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Julia Soledade - 106 1 Antimicrobianos O corpo humano possui em cada área do seu corpo grupos de microrganismos diferentes. • 1014 bactérias; • Pele; • Aparelhos respiratório, geniturinário e gastrointestinal; A cavidade bucal apresenta cerca de 300-500 espécies de bactérias → 6 x 109; Biofilme dental: 108 → primeira barreira de defesa; Saúde X Doença • Microrganismos em equilíbrio com as estruturas capazes de impedir sua penetração; • Saúde: imunocompetência (sistema de defesa) + capacidade de menor agressividade de virulência dos microrganismos → equilíbrio; • Doença: ↓ defesas + ↑ virulência e/ou ↑ microrganismos → quebra do equilíbrio; É fundamental a manutenção do equilíbrio. Antimicrobianos Os antimicrobianos podem ser utilizados em duas frentes: • Prevenção – ações mecânicas como escovação ou uso de produtos com características antimicrobianas; • Tratamento quando há a doença infecciosa instalada propriamente dita; Tópicos • Parte ativa do tratamento: endodontia, candidoses; • Auxiliar no tratamento: periodontites; • Prevenção: cárie e doenças periodontais; • Desinfecção de superfícies; Sistêmicos: • Parte ativa do tratamento: comprometimento sistêmico, abcesso e doenças periodontais agressivas. • Auxiliar no tratamento: periodontites e pós-operatórios; • Prevenção: endocardite bacteriana, pacientes imunocomprometidos (HIV e leucemia); Infecções odontogênicas INFECÇÃO = N° de bactérias X virulência bacteriana Resistência do hospedeiro Caráter polimicrobiano: componentes aeróbios e anaeróbios; Anaeróbios As infecções por anaeróbios são diferentes das causadas por outras bactérias porque: • Tendem a ocorrer como coleções purulentas ou abscessos; • Mais agressivas pois estão em regiões anatômicas mais profundas; • A tensão ↓ de PO2 (↓ da oferta de O2); • Tecidos avasculares e necróticos; • Falha na resposta à ATB prévia - falha da terapia antimicrobiana; • Bacteremia – clinicamente apresenta determinadas características; Diagnóstico: • Sinais clínicos sugestivos e infecção por anaeróbios; Julia Soledade - 106 2 ➢ Febre – sinal fundamental, principalmente da disseminação sistêmica da infecção (bacteremia); ➢ Secreção de odor fétido (degradação de ácidos graxos de cadeia curta – produtos do metabolismo); ➢ Presença de gás nos tecidos (produção de CO2 e H2) – produtos do metabolismo microbiano; Escolha o antimicrobiano (Empírica) A anamnese é fundamental para nortear a escolha do antimicrobiano, pois permite escolha da terapia correta e consequentemente melhora o quadro clínico do paciente. Além disso, é importante o acompanhamento o acompanhamento do quadro clínico (remissão dos sinais e sintomas ou não) para identificar o sucesso a terapia ou a necessidade do ajuste terapêutico. Natureza empírica → baseia em dados clínicos e conhecimento da infecção, pois nem toda infecção se faz com antibiograma que permite identificação específica do agente infeccioso. É baseado na racionalidade e no conhecimento científico (da infecção e dos medicamentos). Atenção! Escolha da terapia adequada → melhora do quadro clínico; Evolução o quadro (sinais e sintomas) → ajuste terapêutico e antibiograma; Dados clínicos e responder às questões: • O quadro é uma infecção? – Confusão de diagnóstico: infecção X inflamação; • É uma infecção comunitária ou hospitalar? • Local? • Condições clínicas e faixa etária do paciente? • Gravidade da infecção? • Funções hepática e renal? • Gestação? Antimicrobiano ideal • Espectro mais específico possível (não ser destruído por enzimas teciduais e/ou bacterianas); • Bom índice terapêutico e nível adequado no local de infecção – janela terapêutica que permita ajustes de modo que a concentração permaneça efetiva; • Não apresentar resistência microbiana; • Melhor comodidade posológica - dose/tempo; • Compatível com o estado clínico do paciente e mínimos efeitos adversos; • Acessível; Mecanismo de ação bactericida + terapêutica clínica adequada → toxicidade seletiva; Fatores que influenciam a terapia antimicrobiana Concentração do antibiótico no local de infecção depende: • Via e horário de administração: - Em geral, devem ser ingeridos no mínimo 1h antes ou 2h depois da refeição; • Dose, posologia e duração do tratamento: - Posologia/duração inadequada: concentração ineficaz → bactérias resistentes. - Posologia excessiva: efeitos adversos tóxicos. - Ao tratamento antibiótico deve durar no mínimo 48h após a remissão completa dos sintomas clínicos: Julia Soledade - 106 3 ➢ Infecções orais de origem bacteriana – 5-7 dias; ➢ Infecções orais graves ou pacientes com resistência reduzida → duração aumentada; • Adesão do paciente: - A falta de adesão ao tratamento pode favorecer a ocorrência de recidiva e mecanismos de resistência. • Distribuição do antibiótico no organismo: - Local de infecção: tecido mole/osso. • Metabolismo e excreção dos antibióticos: - Depende da velocidade da inativação da droga através do metabolismo ou da excreção ou de ambos os processos. Interações medicamentosas Causa do insucesso da antibioticoterapia sistêmica • Escolha inapropriada do antibiótico; • Antibiótico não penetra no sítio da infecção (pus, barreiras teciduais); • Antagonismos entre antibióticos; • Microrganismos resistentes; • Falta de adesão de pacientes aos tratamentos; Principais usos na odontologia • Tratamentos das infecções odontogênicas; • Profilaxia endocardite bacteriana; • Prevenção de infecções pós- operatórias; Tratamento Deve obedecer aos Princípios de Uso Racional dos Medicamentos (URM) • Indicação apropriada ao tipo de infecção; • Posologia adequada – a dose terapêutica deve ser capaz de combater a infecção; • Pacientes em condições de receber o tratamento proposto; • Ausência de contraindicações e menor possibilidade de efeitos adversos – menor risco; • Monitoramento do paciente; Mecanismo de ação dos antimicrobianos
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