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CETOACIDOSE DIABÉTICA INTRODUÇÃO -Tríade: hiperglicemia (>250) + cetose (>3) + acidose (pH<7,3 e/ou bicarbonato sérico <18) -Afeta principalmente pacientes com DM1, mas pode ter no tipo 2 -Estado hiperosmolar hiperglicêmico= ↑ glicemia, hiperosmolaridade e pouca ou zero cetose. -Pra ter cetoacidose tem que ter DM Glicemia de jejum (>126)/ TOG >200/ Hbs.Glicada >6,5% OU Glicemia ao acaso >=200 + polis (úria, fagia, dipsia)+ ↓kg FISIOPATOLOGIA Deficiência de insulina ↑glicose + liberação excessiva de hormônios contra-reguladores (catecolaminas, cortisol, glucacon, hormônio do crescimento) hiperglicemia por ↓ da utilização periférica e ↑ da produção endógena de glicose. ▪A ligação das catecolaminas aos receptores beta-adrenérgicos + insulinopenia + excesso de glucagon ↑ atividade da lipase tecidual converte TGI em ác.graxo livre e glicerol/ os adipócitos produzem prostaglandinas vasodilatação, náusea, dor abdominal e ↓ RVP. ▪Insulinopenia + excesso de hormônios contrarreguladores pioram hiperglicemia ↑ produção hepática de glicose pelo substrato glicerol + estimula cetogênses usando ác.graxos livres como substrato para formar corpos cetônicos. ▪Glucagon estimula produção de cetoácidos e oxidação de ác.graxos livres que vem da lipólise, em corpos cetônicos esses ácidos orgânios fortes ↓ tamponamento acidose metabólica. ▪Hiperglicemia glicosúria e diurese osmótica com perde de H2O e eletrólitos hipovolemia, ↓ perfusão e clearance renal agrava hiperglicemia Excesso de glicose devido falta de insulina No pâncreas tem as células alfa e beta, mas como as beta estão destruídas devido DM tipo 1, não há secreção de insulina. Logo, as alfa interpretam como glicose baixa e começam a secretar glucagon, que vai fazer gliconeogenese, aumentando ainda mais a glicose no sangue. (excesso de glucagon + falta de insulina) *A adrenal é estimulada e ↑ quebra de AA, glicerol, e ác.graxos -> ↑ glicogense *ác.graxos começam a se transformar em cetoacidos CLINICA -Hiperglicemia -Diurese osmótica com perda de água e eletrólitos (sódio e potássio) -> desidratação + distúrbios eletrolíticos -Hipocalemia/ hiponatremia *Observar se o sódio no sangue é real, pois como tem baixa de glicose, o sódio entra mais na célula afim de fazer equilíbrio osmótico, logo parece estar em hiponatremia no sangue. Por isso, deve fazer o sódio corrigido: sódio+ 1,6x(glicose-100)/100 -acidose: dor abdominal, náuseas e vômitos, respiração de Kusmaull DIAGNÓSTICO -Glicemia plasmática >250mg/dL -pH <7,3 -Bicarbonato sérico <18mEq/L -Respiração profunda (Kussmaul) *Tentativa de compensar a acidose -Hálito cetônico *Glicose HI= glicose alta (>500) FATORES PRECIPITANTES -Infecção associado ou não ao tratamento insulínico inadequado -Primo-descompensação -Doenças abdominais -Doenças vasculares (Infarto, AVC) -Medicações (Betabloqueadores, corticoides, fenitoína, inibidores de proteases, cocaína e simpatomiméticos) -Outras doenças: cushing, acromegalia, tireotoxicose, insuficiência renal e feocromocitomia) -Gestação, cirurgia e trauma EXAMES COMPLEMENTARES 1. Glicemia 2. Ureia e creatinina 3. Sódio, Potássio 2/2h 4. Osmolaridadede 5. Cetonemia 6. Gasometria arterial de 1/1h 7. Cálculo do ânio gap 8. Urina tipo 1 9. Hemograma 10. Rx de tórax 11. ECG 12/12h *Pode ter leucocitose sem infecção devido alta atividade adrenocortical, assim como hiperamilasemia sem pancreatite, induzida pela hiperglicemia. *Sódio sério geralmente é baixo devido fluxo osmótico de água do intra pra extracelular induzido pela hiperglicemia. Na presença de hipertrigliceridemia grave, ele pode estar falsamente reduzido. *Hiperpotassemia é comum, se hipo ou normopotassemia deve intensificar reposição de potássio. Se hipocalemia, só deve dar insulina quando normalizar. DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL Cetose de jejum e cetoacidose alcoólica distingue pela clinica, glicemia e bicarbonato sérico. Pode ter outras causas de acidose metabólica: drogas, Insuficiência renal crônica. Se ocorrer estupor ou coma sem elevar osmolalidade (>320) ou ainda alteração brupta de consciência, é necessário investigar doenças do SNC (AVE, meningite, trauma) TRATAMENTO 1-Hidratação (SF 0,9% 10-20mL/kg) 2-Insulina + potássio -Cuidados com vias aéreas superiores, e se indicado uso de sonda nasogástrica -Corrigir desidratação, hiperglicemia e distúrbios eletrolíticos e ácido-básico -Identificar e tratar fatores precipitantes -Insulinoterapia bloqueia cetogênese e corrige hiperglicemia, só usar até reversão da cetonemia. A terapia de escolha é infusão contínua de insulina regular *exceto casos de hipocalemia, hipotensão e hipoglicemia *indicado manutenção de insulinoterapia mesmo se glicemia <250, acrescentando-se glicose ao soro. *Descontinuar se cetoacidose for corrigida *Transição da insulina EV para subcutânea deve ser gradual, se pct já com DM recomenda reintroduzir após recuperação do quadro agudo, a dose prévia de insulina e monitorizar glicemia capilar. -Se é 1ª descompensação: insulina de 0,6U/kg/ dia CONDUTA -Monitorização de glicemia capilar 1/1h -Controle de K e gasometria a cada 2hr -Na, Cl e Anion GAP a cada 6 hrs -Ureia, Cr, Mg e P a cada 12hrs CRITÉRIOS PARA RESOLUÇÃO DA CETOACIDOSE Glicemia <200, pH>7,3 e bicarbonato arterial >18 -Reduz drasticamente o potássio pela hidratação, reposição de insulina, correção da acidose e da hipovolemia. Monitorar frequentemente esse íon e ECG para evitar arritmias. *Achado de hipocalemia antes do tratamento indica gravidade, pelo maior risco de hipoglicemia e piora da hipopotassemia, portanto insulina só depois de repor esse íon. -Uso de bicarbonato é controverso, indicado se pH<7 ou bicarbonato sérico <5 -Repor fósforo se: disfunção ventricular esquerda, fraqueza muscular, depressão respiratória, arritmias cardíacas, fosfatemia <1 e persistência de estupor após corrigir acidose. -ADM Mg se valor sérico <18 ou se houver tetania -Repor cálcio se hipocalcemia sintomática COMPLICAÇÕES Hipoglicemia, hipocalemia e hiperglicemia secundária à cessação precoce da insulinoterapia. -Sindrome de angústia respiratória -Hiperlipidemia -Pancreatite -Infecçõe -Tromboembolismo -Congestão pulmonar por sobrecarga hídrica -Dilatação gástrica aguda -Alcalose metabólica paradoxal -Edema cerebral (*raro, ocorre nos extremos de idade)
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