprazol, 
ácido acetilsalicíli-
co, varfarina, he-
parina, clopidogrel, 
ibuprofeno, napro-
xeno, beta-bloque-
adores, digoxina, 
insulina, hipogli-
cemiantes orais
Ginkgo 
biloba 
(Ginkgo 
biloba L.) 
Vertigens 
e zumbido 
(tinidos) re-
sultantes de 
distúrbios 
circulatórios 
gerais e distúr-
bios circulató-
rios periféricos 
(claudicação 
intermitente) 
e insuficiên-
cia vascu-
lar cerebral
Extrato padroni-
zado com 24% 
de ginkgoflavo-
noides (querce-
tina, kaempfer 
isorhamnetina) e 
6% de terpenolac-
tonas (bilo-balide, 
ginkgolídeos A, B, 
C, E). Dose diária: 
80 a 240 mg de 
extrato padroni-
zado, em 2 ou 3 
administrações 
ou 28,8-57,6 
mg de ginkgo-
flavonoides e 
7,20-14,4 mg de 
ter-penolactonas]
Sangramentos, 
potencializa-
dor de anti-in-
flamatórios e 
anticoagulantes, 
diminuir a ação 
de anticonvul-
sivantes, pode 
causar cefaleia, 
tremores e sur-
tos maníacos, 
hipoglicêmico.
Ácido acetilsalicí-
lico, clopidogrel, 
varfarina, heparina, 
ibuprofeno napro-
xeno, sertraline, 
insulina, hipogli-
cemiantes orais
4040 
Ginseng
(Panax ginseng 
C. A, Meyer)
Estado de fadi-
ga física e men-
tal, adaptógeno
Ginsenosíde-
os (dose diária: 
5 mg a 30 mg de 
ginsenosídeos 
totais [Rb1, Rg1])
Reduz a ação de 
anticoagulantes; 
aumenta risco de 
sangramento, hi-
poglicêmico, gine-
comastia masculi-
ne, sangramentos 
pós-menopausa, 
falha nos perío-
dos menstruais, 
cefaleia, insônia, 
hipertensão.
Varfarina, ácido 
acetilsalicílico, 
heparina, clopido-
grel, ibuprofeno, 
naproxeno, hipo-
glicemiantes orais, 
inibidores da mo-
noamino oxidase, 
betabloqueadores 
de canais de calico 
Guaco
(Mikania 
glomerulata 
Sprengl.)
Expectorante, 
broncodilatador
Cumarina (dose 
diária: 0,525-4,89 
mg de cumarina)
Redução da ação 
de antibióticos
Tetraciclinas, clo-
ranfenicol, genta-
micina, vancomi-
cina, penicilina
Hortelã-
-pimenta 
(Mentha 
piperita L.).
Carminativo, 
expectoran-
te e cólicas 
intestinais
Mentol 30%-55% e 
mentona 14%-32% 
(dose diária: 0,2 
a 0,8 g de óleo)
Redução da 
absorção de 
ferro; elevação 
de estatinas
Sinvastatina
Maracujá
(Passiflora 
incarnata L.) 
Sedativo
Flavonoides to-
tais expressos na 
forma de isovi-
texina ou vi-texina 
(dose diária: 25 a 
100 mg de vitexi-
na/isovitexina)Potencialização 
de drogas sedati-
vas; sangramento
Hipnóticos, ansiolí-
ticos, benzodiazepí-
nicos (lorazepam 
ou diaze-pam), 
fenobarbital, áci-
do acetilsalicílico, 
varfarina, heparina, 
clopidogrel, ibupro-
feno, naproxeno
Salgueiro
(Salix alba L.) 
Antitérmico, 
anti-inflamató-
rio, analgésico
Salicina (dose di-
ária: 60 a 120 mg 
de salicina)
Nefrotoxicida-
de; redução da 
absorção do ferro
Ácido acetilsalicíli-
co, paracetamol
Sene
(Senna alexan-
drina Mill.)
Laxativo
Derivados hi-
droxiantracêni-
cos (calculados 
como senosídeo 
B). Dose diá-
ria:10-30 mg de 
senosídeo B
Aumento da 
perda de potás-
sio, desequilíbrio 
hidroeletrolítico.
Fármacos antiarrí-
timicos, diuréticos 
tiazídicos, adreno-
corticosteroides
Valeriana 
(Valeriana 
officinalis)
Insônia leve, 
sedativo e 
ansiolítico
Sesquiterpenos 
(ácido valerênico, 
ácido acetoxivale-
rênico). Dose diá-
ria: 0,8 a 0,9 mg de 
sesquiterpenos]
Ação sedati-
va; náuseas 
ou vômitos
Benzodiazepínicos, 
barbitúricos, nar-
cóticos; metroni-
dazol, dissulfiram
Fonte: adaptado de Nicoletti (2007).
4141 41
PARA SABER MAIS
Lembre-se: a interação do fármaco poderá ocorrer com 
alimentos, nutrientes, com substâncias ativas encontradas 
nas plantas e com outros fármacos. É importante o ajuste 
do planejamento dietético com a finalidade de suprir a 
demanda de nutrientes resultantes dessa interação.
4. Interação fármaco-fármaco
Outra interação importante e comum de ser verificada durante os 
atendimentos dos pacientes é a interação fármaco-fármaco. Nesse 
tipo de interação, um medicamento poderá potencializar a ação 
de outro medicamento, assim como poderá reduzir a sua ação, ou, 
ainda, provocar efeitos adversos pela grande quantidade circulante 
(o que seria considerado um efeito tóxico). É muito importante o 
trabalho em conjunto dos diversos profissionais da saúde, entre eles o 
farmacêutico. Ele poderá realizar o aconselhamento farmacológico do 
paciente, orientando sobre as interações e comunicando ao restante 
dos profissionais que acompanham o paciente quais as melhores 
estratégias para evitar esse tipo de ocorrência.
Algumas interações são benéficas para o tratamento 
medicamentoso, como, por exemplo, a associação de diuréticos 
e anti-hipertensivos, o que permite o maior controle da pressão 
arterial. Outras associações podem funcionar de forma corretiva (a 
utilização de diurético que reduz a excreção de potássio, retendo-o 
no organismo, poderá ser corrigida pelo uso de tiazidas, que induzirá 
a hipopotassemia). Os mecanismos de interação dos fármacos são 
demonstrados na figura abaixo:
4242 
Figura 3 – Mecanismos de interação fármaco-fármaco
Fonte: HOEFLER, 2005.
Caro aluno, neste capítulo, vimos como a interação entre os nutrientes, 
medicamentos e fitoterápicos tem relevância dentro da terapêutica 
medicamentosa e alimentar. É necessário cuidado na prescrição 
nutricional, a fim de repor os nutrientes perdidos nessa interação, 
assim como melhorar a ação do fármaco no organismo.
TEORIA EM PRÁTICA
A interação entre fármaco, nutriente e fitoterápico 
pode acontecer rotineiramente, e é muito comum 
encontrarmos essas interações em nossos atendimentos 
de rotina. Partindo desse princípio, suponha que você está 
acompanhando dona Alzira, uma senhora de 66 anos, 
que relatou consumir medicamentos para controle do 
diabetes (hipoglicemiante oral) e estatinas para o controle 
da dislipidemia. Também adora consumir diariamente chá 
de gengibre e alho em todas as suas preparações. Quais 
orientações poderão ser indicadas para dona Alzira para 
melhorar seu tratamento? E quais nutrientes deverão 
possuir atenção especial no planejamento dietético?
4343 43
VERIFICAÇÃO DE LEITURA
1. A forma como o medicamento e os nutrientes 
chegam ao seu local de ação, a velocidade com o 
qual eles conseguirão ser digeridos e absorvidos, e 
as modificações que ocorrerão entre o consumo do 
medicamento e a efetiva utilização. Esse conceito é 
denominado: 
a. Bioeficácia.
b. Bioequivalência.
c. Biodisponibilidade.
d. Bioconversão.
e. Bioeficiência.
2. A hidroclorotiazida é uma medicação diurética, 
normalmente utilizada para o tratamento da hipertensão 
arterial e inchaço devido ao acúmulo de fluidos. Um dos 
efeitos desse medicamento sobre os nutrientes é:
a. Redução da absorção de vitamina B12.
b. Aumento da quantidade sanguínea de Na, Cl e Mg.
c. Aumento da quantidade sanguínea de riboflavina.
d. Aumento da excreção de zinco.
e. Aumento da quantidade sanguínea de zinco.
4444 
3. Os medicamentos, quando consumidos em conjunto 
ou em períodos próximos, poderão interagir entre si, 
potencializando ou reduzindo a ação um do outro. É um 
mecanismo de interação que ocorre durante a absorção 
dos medicamentos
a. Alteração no pH urinário.
b. Alteração na secreção tubular renal.
c. Alteração no fluxo sanguíneo renal.
d. Alteração da excreção de sais biliares e ciclo 
entero-hepático.
e. Alteração da motilidade gastrointestinal.
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http://www2.ebserh.gov.br/documents/220250/1293244/GUIA+F%C3%81RMACO+X+NUTRIENTE+EM+CONSTRU%C3%87%
http://www2.ebserh.gov.br/documents/220250/1293244/GUIA+F%C3%81RMACO+X+NUTRIENTE+EM+CONSTRU%C3%87%
http://www2.ebserh.gov.br/documents/220250/1293244/GUIA+F%C3%81RMACO+X+NUTRIENTE+EM+CONSTRU%C3%87%
http://periodicos.ufes.br/RBPS/article/view/15747
http://periodicos.ufes.br/RBPS/article/view/15747
4545 45
CONSELHO FEDERAL DE NUTRICIONISTAS. Resolução CFN nº 556, de 11 de abril 
de 2015. Altera as resoluções nº 416, de 2008, e nº 525, de 2013, e acrescenta 
disposições à regulamentação da prática da fitoterapia para o nutricionista como 
complemento da prescrição dietética. Diário Oficial da União. Brasilia, DF, 11 
abr. 2015. Disponível em: http://www.cfn.org.br/wp-content/uploads/resolucoes/
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COZZOLINO, S. M. F.; MICHELAZZO, F. B. Biodisponibilidade: conceitos, definições 
e aplicabilidade. In: COZZOLINO, S. M. F. Biodisponibilidade de nutrientes. 4. ed. 
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FOOD AND DRUG ADMINISTRATION et al. Guidance for industry: bioavailability 
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HOEFLER, R. Interações medicamentosas. Secretaria de Ciência, Tecnologia e 
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LOMBARDO, M.; ESERIAN, J. K. Fármacos e alimentos: interações e influências na 
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scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1679-45082010000300298&lng=en&nr
m=iso. Aceso em: 8 jul. 2019. 
MOURA, M. R. L.; REYES, F. G. R. Interação fármaco-nutriente: uma revisão. Rev. 
Nutr., Campinas, v. 15, n. 2, p. 223-238, ago. 2002. Disponível em: http://www.scielo.
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Acesso em: 8 jun. 2019. 
NICOLETTI, M. A. et al. Principais interações no uso de medicamentos fitoterápicos. 
Infarma, v. 19, n. 1/2, p. 32-40, 2007.
Gabarito
Questão 1 – Resposta C
Resolução: é importante entender como o medicamento e os 
nutrientes chegam ao seu local de ação, a velocidade com o qual 
eles conseguirão ser digeridos e absorvidos, e as modificações que 
ocorrerão entre o consumo do medicamento e a efetiva utilização. 
Esse conceito é denominado biodisponibilidade.
Feedback de reforço: verifique o material desde o início, 
reforçando os conceitos.
http://www.cfn.org.br/wp-content/uploads/resolucoes/Res_556_2015.htm
http://www.cfn.org.br/wp-content/uploads/resolucoes/Res_556_2015.htm
http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1679-45082010000300298&lng=en&nrm=iso
http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1679-45082010000300298&lng=en&nrm=iso
http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1679-45082010000300298&lng=en&nrm=iso
http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1415-52732002000200011&lng=en&nrm=iso
http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1415-52732002000200011&lng=en&nrm=iso
4646 
Questão 2 – Resposta D
Resolução: os eletrólitos Na, Cl e Mg, e a vitamina riboflavina, assim 
como o zinco, encontram-se depletados, ou seja, sua concentração 
na corrente sanguínea é baixa.
Feedback de reforço: que tal rever o Quadro 2 sobre interação 
fármaco-nutriente?
Questão 3 – Resposta E
Resolução: somente a alteração da motilidade gastrointestinal é 
um mecanismo de interação de fármacos na fase de absorção. 
As demais opções referem-se à fase de excreção.
Feedback de reforço: veja mais sobre interação fármaco-fármaco.
4747 47
Drogas para o tratamento 
de diabetes e obesidade 
no estado nutricional
Autora: Joseane Almeida Santos Nobre
Objetivos
• Conhecer os principais medicamentos utilizados 
no tratamento do diabetes e da obesidade.
• Compreender o mecanismo de atuação 
dos medicamentos para o controle de 
diabetes e obesidade.
• Reconhecer a relação dos medicamentos 
e o estado nutricional do paciente.
4848 
Prezado aluno, as doenças crônicas não transmissíveis (DCNTs) são 
um grupo de doenças que podem ocorrer em qualquer momento 
da vida de um indivíduo, acompanhando-o ao longo de seus dias. 
Essas doenças podem ser controladas, evitando estágios mais graves 
que acometam o paciente ou que ocasionem o óbito. Dentre as 
principais doenças crônicas, destacam-se o diabetes e a obesidade. 
Elas podem tanto ser a causa como o efeito entre si, permitindo o 
agravamento do quadro do paciente.
O tema desta aula abordará, de forma geral, como essas doenças se 
relacionam entre si e o impacto para o organismo (fisiopatologia), 
além da forma de terapia medicamentosa sugerida pelas principais 
organizações e sua relação com a nutrição. Bons estudos!
1. Conceituação e fisiopatologia da obesidade 
A adequação de peso pela altura acima do recomendável, avaliada 
pelo Índice de Massa Corporal (IMC), é um dos critérios diagnósticos 
da obesidade. Além do excesso de peso caracterizado pelo IMC maior 
ou igual a 30 kg/m², outros critérios antropométricos e de composição 
corporal (como a circunferência da cintura), exames de absortometria 
(DXA) e de impedância, auxiliam no diagnóstico final.
O excesso de peso que resulta na obesidade ocorre quando há um 
desbalanço entre a ingestão alimentar de energia e o gasto energético, ou 
seja, aumento do consumo de macronutrientes (que serão convertidos 
em energia) e redução do gasto energético. Alterações na capacidade 
de oxidação de lipídios armazenados no organismo e aumento da 
capacidade de estocar gordura também promovem o aumento ponderal. 
Fatores genéticos, estilo de vida e modificações no padrão alimentar são 
os principais fatores promotores do acúmulo de peso.
A elevação do peso pode ocorrer por um aumento do depósito de 
gordura, principalmente nos adipócitos, ocasionando um processo 
inflamatório no organismo chamado de inflamação crônica subclínica. 
4949 49
Citocinas e proteínas de fase aguda são secretadas pelos adipócitos. IL-6, 
o TNF-α, a leptina e a adiponectina são exemplos de citocinas produzidas 
pelo tecido adiposo, promovendo alteração da ingestão alimentar e 
balanço energético, ativação do sistema imune, sensibilidade à insulina, 
angiogênese, elevação da pressão arterial, alterações no metabolismo 
lipídico e homeostase corporal, situações estas que estão fortemente 
correlacionadas com doenças cardiovasculares.
A Associação Brasileira de Sobrepeso e Obesidade (Abeso) recomenda 
em suas diretrizes o acompanhamento multiprofissional, com alterações 
do consumo alimentar para a redução do consumo energético e correção 
do desequilíbrio de vitaminas e minerais; modificações do estilo de vida 
com a prática regular de atividade física com a finalidade de aumentar 
o gasto energético; realização de terapia cognitiva-comportamental, 
além do tratamento farmacológico como adjuvante, sendo o tratamento 
individualizado e prescrito conforme as condições de vida de cada paciente.
2. Principais medicamentos no tratamento 
da obesidade
O tratamento farmacológico deverá ser iniciado quando o paciente não 
apresentar sucesso em atingir e manter a perda de peso, considera-se 
que a perda de peso é eficaz quando há redução igual ou superior a 1% 
do peso corporal inicial, chegando a até 5% do peso corporal, no período 
de três a seis meses.
Esse tratamento, quando indicado, pode resultar em efeitos benéficos 
sobre as demais doenças associadas, como diabetes mellitus tipo 2, 
hipertensão arterial e dislipidemia. Ou seja, se o paciente apresentar 
IMC maior ou igual a 30 kg/m2; se o IMC for maior ou igual a 25 ou 
27 kg/m2 na presença de comorbidades; e se a perda de peso sem o 
tratamento farmacológico for falho, a indicação de medicamentos e o 
acompanhamento pelo médico pode ser avaliado como uma forma de 
tratamento adjuvante ao tratamento nutricional, que deverá ser sempre 
o foco principal de intervenção para o emagrecimento.
5050 
Quadro 5 – Medicamentos utilizados no tratamento da obesidade
Medica- 
mento
Tipo de 
medicamento
Mecanismo 
de ação
Tempo 
de ação
Efeitos 
adversos
Cloridrato de 
sibutramina
Psicotrópico 
anorexígeno
Inibição da 
recaptação da 
noradrenalina, 
serotonina 
e dopamina
1h a 2h após 
o consumo, 
com pico de 
ação em 3h 
e duração 
de 14h a 16h
Constipação, taqui-
cardia, palpitações, 
aumento da pres-
são arterial, vaso-
dilatação, náuseas, 
cefaleia, ansiedade, 
sudorese e altera-
ções do paladar
Orlistate1 Psicotrópico anorexígeno
Inibidor de 
lipases gas-
trointestinais
24h a 48h 
após o consu-
mo (duração)
Perdas ou evacua-
ções oleosas, flatu-
lência, urgência para 
evacuar, aumento 
das evacuações, 
desconforto/dor ab-
dominal, gases, fezes 
líquidas, infecções 
do trato respiratório
Liraglutida Antidiabético Análogo de GLP-1 c
30 min. após 
a injeção, com 
pico de ação 
de 1h e dura-
ção de 24h.
Hipoglicemia, ano-
rexia, diminuição 
do apetite, desi-
dratação, cefaleia, 
frequência cardíaca 
aumentada, náu-
sea, diarreia, vômito 
dispepsia, dor ab-
dominal superior, 
constipação, gastrite, 
flatulência, disten-
são abdominal
Anfepramona Psicotrópico anorexígeno
Inibidor 
do apetite 
(atividade 
similar à 
anfetamina)
4h a 6h 
de duração
Insônia, dor de 
cabeça, vertigem, 
nervosismo, mani-
festações depres-
sivas, alteração do 
paladar, boca seca, 
náusea, vômito, diar-
reia ou constipação, 
taquicardia, impo-tência, interferência 
na libido, irregula-
ridade menstrual.
1 Apresenta redução da absorção de vitaminas lipossolúveis A, D, E, K.
5151 51
Femproporex Psicotrópico anorexígeno
Agente sim-
patomimético 
que causa 
depressão 
do apetite e 
diminuição 
da acuidade 
pelo sabor e 
odor (ativida-
de similar à 
anfetamina)
24h 
de duração
Vertigem, tremor, ir-
ritabilidade, reflexos 
hiperativos, fraque-
za, tensão, insônia, 
confusão, ansiedade 
e dor de cabeça. 
Calafrios, palidez 
ou rubor das faces, 
palpitação, arritmia 
cardíaca, dor angi-
nal, hipertensão ou 
hipotensão e colap-
so circulatório, boca 
seca, gosto metálico 
na boca, náusea, 
vômito, diarreia e 
cãibras abdominais, 
alteração da libido.
Fenterminas Psicotrópico anorexígeno
Libertação de 
catecolaminas 
no hipotála-
mo (ativida-
de similar à 
anfetamina)
24h
Alterações de humor 
ou problemas para 
dormir, dificuldades 
de concentração
Mazindol Psicotrópico anorexígeno
Estimulação 
hipotalâmica 
para diminuir 
o apetite (al-
terações no 
metabolismo 
da norepine-
frina e dopa-
mina; ativida-
de similar à 
anfetamina)
10h 
de duração
Boca seca, consti-
pação, nervosismo 
e insônia, palpita-
ções, taquicardia, 
hipertensão, sensi-
bilidade à insulina 
em pacientes com 
obesidade grave
Fluoxetina Antidepressivos
Inibidor se-
letivo da re-
captação da 
serotonina
6h a 8h 
de duração
Ansiedade, diarreia, 
sonolência, fraque-
za geral, dor de 
cabeça, hiperidrose 
(excesso de suor), 
insônia, náusea 
(enjoo), nervosismo
5252 
Sertralina Antidepressivos
Inibidores 
seletivos de 
recaptação de 
serotonina
4,5h a 8,5h 
(pico de 
concentra-
ção) e du-
ração de 26h
Náuseas, diarreia, 
indigestão, tontura, 
cefaleia, tremor, 
anorexia, insônia, 
sonolência, fadiga, 
sudorese, boca seca, 
disfunção sexual.
Bupropiona Antidepressivos
Inibidor sele-
tivo da recap-
tação da do-
pamina e em 
menor grau da 
noradrenalina 
e serotonina
3h (pico de 
concentração)
Insônia, cefaleia, 
boca seca, trans-
tornos gastroin-
testinais como 
náusea e vômito
Fonte: elaborado pela autora. 
A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) publicou no 
Diário Oficial da União, em fevereiro de 2019 (Resolução-RDC 
nº 265, de 8 de fevereiro de 2019), uma lista de princípios ativos 
categorizados como psicotrópicos anorexígenos que podem ser 
utilizados para o tratamento da obesidade. Os princípios ativos 
liberados pela Anvisa são: fumarato de aminorex, fendimetrazina, 
mefenorex, sibutramina, femproporex, mazindol e fenterminas. 
Esses compostos poderão ser comercializados somente com a 
apresentação de receita do tipo B2. 
Com base na tabela acima, o uso de medicamentos apresenta vários 
efeitos colaterais prejudiciais à saúde. Portanto, o acompanhamento 
com nutricionista a partir de reeducação alimentar, adequação 
calórica da dieta e mudança de padrão alimentar é a forma de 
tratamento mais recomendada para o emagrecimento saudável, 
sendo que o tratamento medicamentoso deve ser utilizado apenas 
em casos extremos em que foram feitas tentativas de tratamento 
nutricional sem sucesso.
5353 53
3. Conceituação e fisiopatologia do diabetes
A partir das alterações fisiopatológicas, o diabetes poderá ser 
classificado em diabetes mellitus do tipo 1 (DM1) e diabetes mellitus 
do tipo 2 (DM2). No DM1, o organismo produz anticorpos que 
agem sobre as células ß pancreáticas, causando a falência do órgão 
e ausência de produção de insulina. Já o DM2 possui alterações 
metabólicas que promovem a redução da secreção pancreática de 
insulina, a diminuição da ação da insulina, ou, ainda, a resistência a 
utilização de insulina por órgãos periféricos, provocando aumento 
da glicemia sanguínea, e um estresse tecidual oxidativo crônico.
As evidências científicas colhidas por meio de artigos publicados 
anualmente em diversas partes do mundo permitem que organizações 
internacionais e nacionais possam editar suas recomendações e 
diretrizes para o tratamento do diabetes. Os mais novos achados 
sugerem que o diabetes pode ser classificado em subgrupos e não 
somente em tipos. O grupo 1 é denominado diabetes autoimune 
grave (SAID = severe autoimmune diabetes), que apresenta o início em 
indivíduos mais jovens, apresentando deficiência na produção de 
insulina e falta de controle metabólico, correspondendo ao diabetes 
tipo 1. O grupo 2 é conhecido como diabetes insulinodeficiente grave 
(SIDD = severe insulin-deficient diabetes), sendo similar ao grupo 1, mas 
com maior incidência de retinopatia diabética, níveis mais elevados de 
hemoglobina glicosilada e a presença de anticorpos anti-insulina 
(e antidescarboxilase do ácido glutâmico).
5454 
Os grupos 3, 4 e 5 correspondem a alterações do diabetes do tipo 
2. O grupo 3 apresenta resistência insulínica, excesso de peso e 
maior incidência de doença renal, sendo denominado diabetes 
insulinorresistente grave (SIRD = severe-insulin resistant diabetes). 
Diabetes leve relacionado à obesidade (MOD = mild obesity-related 
diabetes) corresponde ao grupo 4, que apresenta obesidade, adultos 
jovens, mas não insulinorresistente. Por fim, o grupo 5 é composto 
por pacientes com idade mais elevada e a presença de alterações 
metabólicas discretas, sendo conhecido como diabetes leve relacionado 
à idade (MARD = mild age-related diabetes).
O algoritmo da Sociedade Brasileira de Diabetes (2019) para a 
conduta terapêutica do diabetes tipo 2 indica o acompanhamento 
dos níveis de hemoglobina glicosilada e glicemia, com alterações 
de medicamentos antidiabéticos e associações entre eles antes de 
chegar ao tratamento com insulina. A Figura 4 apresenta as etapas e 
a sugestão de medicamentos a serem consumidos de acordo com os 
parâmetros bioquímicos.
PARA SABER MAIS
O diabetes é classificado como diabetes mellitus do 
tipo 1, ou insulinodependente, e diabetes mellitus 
do tipo 2, relacionado aos transtornos de excesso de 
peso. Desde 2018, a Sociedade Brasileira de Diabetes 
considera cinco novos subtipos, relacionando-os com os 
seus desfechos esperados. 
5555 55
Figura 4 – Algoritmo para o tratamento do diabetes tipo 2, atualizado 
pela Sociedade Brasileira de Diabetes (2019)
Fonte: SOCIEDADE BRASILEIRA DE DIABETES, 2019. 40 p. 
5656 
4. Principais medicamentos no tratamento do 
diabetes e sua forma de ação
Os medicamentos utilizados para o controle glicêmico são chamados de 
agentes antidiabéticos, e possuem como objetivo a redução da glicemia, 
mantendo os níveis de glicose dentro de parâmetros normais (em jejum 
< 100 mg/dL e pós-prandial < 140 mg/dL). Os principais mecanismos 
de ação dos hipoglicemiantes podem ser divididos em quatro tipos, 
conforme as Diretrizes Brasileiras de Diabetes.
• Fármacos que aumentam a secreção de insulina 
(hipoglicemiantes);
• Fármacos que não a aumentam (anti-hiperglicemiantes);
• Fármacos que aumentam a secreção de insulina de maneira 
dependente da glicose, além de promover a supressão do glucagon;
• Fármacos que promovem glicosúria (sem relação com a secreção 
de insulina).
• O Quadro 6 apresenta os fármacos antidiabéticos e suas 
particularidades.
Quadro 6 – Antidiabéticos utilizados no controle da glicemia
Aumento da secreção de insulina
Medicamento Tipo de medicamento Desvantagens Contraindicações
Clorpropamida
Glibenclamida
Glipizida
Gliclazida
Glimepirida
Sulfonilureias (ação 
hipoglicemiante 
mais prolongada 
durante todo o dia)
Hipoglicemia e 
ganho ponderal 
(clorpropamida 
favorece o aumento 
de peso e não protege 
contra retinopatia)
Gravidez, 
insuficiência renal 
ou hepática
Repaglinida
Nateglinida
Metiglinidas (menor 
tempo de ação, cobrindo 
principalmente o 
período pós-prandial)
Hipoglicemia e ganho 
ponderal discreto Gravidez
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Agentes que não aumentam a secreção de insulina
Medicamento Tipo de medicamento Desvantagens Contraindicações
Acarbose
Inibidor da α-glicosi-
dase (redução da ve-
locidade de absorção 
intestinal de glicose)
Meteorismo, flatu-
lência e diarreia, 
redução discreta da 
hemoglobina

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