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Pneumonia Bacteriana

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UCT XIV – SP1 | Gabriella Abdallah 
 
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Paciente masculino, 48 anos, etilista, apresentando 
febre com calafrios e tosse produtiva há 3 dias, 
diminuição do apetite e dor para respirar (SIC). 
Procurou atendimento médico hoje. Ao exame: Regular 
estado geral, corado, hidratado, taquipneico, anictérico, 
confuso, febril no momento (39.2º). Aparelho cardíaco: 
Bulhas rítmicas normofonéticas em dois tempos sem 
sopro. Aparelho pulmonar: Murmúrio vesicular 
presente, com estertor em base direita. Aparelho 
abdominal: sem alterações. Membros: simétricos, sem 
edema. Pressão Arterial: 100/80mmHg, Frequência 
cardíaca: 130, Frequência respiratória: 35, Saturando: 
88% ar ambiente. 
 
 
DISCUSSÃO DO CASO: 
-Etilista chama atenção pois o paciente tem risco de 
broncoaspira muito maior; 
-Quando se pensa em algo aspirativo devemos “matar” 
bactéria anaeróbicas pois se trata da via respiratórias 
estando essas bactérias na nasofaringe e orofaringe. 
Assim evitando pneumonia anaeróbica; 
-↑FR e FC, com estertor em base, além da hipótese 
diagnostica de pneumonia deve pensar que pode 
evoluir para choque. O primeiro sinal de alteração 
que se tem no paciente que pode evoluir para 
choque é a frequência cardíaca; 
-Avaliar padrão ventilatório contando a frequência 
respiratória; 
-Observar se o paciente possui retração bifurca e 
retração de intercostais. Caso possua pode ser 
necessário realizar IOT para manter via aérea; 
-Saturação em 88% não é indicativo de IOT, talvez 
ofertando oxigênio em máscara já melhora a saturação. 
Deve-se levar em conta a situação de esforço, retração 
de arcos costais e saturação para IOT; 
-RX com presença de consolidação em ápice do 
pulmão direito. Junto com a clinica se dá ideia de 
pneumonia; 
-Hemograma induz a pensar que é uma infecção 
bacteriana devido a neutrofilia e ausência de 
linfocitose, presença de bastonete (células jovens 
liberada pela medula óssea na tentativa de conter 
processo infeccioso) e leucocitose com desvio a 
esquerda. 
 Nota: quando se trata de quadro viral no 
hemograma se tem aumento de linfócitos. 
 
UCT XIV – SP1 | Gabriella Abdallah 
 
HD: pneumonia bacteriana, provavelmente adquirida 
na comunidade e aspirativa pelo fator de risco etilismo 
(outro exemplo de fator de risco é idoso acamado). 
 
Que mais causam pneumonia na comunidade são 
1º Streptococus Pneumoni; 
2º Mycomplasma; 
3º Vírus; 
4º Clamídia; 
Alguns agentes etiológicos possuem quadros típicos e 
atípicos. 
 é bicho que faz pneumonia com quadro clínico 
típico (tosse produtiva, febre, dor pleurítica), tem 
capacidade de se corar pela coloração de gram 
independente de ser positivo (cora de roxo) ou negativo 
(cora de rosa) e responde muito bem ao tratamento 
contra β-lactâmicos (Ex: cefolosporina e penicilina). 
 possui quadro clinico atípico de pneumonia 
(“febrinha”, tem tosse, mas não é produtiva é seca, é 
um quadro de pneumonia mais branda/mascarada) e 
não cora bem pela coloração de gram e não 
respondem ao tratamento contra β-lactâmicos. O 
tratamento é feito com macrolídeo (Ex: azitromicina) 
Exemplo de agente etiológico Mycomplasma. 
 presença de bactéria nos espaços 
alveolares, inicia quadro de reação inflamatória que 
essa libera substancias vaso dilatadora, quimiotática 
que faz com aumente neutrófilo no local e se tem a 
infecção. 
Possui quatro mecanismos fisiopatológico em que o 
paciente pode desenvolver pneumonia da comunidade, 
sendo: 
1. Microaspiração – colonização na nasofaringe e 
orofaringe; 
2. Inalação por gotículas; 
3. Hematogênica – a mais clássica é por 
endocardite por exemplo de válvula direita; 
4. Extensão direta – foco torácico ou foco pleural; 
Típico; 
Diplococo gram positivo; 
Bicho mais comum na comunidade; 
Pode causar qualquer alteração na radiografia 
do paciente, como derrame pleural e abscesso; 
Pode causar pneumonia pseudo tumoral, que é 
como se fosse uma pneumonia redonda; 
Trata-se com β-lactâmico; 
Atípico, não tem parede celular 
consequentemente não cora bem com a 
coloração de gram; 
Causa síndrome gripal - Paciente que fazem 
síndrome gripal faz vesículas na membrana 
timpânica, quando se tem meningite bolhosa; 
Trata com macrolídeo; 
Típico; 
Gram negativo; 
Mais comum no DPOC; 
Pneumococo é mais importante na pneumonia da 
comunidade, porém exceto no paciente com DPOC, 
ou seja, quando paciente possui DPOC o H. 
Influenza ultrapassa o Pneumococo. 
Trata-se com β-lactâmico; 
NOTA: H. Influenza é uma bactéria e é diferente de 
vírus influenza é gripe. 
UCT XIV – SP1 | Gabriella Abdallah 
 
 
Típico; 
Bacilo gram negativo; 
Provoca pneumonia com quadro grave 
principalmente em etilistas e diabéticos, pode 
causar pneumonia do lobo pesado; 
Quando se analisa o escarro que comprove que é 
gram negativo, o principal agente não é o 
Pneumococo e sim Klebsiella; 
Tratamento hospitalar; 
Atípico; 
Gram negativo; 
Causa pneumonia grave, digamos que é um 
quadro típico, mas é de um bicho atípico; 
Apresenta sinal de FAGET é quando se tem 
febre, sem elevação da FC e com muita 
manifestação gastrointestinal, podendo cursar 
com diarreia, dor abdominal; 
Trata com macrolídeos; 
Bichos mais graves da comunidade, que possui alguns 
fatores que risco, que aumenta a chance de ser esse 
agente etiológico. Esses bichos são um pouco mais 
comuns em hospital, mas não deixa de aparecer na 
comunidade. 
Típico; 
Gram +; 
Causa pneumonia grave – é a pneumonia 
mais grave da comunidade; 
Acomete faixa etária mais jovens, como 
neonatos e lactantes; 
Está relacionado com a pós influenza, que a 
pneumonia que se o agente etiológico é a 
influenza viral; 
Deve associar aos usuários de drogas E.V; 
 
 
Pode causar qualquer alteração radiológica formando 
pneumatoceles (complicação frequente em 
pneumonia) e que essa pode acabar rompendo e 
formar piopneumotorax, pode ocorrer também 
derrame pleural e pneumonia necrosante (é formada 
pelo acumulo de liquido na “bola” de ar, liquido <2cm é 
pneumonia necrosante se, for maior que 2cm diz mais 
a favor de abcesso). 
Típico; 
Bacilo gram negativo; 
Normalmente é quadro grave; 
Geralmente acomete paciente que já tem uma 
doença pulmonar estrutural, por exemplo, 
fibrose cística, bronquiectasia; 
Acomete paciente que possuem neutropenia 
ou que usa corticoide, são pacientes que 
possuem um fator de risco a mais para 
infecção por Pseudomonas e para 
Staphylococcus pois são pacientes mais 
imunodeprimidos; 
Na maioria das vezes, se inicia o tratamento empírico 
em cima das particularidades ditas (atípico, típico e 
outras características) que irá guiar a possível agente 
etiológico e terapêutica inicial. 
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Deve procurar o agente etiológico quando tiver a frente 
de uma situação em que está tratando o paciente e 
esse não está respondendo a terapia inicial, ou seja, 
não está respondendo ao tratamento empírico. 
Também deve se procurar em pacientes com quadro 
grave de pneumonia e em pacientes que estão 
internados em UTI. 
A procura do agente etiológico pode ser por: 
o Exame de escarro – se tem a cultura direta; 
o Hemocultura; 
o Antígenos urinários (rara utilização); 
Porém de forma geral, a escolha do tratamento é feita 
pela característica clinica do paciente, entrando com 
tratamento empírico, mas se o paciente estiver com 
refratariedades da terapia inicial deve rever o 
tratamento e aí solicitando exames e busca. 
 processo infeccioso agudo do 
parênquima pulmonar e é divide em processo típico e 
atípico. 
o Clinico + Imagem (RX). 
Paciente com histórico clássico, com crepitação, dor 
pleurítica e ausculta positiva, não é necessário solicitar 
o RX para iniciaro tratamento no paciente. 
O RX é bom para se descartar alguma complicação 
que pode ter como por exemplo, derrame pleural, 
pneumonia com quadro de abcesso. 
o Presença de alvéolos infiltrados todo 
preenchido por um material homogêneo, 
preenchimento exsudativo dos alvéolos. 
 
 
 
 
 
 
Utilizar o score CURB - 65 para avaliar o paciente, e a 
partir deste se tem uma ideia de como iniciar o 
tratamento, se será em casa ou hospitalar. 
C: confusão mental; 
U: ureia, ≥ 50; 
R: frequência respiratória ≥ 30; 
B: PA Sistólica < 90 e PA Diastólicas ≤ 60; 
I: Idade ≥ 65 anos; 
No curb-65 irá pontuar, sendo: 
Se não pontuar ou apresentar 1 ponto: 
tratamento ambulatorial; 
2 pontos ou mais: necessário internação; 
3 pontos ou mais: TEM que internar; 
Qual é o provável bicho? 
Qual é a clínica? 
Hipótese diagnostica? 
Tratar o paciente no hospital ou ambulatório? 
 
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O curb-65 não é uma regra fundamental que tem que 
ser seguida, se tem exceções, por exemplo, paciente 
possui 1 ponto no curb-65 mas está tem vários 
episódios de vomito, ou não tem condição de comprar 
a medicação para tratamento ou orienta o paciente 
como será o tratamento e esse não consegue 
compreender. Além do curb-65 deve ter julgamento 
clinico. 
O PACIENTE INTERNADO COMO AVALIAR ONDE 
INTERNAR? 
 
o 4 ou 5 pontos de curb-65 é preciso internar na 
UTI; 
o Ou Critérios da Sociedade Americana das 
Doenças Infeciosas que utiliza critérios maior e 
critérios menores, precisando de pelo menos 1 
dos dois critérios maiores; 
Critérios Maior: necessitando de ventilação mecânica 
ou choque séptico; 
Critérios Menores: temperatura baixa ≤ 36º C, ou 
paciente com troca gasosa prejudicada ou paciente 
com leucócitos de 4 mil ou paciente com contagem de 
plaquetas baixas; 
 
1. Hígido (ambulatorial) → β-lactâmico 
(amoxicilina, que pode ou não estar associada 
ao clavulanato) quando típico ou macrolídeo 
(azitromocina por 3 dias (porem na pratica 
utiliza por 5 dias) ou claritromicina por 5 dias) 
quando atípico ou doxiciclina é pela Sociedade 
Americana; 
2. Comorbidades/ uso de antibiótico prévio/ 
pneumonia mais grave → nesse caso não 
pode errar na escolha pois já é um paciente 
mais grave, então associa β-lactâmico + 
macrolídeo; 
3. Alergia β-lactâmico ou macrolídeo → utiliza 
quinolona respiratória (levofloxacino ou 
moxifloxacino); 
NOTA: é um excelente medicamento para tratar 
pneumonia mas com sua grande utilização notou-
se que idosos estavam evoluindo com problemas, 
como quadro de tendinite, rompimento de tendão, 
neuropatia. 
4. Paciente necessitando de internação em 
enfermaria ou UTI → nesse caso também 
não pode errar na escolha pois já é um 
paciente mais grave, então associa β-lactâmico 
+ macrolídeo – utiliza ampicilina com 
sulbactam ou cefalosporina de 3ª geração 
associada aos macrolídeo; 
 
Tratamento hospitalar pelo paciente ser etilista, estar 
com confusão mental, frequência respiratória e curb-65 
2 pontos que deve considerar julgamento clinico. 
Pelo fato de ser etilista se indica que o paciente não irá 
tomar a medicação nos horários corretos e irá associar 
com a bebida alcoólica. 
Exame para pesquisa: cultura de escarro ou 
hemocultura. 
Tratamento: β-lactâmico + macrolídeo pois será 
tratamento internado. 
 
o Dentes em mau estado; 
o Macroaspiração 
Etilista; 
Diminuição do nível de consciência; 
Dificuldade de deglutição; 
 
 
 
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