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CENTRO UNIVERSITÁRIO INTEGRADO CEI - Centro Educacional Integrado Ltda DIAGNÓSTICO CLÍNICO E LABORATORIAL DE DOENÇAS CRÔNICAS NÃO TRANSMISSÍVEIS Professor: Mariana Felgueira Pavanelli Aluna: Elisangela Ferronato Resolução de Casos Clínicos: Carboidratos, Proteínas e Lipídios. 1- Analise a imagem abaixo e discorra um texto com suas palavras explicando todo o processo de DIGESTÃO, ABSORÇÃO e TRANSPORTE dos lipídios. Lembre-se de enfatizar o papel das lipoproteínas nesse transporte. https://grupointegrado.instructure.com/courses/1997/users/201 Resposta: Os diferentes nomes para as gorduras se dão pela estrutura química dos ácidos graxos que as compõe. Podem ser saturadas aquelas com nenhuma dupla ligação entre carbonos e insaturados aqueles que possuem uma (monoinsaturados) ou mais (poli- insaturados) ligações entres carbonos. Assim 98% dos lipídeos que ingerimos são em forma de triacilglicerol (TAG), ou seja, 3 ácidos graxos e uma molécula de glicerol. A digestão desses triacilglicerol (TAG) tem seu início na boca, com uma fraca ação da lípase lingual, sendo continuada na região estomacal por uma outra enzima denominada lípase gástrica. Porém, enzimas atuam em meio aquoso e os lipídeos são insolúveis, portanto, a digestão até este ponto não é totalmente eficaz. A solução desse problema é a partir da emulsificação dessas moléculas, e quem é responsável por isso são os ácidos biliares que são secretados no intestino, a bile. De maneira mais simples, ela atua como um ‘’detergente’’ para deixar os lipídeos menores e aumentar a área de contato para ação das enzimas. Após a digestão e absorção pelas células teremos a formação de lipoproteínas, compostas por TAGs, que foram remontados após a absorção pelas células, colesterol esterificado e fosfolipídios. A primeira lipoproteína que podemos citar é o quilomícron (QM), este irá via vasos linfáticos intestinais e a seguir para o sangue, entregar TAGs para o tecido muscular e adiposo. Dependendo da dieta do indivíduo, teremos os chamados quilomícrons remanescentes, com algum resquício de TAGs, esses irão para o fígado, onde haverá a formação de outra lipoproteína, a VLDL (lipoproteína de densidade muito baixa), com a mesma função de entrega de TAG para os tecidos, mas dessa vez são do excesso da dieta. A VLDL é constituída por colesterol e TAG, e ela circula pelo organismo realizando a deposição dos TAGs nos tecidos, mas quando temos a realização desse processo diversas vezes, teremos uma concentração de colesterol maior que de TAG, deixando a molécula mais densa e formando LDL (lipoproteína de baixa densidade), conhecido como o colesterol ruim. A LDL tem sua importância em entregar colesterol para glândulas, como adrenal, sexual e ainda para manutenção da membrana plasmática de nossas células. O grande problema é o acúmulo dela quando consumimos muita gordura, principalmente as gorduras trans e saturada, que irá gerar um acúmulo na corrente sanguínea, invadindo o endotélio vascular, desencadeando um processo inflamatório que resulta na formação da placa de ateroma, no qual chamamos de vasos entupidos. Contudo, entendo assim como funciona o processo de digestão, absorção e transporte de lipídeos para os tecidos, também compreendo de maneira simplificada como os vasos se entopem e que o LDL não é 100% ruim, ele possui suas importâncias, e o colesterol bom chamado de o HDL (lipoproteína de alta densidade) faz o transporte reverso do colesterol para o fígado, ou seja o HDL intercepta o caminho da VLDL, retirando parte de seu colesterol, diminuindo a probabilidade de formação de LDL e, consequentemente, evitando seu acúmulo nos vasos. 2- Sr. José, 71 anos, deu entrada na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) de Campo Mourão com queixa de fortes dores no peito. O médico solicitou um eletrocardiograma e diversos exames laboratoriais. Abaixo segue o resultado da sua eletroforese de proteínas: Fração Val. obtido (g/dL) Ref. (g/dL) Albumina 4,5 3,5 a 5,5 α1 0,7 0,2 a 0,4 α2 0,6 0,4 a 0,7 Beta 2,0 0,7 a 1,0 Gama 1,2 0,8 a 1,6 Proteínas T 9,0 6,0 a 8,0 Após análise do resultado da eletroforese de proteínas do Sr. José, sugira o que pode estar acontecendo com esse paciente e qual exame laboratorial seria necessário para confirmar sua hipótese. Resposta: Ao meu ver o paciente apresenta quadro inicial de Infarto, porém devido a glicoproteína acida (AAG) apresentar-se aumentada, e queixa de fortes dores no peito além do infarto também podemos considerar que seja artrite reumatoide, lúpus ou até mesmo queimaduras. Para confirmação da hipótese diagnóstica acredito que seria necessário exame laboratorial de CKMB, Troponina no caso de infarto, e/ou Fator reumatoide, ASLO, PCR, VHS para artrite reumatoide, e FAN caso for Lúpus. 3- Sobre o metabolismo dos carboidratos responda: (0,5 cada) a) Como ocorre a produção (síntese) de insulina após uma refeição contendo carboidratos. Resposta: Após uma refeição rica em carboidratos e com a elevação da concentração da glicose sanguínea ocorre a liberação de insulina pelo pâncreas. No fígado e músculo, a insulina tem um efeito imediato, que é caracterizado pela ativação da enzima glicogênio sintetase, no qual converte o excesso de glicose livre em uma cadeia de glicose chamada glicogênio. A glicose circulante entra nas células hepáticas e musculares através do transportador de alta capacidade do tipo GLUT, sendo que a concentração elevada de glicose intracelular provoca a dissociação da hexoquinase da sua proteína nuclear reguladora. Uma vez ativa, a hexoquinase fosforila a glicose, formando glicose 6-fosfato, o que estimula a glicólise (nas células musculares) e fornece o material para a síntese do glicogênio. Essa síntese pode chegar até 10% do peso total do fígado. b) Um paciente fez o exame de Teste Oral de Tolerância à Glicose (curva glicêmica) e foi obtido o seguinte gráfico: 0 50 100 150 200 250 300 350 jejum 30' 60' 90' 120' Analisando o gráfico da curva glicêmica do paciente responda: esse paciente é normoglicêmico, intolerante ou diabético? Justifique sua resposta. Resposta: Diabético (Diabetes de Mellitus)... Justificativa: A curva glicêmica é um exame de sangue acompanhado de um teste oral que mede a tolerância a glicose, normalmente utilizado para investigação de uma possível diabetes. O exame observa a capacidade do organismo de processar e avalia a quantidade de glicose no sangue após a ingestão de uma carga maior da substância. Para resultados igual ou superior a 200 mg/dL já é considerado um quadro de diabetes segundo os valores de referência descritos pela Associação Americana de Diabetes e normalmente um novo exame é solicitado para confirmação e nova coleta.