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Daniel Carlini – MEDUNEB13 Página | 1 Avaliação do risco cirúrgico Tipos de cirurgia Eletivas: o momento operatório é escolhido sem pressa, sendo pré-estabelecido e agen- dado mediante acordo entre paciente e ci- rurgião. Os principais exames solicitados são: Hemograma – a hemoglobina deve estar acima de 10 g/dl (em pacientes idosos) ou 8 g/dl (em pacientes jovens). Glicemia – deve ser menor que 250 mg/dl. Coagulograma: TAP, PTT, tempo de san- gramento e plaquetas. Ureia e creatinina: solicitados em pacien- tes acima de 60 anos e naqueles com di- arreia, doença hepática ou renal. ECG, Ecocardiograma e testes ergométri- cos – para mulheres acima de 55 anos e homens acima de 40 anos. Transaminases (AST e ALT) – para pacien- tes com doença hepática. β-HCG – exigido para mulheres em idade fértil com história de amenorreia. De urgência: tem-se a necessidade de operar o mais rápido possível, mas permite um tempo de melhora do estado geral do paci- ente ou administração de uma droga neces- sária. Ex.: apendicectomia. Geralmente, são solicitados exames de he- mograma, eletrólitos, ureia e creatinina, ti- pagem sanguínea, exames de imagens. De emergência: situação grave com risco de morte do paciente e necessidade de inter- venção imediata. Ex.: trauma. Não é necessário nenhum exame, devido à gravidade da situação. Caso o paciente es- teja hemodinamicamente estável, fazem-se os seguintes exames: hematócrito, tipagem sanguínea, RX de coluna cervical, tórax, qua- dril e abdome. Preparo geral do paciente Psicológico Explicar as etapas pré-operatórias, de forma clara e esclarecida; Explicar o diagnóstico e a necessidade cirúrgica; Não omitir resultados que possam ser desfigurantes ou a necessidade do uso de drenos ou sondas. Fisiológico Avaliar a necessidade de corrigir desi- dratação e hipovolemia; Correção de outros déficits de líquidos; Manter o débito urinário entre 30-50 ml/h; Hemoglobina deve estar acima de 10 g/dl. Avaliar a necessidade do uso de crista- loides (soro fisiológico e ringer lactato) e hemoconcentrados para a devida corre- ção de distúrbios hemodinâmicos. Nutricional Avaliação da capacidade nutricional; Nem todo paciente precisa de suple- mentação nutricional; Manter níveis de albumina acima de 2 g/100ml. Suporte enteral é indicado para perdas ponderais acima de 20% ou albumina in- ferior a 2,5%. Preparo de infecção Higienização pessoal e anti-sepsia do pa- ciente; Prepato antisséptico da equipe cirúr- gica; Antibioticoprofilaxia. Daniel Carlini – MEDUNEB13 Página | 2 Avaliação do caso clínico-cirúrgico Pesquisar Alergia; Histórico de complicações anestésicas em cirurgias prévias; Histórico de doenças, infecções e trans- fusões sanguíneas. Exame físico deve ser completo e não limi- tado à área da cirurgia. Deve-se analisar os exames previamente re- alizados e, confirmado o diagnóstico, faz-se uma avaliação global do caso. Avaliação do risco anestésico e cirúrgico O paciente deve ser enquadrado em um dos parâmetros de classificação utilizados pela cirurgia: tabela de classificação da American Society of Anesthesiologists e o índice de Goldman. American Society of Anesthesiologists (ASA) Índice de Goldman: multifatorial de risco cardíaco Daniel Carlini – MEDUNEB13 Página | 3 Tipos de procedimentos cirúrgicos Procedimento minimamente invasivo: baixo potencial de causar alteração na fisiologia normal. Raramente requer hemotransfu- sões ou CTI no pós-operatório. Ex.: cirurgia de hérnia inguinal, cirurgias na pele, amida- lectomias etc. Procedimento moderadamente invasivo: moderado potencial para alterar a fisiologia normal. Pode requerer hemotransfusão, monitorização invasiva ou CTI no pós-opera- tório. Procedimento altamente invasivo: produz al- teração na fisiologia normal. Quase sempre requer hemotransfusão, monitorização in- vasiva e CTI no pós-operatório. Ex.: cirurgia cardíaca. Avaliação do risco cardiovascular Situações que se caracterizam como cardio- patias ativas e são contraindicações para a cirurgia: arritmias graves, insuficiência cardí- aca descompensada, doenças valvares gra- ves, doença coronariana grave etc. Nesses casos, o paciente deve ser estabilizado antes do procedimento cirúrgico. Somente após 4-6 semanas após um IAM é possível realizar uma cirurgia não-cardíaca. MET – parâmetro da capacidade energética do coração diária. Em qualquer ato cirúrgico, qualquer coração gasta, no mínimo, 4 METs. Medicação de uso habitual Daniel Carlini – MEDUNEB13 Página | 4 Informações adicionais Tricotomia: o correto não seria retirar os pe- los, pois aumenta a contaminação e o risco de infecção da ferida operatória. Contudo, se for considerada, a retirada deve ser feita da forma menos traumática possível (evi- tando lâminas de bisturi ou gilete) e no mo- mento que antecede a cirurgia, já no bloco. Jejum: suspender sólidos por pelo menos 6 horas antes, evitando “estômago cheio” du- rante o procedimento anestésico. A suspen- são de líquidos deve se dar por pelo menos 2 horas antes. Profilaxia TVP/TEP
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