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2020.1 APOSTILA DE PEDIATRIA Módulo: Saúde da Criança e do Adolescente Giuliana Ruiz Uemoto – turma XXI Giuliana Ruiz Uemoto – turma XXI 1 APOSTILA DE PEDIATRIA Módulo: Saúde da Criança e do Adolescente Sumario I. Consulta Pediátrica ...................................................................................................................... 2 II. Desenvolvimento neuropsicomotor ...................................................................................... 12 III. Crescimento físico e desenvolvimento puberal ..................................................................... 15 IV. Aleitamento materno e alimentação na infância.................................................................. 19 V. Alimentaçao dos 1000 dias ................................................................................................... 23 VI. Icterícia Neonatal .................................................................................................................. 33 VII. Ressuscitação neonatal.......................................................................................................... 37 VIII. Exame neurologico ................................................................................................................ 40 IX. Imunização............................................................................................................................. 43 X. Doenças ortopedicas na adolescência ................................................................................... 52 XI. Triagem neonatal ................................................................................................................... 57 XII. Febre sem sinais localizatórios ............................................................................................. 65 XIII. ITU ......................................................................................................................................... 68 XIV. Diarreias na infância ............................................................................................................. 70 XV. Parasitose clínica ................................................................................................................... 77 XVI. Arboviroses ............................................................................................................................ 82 XVII. Acne .................................................................................................................................... 89 XVIII. Ginecomastia ...................................................................................................................... 91 XIX. Doencas exantematicas ........................................................................................................ 93 Giuliana Ruiz Uemoto – turma XXI 2 I. Consulta Pediatrica Roteiro da primeira consulta pediátrica (estágio UBS Vila Arapuá) 1. Anamnese 1.1. Identificação Nome Idade: anos, meses – obs.: para < 1 ano: meses, dias o Neonato: 0-28 dias de vida (dv) o Lactente: 29dv-2 anos incompletos o Pré escolar: 2-6 anos incompletos o Escolar: 6-12 anos incompletos o Adolescente: OMS: 10-19 anos ECA: 12-18 anos Sexo (do registro civil) Raça Naturalidade e procedência Nome do acompanhante e grau de parentesco 1.2. Queixa principal (QP) Principal sintoma/sinal Duração SIC 1.3. História da doença atual (HPMA) Dados sobre doença crônica em atividade (intensidade, irradiação, fatores de melhora e piora, hora do dia/clima associado etc.) Início e duração da queixa Sintomas associados em ordem cronológica (descrever características de cada um) Uso de medicações continuas (nome, concentração, dose, horários) Dados sobre o ganho pôndero-estatural Dados sobre o desenvolvimento puberal Tratamentos realizados para a QP Evolução clínica 1.4. História fisiológica e patológica pregressa Gestação: o Complicações: DMG, HAS o Intercorrências: infecções, sangramentos presentes, traumas, amniorrexe prematuro o Medicações usadas durante; uso de álcool, drogas, tabaco Parto o Tipo (cesariana, vaginal, fórceps) o Semanas de gestação Pré termo: < 37 semanas À termo: 37-41s e 6d Pós termo: ≥ 42 semanas Peso e comprimento ao nascimento o Extremo baixo peso <1kg o Muito baixo peso < 1,5kg o Baixo peso < 2,5kg o Macrossomia ≥4kg o PIG < P10 o AIG: P10-P90 o GIG >P90 Prof Guido Giuliana Ruiz Uemoto – turma XXI 3 APGAR (valores do 1º e 5º minuto de vida): Appearance, Pulse, Grimace, Activity, Respiration Intercorrências perinatais e pós-natais: o Presença de icterícia, disturbios metabólicos, infecções, desconforto respiratório, uso de O2 (IOT/CPAP/Hood) o Idade de queda do coto umbilical o Qualidade de sucção, alterações alimentares o Data de alta do berçário ou UTI neonatal Resultado dos testes do pezinho, coraçãozinho, orelhinha, linguinha e olhinho Doenças crônicas previas e respectivos tratamentos (tipo, medicamentos, duração, se houve melhora?) Doenças da infância: doenças exantemáticas, IVAS etc. Cirurgias: motivo, idade e evolução Acidentes: descrição, idade e evolução Internações: causas, idade, duração e tratamento Alergias (medicamentosas, alimentares, materiais) 1.5. Desenvolvimento neuropsicomotor (DNPM) Céfalo→caudal; centro→periferia; ulnar→radial Habilidades o Motora grossa: locomoção o Motora fina/adaptativo: Visão: até 3 meses Habilidade manual: 4-12 meses o Linguagem: Choro: até 3 meses Sons guturais (consoantes repetidas): a partir 4 meses Lalação (silabas): a partir dos 6 meses Fala simples: a partir 9 meses (1-2 palavras); aos 12 meses (mais palavras) o Social: interação com outras pessoas Sorrir: a partir 3 meses Dar tchau: 9 meses Escala de Denver (anexo 1) Escolaridade (rendimento escolar; relacionamento com professores e colegas) Disturbios comportamentais: enurese, birras, chupar dedo, pesadelos, apetite por substancias não- alimentares Não é utilizado para indicar procedimentos na reanimação neonatal. No entanto, sua aplicação permite avaliar a resposta do paciente às manobras realizadas e a sua eficácia Giuliana Ruiz Uemoto – turma XXI 4 1.6. Vacinação Checar cartão de vacinação + calendário vacinal Descrever reações vacinais caso ocorridas Classificar: adequado X atrasado 1.7. Alimentação Responsável pela alimentação Aleitamento materno: realização, tempo de exclusividade, termino Uso de formulas infantis: motivo do uso, tipo, quantidade, horário Início da alimentação sólida Diário alimentar: horários, tipos de alimentos, quantidades consumidas o Perguntar sobre o dia anterior a consulta Consumo de sal, óleo, guloseimas Ingesta de agua 1.8. Investigação de sistemas e aparelhos (ISDAS) Geral: alterações na estatura e peso; velocidade de crescimento Cabeça: cefaleia, concussões, alterações no formato do crânio Pele e fâneros: rashes, urticaria, eczema, nódulos, hematomas, sangramentos, alterações de pigmentação Olhos: estrabismo, conjuntivite, alterações visuais (miopia, astigmatismo, hipermetropia) Nariz: ronco, epistaxe, coriza/rinorréia, espirros Boca e dentes: Odinofagia, amigdalite, monilíase oral, respiração bucal estado de conservação dos dentes e caries Ouvidos: surdez, infecções, otorréia Pescoço: linfadenomegalias, alterações na tireoide Cardiovascular: cianose (mucosa = central, membros = periférica), palpitações, sopros cardíacos, tolerância a esforço físico, dor torácica Pulmonar: dispneia, sibilância, tosse cronica, expectoração, hemoptise, bronquiolite, tuberculose, pneumonia TGI: evacuações (frequência,cor, odor e consistência fecal), diarreia, constipação, vômitos, hematêmese, icterícia, cólica, apetite TGU: diurese (frequência, cor), disúria, hematúria, incontinência, dor/ardência ao urinar, polúria, infecções, edema fácil e de membros o Masculina: aumento testicular e peniano, presença de pelos pubianos, fimose, presença de lesoes e atividade sexual o Feminino: alterações em lábios e clitóris, presença de pelos pubianos, menarca, ciclo menstruais (frequência, fluxo), corrimento vaginal Não esquecer de avaliar mamas Musculoesquelético: dor e/ou edema articulares, escoliose, mialgia, fraqueza muscular, lesões, alterações de marcha, paresia, parestesia Giuliana Ruiz Uemoto – turma XXI 5 Neurológico: convulsões febril e afebril; déficit motor, fala ou de aprendizagem 1.9. História familiar Mãe: nome + idade; G?P?A?; doenças, medicações em uso; estatura, idade da menarca Pai: nome + idade; doenças, medicações em uso; estatura, idade da pubarca Presença de consanguinidade Estatura alvo (EA) + canal familiar (± 8,5 cm) o 𝐻 𝑚ã𝑒+𝐻 𝑝𝑎𝑖±13 𝑐𝑚 2 Irmãos: nomes + idades; doenças, medicações, estaturas Casos semelhantes na família Heredograma Presença de DCV, DM2, HAS, dislipidemias, AVCs, cardiopatias, canceres, neuropatias na família (parentesco + idade) 1.10. História psicossocial Moradia: nº e identificação dos moradores; nº cômodos, local de dormir; água encanada + luz elétrica + esgoto encanada + coleta de lixo; animais domésticos (nº, espécie) Principal cuidador da criança Trabalho dos pais Pratica de atividade física (tipo, frequência, duração) Tempo de tela por dia (TV, celular, tablete) o Ideal que crianças < 2 ano = 0 (zero) Horário de sono Presença de atividade extracurricular (tipo, frequência, duração) 2. Exame físico Sempre iniciar pela observação da criança no colo da mãe/acompanhante Fique na mesma altura da criança e examine-a, o máximo possível, no colo Ordem dos procedimentos: do menos para o mais doloroso/incomodo Converse e distraia a criança quando possível Despir a criança de acordo com a progressão do exame Não minta para a criança quanto a possíveis dor e incômodos durante o exame – seja honesto! Não fique intimidado pelo choro 2.1. Antropometria 2.1.1. Peso & IMC < 2 anos = balança de mesa; > 2 anos = balança de chão – vale mais se a criança consegue ficar de pé e parada História progressiva do peso (esperado) o Nascimento (adequado): 3-3,5kg Perda de 10% nos primeiros dv Recupera peso inicial ± 10-14dv RNPT/PIG: perda > 10% nos 1ºs dv; catch up até 2 anos o 1º ano (triplica) 1º T: 700g/mês ou 30g/dia 2ºT: 600g/mês ou 20g/dia 3ºT: 500g/mês ou 15g/dia 4ºT: 400g/mês ou 12g/doa o 2º ano até puberdade: 2-3kg/ano WHO – gráfico da OMS (sexo; idade, peso/estatura) ♀: - 13 cm ♂: + 13 cm Dobra Peso estimado (2-10 anos) = idade (anos) X 2 + 8 Giuliana Ruiz Uemoto – turma XXI 6 < 2 ano: curva de peso > 2 anos: curva IMC <-3DP Muito baixo peso Magreza acentuada -3DP a -2DP Baixo peso Magreza -2DP a +1DP Eutrófico +1DP a +2DP Se < 5 anos: risco de sobrepeso Se > 5 anos: sobrepeso +2DP a +3DP Se < 5 anos: sobrepeso Se > 5 anos: obesidade > +3DP Se < 5 anos: obesidade Se > 5 anos: obesidade grave Circunferência abdominal (CA): o Ideal: < H/2 o >H/2: excesso de gordura centrípeta 2.1.2. Estatura < 2 anos: deitado com régua; > 2 anos: em pé com estadiômetro Usar gráfico WHO (anexos 2-13) o <-2DP: baixa estatura o -2DP a +2DP: estatura adequada o > + 2DP: alta estatura Velocidade de crescimento o Lactente: CN = 50 cm (± 2 cm) 1º ano: total = 25 cm (1º semestre 2,5cm/mês = 15cm + 2º semestre 1,5cm/mês = 10 cm) 2º ano: 12,5cm o 3-4 anos: 7,5 cm/ano o Pré púbere (4-10/12 anos): 5-7cm/ano o Puberal: meninos 2 anos após as meninas ♀ (8-13 anos) ♂ (9-14 anos) Crescimento estável 8-10 anos: 5-6cm/anos 9-12 anos: 5-6 cm/ano Crescimento acelerado 11-12 anos (M2-3): 8-9 cm/anos 13-14 anos (G3-4): 10-11 cm/ano Desaceleração do crescimento 5-6 cm/ano 6-7 cm/ano o Pós puberal ♀ (até 18 anos): 0,5-1 cm/ano ♂ (até 21 anos): 1-2 cm/ano Alerta! Curvas retas e descendentes Paralisia cerebral o Deformidades vertebrais e contraturas de extremidades o Estimativas Comprimento braço Altura joelho (PC < 12ª) – estatura 24,3 = (2,03 X altura do joelho) Medida direta do comprimento em posição supina Envergadura o Distância entre as pontas do 3º quirodáctilo direito e esquerdo o Normal: estatura máxima ±5 cm o RN: envergatura < estatura (2,5 cm) o 10 anos meninos e 12 anos meninas: envergadura > estatura Relação seguimento superior/seguimento inferior (SS/SI) o Distância púbis chão o SS = estatura – SI o Valores de normalidade RN: 1,7 Intervalo: 6 meses – altura estimada (2-10 anos) = idade (anos) X 6 + 77 Giuliana Ruiz Uemoto – turma XXI 7 3 anos: 1,33 5 anos: 1,17 10 anos: 1 > 10 anos: < 1 Estatura sentado e relação ES/E o Z ES/E > +2DP: desproporção por comprometimento apendicular < -2DP: desproporção por comprometimento axial 2.1.3. Perímetro cefálico Principalmente para < 2 anos – maior circunferência fronto-ocipital (glabela à protuberância occipital) PC = 35 cm 1º ano: + 12cm/ano o 1ºT: 2cm/mês o 2ºT: 1cm/mês o 3º e 4ºT: 0,5cm/mês 4º ano de vida: PC completo Maior perímetro fronto-occiptal Usar gráfico da OMS –WHO o <-2DP: microcefalia o -2DP a +2DP: adequado para a idade o >+2DP: macrocefalia Prematuros curvas: subtrair semanas de PT o < 32 semanas: correção até 2 anos o 32-36 semanas: correção até 1 ano o < 1500g: focar na VC 2.2. Sinais vitais (SV) Frequência cardíaca (FC) o Até lactantes: pulso femural/braquial, auscultar por 1 minuto inteiro (não constante); demais: pulso radial RN-3 meses 85 a 205 bpm 3 meses – 2 anos 100-190 bpm 2-10 anos 60-140 bpm > 10 anos 60-100 bpm Frequência respiratória (FR) o Movimentos toraco-abdominais por 1 minuto Lactantes (< 1 ano) 30-60 ipm 1-3 anos 24-40 ipm 4-5 anos 22-34 ipm 6-12 anos 18-30 ipm 13-18 anos 12-16 ipm Temperatura (axilar – 2-3 min, oral, membrana timpânica ou retal): febre ≥37,8°C Saturação de oxigênio – normal > 95% Pressão arterial (PA) o Avaliar tabelas de referência (sexo; idade x estatura x PA) Classificação > 1 ano a < 13 anos ≥ 13 anos Normal <P90 <120/<80 mmHg Pré HAS ≥P90 e <P95 ou 120/80mmHg e <P95 120-129/<80 mmHg HAS – E1 ≥P95 e <P95+12mmHg ou 130-139/80-89mmHg 130-139/80- 89mmHg HAS – E2 ≥P95 + 12mmHg ou ≥140/90mmHg ≥140/90mmHg Giuliana Ruiz Uemoto – turma XXI 8 2.3. Geral Estado geral: excelente, bom, regular ou ruim Presença de cianose (central/acrocianose), icterícia e febre Coloração: normal ou hipocorado Hidratação Condição respiratória: taqui/bradi/dispneico Nível de consciência: ativo-reativo; letárgico; inconsciente Presença de características marcantes, dismorfismos, assimetria ou paralisia facial 2.4. Cabeça Tamanho e formato Fontanelas anterior (bregmática) e posterior (lambdoide): tamanho e tensão (abaulada, deprimida) Suturas: cavalgamento, craniossinostose ou diástases Craniotabes Dismorfismos, micro ou macrocefalia Coiro cabeludo e cabelos: áreas de alopecia, alterações nos fio 2.5. Olhos Presença de estrabismo: convergente, divergente ou vertical Inclinação da fissura palpebral Hipertelorismo, telecanto, epicanto Esclera: hemorragias subconjuntival, azulada, amarelada Movimentos oculares/Nistagmo Pupilas: isocóricas, fotorreativas Conjuntiva Campo visual Reflexo vermelho 2.6. Oroscopia Lábios: cor, fissuras Mucosa oral: cor, presença de vesículas, úmida/seca Condições dos dentes e gengiva: cor, regularidade, presença de caries e uso de aparelhos ortodônticos Língua: cor, hidratação, ulceras Amigdalas: cor, tamanho, presença de exsudato Faringe: cor, saliências Palato: intacto, arqueado, fenda 2.7. Otoscopia Pavilhão auricular: posição – implantação baixa? Formato Membrana timpânica: cor, abaulamento e secreção Teste audição 2.8. Pescoço Presença de linfonodos ou massas palpáveis: tamanho, localização, mobilidade, consistência Palpação da tireoide Rigidez de nuca Palpação da clavícula: fraturas? 2.9. Cardiorrespiratório Cardiológico o Inspeção do precórdio o Cores das mucosas o Auscuta: ritmo (regular ou irregular), tempo, bulhas (normo, hipo ou hiperfonéticas), sopros Giuliana Ruiz Uemoto – turma XXI 9 Pulmonar o Inspeção: Formato caixa torácica: pectus carinatum, excavatum ou normal Padrão respiratório (regular ou irregular) Sinais de desconforto respiratório: retração de fúrcula, tiragem intercostal/subcostal ou batimento de asas de nariz o Ausculta Ambos hemitórax: vertebral, lateral e dorsal Presença MUV Ruídos adventício: roncos, sibilos ou estertores Presença de estridor 2.10. Abdome Inspeção o Formato: plano, globoso ou escafoide o Umbigo: infecção, hérnia o Diástase de reto abdominal o Hérnias inguinais Ausculta: ruídos hidroaéreos – 4 quadrantes Palpação o Flácido, distendido, normotenso o Dor a palpação superficial ou profunda o Fígado palpável? Esplenomegalia? 2.11. Extremidades Deformidades e simetria: geno varo, valgo ou em vendaval Edema Pulso e perfusão o Quantidade em MSI o Menores: braquial e femoral o Maiores: radial e pedioso Baqueteamento digital Polidactilia, sindactilia 2.12. Genitália Estadiamento de Tanner 2.12.1. Feminina Presença de clitoromegalia e/ou fusão de grandes ou pequenos lábios Estágios de desenvolvimento das mamas o M1: ausência de broto mamário (impupere) o M2: aparecimento do broto mamário restrito a aréola – telarca (1º sinal puberal) o M3: pigmentação maior da aréola; aumento do broto (mas ainda próxima do eixo); é possível palpar tecido adiposo Giuliana Ruiz Uemoto – turma XXI 10 o M4: projeção do mamilo e da aréola; projeção do sulco inframamário – duplo contorno o M5: retração do mamilo e queda da mama no sulco inframamário Estágio de desenvolvimento dos pelos pubianos o P1: lanugem sem pilificação o P2: pelos lisos, finos e espaços (grandes lábio) o P3: pelos mais grossos, encaracolados, mas não preenchem toda sínfise púbica (monte púbico) o P4: preenche a sínfise púbica sem atingir região crural o P5: não avança até cicatriz umbilical (até raiz da coxa) o P6: cicatriz umbilical Passar de um estagio para outro 6-12 meses; são desconexos 2.12.2. Masculina Localização e tamanho dos testículos (orquidômetro); presença de criptorquidia e/ou hidrocele Pênis: presença de fimose, localização de uretra Estágio de desenvolvimento da genitália e dos pelos pubianos o o o G1: gônada infantil (<4ml) P1: penugem sem pilificação G2: apenas aumento testicular (4-8ml), sem aumento peniano (1º sinal puberal) P2: pelos lisos, finos e espaços G3: 8-12mL; aumento do comprimento e não da espessura peniana P3: pelos mais grossos, encaracolados, mas não preenchem toda sínfise púbica Giuliana Ruiz Uemoto – turma XXI 11 o o 2.13. Músculo esquelético Dorso o Fosseta coccígea o Desvios de coluna (cifose, lordose, escoliose) o Pelos Articulações: mobilidade, estabilidade, edema, sensibilidade Musculatura: dor Marcha: pés para fora/dentro; claudicação Quadril: manobra de Ortolani e Barlow (luxação de quadril) 2.14. Pele Textura e tugor; alteração ungueal Manchas hipo/hipercrômicas, exantema, nervus, hemangiomas, mancha mongólica Petéquias, hematomas, cicatrizes, lacerações, descamações Hirsutismo, acantose, estrias, acne 2.15. Região perianal Dermatite Sangramentos Alterações no orifício anal 2.16. Neurológico Pares cranianos Cerebelo Tônus e força muscular Reflexos tendinosos, superficiais (abdominal e cremasterico) e primitivos neonatais 3. Diagnósticos De normalidade o Crescimento Peso: magreza, eutrofia, sobrepeso ou obesidade Estatura: baixa, adequada ou alta estatura o Puberdade: precoce, fisiológica ou atrasada o DNPM: adequado ou inadequado o Alimentação: adequada ou inadequada o Vacinação: atualizada ou atrasada Patológicos 4. Conduta Solicitação: exames complementares; pareceres médicos Prescrição: tratamento no farmacológico e/ou farmacológico; orientações G4: volume de 12-16mL + aumento da espessura; diferenciação da glande P4: preenche a sínfise púbica sem atingir região crural G5: 16-25 mL testicular + pênis adulto P5: não avança até cicatriz umbilical Giuliana Ruiz Uemoto – turma XXI 12 II. Desenvolvimento neuropsicomotor 1. Desenvolvimento do SNC Desenvolvimento normal do SNC se inicia na vida intrauterina o Células da ectoderma sobrejacente à notocorda → placa neural o Neurulação primária: início da 3ª semana: placa neural → tubo neural; ectoderme de superfície → neuroectoderme o Infleção embrionária: Migração das células da crista neural para locais diferentes, originando tipos celulares diferentes Fechamento do tubo neural: neuropólos cranial e caudal o Neurulação secundária (5ª semana) Crescimento diferencial em diferentes regiões do tubo neural Centros organizadores encefálicos (placa pré-cordal/notocorda) Desenvolvimento prossegue pela vida extrauterina até 18-21 anos de idade – completa sua maturação o O cérebro do adolescente aumenta e o nº de sinapses também Migração neuronal: processo pelo qual os neurônios viajam de seu local de origem até as suas posições finais no cérebro, geralmente partindo das porções periventriculares do neocórtex em direção à periferia, onde constituirão as camadas corticais o Ocorre por volta da 16ª-24ª semna de vida intrauterina Mielinização: inicia-se na vida intrauterina e prolonga-se durante toda a infância, especialmente até 6º/7º ano de vida o Algumas estruturas irão mielinizar-se até o final da adolescência, podendo prolongar-se até os 21 anos o Estrutura X função Mielinização = transição de atitudes passivas (decúbito dorsal) para posição ortostática Desenvolvimento das funções estimula mielinização mais rápida Funções reflexa → funções voluntarias Portanto, pode-se dizer que o DNPM pode ser dividido em 2 faixas etárias básicas o Do nascimento até o final do 1 ano de vida o Do 2º ao 7º ano de vida Desenvolvimento normal o O nascimento promove a adaptação dos sistemas orgânicos biológicos aos diversos fatores ambientais Prof Paulo Giuliana Ruiz Uemoto – turma XXI 13 Sistemas vitais (cardiovascular e respiratório): adaptam-se de maneira precoce/imediata Sistemas “menos vitais”: adaptam-se de maneira mais prolongada/mediata (ex.: SNC) o Fatores ambientais: relacionados ao ambiente intrauterino; fatores nutricionais, prematuridade; fatores socioeconômicos o Ambiente intrauterino desfavorável – causas: a) Nutricionais Disvitaminoses: deficiência de tiamina (vit B1); piridoxina (vit B6); cianocobalamina (vit B12), folatos, ácido nicotínico, vitaminas lipossolúveis (vits A e E), vit C Desnutrição protéico-calórica Complicações do DM b) Prematuridade Imaturidade do SNC e dos demais sistemas orgânicos Baixa oferta crônica de O2 (hipoxemia-isquemia) Hemorragia intracraniana – matriz germinativa alimenta os neurônios (até 30-33ª semana) Baixo peso; desnutrição – sistema digestório não formado (enzimas) Risco aumentado de infecções graves e sistêmicas – imaturidadedo sistema celular + sem passagem adequada pela placenta de anticorpos maternos (proteção pelos 6 primeiros meses) Coagulopatias – déficit de vitamina K Alterações metabólicas graves e persistentes – sem atingir homeostase adequada Hiperbilirrubinemia – sem conjugação; bilirrubina indireta vai impregnar nos gânglios da base; BHC muito pérvia c) Fatores socioeconômicos Acesso limitado à cultura e atividades lúdicas (baixa estimulação e ambientes desfavoráveis) Saneamento básico inadequado Alimentação inadequada (secundariamente) Violência doméstica e promiscuidade Maior risco de infecções e menor imunidade Síndrome da privação cultural/social o Variabilidades normais Variações individuais podem ser bem amplas por muitas variáveis Dependem de fatores ambientais e genéticos Diferenças entre os sexos: meninos desenvolvem habilidades motoras e visuoespaciais mais cedo, enquanto as meninas desenvolvem mais precocemente habilidades de linguagem e interação social Menor proporção de mulheres autistas que homens Considerar que em crianças prematuras, deve-se descontar a diferença entre a idade cronológica e a idade gestacional corrigida para adaptar corretamente aos marcos normais do desenvolvimento Por exemplo: uma criança que nasce com 32 semanas, tem de ter 2 meses descontados para que ela desenvolva algumas habilidades (em vez de 3 meses – 5 meses) o Manifestações Permanentes: as quais a criança nasce são constantes, não se modificando durante sua evolução Reflexas transitórias: normais no RN e desaparecem com a evolução, reaparecendo em condições patológicas Evolutivas: as quais a criança nasce e que dão lugar, com a evolução, a atividade voluntarias ou automáticas secundárias 2. Marcos da DNPM Giuliana Ruiz Uemoto – turma XXI 14 Marcos do DNPM no 1º ano Contato com o olhar: Choro inarticulado: Vocalizações além de choro (bitonal): Posição assimétrica predominante (posição do espadachim): Sustento cefálico incompleto: Ri alto: Sustento cefálico completo: Muda de decúbito: Direciona as mãos a objetos: Senta-se com apoio: Pressão palmar voluntaria: Puxar para se segurar em moveis: Ficar em pé com apoio: Pinça manual: Sentar-se em apoio: Responde ao próprio nome: Acena e manda beijos: Engatinha: Anda com apoio: Compreende o “não” Começa a falar “papa/mama”: Pega o objeto de um adulto e não solta Pinça digital: Palavras com significado: Fica em pé sem apoio: Anda sem apoio: Pega um objeto dum adulto e libera Fala ± 4 palavras: Balança a cabeça para “não’: 1-2horas 0-4 semanas 2-8 semanas 0-2 meses 2-3 meses 2-4 meses 3-4 meses 3-6 meses 3-6 meses 4-6 meses 4-11 meses 5-10 meses 5-11 meses 6-9 meses 6-10 meses 7-10 meses 8-12 meses 8-12 meses 9-10 meses 9-11 meses 9-11 meses 9-12 meses 9-12 meses 9-14 meses 10-12 meses 10-16 meses 11-14 meses 12-14 meses 12-16 meses Marcos do DNPM dos 2-7 anos Começa a manifestar dominância das mãos: Controle esfincteriano completo: Nomeia e conhece partes do corpo: Fala bem, mas com dislalias de supressão: Chuta bola: Monta torre de cubos (até 9): Corre contornando obstáculos: Anda na ponta dos pés: Copia a cruz de um modelo: Vira páginas de um livro com calma: Faz bolinha de papel com a mão dominante: Enrola fio em um carretel: Reconhece posições segmentares: Reconhece objetos familiares: Conhece e nomina as cores preto e branco: Define sensações de frio/calor, fome, sono, cede: Fala sem dislalias de troca ou supressão: Pula com uma das pernas: Conhece todas as cores: Desenha quadrado/circulo: Conhece os dedos: Diferencia esquerda e direita: Desenha um losango: 2 anos 2-3 anos 2-3 anos 3 anos 3 anos 3 anos 3 anos 4 anos 4 anos 4 anos 4 anos 4 anos 4 anos 4 anos 4 anos 4 anos 4-5 anos 4-5 anos 4-5 anos 5 anos 5-6 anos 6 anos 7 anos 3. Reflexos primitivos Reflexo de sucção Marcha positiva de apoio: 0-1 mês (troca de passos) Pressão palmar: 0-1 mês; flexão em massa dos dedos, persistindo até a retirada do estímulo Reflexo de Galant: 0-2 meses (aumentar o tônus da coluna); leve toque com a ponta de um lápis na região para - vertebral dorsal entre a l2a e a crista ilíaca→ encurvamento do tronco com concavidade para o lado estimulado Reflexo de Moro Giuliana Ruiz Uemoto – turma XXI 15 Reflexo da marcha: 0-2 meses; inclinação anterior do tronco →passos curtos e ritmados sem haver extensão de joelho e quadril (falsa corrida) Reflexo tônico-labiríntico prono: 1 mês (crianças está de barriga para baixo, quando a vira de barriga para cima ela se estica) Reflexo tônico-labiríntico supino: sempre patológico (se encolhe, em vez de se esticar como no prono) Reflexo de Moro: 0-4 meses (abraçamento); 1 a fase : Abdução dos membros superiores com abdução e extensão dos dedos 2 a fase : Adução dos membros superiores (reação do abraço) Reflexo de sucção: 0-5 meses Reflexo plantar: 0-10/11 meses; contato do dedo do examinador contra o sulco metatarso falângico → extensão plantar dos artelhos Reflexo tônico cervical assimétrico (Magnus de Kleijn ou espadachim): 2-4 meses; rotação da cabeça 90 → extensão das extremidades faciais e flexão das extremidades occipitais Reflexo de Landau: 5-6 meses (I: concavidade com as costas e eleva a cabeça: II: abaixar a cabeça faz uma convexidade e levanta a pelve) Reflexo tônico cervical simétrico: 6 meses; flexão/extensão passiva/ativa da cabeça → para flexão: flexão dos membros superiores e extensão dos membros inferiores; para extensão: extensão dos membros superiores e flexão dos inferiores Natação: nasce sabendo – começa a perder com 8 meses 4. Teste de desenvolvimento de Denver O teste baseia-se na observação direta do que a criança pode fazer e no relato dos pais (ou quem habitualmente lida com a criança A criança deve ficar bem à vontade antes de se iniciar o teste e não deve ser cobrado seu desempenho Nas faixas etárias mais avançadas, deve-se começar o teste com alguns itens abaixo da idade para que a criança seja bem-sucedida e se sinta estimulada a prosseguir Deve-se evitar distrair a criança com outros materiais que não sejam do teste Cada item é representado por uma faixa indicativa da época em uma A parte sombreada da faixa indica a idade em que 75 a 90% das crianças tornam-se capazes de executar o item do teste A incapacidade de realizar um item ultrapassado por 90% das crianças da mesma idade deve ser considerada importante, principalmente quando há várias falhas em um setor É dividido em quatro setores: Pessoal-Social, Motor-Adaptativo, Linguagem e Motor Não faz diagnósticos. Apenas alerta quanto à presença de deficiências e indica a necessidade de investigação mais aprofundada Iniciar com alguma atividade que a criança com certeza consiga realizar para estimulá-la a fazer o teste Avalia crianças do nascimento aos 7 anos Quanto mais critérios fora da faixa esperada, mais necessária é a investigação aprofunda III. Crescimento Fisico e desenvolvimento puberal 1. CONCEITOS Adolescência: período de crescimento e desenvolvimento biológico, psicológico e social o OMS: 10-20 anos incompletos o ECA: 12-18 anos incompletos Puberdade: conjunto de manifestações biológicas da adolescência o Puberdade normal: fase de transição em que se completam o crescimento somático + desenvolvimento sexual = aquisição da capacidade reprodutiva o Idade cronológica: limites de normalidadepara o início do desenvolvimento puberal ProfA Vania Giuliana Ruiz Uemoto – turma XXI 16 o Feminino: 8-13 anos de idade o Masculino: 9-14 anos de idade o Adrenarca (1º) Menina: 6-7 anos de idade; pelo pubianos, odor axilar (pelos axilares após a TELARCA); principal fonte andrógenos:adrenal, principalmente DHEA-S Menino: 7-8 anos de idade; pelos pubianos e odor axilar – pelos axilares após o aumento do volume testicular (um dos principais locais de produção de hormônios no homem) Controle independente EHHA – aumento síntese e secreção de andrógenos na zona reticular da adrenal (DEA e SHEA) 17OH pregnenolona ----3 BOHSD-→ 17OHP ↓ P450c17 ↓ CYP17 DHEA androstenediona ---- aromatase-→ estrona ↓ sulfatase ↓ 17β-HSD ↓↑ SDHEA DHT← testosterona --------aromatase-→ estradiol o Gonadarca (2º) EHHG: padrão de atividade varia com as fases da vida Período gestacional (2ª metade): níveis fetais de LH e FSH = adultos; porem caem devido ao feedback negativo exercido pelos hormônios esteroides da unidade fetoplacentaria (UFP) Período neonatal: cessa UFP + imaturidade dos mecanismos do EHHG – causam ↑LH e FSH → minipuberdade (1-2 anos/vida): sinais discretos de puberdade que regridem espontaneamente Período pré puberal (quiescência): determinado pelo feedback negativo exercido pelos esteroides sexuais sobre LH e FSH e por outros fatores menos conhecidos Período puberal: determinado pelo aumento da amplitude e frequência da secreção pulsátil do GnRH Através da ligação ao seu receptor especifico nos gonadotrofos da adenohipófise, o GnRH promove o aumento da secreção de LH e FSH → reativação da função gonadal (estradiol e testosterona) Principais manifestações da puberdade (MARSHALL & TANNER) o Crescimento rápido o Desenvolvimento das gônadas o Desenvolvimento dos órgãos reprodutivos sexuais secundários o Mudanças da composição corporal o Desenvolvimento dos sistemas circulatório e respiratório 2. Regulação da puberdade normal Secreção GnRH coordenada por uma rede neuronal sensível a múltiplos fatores Hipotálamo: neurônios KDNγ – KISSPEPTINA, NEUROKIPEPTINA (+) e DYNORPHINA (-) (sobreposição autocrina de feedback negativo SAF) o SAF permite um fino controle da secreção de Kisspeptina o Neurônios KNDγ: quando reduzem os seus efeitos de feedback negativo sobre o estradiol, inicia a puberdade Fatores estimuladores sobre GnRH: kisspeptina, leptina, neuroquinina B, glutamato, glicina, NE, dopamina, 5TH, fatores de crescimento gliais Fatores inibitórios sobre GnRH: opiodes endógenos (dinorfina A), GABA, neuropeptideo γ, pepitideo intestinal vasoativo, ACTH, melatonina Kisspeptina: é essencial para promover a secreção do GnRH Tecido adiposo tem a leptina que por alguma via (?) estimula a kisspeptina – tem a ver com estoques de energia - desnutrição: retardo puberal; supernutrido: adianta puberdade OBS.: mutações no kisspeptina: puberdade precoce Fatores estimulatórios: predomínio precoce = puberdade precoce – kisspeptina, leptina, neuroquinina B Giuliana Ruiz Uemoto – turma XXI 17 Fatores genéticos, nutricionais, ambientais, socioeconômicos – podem ser inibitórios ou estimulatórios OBS.: conhecimento sobre os fatores desencadeantes desse processo ainda é limitado Influência dos fatores genéticos o É sugerida por estudos e reforçada pela concordância da idade no início da puberdade e da menarca entre mães e filhas, indivíduos da mesma etnia e gêmeos monozigóticos kisspeptina (proteína) É essencial no controle do início da puberdade e da função produtiva É codificada pelo gene KISS (cromossomo 1), que age por meio de um receptor acoplado a proteína G-Kiss1R ou Gpr54, expresso e codificado pelo gene KISS1R Evidencias sugerem que o aumento de kisspeptina é a 1ª manifestação neuroendócrina identificada na puberdade e, por si só, é capaz de ativar EHHG Principal orquestrador do eixo reprodutivo Localizada: hipotálamo, todas as regiões cerebrais límbicas e paralímbicas Desempenha papel importante Controle comportamental, emocional e cognitivo Interpretação de pistas olfativas e auditivas para governar a preferência de parceiros Na regulação do comportamento copulatório Na influência de humor e emoções Discussão atual: papel emergente para facilitar a memória e aprendizado; desenvolvimento farmacológico: disturbios reprodutivos, emocionais e cognitivos associados o MKRN3 (proteína): considerada importante elemento no controle da puberdade; gene MKRN3 (cromossomo 15q11.2)A o Puberdade precoce: foram descritos casos (raros) por 3 mutacoes ativadoras nos genes KISS1R e por deficiência MKRN3 Influência dos fatores nutricionais o O estoque energético e o status do metabolismo do organismo são considerados reguladores chaves do início da puberdade e da fertilidade o Leptina (diretamente relacionada a quantidade de gordura corporal) Permite que a puberdade prossiga, caso reservas suficientes de energia tenham sido atingidas Atua de forma direta ou indireta sobre os neurônios produtores de kisspeptina, os quais são sensíveis a diferentes formas de estresse metabólico o Obesidade – associada a maior: avanço da idade óssea, frequência de desenvolvimento da pubarca ou axilarca, sem secreção de LH, sugerindo que a obesidade acelera a adrenarca, mas não a maturação do EHHG A incidência cada vez maior de obesidade em pacientes jovens pode estar asspcoadp às alterações do padrão de início da puberdade Associado a maior: avanço da idade óssea; frequência de desenvolvimento de pubarca ou axilarca, sem secreção de LH, sugerindo que obesidade acelera a adrenarca, mas não a maturação do EHHG Alteração na idade média da menarca – ambientes socioeconômicos o Fase podem ter influência sobre o início da puberdade e contribuir para a antecipação continua e secular da mesma o Alimentação rica em sódio e frango o Disruptores endócrinos: algumas evidencias sugerem relação entre desenvolvimento puberal e os contaminantes ambientais 3. Crescimento Físico na Puberdade 3.1. Velocidade de crescimento Fase de crescimento estável: velocidade de crescimento constante em ambos os sexos = 5-6 cm/ano (meninas 10-11 anos; meninos 10-13 anos) Fase de aceleração: velocidade de crescimento aumenta gradualmente até atingir pico máximo Giuliana Ruiz Uemoto – turma XXI 18 o Feminino (11-12 anos): 8-9 cm/ano o Masculino (13-14 anos): 10-11 cm/ano Fase de desaceleração: lenta e gradual até a parada total do crescimento, com ganho médio de 6-7 cm em ambos os sexos o Ganho de altura: 20% altura final 3.2. Ganho ponderal Masculino: velocidade máxima de ganho de peso coincide com o pico de velocidade estatural Feminino: pico de velocidade estatural precede geralmente em 6 meses o período de ganho ponderal Ganho de peso: 50% do peso final 3.3. Segmentos Corpóreos Relação tronco-membros: aceleração do crescimento da região distal para proximal Diâmetros biilíacos e biacromial o Biacromial: maior crescimento no sexo masculino (andrógenos) o Biilíaco: crescimento semelhante em ambos os sexos 4. Órgãos e sistemas Sistema circulatório e respiratório Tecido linfoide Tecido muscular o Mais evidente no sexo masculino (andrógenos) o Desenvolvimento paralelo ao estirão de crescimento o Posterior aumentado da força muscular Tecido adiposo o Diminuição da deposição no estirão 5. Desenvolvimento puberal – maturação sexual Critérios de Tanner o Sexo masculino Primeira manifestação da puberdade: aumento do volume testicular (G2) Aceleração do crescimento: um ano após início do desenvolvimento puberal, coincidindo com G3 Pico de velocidade de crescimento em G4 Ejaculação e espermatogênese em G4 Giuliana Ruiz Uemoto – turma XXI 19 Ação androgênica → ↑ laringe → mudança da voz G1 – genitália infantil G2 – aumento só dos testículos (V> 4ml) G3 – aumento do comprimento do pênis G4 – aumento do pênis em diâmetro e surge a glande + espermátide o Sexo feminino Primeiramanifestação da puberdade: aparecimento do broto mamário (M2) = telarca Aceleração do crescimento: inicia-se juntamento com o desenvolvimento puberal Pico de velocidade de crescimento em M3 Pubarca: 2º sinal Menarca ± 2 anos depois 6-12 meses após o pico do crescimento estatural 2-3 anos após o início da puberdade 2-3 anos pós menarca: anovulatórios e irregulares M1 – mamas infantis M2 – broto mamário < aréola M3 – broto mamário > aréola M4 – duplo contorno M5 – emparelha P1 – pelugem P2 – pelos escuros e levemente encaracolados, querendo encaracolar nos grandes lábios/base do pênis (saco) P3 – não atinge a linha inguinal P4 – chega na linha inguinal P5 – ultrapassa a linha inguinal P6 – encaminha a linha albicans Puberdade precoce o Feminina: maioria idiopática o Masculina: 50% TUSNC o Intervêm no crescimento – infantilidade óssea; parâmetro para observar o Diminuição do crescimento, hipotireoidismo – normalmente não retarda IV. Aleitamento materno e alimentacao na infancia Recomendações OMS relativas a amamentação Aleitamento materno exclusivo até os 6 meses de idade M1 RP RP ProfA Juliana Giuliana Ruiz Uemoto – turma XXI 20 A partir dos 6 meses de idade, recebem alimentação complementar Manter aleitamento até os 2 anos de idade 1. Vantagens da amamentação Para o bebê o Composição química adequada (proteínas, gorduras, CH, sais minerais e Fe) Leite materno Leite de vaca Proteínas 1,5g/100ml (lactoalbumina) 3,5g/100ml (caseína) Calorias 70kcal/100ml 75-80kcal/100ml Osmolaridade 40mEq/l 150mEq/l Ferro 0,5mg/dl 0,45mg/dl Anticorpos Presente Ø o Defesas imunológicas contra infecções e alergias alimentares – IgG o Desenvolve arcada dentaria e musculatura perioral o Melhor crescimento e desenvolvimento cognitivo o Menor risco de morte súbita de lactentes – sem desabamento de língua durante o sono o Menor risco de doenças crônicas – DM, obesidade, HAS, hipercolesterolemia o Oportunidade de construir um forte e afetivo laço entre mãe e filho Para a mãe o Promove a inoculação uterina, evitando sangramento uterino no pós parto e a anemia (estimula ocitocina que age no útero) o Facilita o retorno ao peso anterior à gestação o Diminui o risco de ovulação e consequentemente gravidez (prolactina em níveis altos e constantes inibe ovulação) o Diminui o risco de câncer de mama e ovário o Maior economia o Oportunidade de construir forte vínculo e afetivo ente mãe e filho OBS.: reflexo da prolactina – produção: sucção mama → estimula hipófise → prolactina → mamas: produção de leite; ocitocina: ejeção – pode ser estimulada só pela lembrança 2. Técnica de amamentação Sinais de bom posicionamento o Corpo do bebê junto ao corpo da mãe o O bebê está voltado para a mãe o Cabeça e tronco do bebê estão alinhados o O bebê está completamente sustentado Pega correta o Boca aberta como “boquinha de peixe” o Nariz não encosta no seio e respira livremente o Queixo encosta no seio o Grande parte da aréola na boca do bebê e não apenas o mamilo o Bochecha enche quando suga o leite o Lábios vertidos o Barriga e tronco do bebê voltados para mãe 3. Fases do leite No início da mamada, o chamado leite anterior (colostro), pelo seu alto teor de água, tem aspecto semelhante ao da água de coco; é muito rico em anticorpos O leite do meio da mamada (apojadura) tente a ter uma coloração branca opaca devido ao aumento da concentração de caseína O leite do final da mamada, o chamado leite posterior, é mais amarelado devido à presença de betacaroteno e contem mais gorduras, com maior valor calórico Giuliana Ruiz Uemoto – turma XXI 21 4. Orientações para o aleitamento – método: Esvaziar completamente uma mama antes de oferecer a outra Iniciar próxima mamada pelo seio em que terminou a posterior Após a mamada colocar a criança em posição vertical para permitir que arrote Prevenção de fissura o Oferecer aréola inteira à criança o Nunca puxar seio, sim abrir o lábio da criança quando for interromper a sucção o Não utilizar álcool ou excesso de sabão Armazenamento (esquentar em banho maria): em geladeira por 24hs; congelado por até 15 dias Dificuldades do aleitamento o Mamilos dolorosos ou fissurados Geralmente resultam de má técnica (sempre corrigir 1º) Orientar boa pega; manter aréola macia e indicar mudança de posição Oferecer primeiro o seio menos traumatizado Ordenhar no final da mamada para esvaziar Analgésicos VO e/ou cremes tópicos a base de lanolina (ajudam a cicatrizar a fissura) o Mamas ingurgitadas Ingurgitamento mamário = mamas doloridas, edemaciadas, quentes, eritematosas e com aréola distendida e tensa → dificulta a pega Orientar mamadas frequentes Ordenhar se necessário Massagear com movimentos circulares se pontos dolorosos o Mastite Infecção de um ou mais segmentos da mama Ag etiológico: S. aureus Fatores predisponentes: fissuras, ingurgitamentos e fadiga da mãe. Quadro clínico: sinais logísticos locais, febre, malestar Tratamento: antibiótico (C1ª geração), analgésicos, repouso e esvaziamento mamário (amamentação ou ordenha) Não contraindica amamentação o Mamilos planos ou invertidos Dificulta, mas não impede a amamentação → criança deve abocanhar a aréola Manter a aréola sempre flácida e deixar o lactante mamar na posição que mais se adaptar Mamilo pode ser protraído antes de cada mamada por estimulação manual o Criança não pega o peito Ordenha frequente Correção da posição e da pega Suspensão de bicos artificiais Persistência em mamadas curtas Oferecer leite materno em copos o Criança que não ganha peso (normalmente é a criança que não pega o leite posterior) o Criança que chora muito Retorno ao trabalho o Durante a licença amamentar de forma exclusiva e ordenhar/armazenar o leite 2 semanas antes do retorno ao trabalho o Amamentar com frequência quando estiver com a criança o Oferecer alimentos em copos e colheres o No trabalho ordenhar e armazenar o leite de forma higiênica para oferecê-lo posteriormente o Esvaziar para evitar ingurgitação e manter estimulo se a ordenha não for possível o Quando a mulher volta a trabalhar até o bebê completar 6 meses de idade ela tem direito de 2 pausas de 30 minutos na sua jornada de 8 horas Giuliana Ruiz Uemoto – turma XXI 22 5. Contraindicações ao aleitamento materno Absolutas o Doenças graves ou terminais; psiquiátricas graves o Mãe com HIV ou HTVL o RN com erro inato do metabolismo (fenilcetonúria, galactosemia) o Mãe com uso de medicações como lítio, ciclosfofamida, HT; drogas ilícitas Relativas o TB – uso de máscara cirúrgica o Hepatite B: desde que bebê ao nascer receba a vacina e imunoglobulina o Hepatite C: fica a critério materno Temporário o Mãe com varicela o Infecção herpética na mama o Doença de Chagas na fase aguda o Abcesso mamário o Drogas de abuso o Mãe com infecção aguda pelo CMV – não deve amamentar RNPT < 32 semanas ou com imunodeficiências Condições maternas não infecciosas o QT e RT (durante e por um período após final da terapia) o Exposição ocupacional e/ou ambiente a metais pesados com níveis circulantes superiores aos aceitáveis 6. Alimentação na infância 6.1. Alimentação do pré escolar e escolar Não aceitação de novos alimentos é normal – provar de 8-10x alimento para se habituar – mas respeitar sempre que possível a aceitação da criança Apetite variável Criança cansada ou superestimulada pode não aceitar bem a alimentação Evitar recompensas, chantagens, subornos, punições ou castigos 2-3 anos 1300kcal 4-6 anos – 1800kcal 7-10 (escolar) 2000kcal Refeições e lanches fixos – evitar comerentre refeições (6 refeições) Tempo definido para cada refeição Consumo adequado de cálcio 500-800mg/dia Alimentação complementar deve ser oferecida sem rigidez de horários, respeitando sempre à vontade da criança Oferecer diferentes alimentos ao dia. Uma alimentação variada é uma alimentação colorida Crescimento – caracterização da faixa etária o Primeiro ano de vida – ganho de 50 % na estatura (25 cm) e 3x peso do nascimento o Segundo ano de vida – 1 a 2 anos – 12 cm o 3o e 4o ano de vida (2-3 anos) 6 a 9 cm/ano FASE PRÉ-ESCOLAR: mudanças no padrão alimentar o Crescimento mais lento comparado a fase anterior (lactente), porém, intenso o Socialização com o meio ambiente diminuindo o interesse pela alimentação o Familiares perdem o domínio da alimentação devido a “independência” da criança o Criança em idade pré-escolar apresenta apetite variável e neofobia e deve ser orientada a consumir alimentos saudáveis, de maneira lúdica e com “reforços positivos” FASE ESCOLAR: 7 aos 10 anos o Crescimento lento e constante sendo maior nos membros inferiores o Aumento do tecido adiposo em ambos os sexos (preparo para o estirão puberal da adolescência) o Decisão de seus gostos, preferências e aversões alimentares, apresentando senso crítico Giuliana Ruiz Uemoto – turma XXI 23 7. Alimentação do adolescente Puberdade: estirão puberal + aumento massa corporal + modificações da composição corporal Necessidade de cálcio aumentada 1300mg/dia e Fe que podem ser adquiridos na dieta o 11-14 anos: feminino - 2200kcal; masculino - 2500 kcal o 15-18 anos: feminino - 2200kcal; masculino - 3000kcal Prevenção de obesidade, DM e DCV do adulto Nos primeiros momentos as células adiposas se multiplicam e depois se hipertrofiam. Na fase pré-estirarão, ocorre hiperplasia de células adiposas, se nesse período a criança comer muito, ela engordará. V. alimentacao dos 1000 dias Desde os 9 meses de gestação (à termo) até os 24 primeiros dias de vida 9 meses gestação = 9 x 30 = 270 dias + 24 meses de vida x 30 (720 dias) + 6 meses/31dias: 6 dias/ano x 2 = + 12 dias + 990 = 1002 dias Conceito baseado em evidencias cientificas, como uma estratégia de saúde pública (países e localidades) e sua proposta favorece toda e qualquer criança 1. Alimentação saudável materna Inicia: alimentação materna (desde a concepção, seguida pela lactação) – preferência da mãe interfere no paladar da criança Possibilita o crescimento e desenvolvimento adequado Atua na prevenção de doenças a curto e longo prazo (anemia, obesidade e DCNT) Fatores nutricionais e metabólicos, em fases inicias do desenvolvimento humano, têm efeito a longo prazo, na programação da saúde na vida adulta o Praticas alimentares inadequadas no 1ª ano de vida x futura obesidade Leite materno tem efeito protetor e dose dependente na diminuição do risco de obesidade na vida adulta 2. Planejamento da alimentação saudável Durante o crescimento somático – 1º ano: 3 → 10Kg e 50 → 75kg) o Componentes dos alimentos – principais fatores ambientas a influenciar o Genoma humano, contém o código genético que preside o cerne de cada 10 trilhoes de células/cada ser humano; influencia profundamente os nossos corpos, comportamentos e mentes Interação, ao longo da vida, em grande parte, define o estado de saúde ou de doenças de um individuo Limitações fisiológicas do organismo dos lactentes (fase de maturação): TGI, TR (sem maturidade para excretar catabólitos), SI 3. Categorias dos alimentos Frutos: origem do ovário da flor (angiosperma) – fruta: termo popular; aplicado a frutos adocicados e comestíveis o Toda fruta é um fruto, mas nem todo fruto é uma fruta o Frutos: abobora, tomate, quiabo, manga, pimentão, laranja, maracujá, limão, berinjela, kiwi, pêssego o Fruta: banana, uva o Pseudofrutos (não se origina do ovário da flor): figo, pera, marmelo, framboesa, amora Vegetais: parte comestível o Folhas (verduras): agrião, alface, taioba, espinafre, serralha, beldroega, acelga, almeirão, couve, repolho, rúcula, escarola o Não folhas (legumes): cenoura, beterraba, chuchu, vagem, berinjela, pimentão, tomate o Caules curtos e grossos (tubérculos): batata, mandioca, cará, inhame – ricos em CH ProfA Vania Giuliana Ruiz Uemoto – turma XXI 24 o Leguminosas (grãos produzidos em vagens): feijão, grão de bico, soja, lentilha, ervilha, amendoim – ricos em ferro*, zinco, cálcio, fosforo, vitaminas do complexo B (B1*), ácido fólico = substituição de proteínas em dietas veganas o Cereais (plantas cultivadas por seus frutos comestíveis): centeio, cevada, aveia → farinhas; quinoa, milho 4. Alimentação complementar (AC) do lactente Conjunto de todos os alimentos além do LM, oferecidos a partir do 6º mês Preparados artesanalmente (família) a partir de alimentos de boa qualidade de origem, conservação e higiene Atender ao desenvolvimento imunológico e neurológico Sistema digestório e renal são imaturos: limita alguns componentes de alimentos Tubo digestivo tem alta permeabilidade: risco de apresentar reações de hipersensibilidade a proteínas estranhas à espécie humana – diarreia osmótica Carambola: não dar para nefropatias (toxinas não excretadas) 4-6 meses: estagio de maturidade fisiológica e neurológica o Atuação do reflexo de protrusão da língua: facilita a ingestão de alimentos semissólidos o Enzimas digestivas: produzidas em quantidades suficientes (habilita a receber outros alimentos além LM) Dez passos para uma alimentação saudável o Passo1: LM exclusivo até os 6 meses; proscritos: água, chás ou quaisquer outros alimentos – que tem que se alimentar adequadamente e se hidratar é a mãe o Passo 2: após os 6 meses introduzir AV de forma lenta e gradual, mantendo o leite materno até 2 anos Introduzir um único alimento considerado alergênico (leite de vaca, ovo, soja, trigo, peixes e frutos do mar) a cada 3-5 dias Meta: aquisição de tolerância e redução de riscos de alergenicidade; não exclui hipersensibilidade tardia o Passo 3: AC (cereais, tubérculos, carnes, frutas e legumes) – 3x/dia se ainda receber LM ou 5x/dia se estiver desmamada 5ª refeição: a criança desmamada e que está em uso de outro tipo de leite, este leite é considerado como refeição Papinha não substitui refeição o Passo 4: AC – oferecer sem rigidez de horários, mas com disciplina; respeitar a vontade da criança o Passo 5: AC oferecidos em colher adequada Consistência espessa: iniciar pastosa (papas/purês – amassados manualmente, nunca batidos no liquidificador, pois perdem algumas características nutricionais importantes) e, gradativamente, aumentar a consistência até chegar à alimentação da família o Passo 6: AC – oferecer à criança diferentes alimentos ao dia = maneira lúdica e colorido o Passo 7: AC – estimular o consumo diário de frutas, verduras e legumes nas refeições (exemplificado pela família) o Passo 8: - AC – sal (0-12 meses) o mínimo possível; após completar 12 meses com moderação – risco DCV Não devem ser oferecidos (-2 anos): ultraprocessados ou com adição de sal, açúcar e baixa qualidade nutricional Razoes: reduzem o apetite; competem com os alimentos nutritivos; associam-se à anemia, ao excesso de peso – tendência a obesidade – e às alergias alimentares; paladar da criança se torna cada vez mais exigente para sal e açúcar Nos primeiros anos de vida, não oferecer: açúcar, cafeína, enlatados, frituras, refrigerantes, balas, salgadinhos e outras guloseimas Mel na infância 1º ano de vida não se recomenda consumo de mel: esporos Clostridium botulinum são capazes de produzir toxinas na luz intestinal = BOTULISMO o Passo 9: Giuliana Ruiz Uemoto – turma XXI 25 Higiene Mãos e utensílios: imersão = hipoclorito de sódio 2,5% - diluição 20gt: 1L água; 15 min; eficácia> vinagre Verduras, legumes: imersão = bicarbonato de sódio 1% - diluição 1 colher de sopa: 1 L água; 20 min Preparo, armazenamento e conservação Em local limpo Quantidade pequena – máximo 2 refeições; oferecidos à criança logo após o preparo; restos descartados Conservação: mantidos cobertos e na geladeira, quando necessitarem de refrigeração Passo 10: estimular a criança doente e convalescente a se alimentar, oferecendo sua alimentação habitual e seus alimentos preferidos, respeitando sua aceitação – pode manter apenas aleitamento O primeiro sinal de melhora será a recuperação do apetite Quando doente também não forcar AC Água o Iniciar com a introdução da AC ou em uso de formula infantil (substituindo o LM) Dissolver ou diluir o alimento o Motivos: alimentos dados ao lactente contem quantidade de proteína por grama e de sais → sobrecarga de solutos para os rins compensada → oferta de agua o Preparo: filtrada, fervida ou clorada (hipoclorito de sódio 2,5% - diluição 2gt/1L água, repouso 15 min) o Água de coco como substituto de água é desaconselhável – por conter Na e K em excesso (além do necessário para o dia a dia) E como reidratação não é ideal por ter aquém de Na e K do suficiente para tratar o Ingesta diária – regra de Holliday-Segar Até 10 kg = 100ml/kg/dia 10-20kg = 1000ml + 50 ml para cada kg acima de 10kg >20kg = 1500 ml + 20 ml para cada kg acima de 20 Deixar volume de água visicel e dar ao longo do dia Criança doente (diarreia/febril) poderá necessitar de uma quantidade maior de liquido (risco de desidratacao) Classificação NOVA (2016): caracteriza os alimentos de acordo com a extensão e o proprosito de seu processamento o Grupo 1 A = in natura: mandioca e leite da vaca B = minimamente processados: passam por alguma modificação – limpeza, remocao de partes indesejadas, divisão, moagem, secagem, fermentação, pasteurização, refrigeração, congelamento Não são adicionados sal, açúcar, gorduras ou outras substancias Mandioca descascada e lavada, leite de vaca pasteurizado o Grupo 2: ingredientes culinários processados – fabricados a partir de substâncias que existem em alimentos in natura ou na natureza e usados para preparar as refeições Mar: sal de cozinha Cana de açúcar/beterraba: açúcar refinado/mascavo Soja: óleo Favos de colmeias: mel Leite: manteiga, creme Milho: amido Oliva: azeite Giuliana Ruiz Uemoto – turma XXI 26 o Grupo 3: processados – elaborados a partir de alimentos in natura; geralmente adicionados de outras substancias (sal, açúcar e outros) para durarem mais ou obter outras formas de consumo Conserva: hortaliças, cereais ou leguminosas Castanhas: adição de sal ou açúcar Carnes salgadas; frutas em calda Queijos e pães o Grupo 4: alimentos ultraprocessados – muitos ingredientes extras (sal, açúcar, óleos, gorduras e aditivos alimentares – corantes, aromatizantes, realçadores de sabor etc.) Contribuem para alergias alimentares, descontrole DM e risco CV 4.1. AC de transição Fase: introdução papa → refeição da família (≈ 9-11 meses de vida) Transição: papa → pequenos pedaços → após 12 meses = mesma consistência da família (regionalizado = melhor qualidade) Qualidade dos alimentos consumidos pela família Condimentos permitidos para o lactente: “in natura” ou ressecados Colher o Tamanho adequado ao diâmetro da boca do lactente o Preferível: silicone, plástico ou de metal emborrachado (evitar contato metálico direto com a língua) o Deve ocorrer no colo (antes de se levar para cadeira/carrinho): a transição do LM/mamadeira, coincide com transição do colo → posição supina, sem apoio Período de introdução da AC é de elevado risco para criança o Oferta de alimentos desaconselháveis o Risco de contaminação (manipulação e preparo inadequado) = diarreia e desnutrição o Qualidade nutricional: necessidade muito aumentada de micronutrientes: vitaminas e minerais Crescimento acelerado do 1ª ano/vida requer suplemento de Fe e Zn (mesmo com LM) 4.2. Crianças vegetarianas Não é recomendável – deficiência Caso seja opção da família, na maioria dos casos só a orientação nutricional não é suficiente Necessário suplementar nutrientes em risco: Ca, Fe, Zn, vitamina A, D, B1, B2, B6, B12, DHA e proteínas 4.3. Iodo Quantidade de iodo dos alimentos, do LM ou das formulas infantis é o suficiente para as necessidades do lactente Não é necessária a adição do sal iodado nem suplementação medicamentosa 100g peixe = 50μg; ovo ≈ 24,7μg Necessidade recomendada 0-7 anos: 90μg 4.4. Sal/doce X lactentes Sal o Ingesta excessiva de Na+ por lactentes: associada ao desenvolvimento de HAS o Preferência por determinados sabores (muito doce/salgado): pode ser modificada pela exposição precoce a esse tipo de alimento o Paladar especifico para sal: quando estimulado leva à prefêrencia futura por alimentos com conteúdo excessivo de sódio o Papa salgada (antiga) → papa principal de misturas múltiplas (atual): almoço e jantar Sal não deve ser adicionado às papas, sendo suficiente o conteúdo de sódio intrínseco aos alimentos utilizados no preparo o Na quantidade mínima necessaria – família brasileira consome quase 3x mais Na do que o limite recomendado o Na+ presente mesmo nos produtos doces o Consumo excessivo relacionado ao CA de estomago Giuliana Ruiz Uemoto – turma XXI 27 o Família de 4 pessoas – 1kg/sal/75 dias o Na infância: modula percepção das papilas gustativas → criança desenvolvem preferencias alimentares = alimentos ricos em sal o Realçar sabores: cheiro verde = aromatizante natural → induzido no final do cozimento → não perder suas vitaminas Açúcar o O bebê humano nasce com gosto inato para doce e uma aversão ao amargo o Alto teor glicêmico e energético o Estimula paladar mais receptivo ao sabor doce → interferências: opções alimentares futuras, riscos advindos do seu consumo inapropriado e excessivo o Mesmo > 2anos, consumo deve ser esporádico o Adoçantes – não são recomendados; efeitos na saúde da criança não são plenamente conhecidos Preferência pelo salgado: desenvolve a partir do 2º semestre de vida e depende mais de fatores ambientais de exposição que de fatores hereditários Exposição mais precoce aumenta também o interesse por esse sabor 4.5. Frutas para lactente Colher: in natura, raspas, amassadas ou picadas Tipos de fruta: respeitar características regionais, custo, estacao do ano e a presença de fibras Nenhuma fruta é contraindicada – exceto carambola: IR Sucos (naturais e artificiais): evitados pelo risco de predispor à obesidade o Maior consumo de calorias o Não ingestão das fibras das frutas (contribuem para diminuir a absorção do açúcar) 5. Papa Principal de Misturas Múltiplas (PPMM) 1ª PPMM: a partir do 6º mês/vida = almoço/jantar (iniciadas no horário em que a família também estiver alimentando-se) Nas primeiras semanas pode ser associada ao LM, até que a criança se mostre saciada apenas com a papa 2ª PPMM: a partir do 7ºmes/vida Grupos de alimentos e nº de porções/dia segundo pirâmide dos alimentos para crianças o ½ legumes/verdura + ¼ cereais e tubérculos + 1/8 proteínas + 1/8 leguminosas Proteínas (carnes) o Fundamental para garantir oferta adequada de Fe e Zn o Quantidade: 50-70g/dia (para duas papas) o Apresentação não deve ser retirada após o cozimento, mas, sim, picada, tamisada (cozida e amassada com as mãos) ou desfiada o IC: 6 meses – dentes estão próximos às gengivas, o que as tornam endurecidas, de tal forma que auxiliam a triturar os alimentos e massageiam as gengivas o Carnes de segunda >[Fe] – músculo dianteiro, acém, paleta, fraldinha ou coxão duro; cozidas em pedações na panela de pressão e desfiadas para a criança comer o Carnes de primeira(mais macias): podem ser moídas/picadas em pedaços o Vísceras: cozimento demorado para evitar possíveis contaminações (manipulações em abatedouros – salmoneloses) o Ovos: Excelente fonte proteica e têm baixo custo Giuliana Ruiz Uemoto – turma XXI 28 Sempre cozido: garantir a não contaminação por bactérias enteropatogênicas próprias da casca do ovo – oferecer gema e clara o Recomenda-se diversificar o tipo de proteína animal consumida, ao longo da semana, proporcionando maior variabilidade de nutrientes essenciais e micronutrientes para o crescimento e desenvolvimento nesta fase, como Fe e Zn Óleo vegetal o Preferir soja ou canola (quantidade de ômega 3 proporção ômega 6) o Finalidade: ser aquecido para refogar alimentos o Quantidade: 3-3,5ml para cada 100ml ou 100g de preparação o Caldos e tabletes de carne industrializados, de legumes ou quaisquer condimentos industrializados são contraindicados Papa o Amassada, sem peneirar ou liquidificar o 1º dia: normal, derramar ou cuspir alimento o Ideal: iniciar com pequenas quantidades, entre 1-2 colheres de chá – alimento na ponta da colher e ir aumentando o volume conforme a aceitação da criança o Orientar família Criança tem capacidade de autorregular sua ingestão alimentar Pais são modelos para criança (hábitos, estilo de vida) Atributos essenciais de uma alimentação responsiva ótima por parte da criança o Interação alimentar: é plena quando os envolvidos expressam os seus sinais e outro reconhecer Contato visual com o cuidador/sorriso Expressão de vocalização agradável dirigidas para o cuidador – ausência de choro ou irritação o Resposta motora às tentativas de alimentação: pela postura relaxada, movimentos tranquilos e moldagem do corpo do cuidador Esquema para o dia alimentar > 6 meses Recomendações: idade, textura e quantidade Esquema para introdução dos AC 6. Alimentação para lactentes entre 1-2 anos/vida Giuliana Ruiz Uemoto – turma XXI 29 Nutrientes o Substâncias encontradas nos alimentos (forma variada), essenciais para o funcionamento do organismo o Incluem: proteínas, CH, gorduras, vitaminas, minerais e fibras o Função: garantir o crescimento e saúde adequado das crianças o Quanto mais variada a alimentação, mais rica em nutrientes Alimentação saudável o Manter a amamentação o Refeições ≈ família Folhas verdes escuras: maior teor de Fe, Ca e vitaminas – exceto em caso de ↑ferritina Não permitir: corantes, salgadinhos, sucos artificiais e refrigerantes Lembrar: hábitos alimentares adquiridos nessa idade se mantêm até vida adulta o Garantir a menor oferta: alimentos industrializados, gordurosos, ricos em sódio e sacarose o Permitido o consumo de todos os tipos de carne e ovos o Estimular o consumo de frutas e hortaliças o Pirâmide de alimentos como instrumento para a educação nutricional Leite integral de vaca o Incentivar a ingestão média de 600ml/dia - derivados o Ideal: fortificado com vitaminas e minerais; teor adequado de proteína o Não substituir as refeições por leite o Importante: prevenir anemia carencial ferropriva e garantir consumo adequado de cálcio A partir de 1 ano: estimular a tomada de iniciativa na seleção dos alimentos o Oferecer alimentos variados, saudáveis e em porções adequadas o Permitir que a criança defina o quanto comer Refeições o À mesa ou em cadeira própria, juntamente com a amilia o Ambiente calmo e agradável, sem TV ligada ou outro tipo de distração o Alimentos sólidos podem ser manuseados ou oferecidos no prato, auxiliados de utensilio adequado (colher pequena, estreita e rasa) o Líquidos: copo ou xicara (plástico e inquebrável) o Uso de talheres: estimula coordenação e destreza motora Recusa alimentar muito frequente o Velocidade do crescimento diminui 50% em relação < 1º: 25 cm/ano; 1-2 ano: 12,5cm/ano Menor necessidade nutricional e menor apetite Natural processo de neofobia o Estimular comer vários alimentos – diferentes gostos, cores, consistências, temperaturas, texturas Explorar curiosidade e fantasias Paciência, criatividade e persistência Nunca forçar, ameaçar ou associar a eventos negativos Não premiar com ofertas extras ao alimento que está sendo oferecido Princípios da alimentação: 4 pontos chaves o Ênfase: servir o prato separado e observar a quantidade consumida Criança pequena: alimentar diretamente, lenta e pacientemente; encoraja-la a comer, mas não a obrigar Giuliana Ruiz Uemoto – turma XXI 30 Criança mais velha: assisti-la comer sozinha o Recusa do consumo de muitos alimentos Oferecer diferentes combinações (alimentos/preparações; gostos, texturas, métodos de encorajamento) Facilitadores da aceitação Exposição ao alimento 8-10x até aceitação plena pela criança Criativo na preparação e apresentação o Minimizar as distrações durante as refeições, pois a criança perde o interesse facilmente o Refeições são momentos de aprendizado e amor – conversar com criança e manter contato no olho a olho Sobremesa = fruta: contribuem com a absorção do Fe não-heme presente nos alimentos (feijão e folhas verdes escuras) o Fruta: mastigação permite sentir a sua textura o Sucos Se coado: há redução das fibras que previnem a constipação Se adicionado de açúcar: pode desenvolver carie e excesso de peso Se próximo as refeições: pode reduzir o apetite para os nutrientes Se em excesso: pode promover excesso de peso Se habituado para matar a sede: pode oferecer dificuldade para se habituar tomar água < 1 ano: não se recomenda; 1-3 anos: se oferecer deve ser: natural, sem açúcar, 1x/dia, 120ml no final da refeição Pipoca – não oferecer à criança < 2 anos o Pode ser mais dura – dificuldade para mastigar de forma segura (aprendendo a mastigar e se distraem facilmente) o Cascas aumentam o risco de engasgo e sufocamento Açaí o Muito rico em diferentes vitaminas e minerais o Atenção região de origem = risco contaminação por barbeiros (doença de Chagas) o Introdução de APA mesmo em crianças com história familiar de atopia o Glúten Não há intervalo ideal para sua introdução visando diminuir risco DC Pode ser introduzido > 6 meses; entre 4-12 meses: evitar grande consumo nas 1ª semanas Postergar sua introdução: não modifica a incidência de DC, apenas protela o início das manifestações Evitar papinhas industrializadas o Texturas não favorecem o desenvolvimento da mastigação mesmo havendo diferença de consistência para diversas idades o Compostas por diferentes alimentos misturados no mesmo pote, dificulta percepção dos diferentes sabores o Não favorece a criança se acustumar com o tempero da comida da família e com os alimentos da sua região Retardar indução de AC não protege contra doenças alérgicas e pode aumentar o risco! Antecipar a introdução de grande variedade de alimentos sólidos dos 3-4 meses parece elevar o risco: eczema atópico e alergia alimentar Alimentos potencialmente alergênicos (APA) – somente a partir do 6ºmes/vida Giuliana Ruiz Uemoto – turma XXI 31 o Vitaminas e minerais dos alimentos in natura são mais bem aproveitados pelo organismo do que as vitaminas e minerais adicionados nessas papinhas Gordura e colesterol: não deve haver restrição o Lactentes 1-2 anos com obesidade: optar pela oferta de leite com baixo teor de gorduras (semidesnatado), sob supervisão médica/nutricional – evitar deficiências nutricionais e déficit de crescimento Alimentos in natura ou minimamente processados (não dar grupos 3 e 4) = base da alimentação da criança – exceção: chá preto/verde, erva mate, café 7. Doença celíaca (DC) Enteropatia crônica do intestino delgado, de caráter autoimune, desencadeada pela exposição ao glúten (trigo, centeio e cavada = TCC) em indivíduos geneticamentepredispostos Prevalência ainda subestimada População alvo o Todas idades – principalmente 6 meses-5 anos o 2x> em mulheres o Predominante nos faiodérmicos (pele escura) o Caráter hereditários: parentes de 1º grau são submetidos Teste Sorológico/DC Associada a outras doenças autoimundes (DM1, LES, artrite reumatoide, Hashimoto, hepatite autoimune, fibromialgia, síndrome de Sjögren, osteoartrite) Forma clássica (típica): diarreia crônica (geralmente + distensão abdominal e perda de peso); pode ocorrer atrofia muscular glútea, falta de apetite, alteração de humor (irritabilidade/apatia), vômitos e anemia Forma não clássica (atípica): mono ou oligossintomática; manifestações digestivas ausentes ou ocupam 2º plano; manifestações isoladas: baixa estatura, anemia carencial refrataria Forma assintomática (silenciosa): caractereza-se por alterações sorológicas e histológicas da mucosa do intestino delgado compatíveis com DC, na ausência de manifestações clínicas Testes genéticos o Alelos HLA-DQ2 e/ou DQ8: presente em 30% população geral e na maioria dos celíacos; presença de um dos dois tem boa sensibilidade e baixa especificidade o Teste DQ2/DQ8: -: praticamente afasta; +: necessários outros exames o Pele: dermatite herpetiforme = lesões bolhosas e intensamente puriginosas + presença fatores de risco DC; bom prognóstico se diagnosticado precocemente Tratamento toda a vida o Dieta sem glúten – excluir TCC = normaliza mucosa intestinal, cessam as manifestações clinicas o Se necessário repor: Fe, ácido fólico, B12 e cálcio (deficiências nutricionais decorrentes da má absorção de macro e micronutrientes) 8. Alergia à proteína do leite da vaca (APLV) Reações adversas aos alimentos = reação anormal ocorrida durantes ou após a sua ingestão Classificação Giuliana Ruiz Uemoto – turma XXI 32 o Intolerância alimentar: ocorre devido a componentes tóxicos ou químicos de alimentos ou devido a outras substâncias do próprio organismo do indivíduo – ex.: intolerância à lactose por deficiência enzimática o Alergia alimentar (AA): reação imunológica (envolve IgE e/ou células T) contra um antígeno alimentar especifico geralmente proteico ex.: APLV principalmente à caseína e as proteínas do soro o Raro > 2 anos, quando há tolerância oral progressiva Diagnostico o História clínica sugestiva o Desaparecimento dos sintomas (1-30 dias) após exclusão da PLV da dieta Rápido: urticaria, vômitos Lento: sangramento intestinal, sintomas de má absorção intestinal na enteropatia alérgica, dermatite atópica o Reaparecimento dos sintomas após o teste de provocação oral (TPO) Imediato: APLV medida por IgE em até 2hs 2hs-7 dias: APLV não medida por IgE o Definitivo – confirmação de manifestações clínicas associadas à ingestão de PLV Não há exames complementares definitivos Raramente indicados: Exames complementares: IgE e Teste Cutâneo de Leitura Imediata – TC – apoio na avaliação da gravidade ou no diagnóstico diferencial na APLV não mediada por IgE Endoscopia e biopsia no TGI: indicados e somente por (alergologista ou gastroenterologista) IgE especifica: quanto mais elevado o resultado, maior é a correlação com as manifestações clínicas Principais sinais e sintomas Sistema envolvido/localização Manifestação clínica Pele Eritema localizado ou difuso Prurido/urticária Andioedema Exantema morbiliforme Gastrointestinal Náuseas, vômitos Diarreia Sangue nas fezes Refluxo gastrointestinal Dor abdominal Oral Edema de lábios e língua Respiratório Garganta fechada Edema de glote e laringe Tosse seca irritativa Disfonia Dispneia Sensação de aperto torácico Sibilos e estertores Cardiovascular Dor torácica Arritmia Hipotensão Choque Neurológico Convulsão Sonolência Perda de consciência Conduta – 3 pontos fundamentais o Estimulo ao aleitamento materno o Exclusão da(s) proteína(s) alergênica(s) da dieta o Prescrição de dieta substitutiva – proporcione todos os nutrientes necessários até 6 meses (formulas infantis), AC (6-24 meses) Giuliana Ruiz Uemoto – turma XXI 33 9. DM – controle glicêmico Bolus alimentação – FS = 2000 : dose total diária de insulina o Quanto 1 UI insulina é capaz de reduzir para alcançar a meta o = dose extra Razão insulina/CHO = 400 : dose total diária de insulina = para cada Xg CHO necessário para insulina Dose total: dose alcançar meta + refeição VI. Ictericia Neonatal Icterícia é a coloração amarelada da pele, mucosas e escleróticas devido à elevação da concentração de bilirrubinas séricas que surgem em decorrência da incapacidade do fígado em conjugar toda a bilirrubina produzida No RN a icterícia é causada por bilirrubina indireta (BI) Expressão clínica de hiperbilirrubinemia – distribuição céfalo-caudal A hiperbilirrubinemia é a patologia mais frequente no período neonatal (60% RN) Se manifesta clinicamente quando níveis sanguíneos BRt > 5-7mg/dl Fatores de risco: grupo sanguíneo (diferentes entre mãe e filho – ABO), fator Rh, retardo no clampeamento do cordão umbilical, tipo de parto (fórceps, pélvico, cessaria), drogas maternas (diazepam, ocitócicos) 1. Metabolismo da bilirrubina Prof Luis Giuliana Ruiz Uemoto – turma XXI 34 Transporte o Grupo heme → biliverdina → bilirrubina indireta (não conjulgada) – fica no plasma → ligação com albumina para ir ao fígado → no fígado as ligandina (asiáticos e latinos não tem) → conjugada dentro do fígado glicoroniltransferase o Degradação da Hb em forma heme lipossolúvel o Najjar I: deficiência total da enzima e não é afetado pela terapia de indução com fenobarbital enquanto o Najjar 2 o déficit é parcial e responde ao fenobarbital o Fatores que interferem no complexo: pH, IG, substancias presentes no soro, Cf3ª o Captação reticulo endoplasmático Excreção: no intestino: estercobilina/urobilina – sai nas fezes Degradação o Parte pode voltar – beta-glicuronidase (presente no leite materno) – aumento circulação enterro- hepática o Ação das bactérias – formação de urobilinogênio Progressão o Distribuição cefalo-caudal 2. Etiologia da hiperbilirrubinemia indireta Destruição de eritrócitos imaturos recém formados Degradação de Hb na MO Degradação de heme livre no fígado Anemias hemolíticas e policitemia Destruição da atividade enzimática glicoroniltransferase (deficiência genética, hipóxia, infecção) 3. Início precoce X tardio Progressão rápida X lenta < 24hs – patológico; > 24hs – fisiológico 3.1. Icterícia fisiológica Frequentemente RNPT BI aumentada < 5mg/dl ≥ 24hs; raramente atinge valores > 10-12mg/dl (banho de Sol) Icterícia torna-se visível (pico) no 2º-3º dia e diminui no 5º-7º A hiperbilirrubinemia significante, presente na primeira semana de vida, é um problema comum em RN a termo e pré-termo tardio Causas o Aumento do volume de eritrócitos (menor disponibilidade de oxigênio intrautero) – Hb 19/Ht 50- 55 e menor tempo de sobrevida (60-80 dias) o Maior eritropoiese infectiva e maior turnover o Aumento da circulação enteroepática (ausência da microbiota intestinal e maior atividade da beta- glucuronidase – faz o contrário da glucuroniltransferase, ou seja, desconjuga a BD em BI e encontra- se no leite materno – aumentam a reabsorção de bilirrubina desconjugada no intestino o Menor conjugação de BI pelo fígado (imaturidade dos hepatócitos e menor atividade da glucoroniltransferase) o Menor conjugação e menor excreção hepática Bilicheck – não funciona em pele negra ou se já passou pot banho de sol Giuliana Ruiz Uemoto – turma XXI 35 3.2. Icterícia patológica Bilirrubina sérica aumentada, > 5mg/dl em < 24hs ou 0,5mg/dl/h Icterícia persistente além de 14 dias BD > 2mg/dl em qualquer momento Sintomas associados: vômitos,
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