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Abdome agudo

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Daniela Santos Rocha 
 
 
Abdome agudo é definido como toda condição 
dolorosa de início súbito ou de evolução 
progressiva, localizada no abdome, que requer 
decisão terapêutica rápida, preferencialmente 
após definição diagnóstica. 
A intensidade da dor abdominal não guarda 
relação com a gravidade da doença. 
 
ANAMNESE 
AVALIAÇÃO CLÍNICA___________________ 
✓Identificação 
✓ Queixa e duração (dor abdominal) 
✓ História pregressa da moléstia atual 
✓ Interrogatório sobre os diferentes 
aparelhos 
✓ Antecedentes pessoais e ginecológicos 
✓ Antecedentes familiares 
✓ Alergias 
✓ Hábitos e vícios 
✓ Exame físico geral e especial 
✓ Hipótese diagnóstica 
✓ Exames subsidiários 
✓ Conduta 
✓ 70% dos diagnósticos são feitos com a 
história clínica 
✓ 90% associando-se ao exame físico 
✓ Exames subsidiários podem se tornar 
desnecessários 
 
 
DOR ABDOMINAL____________________ 
Pensar sempre anatomicamente 
✓Início 
✓ Localização 
✓ Caráter 
✓ Irradiação 
✓ Periodicidade 
✓ Intensidade (1 a 10) 
✓ Fatores desencadeantes 
✓ Fatores que melhoram 
✓ Fatores que pioram 
✓ Fatores que acompanham 
 
Peritônio visceral os órgãos abdominais: são 
inervados por fibras tipo C, são sensíveis a 
distensão, isquemia, tração, compressão e 
torção e conduzem uma dor difusa, de início 
lento e duração longa. (DOR VISCERAL). Podem 
cursar com: 
• náuseas 
• sudorese 
• diminuição da pressão arterial e da 
frequência cardíaca. 
Peritônio parietal e a raiz do mesentério: 
inervados por fibras tipo A delta, via da dor 
rápida-aguda. São estimuladas por diversos 
agentes irritantes (conteúdo gastrintestinal, 
urina, bile, suco pancreático, sangue, pus) e por 
substâncias (bradicinina, serotonina, histamina, 
prostaglandina e enzimas proteolíticas). 
ABDOME AGUDO 
A neoplasia do cólon e a doença diverticular, por exemplo, 
aumentam de frequência com a idade, já a apendicite 
predomina na adolescência e no adulto jovem, sendo mais 
comum em brancos que em negros. 
Gestação tubária e doença inflamatória pélvica (DIP) são 
específicas do sexo feminino e a úlcera perfurada é bem mais 
frequente no sexo masculino. 
A cólica saturnina é característica do profissional que 
trabalha com chumbo, e algumas doenças têm distribuição 
geográfica própria como a doença de Chagas e a hidatidose. 
Condições precárias de vida são responsáveis por altos 
índices de parasitoses, promiscuidade sexual e criminalidade, 
fatores diretamente responsáveis pelos mais variados tipos 
de abdome agudo. 
 
Daniela Santos Rocha 
DOR SOMATICA: dor aguda, bem localizada, 
de curta duração e com componente emocional 
fraco. 
• dor piora com movimento de tosse e 
pode acarretar contratura muscular, que 
é reflexa à inervação comum do 
peritônio parietal e da musculatura 
abdominal. 
A DOR REFERIDA é percebida em local 
diferente do estímulo que a gerou. Dessa 
forma, um estímulo gerado em um nociceptor da 
serosa abdominal pode provocar contratura 
reflexa da musculatura do dermátomo 
correspondente, que apresenta inervação 
comum, ou uma mesma origem embrionária. Um 
exemplo clássico é a dor referida no ombro 
resultante de processos patológicos que afetam 
o diafragma ou a vesícula. 
 
FATORES QUE ACOMPANHAM 
1.NÁUSEAS e VÔMITOS________________ 
As principais causas para o aparecimento 
desses sintomas são: 
• obstrução dos órgãos de musculatura 
lisa 
• irritação intensa dos nervos do peritônio 
• toxemia. 
2.FEBRE_________________________________ 
Uma temperatura axilar superior a 37,5°C pode 
estar presente em quase todos os quadros 
abdominais agudos. 
O relato de calafrio pode significar 
bacteriemia, achado comum nos quadros de 
colangite e de peritonite. 
A elevação da temperatura retal não é 
específica de nenhuma doença, podendo 
ocorrer em qualquer processo inflamatório 
localizado na pelve. 
3.ANOREXIA____________________________ 
O relato de anorexia precedendo o início da dor 
é comum em quadros de abdome agudo 
inflamatório. Todavia, anorexia precedendo o 
início do quadro em dias ou meses sugere 
doença maligna. 
4.FUNÇÃO INTESTINAL_______________ 
Interrogar sobre: 
• presença de constipação intestinal 
• diarreia 
• melena 
• enterorragia 
 
 
 
Vomito frequente e concomitante ao início da dor: 
pancreatite aguda, obstrução aguda do ureter e do 
colédoco. 
Após início da dor vêm o vomito: apendicite e 
colecistite agudas típicas. 
Na obstrução intestinal, ele está presente e será tão 
mais tardio quanto mais distal for o local da obstrução 
Vômitos claros (obstrução proximal á ampola de Vater) 
Vômitos biliosos (obstrução distal á ampola de Valter) 
 
Longo período de constipação intestinal é achado 
frequente na obstrução por fecaloma ou vólvulo do 
sigmoide. 
A constipação intestinal com parada completa da 
eliminação de gases e fezes associada à dor abdominal 
em cólica e vômito caracteriza a tríade da obstrução 
intestinal. 
A diarreia é frequente em vários tipos de abdome 
agudo inflamatório, como: apendicite (principalmente 
em crianças), abscessos paracecais e DIP. 
DIP. Eliminação de sangue, misturado ou não nas fezes, 
pode estar presente em quadros de invaginação 
intestinal (crianças) e na neoplasia de cólon. 
Daniela Santos Rocha 
CICLO MENSTRUAL____________________ 
Nas mulheres em fase reprodutiva, a dor 
abdominal deve ser correlacionada com o ciclo 
menstrual. Devemos interrogar sobre 
• irregularidades nos três últimos ciclos 
• data da última menstruação 
• presença de dispareunia 
• características do corrimento vaginal 
• contato sexual e sangramentos 
• diferenciando se o sangue é coagulável, 
ou não. 
 
MICÇÃO__________________________________ 
Durante a anamnese, é importante investigar a 
presença de transtorno da micção, como 
• algúria 
• disúria 
• polaciúria 
• retenção urinária 
• alteração no aspecto da urina. 
 
MEDICAMENTOS_____________________ 
✓ AINH e Corticoides: ulcerações e 
perfurações gastrointestinais 
✓ Anticoagulantes: hemorragias abdominais 
espontâneas 
 
DOR ABDOMINAL DE URGÊNCIA 
CLÍNICA OU CIRÚRGICA_______________ 
✓ Vômitos persistentes 
✓ Sangramento digestivo 
✓ Sincope ou présincope 
✓ Febre 
EXAME FÍSICO 
✓Ectoscopia: caracteres gerais, fáceis, palidez, 
cianose, respiração, hidratação, icterícia 
✓Sinais Vitais: perfusão, temperatura, 
saturação de oxigênio, frequência respiratória, 
pressão arterial, pulso. 
 
 
 
Várias doenças, como gravidez ectópica, ovulação 
dolorosa, endometriose e as anexites agudas, 
frequentemente são causa de abdome agudo. A 
perihepatite gonocócica (síndrome de Fitz-Hugh-
Curtis) pode confundir o raciocínio médico, 
mimetizando um quadro de colecistite aguda. 
Várias afecções primitivas dos órgãos urogenitais, 
entre elas, cólica nefrética, pielonefrite aguda, cistite 
e retenção urinária aguda, podem ser causa de abdome 
agudo. Não podemos nos esquecer de que esses 
mesmos sintomas podem, também, estar presentes em 
outras doenças inflamatórias que acometem a pelve, 
por exemplo: apendicite aguda, diverticulite 
sigmoideana e as anexites. 
Mucosas hipocoradas: perda sanguínea 
Mucosas secas e olhos encovados: indicativos de 
desidratação 
Icterícia: colestase. 
A presença de manchas características na gengiva 
pode ser sinal de intoxicação por chumbo. 
Púrpuras na pele: podem ser causa de abdome agudo, e 
lesões como herpes-zoster e equimoses. 
-flancos (sinal de Gray-Turner) ou região periumbilical 
(sinal de Cullen), sugerem pancreatite aguda grave. 
Ingurgitamento venoso cervical: insuficiência cardíaca 
congestiva ou pneumotórax espontâneo, capazes de 
causar dor relatada no abdome superior. 
A temperatura discretamente elevada é vista na fase 
inicial do abdome agudo inflamatório, perfurativo e 
hemorrágico. Quando a dor abdominal é precedida de 
temperatura muitoelevada, deve-se suspeitar de 
processo infeccioso renal ou pulmonar. 
A mensuração da pressão arterial deve ser realizada 
nos dois braços, pois diferença da pressão sistólica 
pode sugerir dissecção aguda da aorta. 
Pulso arrítmico secundário à fibrilação atrial pode ser 
foco de êmbolos para a artéria mesentérica. Paciente 
com respiração superficial pode estar com irritação 
peritoneal, taquipneia pode ser secundária à acidose 
metabólica. 
Daniela Santos Rocha 
EXAME FÍSICO DIRECIONADO DO 
ABDOME_____________________________ 
AUSCULTA 
A principal informação que ela nos oferece é a 
característica do peristaltismo e, para tal, 
recomenda-se sua realização por tempo mínimo 
de 3 min. 
• O peristaltismo se encontra aumentado 
nos quadros iniciais de obstrução 
intestinal mecânica e na hemorragia 
digestiva 
• Reduzido ou abolido nos quadros de 
hemoperitônio, íleo reflexo e abdome 
agudo inflamatório. 
• O silêncio abdominal em um paciente que 
evoluía com peristaltismo de luta e 
suspeita de obstrução intestinal vai 
apontar para sofrimento de alça. 
PERCUSSÃO 
Pesquisar e localizar diferentes graus de 
irritação peritoneal e identificar massas, ar 
livre e líquido intra-abdominais. 
• Timpanismo na linha axilar média sobre a 
área hepática é sugestivo de 
pneumoperitônio (sinal de Jobert). 
• Macicez móvel é sugestiva de ascite. 
• A punho-percussão lombar – sinal de 
Giordano – sugere processo inflamatório 
retroperitoneal, sendo muito comum nos 
casos de pielonefrite. 
PALPAÇÃO ABDOMINAL 
Fornece elementos objetivos para a indicação 
cirúrgica, inclusive orientando quanto a maior 
ou menor urgência desta intervenção. 
• A contratura muscular verdadeira 
(reflexa à irritação do peritônio 
parietal) constitui o sinal mais 
importante nos casos de abdome agudo. 
• O sinal do obturador positivo em 
hipogástrico: foco inflamatório pélvico 
como a apendicite pélvica e a 
pelviperitonite. 
• Sinal do psoas direito: intensa dor nos 
casos de afecções retroperitoneais, 
como apendicite retrocecal e abscesso 
perinefrético. 
• A manobra de Blumberg é utilizada para 
avaliar irritação peritoneal de qualquer 
origem. 
• O sinal de Rovsing: apendicite aguda 
• Sinal de Murphy: colecistite 
 
Dor Difusa: Peritonite 
Dor desproporcional ao exame físico indica 
isquemia intestina 
EXAMES LABORATORIAIS____________ 
Inespecíficos 
✓ Hemograma completo (anemia, 
leucocitose, sangramento) 
✓ A glicemia ( inflamatórios agudos, 
pancreatite) 
✓ Dosagem de eletrólitos (K-diarreia e 
abdome agudo obstrutivo; Ca-
pancreatite aguda). 
✓ Escórias nitrogenadas (desidratação) 
✓ VHS e PCR 
✓ TGO/TGP/GGT 
✓ Bilirrubina total e frações (dor em HD) 
Específicos 
✓ Amilase e lipase 
✓ Gonadotrofina coriônica humana beta 
(β-hCG). 
Radiografia simples e contrastada 
Uma radiografia do tórax em ortostatismo e 
duas do abdome, anteroposteriores, em 
decúbito dorsal e ortostatismo. 
O uso da radiografia contrastada nos casos de 
abdome agudo fica reservado para situações 
bem selecionadas. 
✓ A sua principal indicação é diferenciar 
uma obstrução mecânica da funcional 
Daniela Santos Rocha 
Ultrassonografia 
✓ É o exame de escolha no diagnóstico da 
colecistite aguda. 
✓ Auxilia no diagnóstico entre apendicite e 
afecção ginecológica. 
✓ Na pancreatite aguda com alterações 
laboratoriais -padrão biliar 
TC 
Significativo impacto no diagnóstico do abdome 
agudo, com chance de acerto próximo de 95%. 
As principais indicações do exame são: 
✓ Diagnóstico e estadiamento da 
pancreatite aguda e da diverticulite. 
✓ Diagnóstico e acompanhamento do 
abscesso pancreático. 
✓ elevada eficácia no 
✓ Diagnóstico diferencial de apendicite 
aguda, especialmente nos pacientes 
obesos e nos quadros inconclusivos. 
✓ Alta sensibilidade nos casos de 
trombose venosa mesentérica. 
Ressonância nuclear magnética 
A ressonância nuclear magnética oferece pouca 
vantagem sobre a tomografia computadorizada 
na abordagem ao paciente com abdome agudo, 
exceto nos casos em que se torna necessária a 
avaliação pormenorizada dos ductos biliares e 
pancreáticos. 
✓ Contra indicação: pacientes com marca-
passo cardíaco, válvulas cardíacas e 
clipes vasculares metálicos, pacientes 
com corpos estranhos metálicos (como 
projéteis de arma de fogo), pacientes 
com cateteres venosos de longa 
permanência com reservatório metálico, 
e pacientes conectados a equipamentos 
médicos que contenham metais (bomba 
de infusão, respirador). 
Arteriografia 
Diagnóstico precoce do abdome agudo vascular, 
pois permite diferenciar uma isquemia oclusiva 
da não oclusiva. 
Laparoscopia diagnóstica 
A laparoscopia está indicada nos casos de 
abdome agudo em que não se consegue 
estabelecer um diagnóstico, mesmo depois de 
esgotados os recursos propedêuticos não 
invasivos. 
Abdome agudo inflamatório 
É o tipo mais comum. 
Habitualmente, o 
processo se inicia com a 
obstrução mecânica de 
vísceras ocas normais, 
ou anatomicamente 
alteradas (divertículos, 
por exemplo), 
originando diversos 
fenômenos 
inflamatórios na parede 
da víscera, com tendência à progressão para 
infecção franca e comprometimento da 
vascularização do órgão. 
 
O início do quadro geralmente é insidioso, com 
sintomas a princípio vagos (dor abdominal 
incaracterística, náuseas, anorexia, vômito, 
alteração do trânsito intestinal). 
APENDICITE 
✓ Principal causa de cirurgia abdominal 
✓ Obstrução da luz do apêndice 
(inflamação, infecção e necrose) 
✓ Dor abdominal periumbilical irradiada 
para a fossa, náuseas, falta de apetite 
✓ Em gestantes e idosos se desenvolve 
rapidamente 
✓ Tratamento cirúrgico (laparoscopia) 
Sinal de Blumberg 
Sinal Obturador 
Daniela Santos Rocha 
Sinal de Psoas: 
Sinal de Rovsing 
COLECISTITE 
✓ Está associada à litíase biliar em 95% 
dos casos 
✓ A dor inicialmente é epigástrica, 
visceral, acompanhada de náuseas e 
vômito, e posteriormente mais intensa e 
localizada no quadrante superior direito, 
podendo irradiar-se para as regiões 
lombar direita e escapular direita. 
✓ A febre geralmente é baixa, e a 
leucocitose, moderada (até 15.000). 
✓ Alterações das enzimas hepatobiliares 
são discretas. 
✓ A presença de icterícia intensa no início 
do quadro faz pensar em colangite. 
✓ O método de imagem de escolha para o 
diagnóstico é a ultrassonografia 
abdominal. 
✓ Sinal de Murphy ecográfico associado à 
litíase biliar e ao espessamento da 
parede vesicular indica colecistite em 
95% dos casos. 
PANCREATITE AGUDA 
✓ A principal causa é a litíase biliar. 
✓ O quadro clínico é polimorfo, sendo a 
dor de início súbito, contínua, localizada 
em epigástrio, hipocôndrios ou região 
umbilical. A dor tipicamente é em faixa, 
com irradiação dorsal, acompanhada de 
náuseas e vômito frequentes, além de 
distensão abdominal. 
✓ Elevação da amilase e da lipase (4x 
superior) 
✓ TC de abdome avaliação e classificação 
de gravidade (exame padrão ouro) 
DIVERTICULITE AGUDA 
✓ A localização mais comum é no sigmoide. 
✓ Doença comum em idosos. 
✓ Manifesta-se clinicamente por dor em 
quadrante inferior esquerdo, febre e 
constipação intestinal. 
✓ Náuseas e vômito não são proeminentes, 
mas há distensão abdominal leve. Pode 
haver disúria e polaciúria devido à 
proximidade com a bexiga. 
✓ TC é exame padrão ouro. 
Abdome agudo obstrutivo 
Causas mais frequentes de cirurgia abdominal 
de urgência. 
✓ A dor tem início súbito, geralmente 
dramático, já começando de forma 
intensa, rapidamente atingindo seu pico. 
✓ Silêncio abdominal e rigidez muscular, 
detectada como “abdome em tábua”. 
✓ A temperatura é normal, e náuseas e 
vômito podem estar presentes. 
✓ A radiografia simples revela 
pneumoperitônio, sendo o exame de 
imagem de escolha para o diagnóstico. 
O problema advém do extravasamento de secreção 
contida no trato gastrintestinal paraa cavidade 
peritoneal, o que é traduzido por peritonite. A dor tipo 
somática vem da irritação química do peritônio, e, quanto 
menor o pH, maior a irritação. 
 
Perfurações altas 
Perfurações do delgado proximal comportam-se 
como as gastroduodenais, com dor abdominal 
intensa e grande irritação peritoneal. 
Perfurações do intestino grosso traduzem 
manifestações clínicas e peritoneais intensas, 
com evolução rápida para peritonite fecal, 
devido ao conteúdo altamente infectado desse 
segmento. 
Daniela Santos Rocha 
Nas perfurações mais baixas de delgado, a dor 
abdominal é mais discreta, e os sinais de 
irritação peritoneal são menos exuberantes, 
mas originam quadros sépticos mais precoces. 
✓ O tratamento é sempre cirúrgico, sendo 
o prognóstico pior quanto maior o tempo 
de perfuração. 
ÚLCERA PÉPTICA 
✓ Idosos são os mais afetados (uso 
crônico de anti-inflamatórios e ácido 
acetilsalicílico). 
✓ Inicialmente, a dor se localiza no 
epigástrio, seguida de dor abdominal 
difusa (migra para o quadrante inferior 
direito, simula apendicite aguda) 
✓ O paciente procura manter-se imóvel, 
com restrição respiratória, devido a 
irritação peritoneal. 
✓ Leucocitose e possível hiperamilasemia. 
Abdome agudo obstrutivo 
O sintoma cardinal do abdome agudo obstrutivo 
é a cólica intestinal, demonstrando o esforço 
das alças para vencer o obstáculo que está 
impedindo o trânsito normal. 
✓ A dor é visceral, localizada em região 
periumbilical, nas obstruções de 
delgado, e hipogástrica. 
✓ Os episódios de vômito surgem após a 
crise de dor, inicialmente reflexos, e 
são progressivos, na tentativa de aliviar 
a distensão das alças obstruídas. 
✓ Peristaltismo está aumentado, 
exacerbado, e é chamado de 
peristaltismo de luta. (crise dolorosa) 
✓ Quanto mais alta a obstrução, mais 
precoces, frequentes e intensos serão 
os vômitos, menor a distensão abdominal 
e mais tardia a parada de eliminação de 
gases e fezes. 
✓ Quanto mais baixa a obstrução, maior 
distensão abdominal, mais precoce a 
parada de eliminação de 
flatos e fezes, e, devido ao supercrescimento 
bacteriano no segmento obstruído, os vômitos, 
que são tardios, adquirem aspecto fecaloide. 
Febre normalmente não está presente. 
✓ A desidratação é acentuada pelas 
perdas provocadas pelo vômito, sendo 
pior nas obstruções mais altas. 
Abdome agudo vascular 
Diagnóstico quase sempre tardio, e pelo fato de 
acometer principalmente pacientes idosos. 
A fisiopatologia envolve uma lesão isquêmica 
inicial, decorrente da redução do fluxo arterial 
ou venoso (o que leva a lesões precoces na 
mucosa, tornando-se posteriormente 
transmurais). 
Fase inicial 
✓ A dor abdominal é o sintoma inicial, 
geralmente muito intensa, fora de 
proporções com os achados clínicos, que 
são inespecíficos. 
Fatores de risco para isquemia mesentérica 
aguda 
✓ >60 anos 
✓ Portadores de doença aterosclerótica 
✓ Infarto agudo do miocárdio recente 
✓ Arritmias cardíacas, em especial FA 
✓ Passado de eventos tromboembólicos 
✓ Insuficiência cardíaca congestiva 
Fase intermediária, caracterizada por 
peritonite. 
Na terceira fase, acentuam-se os sinais 
abdominais, surgindo a instabilidade 
hemodinâmica, o choque refratário e o óbito. 
✓ O Rx: afastar outras causas de abdome 
agudo: pode mostrar espessamento da 
parede das alças intestinais, alças 
tubuliformes, fixas e imutáveis, e 
pneumoperitônio, o que indica lesões em 
fase bem avançada. 
Daniela Santos Rocha 
✓ A ultrassonografia c/ Doppler, pode 
identificar a obstrução vascular e 
estudar o fluxo dos vasos mesentéricos, 
especialmente dos segmentos proximais. 
Abdome agudo hemorrágico 
✓ Dor súbita 
✓ Rápido comprometimento hemodinâmico, 
com palidez intensa e hipovolemia 
acentuada. 
✓ Não se encontra contratura muscular no 
hemoperitônio, visto que o sangue não é 
tão irritante para a serosa peritoneal. 
✓ Queda progressiva dos níveis 
hematimétricos. 
A ruptura espontânea de vísceras 
parenquimatosas e a ruptura vascular não são 
situações comuns, e o abdome agudo 
hemorrágico é mais frequentemente associado 
ao trauma, ao pós-operatório e a complicações 
pós-procedimentos 
✓ Tratamento: cirurgia imediata, mas a 
arteriografia pode ser terapêutica em 
alguns casos. 
RUPTURA DE ANEURISMA ABDOMINAL 
✓ Acomete geralmente pacientes idosos 
do sexo masculino. 
✓ Quase todos os aneurismas são 
localizados abaixo das artérias renais. 
✓ Dor abdominal difusa, intensa, associada 
a hipotensão e massa abdominal pulsátil.

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