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CRESCIMENTO, DESENVOLVIMENTO E NUTRIÇÃO DO LACTENTE

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NEONATOLOGIA E PUERICULTURA Kamila Maragno Peruch UNESC – Turma 192 
• Na pediatria, é relevante a observação e avaliação dos padrões de crescimento do nascimento até adolescência 
o Crescimento → processo de aumento da massa corporal, respondendo pela hiperplasia e hipertrofia celular 
▪ Seu estudo inclui a avaliação de peso e altura da criança ao longo do tempo → sendo um dos 
indicadores mais importantes 
o Desenvolvimento → se refere ao ganho de funções, sejam as habilidades neuropsicomotoras adquiridas nos 
primeiros anos de vida, ou as funções reprodutivas adquiridas durante a puberdade 
▪ É um parâmetro avaliado qualitativamente → por exemplo, na avaliação motora se confere se a 
criança senta, anda engatinha... 
• Fatores extrínsecos como alimentação adequada, estímulos biopsicossociais e atividade física, assim como fatores 
intrínsecos (genética, sistema neuroendócrino), influenciam muito no crescimento e desenvolvimento da criança 
• Diversas doenças, sejam de natureza carencial, genética, infecciosa... podem influenciar negativamente o 
crescimento / desenvolvimento 
 
• Período de intenso crescimento e desenvolvimento, onde o individuo é produzido a partir da célula-ovo 
• ~30% das gravidezes sofrem aborto espontâneo, e a principal causa são malformações e anomalias cromossômicas. 
o Diversos fatores influenciam positiva ou negativamente o crescimento e desenvolvimento fetal → sendo que 
o 1º tri é o mais vulnerável, pois a organogênese é mais intensa nesse período 
 
FATORES NEGATIVOS 
❖ Desnutrição → risco de recém-nascido com baixo peso 
❖ Ingestão de álcool → risco de síndrome alcoólica fetal, com deficiência de crescimento pré e pós-natal, deficiência 
intelectual, microcefalia, fissuras palpebrais curtas, narinas pequenas, filtro longo e lábio superior fino 
❖ Ingestão de anticonvulsivantes → risco de síndrome da hidantoína fetal, com deficit de crescimento pré e pós-natal, 
deficiência intelectual, fontanela anterior ampla, hirsutismo, baixa implantação de cabelos 
o Hipertelorismo ocular, ponte nasal achatada, hipoplasia das falanges distais e unhas pequenas 
o Risco da síndrome do Valproator → fronte ampla, epicanto, narinas antevertidas e ponte nasal baixa, filtro 
longo, micrognatia, anomalias cardíacas e dedos longos) 
• Ingestão de Warfarin → risco de síndrome do warfarin fetal, caracterizada por hipoplasia nasal, microcefalia, 
hidrocefalia, deficiência intelectual e anomalias ósseas 
• Ingestão de Metotrexate → risco de síndrome do metotrexate fetal, com deficit de crescimento fetal, microcefalia, 
hipoplasia de osso frontal, parietal, temporal e occipital, baixa estatura, mesomelia, hipodactilia e sindactili 
• Ingestão de Ácido Retinoico → risco de embriopatia caracterizada por defeitos no SNC, microtia ou anotia (ausência 
ou hipoplasia de pavilhão auricular e conduto auditivo externo) e defeitos cardíacos 
❖ Hipertermia → relacionada a varias malformações 
o Doenças infecciosas (gripe, pielonefrite, faringite estreptocócica), elevando temperatura > 38.9ºC por > 1 
dia, principalmente no 1º tri, têm sido relacionado a malformações. 
▪ Principais defeitos ocorrem sobre formação e desenvolvimento do tubo neural 
❖ Tabagismo → risco de RNMBP, baixo comprimento, microcefalia, diminuição do QI e dificuldades de aprendizagem 
• Cocaína → efeitos neurotóxicos e diminuição do fluxo uteroplacentário 
 
DESENVOLVIMENTO NEUROLÓGICO 
• Inicia na 3ª semana com a placa neural, espessamento do ectoderma que formará o tubo neural, o qual origina as 
estruturas do SNC → ao longo do tubo, forma-se a crista neural, que dará origem às estruturas do SNP 
• As células do neuroectoderma se diferenciam em neurônios, células ependimárias, astrócitos e oligodendrócitos, 
enquanto as células da micróglia derivam do mesoderma 
o Ao final da 5ª semana a divisão básica do SNC está completa → prosencéfalo (hemisférios cerebrais e 
diencéfalo), mesencéfalo e rombencéfalo (cerebelo, ponte e bulbo). 
• Mielinização começa no meio da gestação e se completa ao final do 2º ano de vida 
 
NEONATOLOGIA E PUERICULTURA Kamila Maragno Peruch UNESC – Turma 192 
• Existem dois picos de DNA, pré e pós-natal → o 1º em torno da 20ª semana corresponde à proliferação de neurônios, 
e o 2º em torno do 3º mês de vida extrauterina corresponde à proliferação da glia. 
• Por volta de 3 anos de idade os indivíduos possuem ~100 bilhões de neurônios, e cada um possui ~15.000 sinapses, 
número que permanece constante até 10 anos 
o A partir dai, começa um processo de reorganização e remodelamento sinaptico, havendo reforço das redes 
mais utilizadas, e enfraquecimento e “poda” das sinapses menos utilizadas 
▪ Por isso, experiência externa (ambiente) influencia as propriedades físicas do cérebro (genética) 
▪ O aprendizado e memorização são altamente dependentes dessa plasticidade neural 
 
DESENVOLVIMENTO ENDOCRINOLÓGICO 
❖ Placenta → secreta estrogênios placentários e progesterona 
o Somatotrofina (hCS) e gonadotrofina coriônicas humanas (hCG), hormônios hipotalâmicos 
o IGF-I e IGF II → principais substâncias que participam do crescimento intrauterino e extrauterino 
▪ Após o nascimento, o GH assume papel importante atuando via receptores, e estimulando a síntese 
hepática de IGF-I 
❖ Suprarrenal → desenvolvida a partir da 4ª semana de gestação 
o 2/3 do cortisol fetal é produzido pelas suprarrenais e o restante deriva da placenta 
❖ Tireoide → secreção de hormônios tireoidianos começa ~12ª semana e atinge pico entre 35-40 semanas 
o Mas apenas 20% do T3 e T4 fetais derivam da transferência materna 
❖ Pâncreas Endócrino → células b-pancreáticas se desenvolvem a partir da 8ª semana, mas a secreção de insulina é 
insignificante no período pré-natal → glicemia plasmática fetal é quase constante, pela transferência materno-feta 
o Após o nascimento ocorre rápida maturação de todo o eixo glicêmico 
 
TRANSIÇÃO PARA VIDA EXTRAUTERINA 
• O trabalho de parto determina a transferência placentária de uma série de hormônios maternos (cortisol, adrenalina, 
noradrenalina, dopamina) para o feto, que possibilitarão as modificações funcionais necessárias a transição 
❖ Adaptação respiratória → cortisol permite síntese de surfactante e melhor reabsorção do líquido pulmonar 
❖ Adaptação cardiovascular → cortisol, adrenalina e dopamina têm efeito inotrópico e cronotrópico cardíacos, 
mantendo a PA e diminuindo a sensibilidade do ducto arterioso às prostaglandinas (facilita o fechamento) 
❖ Adaptação térmica → tecido gorduroso marrom é abundante no neonato, permitindo a utilização de substratos 
energéticos (principalmente ácidos graxos) para produção de calor pelo estímulo de catecolaminas 
❖ Adaptação endócrina → catecolaminas estimulam síntese de hormônios adrenais 
o Exposição do neonato às temperaturas ambientais mais baixas estimula síntese de TSH, levando a aumento 
da síntese tireoidiana de T4 e conversão periférica em T3 
❖ Adaptação metabólica 
• Glicose → após a saída da placenta, os níveis séricos de glicose tendem a diminuir, e as reservas hepáticas de 
glicogênio são pequenas e transitórias → por isso, há maior susceptibilidade à hipoglicemia. 
• Catecolaminas, cortisol e glucagon estimularão gliconeogênese, utilização periférica de ácidos graxos como 
substrato energético, e síntese de corpos cetônicos para utilização energética dos neurônios 
• Cálcio → no período fetal, a manutenção dos níveis de cálcio é mantida adequada graças ao PHT e calcitonina 
o Após o nascimento, os níveis de PTH caem e o sistema tubular renal ainda imaturo responde 
inadequadamente à ação do paratormônio 
▪ Causa tendência à hipocalcemia, que se resolve entre 1-2 semanas (2-3 no pré-termo) 
 
FATORES EXTRÍNSECOS 
❖ Ambiente 
• A divisão celular é maior nas 8 primeiras semanas, sendo determinada pelo conteúdo genético do organismo em 
formação → este processo podesofrer influências do meio externo 
• No período pré-natal, condições como DM materno mal controlado, uso de drogas, exposição à irradiação e as 
infecções congênitas, podem levar a malformações 
• Após o parto, há também influência significativa → como baixa estatura encontrada em crianças com problemas na 
afetividade/vítimas de violência doméstica (afeta desenvolvimento ósseo, neuropsicomotor e emocional) 
 
NEONATOLOGIA E PUERICULTURA Kamila Maragno Peruch UNESC – Turma 192 
o Há também a aceleração do crescimento e desenvolvimento em grandes centros urbanos, representada por 
estatura mais elevada e maturidade biológica alterada 
o Provável que estímulos ambientais diversos exerçam influência no sistema límbico e hipotálamo, alterando 
a secreção hormonal e sensibilidade dos órgãos efetores 
o Doenças intercorrentes, principalmente crônicas, como estados inflamatórios, cardiopatias e desnutrição, 
trazem prejuízo enorme ao crescimento, que não se processa de forma adequada 
 
❖ Nutrição 
• Energia derivada das calorias da dieta é aproveitada de forma significativa durante o crescimento e desenvolvimento 
• No 1º ano, cerca de 40% da energia é direcionada para este processo, caindo para 20% ao final deste período 
• Carboidratos, proteínas e gorduras devem ser ofertados de forma balanceada, e as necessidades calóricas devem 
ser obedecidas → hidratos de carbono e lipídios responsáveis pela maior parte da energia oferecida 
• Proteína é fundamental no crescimento, tendo suas necessidades aumentadas no 1º ano e infância → diminuindo 
gradualmente até a idade adulta 
o Recomenda-se que cerca de 1/2 a 2/3 da proteína ingerida seja de fonte animal. 
• Carboidratos têm função quase exclusivamente calórica, representando ~50% das calorias fornecidas 
• Gorduras fornecem grande quantidade de energia, veiculam vitaminas lipossolúveis (A, D, K, E) e são responsáveis 
pela sensação de saciedade e sabor da dieta 
o Ácido linoleico, ácido graxo essencial, é fundamental para o crescimento 
o Na criança, a gordura representa ~12% do peso corpóreo → sendo fundamentais para a formação das MC 
e síntese de hormônios esteroides 
• Minerais de maior importância para o crescimento → cálcio, fósforo e magnésio (metabolismo ósseo) 
o Potássio, íon principal no interior das células que estão se expandindo e dividindo 
o Ferro, importante na hemoglobinização das hemácias e transporte de oxigênio 
o Iodo, importante para função da glândula tireoide, pois baixa da tiroxina e tri-iodotironina leva ao retardo 
mental e diminuição da velocidade de crescimento 
o Vitamina C, necessária para manutenção da substância intercelular do tecido conjuntivo, ossos e dentes 
o Vitamina A, regula a atividade osteoblástica e atua na proliferação do endotélio na zona de ossificação 
o Vitamina D, que atua no metabolismo do cálcio e fósforo influenciando na mineralização óssea. 
 
❖ Atividade Física 
• Atua beneficiando a velocidade, flexibilidade, equilíbrio, contração/relaxamento muscular, coordenação 
o Além de estimular e melhorar qualidades biopsicossociais como força de vontade, concentração, coragem, 
confiança e solidariedade 
• Prática esportiva promove avanço na idade óssea em relação à cronológica 
• Atividades competitivas não devem ser estimuladas → risco de aparecimento de desordens osteoarticulares, 
alterações comportamentais, hipertrofia cardíaca, crescimento desigual de membros 
o Além disso, a criança não possui personalidade formada, controle de sua agressividade e estabilidade 
emocional, que permitam o envolvimento com esportes agonísticos (competitivos) 
▪ Estão reservados para os adolescentes com idade óssea (importância fundamental) > 14 anos. 
 
FATORES INTRÍNSECOS 
❖ Genéticos 
• O perfil genético envolve um aspecto que se refere a ausência de anormalidades estruturais/numéricas 
cromossômicas, e mutações genéticas influenciem negativamente o crescimento 
• E outro que se refere ao próprio potencial genético determinado pelos genes herdados de pai e mãe, que permite 
através de uma fórmula matemática (alvo genético) prever a estatura final. 
 
❖ Neuroendócrino 
• Hipotálamo é o maior centro endocrinológico do organismo, regulando a síntese de peptídeos tróficos da hipófise 
através de fatores de estimulação ou inibição e por sua vez, a síntese hormonal de todas as glândulas efetoras 
• São exemplos → o fator de liberação do hormônio do crescimento (GHRF), estimula liberação do GH hipofisário 
• O fator de liberação da corticotrofina hipotalâmico libera a corticotrofina (ACTH) hipofisária, que estimulará a 
secreção de cortisol pela glândula suprarrenal 
 
NEONATOLOGIA E PUERICULTURA Kamila Maragno Peruch UNESC – Turma 192 
o O hormônio liberador de tireotrofina (TRF) libera o TSH, e este atua na tireoide estimulando a síntese T4/T3 
o Fatores de estimulação das gonadotrofinas (LHRF e FSHRF) estimulam a secreção hipofisária de LH e FSH... 
• Destaca-se o papel dos neurotransmissores, produzidos pela porção basal mediana do hipotálamo → norepinefrina, 
dopamina e serotonina 
• A importância do hipotálamo para o crescimento é ratificada pela identificação de inúmeras condições patológicas 
associadas a lesões na glândula → hipotireoidismo, puberdade precoce/atrasada, hipogonadismo hipogonadotrófico 
o Baixa estatura por deficit ou resistência ao hormônio do crescimento (GH) entre outros. 
 
❖ GH é sintetizado pela hipófise anterior, de forma pulsátil, principalmente a noite nas fases III e IV do sono → fatores 
como sono, atividade física, nutrição e esteroides sexuais alteram a secreção de GH 
• Exerce seu efeito no crescimento através dos fatores de crescimento insulina-like (IGF), principalmente IGF-I e II 
o Circulam no plasma acoplados a proteínas séricas chamadas IGFBPs → e são sintetizados no fígado, 
podendo ter síntese diminuída na presença de desordens hepáticas ou alterações enzimáticas desta via 
▪ IGF-I sérico é diretamente relacionado à secreção de GH, aumentando no seu excesso e diminuindo 
com a deficiência 
▪ IGF-II diminui com a queda do GH, mas não aumenta com seu excesso 
 
❖ Crescimento linear pós-natal resulta da ação do GH e IGF-I → o IGF-I atua na placa de crescimento levando à 
proliferação e hipertrofia, enquanto o GH atua na diferenciação celular 
• O principal hormônio efetuador do crescimento linear tanto pré quanto pós-natal é o IGF-1 (somatomedina C), 
sintetizado pelo fígado por estímulo de GH e hormônios tireoidianos 
o Cuja principal ação é atuar na cartilagem de crescimento promovendo sua hiperplasia e hipertrofia 
• Hormônios tireoidianos tambem são necessários, pois atuam na estimulação da produção de GH e diferenciação da 
epífise → crianças com hipotireoidismo podem dar falsa impressão de deficiência de GH 
o O GH e o hormônio tireoidiano produzidos pelo feto não parecem ter participação importante no crescimento 
linear pré-natal → mas no período pós-natal, são fundamentais 
• Glicocorticoides estimulam o crescimento de modo agudo, mas exposição prolongada a eles diminui a síntese de GH 
e a sensibilidade dos órgãos efetores a ele 
• Esteroides sexuais → aumentam a síntese de GH e agem diretamente na placa de crescimento, sendo que o 
fechamento das epífises é provocado pela ação dos estrogênios 
 
• Nas fases iniciais do crescimento há acúmulo de água intracelular, atraída pelos sais de hidrato de carbono → 
“retenção hídrica” que representa 70% do ganho ponderal nesse período 
• Em seguida, proteína e sais minerais passam também a ser incorporados, contribuindo 
para aumento da massa tecidual → a partir daí, proteínas passam a ser as principais 
responsáveis no processo de crescimento do organismo 
o Aumento do tamanho e divisão celular constituem a base do processo de 
crescimento junto a esses eventos 
 
❖ CRESCIMENTO SOMÁTICO não ocorre de forma homogênea ao longo do tempo,existindo fases aceleradas e lentas 
 Primeira Fase de crescimento rápido → acontece da vida IU até 2 anos, sendo 
determinada pela nutrição da criança 
o Potencial genético e GH parecem não tem grande importância e o peso é bom 
avaliador isolado do crescimento 
 Fase de crescimento regular → dos 2 anos até a puberdade, havendo crescimento 
relativamente homogêneo, com aumento de 2-3 kg/ano e 6-7 cm/ano 
o Potencial genético e GH são os principais determinantes → a criança entra em seu canal de crescimento 
 Segunda Fase de crescimento rápido → na puberdade, determinada pelos hormônios sexuais e GH 
 
❖ CRESCIMENTO DO TECIDO NEURAL é próprio → a maior velocidade de crescimento se dá no 1º ano de vida 
o Uma forma de se avaliar é pela monitorização do perímetro cefálico, realizado até 2 anos 
• Tecido linfoide cresce pouco no 1º ano, porém cresce rapidamente em seguida, involuindo após puberdade 
 
NEONATOLOGIA E PUERICULTURA Kamila Maragno Peruch UNESC – Turma 192 
• Faz se um acompanhamento ao longo do tempo dos seguintes fatores, para estimar a adequação do crescimento 
o Peso, estatura e perímetro cefálico 
▪ Peso e estatura são os parâmetros mais importantes 
• Peso sofre influência de muitos fatores, sendo indicador (mais sensível, menos específico) 
• Estatura é indicador mais confiável (menos sensível, porém mais específico) 
o Medidas do segmento inferior (sínfise púbica até o chão), segmento superior (estatura menos segmento 
inferior) e a relação entre o tamanho do tronco e dos membros inferiores 
 
PESO 
• Dobra o peso do nascimento aos 4-5 meses, triplica aos 12 meses e quadruplica 
entre 2-2,6 anos 
o De 2-8 anos, cada criança ganha em média 2 kg/ano 
• Existe uma fórmula para cálculo aproximado do peso que pode ser usada para 
crianças de 3-11 anos → Peso (kg) = Idade (anos) x 2 + 9 
• Bebês até 2 anos ou até 16 kg devem ser pesados deitados/sentados na balança 
mecânica pediátrica, e crianças > 2 anos e adultos usam a balança tipo plataforma 
 
ESTATURA 
• “Comprimento” é usado para determinar o crescimento linear em crianças até 2 
anos, e a partir dos 2 anos, usamos “altura” → “estatura” referencia ambos 
• Comprimento médio das crianças ao nascimento é 50 cm 
o No 1º semestre cresce 15 cm e no 2º semestre 10 cm 
o Ao final do 1º ano a criança cresce 25 cm → 50% do comprimento ao nascimento 
o Com 4 anos a criança mede em torno de 1 metro 
 
❖ Fórmula da altura de acordo com idade de 3-11 anos → altura (cm) = (Idade – 3) x 6 + 95 
• Até 2 anos o comprimento deve ser medido com a criança deitada, colocando-se a regra em contato com o vértice 
da cabeça e sobre a sola dos pés posicionados a 90º 
o Após 2 anos, a estatura é medida com a criança em pé, apoiando-se a região occipital e os calcanhares 
sobre a régua vertical (estadiômetro) 
 
PERÍMETRO CEFÁLICO 
• Representa o crescimento do cérebro, útil nos primeiros meses p identificar desvios do desenvolvimento neurológico 
o Nos primeiros meses de vida é mais fácil identificar anomalia cerebral pelo PC do que pelas provas de 
desenvolvimento 
• Medido passando uma fita métrica do ponto mais elevado do occipital até o sulco supraorbitário 
• Medida confiável do crescimento cerebral, sendo um índice que varia menos para diferentes grupos etários 
• No RN é maior do que o perímetro torácico 
 
NEONATOLOGIA E PUERICULTURA Kamila Maragno Peruch UNESC – Turma 192 
PROPORÇÕES CORPORAIS 
❖ SS:SI 
• Relação entre o segmento superior (Estatura - SI) e o segmento inferior (distância entre a sínfise púbica e o chão) 
é maior ao nascimento (1.7), diminui para 1.3 aos 3 anos, e na puberdade alcança valores entre 0,9-1 
o Doenças ósseas como displasias ósseas e raquitismo levam ao aumento da relação SS:SI 
 
❖ Envergadura:Estatura 
• Envergadura é a distância entre os dedos médios de ambas as mãos estando os braços abertos 
o Na adolescência a relação envergadura:estatura atinge valores próximos a 1 
 
ALVO GENÉTICO 
• Fórmula do alvo genético permite calcular o canal genético de crescimento de 
uma criança com base na hereditariedade → com base na estatura dos pais 
• Consegue prever o limite mínimo, média e limite máximo de estatura que a 
criança poderá alcançar ao final da puberdade 
o 20% apresentam altura diferente da média ao final da puberdade 
 
DESENVOLVIMENTO DENTÁRIO E SAÚDE BUCAL 
• Limpeza da cavidade oral deve ser iniciada ainda na lactância, através da limpeza das gengivas do bebê com gaze 
umedecida em água filtrada ou fervida → mesmo processo feito quando houver erupção dos incisivos centrais 
• Escova de dente macia pode ser utilizada quando surgirem os dentes molares posteriores 
o Pasta de dente fluorada liberada apenas após os 4 anos, em pequeníssimas quantidades (um grão de arroz), 
pois antes a criança pode engolir 
• Importante evitar o oferecimento de doces, balas e bebidas açucaradas no intervalo das refeições, que podem 
precipitar a formação de cáries 
• Considera-se atraso na dentição primária quando não houver dente algum após 13 meses (3 desvios padrões) 
o Causas mais comuns → hipotireoidismo, hipoparatireoidismo, origem familiar e a mais comum, idiopática 
• Causas de perda precoce dos dentes decíduos/primários → histiocitose, neutropenia cíclica, leucemia, idiopático 
• Certas medicações (como tetraciclina) e doenças crônicas prolongadas podem alterar a coloração dentária e causar 
malformações do esmalte 
 
• Gráficos de crescimento ponderoestatural padronizados que fornecem uma definição estatística da normalidade, 
comparando crianças do mesmo sexo e idade 
• Crescimento infantil é excelente parâmetro para se avaliar desenvolvimento socioeconômico de uma região, pois a 
infância é um período de susceptibilidade às variações ambientais da sociedade 
• Temos várias curvas de crescimento, específicas para meninos e meninas 
• As diversas curvas que “cruzam” o gráfico significam os percentis (3, 15, 50, 85, 97) → a comparação estatística 
da criança atendida com outras do mesmo sexo e idade 
o Quando dizemos que o paciente encontra-se no percentil 85 para o peso, significa que ele tem peso superior 
a 85% das crianças do mesmo sexo e idade 
• O padrão adotado pelo MS é o da OMS, usando as curvas de percentis em crianças de adolescentes de 0-19 anos. 
 
NEONATOLOGIA E PUERICULTURA Kamila Maragno Peruch UNESC – Turma 192 
❖ Em cada consulta o pediatra marca com um ponto no gráfico o peso em relação à idade e a estatura em relação à 
idade, que “cai” em um determinado percentil 
• A curva de peso e estatura comporta-se normalmente de maneira ascendente e, usualmente, ligam-se os pontos 
marcados no gráfico com um traço, desenhado a caneta ou lápis 
o Esta é a curva de crescimento da criança, mais importante do que cada ponto isolado 
 
Gráfico NCHS/CDC 
• Apresenta 7 percentis → 5, 10, 25, 50, 75, 90, 85 
• O perímetro cefálico é acompanhado, e valores 
normais são encontrados entre p10 e p90 
 
Gráfico OMS 
• Apresenta 5 percentis → 3, 15, 50, 85, 97 
• Existe outra forma de comparar peso e estatura de 
um pcte com a média populacional → depende do 
cálculo do desvio padrão, feito através da fórmula: 
 
 
❖ Crianças prematuras (< 37 sem) deverão ter crescimento acompanhado realizando-se correção da idade cronológica 
• Considera-se termo completo as 40 semanas de IG → deve-se descontar da idade cronológica o número de semanas 
que faltam para as 40 semanas completas 
o Esta correção deve ser feita até 2 anos, pois é o período necessário para que alcance o crescimento igual 
ao das crianças nascidas a termo 
▪ Esse crescimento compensatório é alcançado ainda no 1º ano de vida em prematuros, e tem 
também melhor prognóstico do que nascidos com baixo peso (≤ 2.500 g) 
• Crianças nascidas com baixo peso e RCIU tem risco de desenvolvimento de doenças crônico-degenerativas,como 
HAS, infarto, AVCs e DM, especialmente se ao longo da vida houver ganho de peso excessivo 
 
VARIAÇÕES PONDEROESTATURAIS 
• MS recomenda que utilizemos os gráficos da OMS para avaliar peso, estatura e IMC de crianças e adolescentes 
• Segundo o Nelson 20ª Ed - para classificação nutricional ainda se utilizam as curvas antigas do NCHS-CDC (2000) 
o Considera-se sobrepeso a criança-adolescente (2-20 anos) cujo IMC encontra-se = ou > percentil 85 
o Obesidade aquela cujo IMC encontra-se = ou > percentil 95 
 Classificação nutricional do MS, para crianças/adolescentes de 5-19 anos 
o Sobrepeso → IMC > percentil 85 
o Obesidade → IMC > percentil 97 
o Obesidade grave → IMC > p99,9 
• Nas crianças < 5 anos, existem apenas as categorias - risco de sobrepeso, sobrepeso e obesidade 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
NEONATOLOGIA E PUERICULTURA Kamila Maragno Peruch UNESC – Turma 192 
 
 
NEONATOLOGIA E PUERICULTURA Kamila Maragno Peruch UNESC – Turma 192 
• O desenvolvimento neuropsicomotor envolve todas as reações da criança, todo o seu comportamento que evolui 
progressivamente ao longo do tempo como funções e habilidades cada vez mais específicas 
o Esses comportamentos são inicialmente reações reflexas e estereotipadas, se tornando voluntárias e 
aprendidas progressivamente 
• Essa evolução neuropsicomotora é explicada pelo próprio crescimento somático e desenvolvimento das vias 
motoras, sensitivas, sensoriais, de linguagem, raciocínio e memória dos SNC e SNP 
 
❖ No Brasil, a Caderneta de Saúde da Criança disponibiliza uma sistematização para a vigilância do desenvolvimento 
infantil até os 3 anos → permite acompanhar a aquisição dos principais marcos do desenvolvimento 
o Com base na presença ou ausência de alguns fatores de risco e de alterações fenotípicas, a caderneta 
orienta para tomadas de decisão 
• As avaliações do desenvolvimento devem acontecer em todas as visitas de puericultura, de forma individualizada e 
compartilhada com a família → fundamental conhecer o contexto familiar e social no qual a criança está inserida 
o Quando foi gerada, se planejada, quem é o responsável pelos cuidados, como é a rotina, quais mudanças 
ocorreram nas relações familiares após o seu nascimento. 
• Importante obter dados relacionados a possíveis fatores de risco para distúrbios do desenvolvimento → ausência de 
pré-natal, dificuldades no nascimento, BPN, prematuridade, intercorrências neonatais, uso de drogas... 
• Tambem é fundamental indagar sobre a opinião da mãe em relação ao processo de desenvolvimento do filho 
• A análise tambem observa o comportamento da família e da criança → quem traz a criança, como ela é carregada, 
sua postura, o seu interesse pelo ambiente e a interação com as pessoas. 
o Além da reciprocidade estabelecida na relação com sua mãe, sendo interessante observar o vínculo 
 
❖ A avaliação do desenvolvimento neuropsicomotor infantil envolve o acompanhamento do ganho de funções e 
habilidades nas 5 grandes áreas ou domínios 
 Conduta adaptativa → reações da criança frente aos estímulos apresentados (bola, chocalho, cubos), que dependem 
da interação da sua capacidade motora, sensorial, de coordenação e cognitiva para exploração e aprendizagem 
o É a conduta precursora da inteligência, na qual é avaliada a capacidade da criança em “resolver” problemas 
e aprender a partir de novas experiências 
▪ Exemplo → ao mostrar um chocalho a um lactente de 4 meses, espera-se que ele leve a mão à 
linha média para observar o objeto, podendo levá-lo à boca para iniciar a exploração 
 Conduta motora fina → compreendem as habilidades cada vez mais precisas e específicas com o uso da mão e 
dedos, garantindo exploração cada vez mais delicada do objeto 
o Espera-se que um lactente tenha uma pega palmar aos 4 meses, pega radial aos 7 meses, e pega em pinça 
aos 12 meses 
 Conduta motora grosseira → habilidades motoras gerais, como sustentar cabeça, tronco, sentar-se, rolar, 
engatinhar, andar, pular... 
o Também é uma conduta dependente da interação das vias motoras centrais e periféricas, assim como 
órgãos dos sentidos especiais e vias de equilíbrio 
 Conduta de linguagem → capacidade de compreender e exprimir sensações e pensamentos 
o Incluem reações de comunicação não verbal (sorriso, riso alto, choro, apontar, expressões faciais) e verbal 
(sons guturais, balbulcio, lalação, primeiras palavras, frases, histórias) 
 Conduta pessoal-social → reações da criança frente às outras pessoas (mãe, pai, examinador, outras crianças) e 
frente às situações de vida diária (alimentação, sono, higiene, vestimenta, controle esfincteriano) 
 
❖ A sequência do desenvolvimento ocorre no sentido céfalo-caudal, proximal-distal e da borda ulnar-borda radial 
• Lactente adquire primeiro controle de cabeça, para depois adquirir controle de tronco, sentar, engatinhar e andar 
• Primeiro se adquire a capacidade proximal de levar as mãos à linha média, para depois se aprimorar a capacidade 
de preensão 
o Pega é palmar ulnar inicialmente, se tornando pega palmar radial, para depois alcançar o controle mais fino 
que é o de pega em pinça (oposição entre polegar e indicador) 
 
NEONATOLOGIA E PUERICULTURA Kamila Maragno Peruch UNESC – Turma 192 
• Reconhece-se no RN padrão motor muito imaturo, com presença do reflexo tônico cervical assimétrico, que confere 
postura assimétrica, com predomínio do tônus flexor nos membros e hipotonia na musculatura paravertebral 
• Seus movimentos são, geralmente, reflexos, controlados por partes primitivas do cérebro. 
• Continuando a evolução, durante os primeiros meses, há diminuição progressiva do tônus flexor e substituição pelo 
padrão extensor → se faz na direção craniocaudal, sendo o quadril e mmii os últimos a adquiri-lo 
o A partir do 2º semestre, não ocorre mais predomínio de padrão flexor ou extensor, e a criança, por 
alternância entre os tônus, consegue rolar e, posteriormente, mudar da posição deitada para sentada 
• A regra do desenvolvimento motor é que ocorra no sentido craniocaudal e proximodistal e, por meio de aquisições 
mais simples para mais complexas 
o Assim, a primeira musculatura a ser controlada é a ocular 
o Depois, há o controle progressivo da musculatura para a sustentação da cabeça e depois do tronco 
o No 3º trimestre, a criança adquire a posição ortostática → o apoio progressivo na musculatura dos braços 
permite o apoio nos antebraços e primeiras tentativas de engatinhar. 
▪ Algumas crianças andam sem ter engatinhado 
• O desenvolvimento motor fino se dá no sentido próximo-distal 
o Ao nascimento, a criança fica com as mãos fechadas na maior parte do tempo. 
o No 3º mês, pela redução do tônus flexor, as mãos ficam abertas por período maior de tempo → crianças 
conseguem agarrar os objetos, embora ainda sejam incapazes de soltá-los 
o Entre o 5-6º mês, conseguem apreender um objeto voluntariamente e iniciam o movimento de pinça, que 
será aprimorado progressivamente até se tornar completo, polpa com polpa. 
 
REFLEXOS PRIMITIVOS NEONATAIS 
• São respostas motoras estereotipadas deflagradas por estímulo externo do examinador, que representam as 
primeiras reações do neonato ao meio 
• Não são voluntárias ou aprendidas, estando sob controle dos centros subcorticais, tronco encefálico e medula 
• Possuem caráter transitório, estando presentes ao nascimento e tendo época determinada para desaparecer 
o O desaparecimento permite o surgimento da conduta motora voluntária, aprendida e sob controle cortical 
→ possível pelo processo de amadurecimento do SNC – que envolve mielinização e formação de sinapses 
• Permanência de um reflexo além da idade preconizada é sinal patológico, podendo anunciar a presença de alguma 
doença neurológica de base que impede que o córtex assuma o controle das funções cognitivas e motoras❖ Reflexo de Moro (do abraço) → em supina (tronco para cima) eleva-se o bebê pelo tronco acima da mesa e 
repentinamente solta, apoiando-o em seguida → objetivo de produzir extensão rápida do pescoço e cabeça 
o Obtemos abdução seguida da adução e flexão das extremidades superiores, flexão do pescoço e choro 
o Desaparece aos 3 meses em sua forma “típica” ou completa → aos seis meses desaparece definitivamente 
• Reflexo Tônico Cervical Assimétrico (Magnus de Kleijn) → rotação da cabeça para um lado por 15s na posição supina 
→ se espera extensão das extremidades do lado do queixo e flexão das extremidades do lado occipital 
o Desaparece aos 3-4 meses → desaparecimento nesta época é fundamental para permitir o desenvolvimento 
da postura simétrica, com cabeça e tronco centrados e mãos na linha média e início da preensão palmar 
• Reflexo de Preensão Palmar → posição supina, examinador coloca o dedo na face palmar do bebê → flexão dos 
dedos e o fechamento da mão como resposta 
o Aparece nas 28-32 semanas de idade gestacional e desaparece aos 4 meses 
• Reflexo de Preensão Plantar → posição supina, examinador comprime seu polegar sobre a face plantar, abaixo dos 
dedos → como resposta acontece a flexão dos dedos do pé 
o Desaparecimento aos 15 meses 
• Reflexo de Galant → bebê em prona com o tronco apoiado no braço do examinador, e com o dedo da mão 
contralateral, estimula a pele do dorso em movimento linear do ombro até as nádegas a 2 cm da coluna 
o Se espera como resposta a flexão do tronco, com a concavidade virada para o lado estimulado 
o Desaparece aos quatro meses 
• Reflexo do Extensor Suprapúbico → posição supina, pressiona-se a pele acima do púbis com os dedos, se esperando 
a extensão de ambos os mmii, com rotação interna e adução da articulação coxofemoral 
o Desaparece ao final do 1º mês 
 
NEONATOLOGIA E PUERICULTURA Kamila Maragno Peruch UNESC – Turma 192 
• Reflexo do Extensor Cruzado → bebê colocado em posição supina e uma das extremidades inferiores é submetida 
à flexão passiva → se espera extensão do membro inferior contralateral com adução e rotação interna da coxa 
o Desaparece após 6 semanas (1 mês e meio) 
• Reflexo de Rossolimo → posição supina, percute-se 2-4x a superfície plantar, havendo flexão dos dedos. 
o Desaparecimento com um mês. 
• Reflexo do Calcanhar → posição supina, percute o calcanhar do bebê estando ele com o membro em flexão de 
quadril e joelho, e tornozelo em posição neutra → resposta é extensão do MI 
o Desaparecimento em 3 semanas 
• Reflexo do Apoio Plantar e Marcha → segura-se o RN de pé pelas axilas e, ao colocar seus pés apoiados sobre uma 
superfície, ele retificará o corpo e iniciará a marcha reflexa 
o Desaparece aos 2 meses 
• Reflexo de Landau → com uma das mãos suspendemos o lactente pela superfície ventral, e com a outra flexionamos 
a cabeça rapidamente → todo o corpo entra em flexão 
o Surge aos 3 meses e desaparece ao final do 2º ano 
• Reflexo de Babkin → pressionamos a mão do lactente e verificamos a abertura da boca 
• Reflexo de Sucção → ao tocar os lábios de um lactente, há movimentos de sucção. 
o Desaparece em vigília aos 3 meses e durante o sono com 6 meses. 
• Reflexo de Procura → tocar suavemente bochecha - bb roda o pescoço em direção ao lado estimulado e abre a boca 
• Reflexo de Expulsão → ao tocar a língua do RN com colher, por ex., ele faz movimentos de protrusão da mesma 
o Desaparece por volta dos 2 meses → permanência maior deve levantar suspeita de paralisia cerebral 
 
❖ Achados normais que desaparecem e reaparecem como atividade voluntária 
o Reflexo de preensão → voluntário ao longo do segundo semestre 
o Reflexo de sucção e da marcha 
❖ Achados normais na criança que persistem no adulto 
o Reflexos profundos e Reflexos superficiais 
o Reflexo cutaneoplantar → obtido ao estimular a sola do pé com um objeto de ponta romba, fazendo-se um 
risco do calcanhar à base do quinto dedo 
▪ Até 4º mês, 100% dos lactentes têm resposta de extensão do hálux com ou sem abertura em leque 
dos dedos → no 12º mês, resposta passa a ser flexão dos dedos, e assim permanece 
❖ Achados normais que aparecem no lactente e persistem no adulto 
• Reflexo do Paraquedista → segura-se o lactente pela região ventral e o aproxima da mesa de exame bruscamente, 
para dar-lhe a impressão de que está caindo → a criança estende os braços e abre as mãos para proteger-se. 
o Surge aos 8-9 meses e permanece toda a vida 
 
• A avaliação principalmente da audição e da visão, deve ser feita desde os primeiros atendimentos 
• Importante indagar os familiares se a criança focaliza objetos e os segue com o olhar, e se prefere o rosto materno. 
o Desde os primeiros dias de vida, o RN é capaz de focalizar um objeto a poucos cm de seu campo visual, e 
detém nítida preferência pelo rosto humano. 
• No exame dos olhos, deve-se avaliar o tamanho das pupilas, pesquisar o reflexo fotomotor bilateral, assim como o 
reflexo vermelho que avalia a transparência dos meios 
• A audição inicia-se por volta do 5º mês de gestação → ao nascimento, a criança já está familiarizada com os ruídos 
do organismo materno e com as vozes de seus familiares 
o Deve-se perguntar se o bebê se assusta, chora ou acorda com sons intensos e repentinos, se é capaz de 
reconhecer e se acalmar com a voz materna e se procura a origem dos sons. 
▪ No Brasil, é obrigatória a realização da triagem auditiva neonatal, para todos os RN, por meio de 
emissões otoacústicas evocadas 
• Quanto à interação social, o olhar e o sorriso, presentes desde o nascimento, representam formas de comunicação 
• Entre a 4-6ª semana de vida surge o “sorriso social” desencadeado por estímulo, principalmente a face humana 
o No 2º sem, a criança não responde mais com sorriso a qualquer adulto → distingue o familiar do estranho. 
 
 
NEONATOLOGIA E PUERICULTURA Kamila Maragno Peruch UNESC – Turma 192 
• Relativo à linguagem, nos primeiros meses de vida, o bebê expressa-se por mímica facial e pelo choro 
• Entre o 2-3º mês, a criança inicia a emissão de arrulhos e, por volta do 6º mês, de balbucio ou sons bilabiais 
• Entre 9 e 10 meses, emite balbucios com padrão de entonação semelhantes à linguagem de seu meio cultural 
o A primeira palavra geralmente corresponde a um encontro silábico reconhecido que se inicia com sons de 
m, n, p, d ou t, como “mama”, “papa” e “dada” 
• A linguagem gestual também aparece no 2º semestre e é fruto da significação dada pelos adultos do seu meio 
o Nessa fase, é comum a criança apontar e obedecer aos comandos verbais (bater palmas, acenar) 
• Por volta dos 12 meses, surgem as primeiras palavras denominadas palavras-frase 
• Aos 18 meses a criança inicia frases simples → a partir daí, ocorre grande aumento no repertório de palavras 
o Também começa o diálogo → criança fala e aguarda a resposta do outro para nova interferência 
 
Marcos Do Desenvolvimento Segundo A SBP 
• Apresenta alguns marcos característicos até os 2 anos de idade → a partir dessa idade, o contexto cultural em que 
a criança se insere passa a ter influência maior e, consequentemente, também há maior variação entre os marcos 
 
 
 2 meses 
o Observa um rosto 
o Segue objetos e 
ultrapassa linha média 
o Reage ao som 
o Vocaliza (emite sons 
diferentes do choro) 
o Eleva a cabeça e 
ombros na cama em 
prona 
o Sorri 
 4 meses 
o Observa a própria mão 
o Segue c olhar até 180° 
o Grita 
o Senta com apoio, 
sustenta a cabeça 
o Agarra um brinquedo 
colocado em sua mão 
 
 
 6 meses 
o Tenta alcançar um 
brinquedo 
o Procura objetos fora do 
alcance 
o Volta-se para o som 
o Rola no leito 
o Inicia uma interação 
 9 meses 
o Transmite objetos de 
uma mão para a outra 
o Pinça polegar-dedo 
o Balbucia 
o Senta sem apoio 
o Estranhamento 
(prefere pessoas que 
convive) 
o Brinca de esconde-
achou 
 12meses 
o Bate palmas, acena 
o Combina sílabas 
o Fica em pé 
o Pinça completa 
o Segura o copo ou a 
mamadeira 
 15 meses 
o Primeiras palavras 
o Primeiros passos 
o É ativa e curiosa 
 18 meses 
o Anda 
o Rabisca 
o Obedece ordens 
o Nomeia objetos 
 24 meses 
o Sobe escadas, Corre 
o Formula frases simples 
“dá água”“quer papar” 
o Retira uma vestimenta 
o Tenta impor a vontade 
 
• Hereditariedade parece contribuir com 50% da pontuação do QI e com 50% de alguns traços de personalidade, 
como sociabilidade e desejo por novidade 
• O temperamento (parte do comportamento, inclui reação emocional (choro, riso, mau humor), nível de atividade 
motora, atenção, sociabilidade e persistência), é influenciado 20-60% pela genética e 80-40% pelo ambiente. 
• Pode ser caracterizado por nove componentes 
1. Atividade motora → ex. ele prefere ficar sentado a correr por todo o lado 
2. Ritmicidade dos ciclos biológicos → ex.: ele nunca tem fome o mesmo horário todos os dias 
3. Aproximação e retirada a um novo estímulo → ex.: ela rejeita toda comida na primeira vez 
4. Adaptação a novo estímulo → ex.: mudanças em geral deixam ele chateado, ela se adapta facilmente 
5. Limiar de responsividade → ex.: ele percebe todos os carocinhos em sua comida, ela come qualquer coisa 
6. Intensidade da reação → ela grita quando está feliz e resmunga quando está triste, ela não é de chorar 
7. Humor → ele parece que está sempre feliz, ela não é de sorrir muito 
8. Distraibilidade → ela facilmente se desvia da comida quando tem outra criança por perto, ela nem parece 
me ouvir quando está brincando 
9. Atenção e persistência → ela troca de brinquedo a toda hora 
 
NEONATOLOGIA E PUERICULTURA Kamila Maragno Peruch UNESC – Turma 192 
• O desenvolvimento emocional e da inteligência na infância e juventude passa por diversos estágios, desde as fases 
da lactância, passando para a fase do pré-escolar, escolar e adolescência 
o Através das quais a criança/adolescente amadurece sentimentos, emoções, capacidade de pensar/aprender 
 
• Neste período, o lactente utiliza suas habilidades motoras cada vez mais coordenadas e intencionais (praxias), e 
suas percepções sensoriais para explorar o meio ambiente, aprender novas funções, e comunicar-se 
• Neste período podem ser identificados cinco estágios: 
 
❖ Primeiro estágio (0-2 meses) 
• Movimentação do lactente apenas de maneira reflexa 
• Mãos permanecem cerradas e membros semifletidos → estendem e abrem quando se desencadeiam os reflexos 
• Vias motoras são pouco mielinizadas e o controle cortical do movimento é difuso 
• Bebê é capaz de escutar, e nesta fase pode se observar o apoio da cabeça de um dos lados (geralmente esquerdo), 
liberando o ouvido do outro lado (dominância hemisférica da via auditiva) 
• Bebê se aquieta com a voz humana, e ao ouvir outro choro de criança desencadeia resposta de choro 
• Capacidade de comunicação verbal limitada, fazendo apenas através do choro 
o Características já podem denunciar fome, irritação ou dor 
• Já existe percepção da luz, e a cabeça se vira em direção à luz da lanterna 
 
❖ Segundo estágio (2-4 meses) 
• Aos 4 meses, lactente já está com mãos mais abertas e já as conduz até a linha média 
• Permitindo a colocação do objeto apreendido na boca 
• As vias piramidais já estão mais mielinizadas 
• Lactente já vira a cabeça em direção ao som 
• Há melhora da coordenação entre a visão e a preensão do objeto. 
• Aos 3 meses ocorre o acompanhamento do objeto em uma rotação de 180º no campo visual 
• Ele olha a mamadeira e abre a boca, e os olhos seguem o que a mão faz 
o Assim, desenvolvem-se as reações circulares primárias, através das quais a criança observa o objeto, 
executa a preensão manual, leva o objeto a boca, chupa-o e repete a sequência 
▪ São novos atos descobertos por acaso, e por isso, são descritos como ações pré-inteligentes 
• Há imitação dos sons ouvidos, principalmente os fonemas vogais → aah, eeh etc. 
 
❖ Terceiro estágio (4-9 meses) 
• Coordenação para preensão do objeto melhora mais, e a intenção de pegá-lo torna-se mais voluntária (praxia) 
o O objetivo é segurar, sacudir, balançar e virar 
• Acuidade visual melhora e com ela a noção de profundidade e direção do brinquedo. 
• Criança pega uma pastilha com toda a mão, sacode o sino para ouvir o barulho e segura um brinquedo pelo fio. 
• São reações circulares secundárias, descobertas ainda por acaso, porém com maior intenção 
o Esse desenvolvimento é possível pela mielinização de áreas parietoccipitais e temporoparietais 
 
❖ Quarto estágio (9-12 meses) 
• Desaparecem reações circulares, ações são realizadas com finalidade → momento em que se desenvolve as praxias 
• Criança investiga mais o brinquedo – aperta, apalpa, arranha, arrasta, olha-o em diferentes perspectivas 
• Aos 11 meses começa a colocar um objeto dentro do outro 
o Preensão é mais precisa, com oposição entre o polegar e o indicador. 
o Surgem sons mais complexos, mas ainda sem significado “pfs, mam, baba, ppa” 
• Aos 12m, criança já fala “mama” e “papa” com significado, compreende ordens simples como “dá”, “tchau” e “vem” 
 
❖ Quinto estágio (12 a 18 meses) 
• Começa a brincadeira simbólica, na qual a criança inventa finalidades para os objetos, abre a caixa de fósforos, faz 
torres de cubos e já brinca de “casinha” 
• Há aumento do vocabulário e a criança nomeia objetos simples em uma gravura 
 
❖ Sexto estágio (18 meses a 24 meses) 
• Início da fase de imitação de gestos e palavras 
• Desenvolve ações manuais mais complexas → desembrulhar bala, virar páginas, fazer rabiscos circulares/lineares 
 
NEONATOLOGIA E PUERICULTURA Kamila Maragno Peruch UNESC – Turma 192 
PERIODICIDADE DAS CONSULTAS PEDIÁTRICAS 
• De acordo com o MS, as consultas pediátricas devem ocorrer com a seguinte periodicidade: 
• 1º semana de vida, 1 mês, 2 meses, 4 meses, 6 meses, 9 meses, 18 meses, e 24 meses 
o Após 2 anos, as consultas poderão ser feitas anualmente, preferencialmente próximas ao mês de aniversário 
• É importante que em todas as consultas o pediatra observe 
o Crescimento → peso, altura e PC (até 2 anos) 
o Desenvolvimento neuropsicomotor → conduta motora grosseira e fina, conduta adaptativa, conduta de 
linguagem e conduta pessoal-social 
o Alimentação da criança 
o Vacinas 
o Prevenção de acidentes 
o Identificação de problemas e riscos para a saúde 
 
• As necessidades nutricionais da lactância refletem a alta taxa de metabolismo deste período de crescimento e 
desenvolvimento → o requerimento energético do lactente é 2x maior que de um adulto normal 
 
ENERGIA 
• Não há evidências em relação à superioridade dos carboidratos sobre as gorduras para o fornecimento de energia 
• A quantidade de carboidrato para evitar a cetose e hipoglicemia é de 5 g/kg/dia 
o Quantidade de gordura necessária para prover teores suficientes de ácidos graxos essenciais (ácido 
alfalinoleico e linoleico) é de 0,5-1 g/kg/dia 
• Os principais ácidos graxos de cadeia longa (> 18 carbonos) – PUFAs – são o Ácido Araquidônico e Docoexanoico 
o Participam da constituição de membranas no SNC e retina 
• Organismo é capaz de sintetizar estes AG de cadeia longa a partir dos AG essenciais adquiridos na dieta → o ácido 
linoleico é convertido a ácido araquidônico, e o ácido alfalinoleico a ácido docoexanoico 
o Porem, essa via sintética não está suficientemente desenvolvida nos lactentes 
▪ Amamentados com leite materno têm muita vantagem em relação aos alimentados com fórmula 
→ leite humano contém naturalmente PUFAs 
• Crianças amamentadas com leite materno têm melhor desenvolvimento neurocognitivo, e esta diferença de 
composição lipídica é uma das razões para tal 
 
PROTEÍNA 
• Lactentes requerem maiores quantidades de proteínas por Kg do que adultos 
• Aminoácidos essenciais → leucina, isoleucina, valina, treonina,metionina, fenilalanina, triptofano, lisina, histidina 
• Cisteína, tirosina e às vezes arginina também são essenciais no período da lactância 
o Cisteína é essencial neste período é devido a diminuída atividade da cistationase hepática, que converte a 
metionina em cisteína → seus níveis só alcançam o normal com 4 meses 
• Leite de soja bruto contém quantidades reduzidas de metionina → mas quando fortificado, os níveis se assemelham 
aos do leite de vaca 
• Leite humano e as fórmulas são equivalentes em relação aos aminoácidos essenciais 
o A necessidade proteica de um lactente de 0-6 meses é de 1,5 g/kg/dia 
 
ELETRÓLITOS, MINERAIS E VITAMINAS 
• Estoques de ferro de um RN são suficientes até os 4-6 meses → a partir daí, devido à elevada taxa metabólica, é 
comum o desenvolvimento de anemia ferropriva 
o Recomenda-se suplementação com sulfato ferroso a partir dos 6 meses de idade 
• Se a ingestão proteica for inadequada, pode haver deficiência de ácido nicotínico e colina → vitaminas sintetizadas 
a partir do triptofano e da metionina 
• Suplementação com vitamina D está indicada para todos os lactentes amamentados ao seio materno ou 
amamentados com fórmula infantil (desde que recebam < 1.000 ml/dia) 
• Aplicação de vitamina K IM a todos os RN para prevenção da doença hemorrágica do recém-nascido 
 
❖ ÁGUA → necessidades hídricas dos lactentes variam de 75-100 ml/kg/dia 
 
NEONATOLOGIA E PUERICULTURA Kamila Maragno Peruch UNESC – Turma 192 
–
• Após 6 meses, o aleitamento exclusivo não atende necessidades nutricionais do lactente, sendo necessária a 
introdução de outros alimentos → mas aleitamento materno é recomendado até os 2 anos 
• O início da alimentação complementar (desmame) é o período de introdução de qualquer outro alimento além do 
leite materno → considera-se a criança “desmamada”, quando ocorre suspensão total do leite materno 
 
DESENVOLVIMENTO NEUROLÓGICO 
• Aquisição de marcos como sustentação da cabeça, pescoço e tronco, perda do reflexo de protrusão da língua e a 
capacidade de mastigação aos 5 meses habilidades necessárias para o desmame 
• Aparecimento dos primeiros dentes auxilia no processamento dos alimentos 
o Incisivos centrais inferiores aos 6 meses - superiores aos 7 meses 
o Incisivos laterais superiores aos 8 meses - inferiores aos 9 meses 
o Primeiros molares inferiores aos 12 meses - superiores aos 14 meses 
• Importante que os pais sejam orientados a permitir que filho aprenda a comer sozinho → por ex, aos 6 meses o 
lactente é capaz de segurar a mamadeira e aos 9 segura uma caneca 
o Com ~10/12 meses conseguem segurar uma colher e levá-la à boca 
▪ Essa liberdade deve ser permitida (apesar da “sujeira”), pois auxilia no desenvolvimento da 
coordenação motora fina 
o Com 2 anos espera-se que a criança seja capaz de alimentar-se de modo independente 
 
TÉCNICA 
• Introdução da alimentação complementar deve ser gradual, com cada alimento novo introduzido separadamente 
• A não aceitação inicial de um alimento não deve ser interpretada como uma recusa definitiva, devendo ser oferecido 
semanas depois → necessárias ~8-10 exposições para que ocorra aceitação plena 
• Consistência também deve ser modificada, com oferecimento de alimentos inicialmente pastosos, até pedaços 
sólidos com a colher → e não devem ser processados no liquidificador 
o Devem-se evitar dietas muito diluídas e volumosas como, por exemplo, sopa 
• Higiene no manuseio, estocagem e administração são fundamentais para evitar contaminação 
• Sal e condimentos não devem ser usados no preparo, e leite e açúcar também não devem ser misturados à papa 
o É necessário que a criança conheça o real sabor dos alimentos que estão sendo introduzidos 
• Caso seja recomendado aumento no valor calórico da dieta, pode-se acrescentar óleo vegetal, margarina/azeite ao 
preparo das refeições → geralmente para desnutridos ou com dietas a base de leite desnatado 
 
COMPOSIÇÃO DA DIETA 
• Primeiros alimentos a serem introduzidos são as frutas, na forma de papas ou sucos 
o Nenhuma fruta é contraindicada, a menos que a criança desenvolva alergia 
o Não se deve oferecer volume de suco de frutas > 240 ml/dia → para que a ingestão de alimentos mais 
calóricos não seja prejudicada 
• Dietas do desmame devem ter 1 alimento básico e 1+ alimentos do grupo complementar 
o Alimentos básicos são os tubérculos e cereais, sendo os demais grupos considerados complementares 
• Alimentos industrializados, aqueles que oferecem risco de broncoaspiração, os mais implicados no desenvolvimento 
de alergia e mel devem ser evitados no primeiro ano 
• Ovos e carnes podem ser introduzidos na alimentação do lactente a partir de 6 meses 
 
❖ Tubérculos 
• Fonte de amido → importante na oferta calórica 
o Tubérculos → batatas, mandioca, inhame, 
cará 
o Cereais → arroz, milho (angu), macarrão 
❖ Leguminosas 
• Fonte de proteína vegetal 
o Feijões, ervilhas, lentilhas, grão-de-bico e 
soja 
 
❖ Hortaliças 
• Fonte de vitaminas e minerais 
o Legumes → cenoura, abóbora, chuchu, 
abobrinha, berinjela e vagem 
o Verduras → (parte comestível são as 
folhas) couve, taioba, espinafre, brócolis, 
bertalha e agrião 
❖ Carnes 
• Fonte de proteína animal 
o Carne de boi, frango e peixe 
 
NEONATOLOGIA E PUERICULTURA Kamila Maragno Peruch UNESC – Turma 192 
ESQUEMA ALIMENTAR PARA LACTENTE AMAMENTADOS AO SEIO 
• Até o 6º mês → aleitamento materno exclusivo 
• 6º mês → aleitamento materno + papa de frutas 
o Inicialmente 1x/dia e depois 2x/dia 
• 6º ao 7º mês → aleitamento materno + papa/ suco de frutas (2x/dia) 
o + uma papa salgada/dia (final da manhã) 
• 7º ao 8º mês → aleitamento materno + papa/ suco de frutas (2x/dia) 
o Duas papas salgadas/dia (uma no final da manhã e outra no final da tarde) 
• 9º ao 11º mês → manter o esquema, tornando a alimentação complementar mais próxima dos hábitos da família 
 
ATIVIDADE FÍSICA 
• Recomenda-se até 1 ano atividades do tipo mudança de decúbito, psicomotricidade, andar, engatinhar e natação a 
partir de 6 meses sob devida orientação 
 
–
• Taxas de crescimento diminuem após o 1º ano, sendo comum após este período alguma falta de interesse da 
criança por certos alimentos e redução da ingesta → deve-se explicar aos que é transitório 
• Criança passa a demonstrar preferências de paladar, e esta seleção deve ser respeitada, porém, os pais devem 
tentar oferecer aquele alimento rejeitado outras vezes 
• Alimentação balanceada e isenta de consumos prejudiciais é fundamental entre 1-2 anos, pois nesta fase os hábitos 
e padrões alimentares são definidos até a idade adulta 
• Recomenda-se que a criança receba 3 refeições principais e dois lanches 
 
SUPLEMENTAÇÃO 
❖ Vitamina D → deve ser administrada de forma PROFILÁTICA a crianças em aleitamento materno ou uso de FI (< 
1.000 ml/dia) ou leite de vaca, independente da região do país 
o Primeira semana de vida até 12 meses → 400 UI/dia 
o 12-24 meses → 600 UI/dia 
▪ Geralmente dose de 200-220UI, sendo 2 gotas/dia em < 1ano e 3 gotas/dia em < 2anos 
❖ Vitamina A → em regiões de alta prevalência em hipovitaminose A (nordeste, Vale do Jequitinhonha e Mucuri (MG) 
o Lactentes 6-11 meses → 100.000 UI, 1x a cada 6 meses 
o Crianças 12-59 meses → 200.000 UI, 1x semestralmente 
▪ As doses deverão ser repetidas a cada 4-6 meses 
 
 
LITERATURA: 
- Tratado de Pediatria da SBP 4ª Ed. - 2017 
- MEDCURSO 2019 PEDI – Vol. 2 Aleitamento Materno; Alimentação em Pediatria 
- MEDCURSO 2019 PEDI – Vol. 3 Crescimento e Desenvolvimento Infantojuvenil e Seus Distúrbios

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