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Memorial realizado co atividade do Seminário 5 no polo de BRO Angelica Bravo 15112080325

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1 
 
 
UNIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO / CEDERJ / UAB 
Centro de Educação e Humanidades 
FACULDADE DE EDUCAÇÃO 
Curso de Licenciatura em Pedagogia, modalidade a distância. 
Coordenador: profº Dirceu Castilho. 
Tutoras presenciais: Geanny Leal e Isabella Araújo. 
Tutora à distância: Daniele Kazan e Andrea Queila Gomury 
 
Aluna: Angélica Velardo dos Santos Bravo Polo: Belford Roxo Data: 18 /03 /2017 
E-mail da aluna: angel_sbravo@hotmail.com 
 
Refletindo sobre os efeitos da educação em minha formação como pessoa. 
 
BRAVO, Angélica. Refletindo sobre os efeitos da educação em minha formação 
como pessoa. 2017. XXf. Memorial apresentado à Universidade do Estado do Rio de 
Janeiro como pré requisito do processo de avaliação na disciplina Seminário V, do 
curso de licenciatura em Pedagogia – EAD, da Faculdade de Educação da UERJ. Rio de 
Janeiro, 2017. 
 
 
No início do ano de 1975 fui matriculada em uma escola da cidade onde moro e lá 
comecei a entender educação, escola e vocação. Filha mais velha recebi de minha mãe 
que teve poucas oportunidades para estudar o incentivo necessário para minha formação, 
cartilhas, lápis, livros de fábulas e histórias diversa, de tamanhos e modelos diferentes, 
despertando em mim a paixão pelos livros e pela leitura. Na escola conheci minha 
primeira professora, Irmã Dorotéia, rosto e voz que até hoje trago marcado em minha 
memória, com ela adquiri novos aprendizados, descobri que não precisava acertar sempre, 
aprendi que brincando eu reforçava o aprendizado, que descansando renovava minhas 
energias, compartilhando aprendia a construir meus valores e contribuía para um mundo 
melhor. Minha sala do Jardim parecia um mundo de contos de fadas, tudo era para meu 
tamanho, cadeiras, prateleiras, livros, a casa de brincar, o quadro, tudo estava ao meu 
alcance. Ali descobri que queria ser professora e médica, parece engraçado, mas na 
verdade foram valores que aprendi com minha professora ela nos ensinava e cuidava de 
mailto:angel_sbravo@hotmail.com
2 
 
nós sempre. E aos 5 anos fiz minha escolha pelo cuidar e educar. Engraçado como sem 
perceber já me apropriava de um sentimento que na graduação vim a descobrir que estão 
caminhando juntos dentro do processo de formação do indivíduo. Nas memórias que 
guardei da minha professora do jardim de Infância, construí a educadora que desejava ser. 
Minha professora com ações mostrou que eu podia mais do que eu mesma acreditava 
poder, sabia mais do que percebia, que mesmo sendo criança eu podia ensinar, podia 
ajudar, me aventurar, respeitar. Um fato que muito me marcou e guardo com emoção até 
hoje foi o dia que aprendemos o número sete, não havia como conseguir fazer aquelas 
ondulações e escrever o sete. A cartilha havia me mostrado uma outra forma para o sete 
e minha mão parecia endurecida. Minha professora me acalmou com um sorriso e ali me 
mostrou que depois eu iria conseguir. Mudamos de atividade e fomos para pintura com 
uma técnica de giz de cera aquecido na vela (hoje se realizamos uma atividade assim em 
sala de aula acho que a direção ficará apavorada). Uma folha em branco na frente um giz 
de cera vermelho nas mãos segurando firme e minha professora com um pequeno prato 
com uma vela acesa em uma turma enorme indo de mesa em mesa, aquecíamos o giz e 
depois pingávamos na folha para depois desenhar as perninhas da joaninha. Angustiada 
com a lembrança do sete temi não conseguir e com um enorme sorriso minha professora 
me incentivou, “ Vamos você consegue! ” e depois “ Viu como você conseguiu! Está 
lindo! ” Depois fomos para um espaço que era usado por toda a turma com objetivos 
diferentes, casa de bonecas, caverna, esconderijo, etc. ao entrar na sala de brincar decidi 
que eu seria a professora, e logo minha professora sentou no tapete e incentivou a 
brincadeira e conduziu a brincadeira de forma que fui ensinar os números, e fomos juntos 
falando e eu escrevendo no quadro e sem perceber repeti várias vezes os números ate o 
sete, ao fim da brincadeira antes de levantar minha professora chamou minha atenção 
para algo que eu não havia percebido, eu havia conseguido fazer o sete de forma correta 
e me parabenizou, todos os colegas me abraçaram e esse fato me emociona até hoje. Esse 
é o tipo de educadora que quero ser, a educadora que marca, que estimula o aluno a ir 
além do que acredita ser capaz, que diz para o aluno, para o colega você pode e vai 
conseguir. Minha professora do jardim me marcou de forma positiva pois ela acreditava 
em mim. Eu não sabia ler ainda, mas ela disse que eu iria narrar a apresentação de natal 
da turma para toda a escola e pais. Ela treinou todos os dias comigo e eu consegui. Quando 
percebo educadores reclamando da profissão, falando palavras pesadas para os alunos, 
levando os alunos a desacreditar em si, isso me fere profundamente, quando leio sobre 
educadores que rasgaram o diploma e não querem saber da educação fico chocada. Eu 
3 
 
nem sabia, mas hoje na graduação de Pedagogia consigo perceber que foi ali que começou 
minha paixão pela formação da criança, pela educação. 
Ao longo de minha caminhada encontrei professores que me marcaram de forma positiva 
e negativa, professores que como Piaget acreditaram que a criança aprende a seu tempo 
sem ultrapassar as fases de seu desenvolvimento, que precisam estabelecer uma relação 
afetiva com seus alunos e desta forma romper com os pre conceitos em relação as 
disciplinas e ajudam o aluno a caminhar. Professores que assim como Henry Wallon, não 
faziam separação entre o aspecto cognitivo e afetivo. Que dedicaram tempo para 
estabelecer empatia com a turma. Encontrei professores que me estimulavam a 
estabelecer relações de amor, afeto e acolhimento e assim desenvolver minha capacidade 
de socialização como mencionou Saltini (2002) em seus estudos. Segui meus estudos 
caminhando em busca da Medicina, mas em determinado momento me percebo mais 
próxima da educação do que da medicina, me percebo incapaz de infringir dor para curar, 
não me via capaz de espetar, cortar, para tratar. Neste momento percebo que estabelecer 
vínculos, ouvir, estender a mão estava mais perto das minhas memórias agradáveis então 
percebo que através da Psicologia seria capaz de ajudar educadores a descobrir formas 
prazerosas de ensinar e ajudar. Como fui da Medicina para Psicologia? Em determinado 
momento de minha vida, passamos por terapia familiar, terapia individual e até de grupo, 
e isso me fez conhecer o trabalho dos psicólogos. Comecei a graduação de Psicologia e 
quando ia começar o sétimo período tranquei pois naquele momento minha prioridade era 
ser mãe de dois meninos, que depois das bonecas e dos alunos imaginários sentados na 
escada da minha casa com cadernos feitos com folha de papel pardo recortados como 
cadernos e caprichosamente enfeitados e corrigidos como os das minhas professoras, ali 
no lúdico eu ensinava aprendendo e aprendia ensinando, exercitava meu imaginário e 
minha criatividade. Comecei em uma pequena lousa e depois conquistei uma grande que 
tenho orgulho de lembrar que comprei guardando todas as moedas que ganhava. Fui 
comprar junto a uma amiga que hoje também é educadora e não pensei em como 
transportar, o quadro não cabia no ônibus, ao parar na calçada da loja pensando como 
faríamos para vir para casa com nossa conquista fomos surpreendidas por meu pai com o 
carro parado nos esperando. Que dia feliz! Lousa, apagador e giz branco e colorido e a 
partir daí “meus alunos” tiveram aulas mais estimulantes. Na brincadeira reproduzia 
minhas alegrias e frustrações oriundas da escola, era a aluna do professor frio e era o 
espelho de meus influenciadores. Ao longo dos anos meus filhos foram meus alunos, eu 
4 
 
estimulei meus filhos desde o ventre assim como aprendi com Freud, quando ele diz que 
a criança já percebe, sente e estabelece vínculo afetivo com a mãe mesmo estando noventre. Comprava livros, conversava, acariciava, e ali preparava meu filho para o mundo. 
Despois do nascimento iniciei minha pratica educativa a partir do meu aprendizado na 
faculdade de Psicologia, ali busquei ser uma mãe estimuladora e fornecer o máximo de 
estímulos, tirei o eletrônico e fomos para criatividade, nada de brinquedos que brincam 
sozinho, vamos para o papel, lápis, tesoura, música. Experimentando texturas 
desenvolvendo a percepção tátil, auditiva e visual. Em casa testava o que acreditava fosse 
importante para formação da parte cognitiva e para o desenvolvimento psicomotor deles. 
Aquilo que as crianças são privadas no ambiente de aprendizagem, seja eu na escola ou 
em casa procurei proporcionar aos meus primeiros alunos e ali fui aprimorando meus 
conhecimentos e cada dia mais me envolvia com a educação. Uma vez na escola me fiz 
presente em cada etapa, participando, falando e principalmente ouvindo as experiencias 
vividas por meus filhos. Tesoura, papel, cola, lápis diverso estavam sempre ao alcance 
dos meus filhos, na escola a única mãe que não reclamava de roupa suja, corte de tesoura 
na blusa era eu. Mais uma professora brilhante cruzou meu caminho quando meu filho 
entrou para classe do maternal. Ela levava todo o aprendizado para o concreto, vamos 
falar de peixe então vamos tocar um peixe e ver como ele é vivo ou morto e por ai seguia 
a formação dos meus filhos e em segundo plano eu aprimorava meus conhecimentos. 
Nunca perdi o sonho de voltar a minha graduação, mas também achava um sonho tão 
distante.... Segui minha caminhada e pude exercer o papel de educadora em espaços não 
formais, fui educadora em espaços sociais, e isso era muito gratificante, mas ainda faltava 
algo. A cada ano buscava aprimorar meus conhecimentos para acompanhar meus filhos 
e os colegas deles, procurava mostrar que nada é impossível, não existe aquilo que eu não 
consigo e como Vygotsky incentivava a tentar. Assim como alguns educadores meus 
caminharam pela ZDP e me ensinaram que existia o que eu já me apropriei, o que preciso 
de ajuda para realizar e aquilo que ainda vou me apropriar, lembra do número sete lá no 
Jardim de infância? E desta forma eu trabalhava com meus filhos e seus colegas até que 
consegui trabalho na escola onde meus filhos estudavam, no horário de aula deles. Com 
isso minha busca por conhecimento aumento, precisava ser a melhor professora por meus 
alunos, a minha sede de aprender me acompanha até hoje. Não consigo parar diante do 
novo, eu me movo na busca do saber. Diante de um aluno com dificuldade eu preciso me 
desconstruir e reconstruir tudo para conseguir alcançar meu aluno. Minha vivencia com 
o meu imaginário com o lúdico me leva a conduzir meus alunos nessa descoberta, gosto 
5 
 
de estimular essas descobertas. Segui minha capacitação fazendo diversos cursos para 
suprir e conhecer formas de ensinar, maneiras para estimular, e trouxe comigo as 
experiências e formações da educação em espaço social. Ali encontrei alunos de diversas 
faixas etárias, de famílias das mais diversas classes sociais, culturas, valores e religiões. 
Precisei aprender a ensinar através de meus atos e entendi na pratica uma frase que um 
senhor bem idoso vizinho da casa de meus pais me disse um dia na rua: “ Quem tu és fala 
tão alto, que ninguém pode ouvir o que dizes! ” Precisava através de minhas ações ensinar 
meus alunos, meus atos precisavam refletir claramente minha fala. Meus alunos 
precisavam ver em mim um exemplo, um reforço positivo, alguém que fosse realmente 
afetar de forma positiva suas vidas. Me coloquei na posição do professor que escuta, o 
professor que o aluno não teme, gosta respeita, pois sabia que o medo é algo que podemos 
vencer, já o respeito estreita as relações. Trabalhei com muitos dos meus alunos do 
Maternal ao 9º ano, e assim pude acompanhar de perto o desenvolvimento de cada um e 
também ser marcada por muitos deles. Sabia que não podia demonstrar nenhum tipo de 
preferência, mas parecia assustador como alguns não saiam dos meus pensamentos e me 
moviam da busca de maneiras que me permitisse ajudar o aluno. Minha formação não é 
de curso “Normal” (Formação de professores), minha formação era o antigo “Cientifico”, 
afinal meu objetivo na graduação era Medicina e minha mãe dizia respaldada pelo 
conselho e orientação de muitos educadores, que com o Normal eu nunca iria passar no 
Vestibular para Medicina, fiz a escolha de cursar o 2º grau em um colégio em Nova 
Iguaçu, fiz a prova e conquistei a vaga. Ali novas experiencias surgiram com novos 
professores, novos incentivadores. Perdi o medo de algumas matérias pois criei laços de 
empatia com os professores e por isso consegui aprender de forma significativa os 
conteúdos e a desenvolver minha capacidade reflexiva. Aprendi anteriormente no 
Fundamental II que história não é “receita de bolo”, ela é reflexão a partir de dados que 
servem como ponto de partida para meus pensamentos, e ali melhorei meus rendimentos 
em história e tinha prazer em visitar “sebo” em busca que livros específicos para 
aprimorar meus conhecimentos, na nova escola encontrei um professor de história que 
seguia uma pratica semelhante e com isso segui apaixonada pela disciplina, encontrei um 
professor com andar largado , braços flexíveis que pareciam de borracha e andava 
gingando e ajeitava os óculos enquanto falava, e ali perdi o pavor pela física, venci ali 
mais um bloqueio e ali passei a ser apoio para meus colegas de classe, um professor de 
química que me cativou quando nas primeiras aulas nos levou para o laboratório de 
química com roupão óculos, e ali nos ensinou a fazer amaciante de roupa. E depois em 
6 
 
sala fomos montar as estruturas químicas e descobrir porque as coisas aconteceram 
daquela maneira, quais as reações, etc. Aprendi e busquei aprender e praticar não porque 
eu era apaixonada por essas disciplinas, mas porque os professores me cativaram e tirar 
uma boa nota e ter um bom desenvolvimento na matéria era a forma que eu tinha de 
agradecer a dedicação e paciência deles. Não aprendia e nem me esforçava para passar de 
série, mas porque queria mostrar aos meus professores que eu estava valorizando o 
esforço deles e o quanto o que eles faziam era importante. Meu professor de Língua 
Portuguesa e Literatura tirou de mim o medo de mostrar minha produção para os outros 
e a buscar aprimorar meus conhecimentos da língua portuguesa e descobrir onde estava, 
minhas dúvidas e superar um por uma. Ali produzi um texto que meu professor levou e 
publicou no jornal do bairro da escola, nossa aquilo me moveu a melhor meus 
conhecimentos, batalha que continuo travando até hoje, preciso a cada dia melhorar 
minha ortografia e agora aprender ainda mais pois minha produção precisa ter 
características de texto acadêmico. Nesta escola minha vida voltou a se cruzar com minha 
amiga da história da compra da lousa, ela na Formação de Professores eu no cientifico 
com especialização em técnico de Laboratório. Fui chamada pela coordenadora do Curso 
de Formação de Professores, e ela conversou comigo e perguntou se eu estava certa de 
minha vocação, e eu ainda dividida disse que seguiria no cientifico pois precisava passar 
para medicina, fui aconselhada a fazer um preparatório, paralelo ao curso de formação de 
professores. Mas fiquei firme. Questionei o porquê da entrevista e ela me respondeu que 
observava que eu participava de todas as atividades extraclasse do curso normal e com 
rendimento melhor que algumas alunas do curso. Que me observava orientando as alunas 
do curso na ornamentação de atividades do curso, e deixei claro que era apenas minha 
paixão pelas artes, que também era fruto de uma professora de artes marcante que tive na 
infância, não importava o que fizéssemos ela elogiava e amava. Ali ainda dividida optei 
por continuar no curso cientifico. Algumas adversidades e mudanças na minha caminhada 
me levarama outra escola e a novos professores e continuaram a construção do tipo de 
professor que eu quero ser, descobri que quem faz a matéria somos nós alunos e 
professores, não existe disciplina difícil, existe o professor que eu não consegui por algum 
motivo criar vínculo afetivo, empatia, existe o professor me amedronta e o que faz ficar 
confiante e não ter medo de errar. Essa era a professora que queria ser para meus filhos, 
e para meus alunos no trabalho, acho que estou conseguindo. Mostro sempre para meus 
alunos que não existe eu não consigo, existe aquilo que ainda não consegui me apropriar 
do significado e por isso preciso de ajuda, e depois vou me apropriar e vou conquistar o 
7 
 
conhecimento. Estou aberta a questões mesmo que não seja da minha disciplina. Meus 
alunos sentem-se à vontade para desabafar e falar sobre tudo e sobre qualquer professor 
comigo. Em alguns momentos paro a aula para ouvir e ajudar colegas de outras 
disciplinas, mostrando que eu não sei ou não lembro, mas que podemos buscar essa 
informação em diversas fontes e até perguntar ao professor da matéria. Que não é 
vergonha perguntar, que muitas vezes tememos um monstro construído em nossa mente. 
Vou para aula com eles peço autorização e me coloco na posição de não saber, e pergunto, 
peço ajuda e ali os alunos percebem que eles também podem. Ensino que posso ser 
“ignorante (no sentido de ignorar algo) por um tento, mas não devo permanecer na 
ignorância para sempre, preciso ter a coragem de perguntar aquilo que não sei e esgotar 
minha dúvida e assim deixar de lado aquilo que eu ignorava e agora já entendo! ” Quando 
um aluno me diz que a aula é chata, que o professor é chato, desafio a turma a me tirar da 
zona de conforto. E sempre mostro que não vou procurar algo mais se a turma não sugar 
o que sei, que o que me motiva a buscar algo mais é a cede pelo saber que eles me 
apresentam. Já sei a matéria, tenho um currículo básico determinado pela LDB (mostro 
para ele o que é a LDB e sua função) se eu der o que está ali estou cumprindo as leis 
propostas para educação, mas mostro que o aluno que se destaca é o que vai além, e que 
o professor só poderá ir além se o aluno lutar por isso aprendendo o que obrigatório e 
movendo o professor em direção aos desafios. Parece que estou perdida em meus 
raciocínios em minhas memórias, mas na verdade uma fala move a outra. Dentro da 
educação me sentia insegura por lutar pelas coisas que eu acredito e por tudo que busquei 
aprender nos cursos que venho fazendo, aprendendo através das minhas pesquisa e 
leituras. Nunca consegui aceitar que o aluno tem que aprender da forma que eu estou 
ensinando, e se não aprende é porque não quer, ou não está se esforçando, ou está de 
pouco caso. Não aceitava isso com meus filhos, ia buscar outras formas de ensinar, para 
ajudar meus filhos e era persistente e ensinava e ensino até hoje, e eles estão na graduação. 
Desta forma não conseguia aceitar que o professor não buscasse ajudar o aluno a construir 
seu conhecimento, mas quando falava e era retrucada me sentia sem respaldo para o 
debate, afinal eu não fiz normal, não sou pedagoga e nem finalizei minha faculdade de 
Psicologia, mas no meu intimo eu sabia que eram consistentes minhas observações, na 
faculdade de Psicologia as áreas que mais me atraiam era a do desenvolvimento infantil 
e da aprendizagem, e desta forma buscava me aprofundar e buscar mais literaturas 
voltadas para o assunto e tinha como meta trabalhar ajudando crianças com necessidades 
especiais, sejam essas necessidades desenvolvidas por síndromes ou por dificuldades 
8 
 
diversas. Me sentia frustrada quando levava alguma nova proposta de trabalhos para 
escola e era rebatida com ar de deboche. Quando realizava alguma atividade e era vista 
como alguém que queria aparecer, isso me feria, pois, meu alvo eram meus alunos. 
Quantas vezes me emocionei diante de pequenas conquistas de meus alunos, quantas 
vezes chorei por não encontrar o caminho para comunicação com outros, quantas vezes 
me frustrei quando via minhas conquistas serem destruídas por meus colegas de trabalho, 
com atitudes duras e ríspidas, com palavras que desestimulavam meus alunos. Pensava 
até quando seria uma voz silenciada pelo diploma de meus colegas, sonhava com a 
possibilidade de retomar minha graduação em psicologia, mas financeiramente meu 
sonho parecia, mas um pesadelo. Continuava meu trabalho como educadora na escola e 
com meus filhos. No final do Fundamental II de meus filhos, começava a ser traçado 
minha chegada na Pedagogia. Vamos a inscrição dos filhos na prova do ENEM, e eles 
revoltados por ter que fazer e eu orientando filhos e alunos sobre o valor dessa tentativa, 
meus filhos eu custei e obriguei, os alunos eu lamentei por não terem pais que motivassem 
os filhos a fazer a prova. No segundo ano em que inscrevi meus filhos fui questionada 
por eles, e ele falaram que eu só fazia isso porque não era eu que teria que ir fazer a prova, 
então olhando minha rede social vi que a inscrição do vestibular do CEDERJ estava aberta 
e brincando falei vou me inscrever, e fazer sei que não vou passar mas vou fazer por 
experiencia. Fui fiz a prova, não me preocupei com o resultado não estudava aquelas 
disciplinas a mais de vinte anos, mas para minha surpresa e emoção eu fui aprovada e em 
uma excelente colocação. Passei para Pedagogia! Por que eu escolhi Pedagogia? Porquê 
das opções do CEDERJ a que mais se aproximava da Psicologia e atendia a minha 
necessidade de respaldo para meu trabalho era a Pedagogia. Minha inscrição na graduação 
foi outro divisor de águas na minha vida, um quando eu tranquei a graduação de 
Psicologia e agora retorno a graduação agora para cursar pedagogia e encontrar base 
teoria para meu trabalho como educadora. Na graduação de Pedagogia conheci novos 
modelos de educadores, diferentes até de alguns de minha primeira graduação, minha 
coordenadora do curso de pedagogia começou a despertar em mim um novo olhar, eu que 
achava que já tinha um olhar diferenciado percebi que esse olhar deveria ser ainda mais 
amplo, mais coisas poderia e precisavam ser vistas para que a educação se desse de forma 
clara e eficaz. Depois da aula inaugural mais ansiosa ainda estava por aprender mais e 
mais. E ali surgiram no meus caminhos novos modelos de educadores. Modelos que 
estavam me transformando, que estavam desmistificando disciplinas, que me levaram a 
pensar em novas formas de aprender e de ensinar. Que me moveram em uma reflexão 
9 
 
sobre o porquê de alguns alunos conseguirem e outros não e reforçaram em mim a tese 
de que sem relação afetiva entre docente e discente existe um grande abismo no processo 
de ensino aprendizagem. A paixão de meus tutores me mostraram que eu não sou louca 
por ser apaixonada por meu trabalho, por ser apaixonada por meus alunos, por ser 
apaixonada pela busca de conhecimento e pela busca da melhor forma de ensinar meus 
alunos. Ao observar meus tutores presenciais durante as tutorias estabelecendo um debate 
sobre as questões por nós levantadas e percebendo a paixão com que realizam seu trabalho 
a cada dia me movia e dar o melhor de mim. Nunca me cansava de ir além, de levar novas 
questões que eram abraçadas por todo o grupo. A maneira com nossos tutores nos 
conduzia no processo reflexivo, nos levavam a pensar e formar um opinião pessoal 
respaldada em teóricos e estudiosos, me fez perceber que meu trabalho não era insano, 
que de certa forma estava abrindo um caminho com meus alunos que fugia do tradicional 
e caminhava para a prática construtivista, caminhava para a pedagogia da afetividade 
como aparece em muitos estudos de Wallon, tutores que me levaram a perceber que vale 
muito lutar pela educação, vale acreditar na capacidade do aluno, que preciso respeitar e 
entender a subjetividade do indivíduo. Que não posso olhar para uma turma como se todos 
fossem iguais e pior qeu não possotrabalhar da mesma maneira com uma outra turma do 
mesmo ano no ano seguinte como trabalhei com a anterior só porque o conteúdo é o 
mesmo. O conteúdo obrigatório pode até ser o mesmo, mas as experiencias individuais 
são outras, a história dos alunos são outras. A cada período do curso encontrava os 
respaldos teóricos que necessitava para qualificar minha prática. Mesmo ali encontrei 
com antigos demores de minha infância, ao olhar o quadro de disciplinas descobri que eu 
e a matemática voltaríamos a nos encontrar, e temi, não sabia o que surgiria no meu 
percurso dentro destas disciplinas. Na língua portuguesa minha tutora conduziu nossa 
construção do conhecimento de uma forma tão suave e carinhosa, com paixão e 
serenidade que levei misso para meu trabalho e quando meu aluno vinha até mim reclamar 
da disciplina eu estava tão apaixonada que levava meus alunos a perceber a beleza da 
disciplina. Consegui que uma jovem que tinha pavor de Língua Portuguesa fosse da média 
do fracasso no primeiro bimestre a aprovação com mérito. Meus colegas perceberam uma 
mudança na minha fala, na maneira de me expressar ante as dificuldades, ante aos alunos 
visto como problema, tudo isso era reflexo de minha graduação e eu só estava no primeiro 
período! Segui formando novos valores, aprimorando outros, descobrindo aptidões que 
desconhecia e entendendo porque alguns alunos me despertavam mais atenção dentro de 
um grupo, Percebi que as necessidades especiais nos mais variados níveis me movem na 
10 
 
busca de ajudar o aluno a conquistar, a saber que ele pode vencer os obstáculos e assim 
mobilizar todo o grupo nessa conquista. A matemática cruzou meu caminho mais uma 
vez, e mais uma vez um tutor fantástico desmistificou a disciplina e consegui com isso 
ajudar uma aluna que verbalizava sua incapacidade de ser aprovada em |Matemática, que 
conquista! Hoje estou focada na alfabetização matemática, se eu venci outros também 
podem vencer esse bloqueio. A Pedagogia transformou minha vida e meu desejo é que eu 
enquanto educadora seja agente de transformação para muitos e posso afetar de forma 
positiva meus alunos. Quero ser a professora que eles acreditam e confiam, quero ser a 
colega de trabalho que motiva e estimula, quero ser a líder que pode mover sua equipe 
rumo a vitória e a sucesso. Quero viver a pedagogia de forma plena na vida profissional 
e pessoal.

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