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Herança multifatorial ou complexa Aqui temos vários fatores envolvidos e muitos determinantes que contribuem para o aparecimento de uma doença, portanto, é muito difícil calcular o risco de recorrência aqui, diferente nas monogênicas que possuem um padrão mendeliano até ne. Padrão de herança multifatorial ou complexa, que possui características poligênicas (vários genes contribuindo para aquela doença) mais uma influência de fatores ambientais, como câncer, diabetes, hipertensão etc. Algumas doenças o fator ambiental influencia mais e em outras as características genéticas influenciam mais, mas aqui sempre teremos as duas coisas envolvidas no desenvolvimento de uma determinada doença. Aqui se modificar os fatores ambientais, o risco do individuo ter a doença em patologias que tem alta influencia do ambiente diminui, o que não ocorre com doenças monogênicas já que o fator ambiental não influencia tanto igual em algumas doenças aqui. Exemplos de características poligênicas/multifatoriais: altura, aproveitamento escolar, cor da pele, cor dos olhos, cor do cabelo, forma do rosto, personalidade, peso, pressão, idade de erupção dentária etc. Exemplos de doenças poligênicas: diabetes, dislexia, epilepsia, esquizofrenia, glaucoma, malformações congênitas, retardo mental, hipertensão arterial, transtorno de humor bipolar. E aqui é diferente de heterogeneidade de locus pq aqui os genes precisam estar alterados juntos, já na heterogeneidade é um ou outro que pode ta alterado pra doença, aqui já é tudo junto. Altura Se a altura fosse determinada por um único gene, seria A (alto) e a (baixo) e nesse locus nenhum iria exercer dominância. Então temos 3 fenótipos possíveis (aa – baixo), Aa (intermediaria), AA (alto). Agora se fosse determinada por 2 genes em 2 locis (locais, locus diferentes) diferentes, ai pra um loci seria A, a e no outro B, b. Lembrando que não tem dominância. Ai quantos genótipos teríamos nessa situação? aabb (bem baixo indivíduo), aaBB, aaBb ou AAbb (fenótipo intermediário), AAABB (pessoas muito altas) e algumas outras possibilidades que estão no slide o que iria produzir 9 genótipos diferentes e 5 fenótipos. E isso gera um gráfico com um padrão, chamado de curva de gaus. Se fosse tres genes, poderemos ter 64 possibilidades de genótipos, que ai a curva de gaus fica mais evidente ainda e que é caracterizada em que nas pontas tem os extremos e a maioria das pessoas fica no centro que é o fenótipo intermediário. Na altura, a realidade é que ela é determinada por cerca de 280 genes, então imagina a quantidade de fenótipos diferentes que pode ter. Então na altura temos variantes alélicas: vários fenótipos que diferem levemente um do outro e tem um complexo padrão de heranças. E quanto tem essa curva é chamado de herança gaussiana. Abaixo é representado a curva de gaus para a cor da pele que apresenta uma herança gaussiana, repara no tanto de possibilidades que pode ter apenas com 3 genes envolvidos. Herança quantitativa contínua: conseguimos medir de forma mensurável, como altura, colesterol sérico, índice de massa corpórea etc em que temos a média (onde tem a maioria das pessoas) e os extremos, portanto, distribuição gaussiana. Herança com limiar – distribuição de susceptibilidade Aqui pra calcular o risco, pensamos em susceptibilidade, ou seja, o individuo vai ser mais susceptível ou não. A pessoa vai ter que acumular certos fatores até atingir um limiar para que comece a ter o desenvolvimento de uma certa de doença, esse é o limiar de risco que nos mostra a susceptibilidade de pessoas que passam esse limiar e suas chances de desenvolver tal doença. Tem influências dos genes e uma maior interação com o ambiente, fatores que fazem com que uma certa pessoa atinja o limiar. Igual na osteoporose, que se não consumir cálcio, a idade, outros fatores alimentares, a idade e fatores genéticos influenciam no seu desenvolvimento. Limiar mais baixo: quando uma doença tem um limiar mais baixo, significa que menos fatores são necessários para ocorrer a doença, maior risco – limiar mais baixo como os homens para a estenose do piloro. Limiar mais alto: possuem poucos alelos ou fatores ambientais que causariam a doença, portanto, significa que mais fatores são necessários para ocorrer uma determinada doença. Baixo risco – limiar mais alto. Na imagem abaixo tem o limiar sendo representado, que ta mais baixo pra homens e mais alto pra mulheres (estenose do piloro). Risco de recorrência Nas monogênicas conseguimos calcular com maior precisão esse risco de recorrência, agora na multifatorial já é difícil pq não sabemos o número de genes envolvidos e nem como muitos fatores ambientais influenciam nas expressões genéticas. E ai os riscos nas multifatoriais são riscos empíricos, pq não são calculados com precisão. Aqui analisamos estudos que já foram feitos com grandes grupos de famílias (estudos retrospectivos) e ai consegue ter uma ideia do risco de recorrência mas não é um risco exato não, é uma coisa empírica. Os riscos empíricos são específicos para cada doença (nas monogênicas os riscos de recorrência eram os mesmos para diversas doenças de acordo com o padrão de herança, aqui não) e podem variar entre as populações. Risco de recorrência aqui não será calculado com precisão como nas monogênicas, aqui o risco será empírico. Mas de acordo com alguns estudos, conseguimos fazer algumas observações dessas doenças: 1) O risco de recorrência é mais alto caso mais de um membro da família seja afetado, o que la na monogênica não muda, o risco continua sendo o mesmo. 2) Se a expressão da doença no probando (criança afetada) for mais intensa, o risco de recorrência será mais alto, por exemplo, se uma criança tem fissura de lábio em um lábio tem um risco menor de ter um outro parente afetado do que se essa fissura for nos dois lábios, o que aumenta o risco de ter outro parente com a doença. O que, mais uma vez, não ocorre na dominante. 3) O risco de recorrência para a doença, em geral, diminui acentuadamente em parentes mais distantes. Isso reflete o fato de que muitos fatores genéticos e ambientais devam se combinar para produzir uma característica. Poligenes na herança multifatorial Genes com efeitos aditivos, se somam, mas existem aqueles que podem ter um efeito principal ou maior. Existem subgrupos dentro de uma mesma população, ou seja, pode ter um gene que vai exercer um efeito maior tendo um componente monogênico (gene com efeito maior) com variação adicional na susceptibilidade conferida pelo componente multifatorial (genes adicionais + fatores ambientais). O fenótipo é determinado pelo genótipo, ambiente, pela interação entre os genes e pela interação entre o genótipo e o ambiente. E ai como que sabemos a partir desses estudos se o fator genético ou o ambiental influencia mais em uma determinada doença? Em um estudo com gêmeos a gente consegue ter uma ideia disso. Pega gêmeos dizigóticos (50% idênticos como qualquer outro irmão, se tem dois óvulos sendo fecundados por 2 espermatozoides diferentes) e monozigóticos (são clones, 100% idênticos geneticamente e surgem nos momentos de divisão do embrião que se divide em duas massas celulares). Monozigóticos (MZ): qualquer diferença entre eles resulta de efeitos ambientais. Dizigóticos (DZ): já não são clones, são fraternos e compartilham apenas 50% de seu DNA, pois cada progenitor transmite metade de seu DNA para cada filho. Estudo com gêmeos: caso os dois membros de um par de gêmeos compartilhem uma característica, diz se que eles são concordantes. Se não houver esse compartilhamento de uma mesma característica, eles serão discordantes. Dessa forma, para uma característica determinada completamente por genes, os gêmeos monozigóticos deverão ser sempre concordantes e os dizigóticos poderão ser menos concordantes. Nessa imagem abaixo, quanto maior a taxa de concordância,maior a influência genética e, quanto menor essa taxa, maior a influência ambiental no aparecimento daquela doença. Coeficiente de correlação: para as características mensurais quantitativamente, podemos usar o coeficiente de correlação. Quanto maior esse coeficiente, mais homogênea será essa característica dentro de uma população. Para MZ, o coeficiente de correlação será de 1,0, que significa 100% de taxa de concordância – pode usar a taxa de concordância ou o coeficiente de correlação. E ai já pra DZ o coeficiente será de 0,50 ou 50%. Herdabilidade = é a porcentagem da contribuição dos genes na variação populacional da característica. E tem uma fórmula pra calcular essa herdabilidade. Quanto maior esse percentual, maior será a contribuição genética e vice versa. Características amplamente determinadas por genes resultam em uma estimativa de herdabilidade que se aproxima de 1 para MZ e 0,5 para DZ. Prevenção, melhora da qualidade de vida. Epigenética: não é uma alteração na seq do DNA, mas tem um fator ambiental que altera o padrão de metilação ou alguma outra coisa que altera o fator de expressão de um gene, mas que não teve alteração na seq do DNA. ISSO É EPIGENÉTICA.
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