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Juizado Especial

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JUIZADO ESPECIAL – LEI 9099/95
- Crimes de menor potencial ofensivo.
“São destinados à conciliação, ao julgamento e à execução das infrações de menor potencial ofensivo, como tais consideradas as contravenções penais e os crimes a que a lei comine pena máxima não superior a dois anos, cumulada ou não com multa. 
A divisão foi feita a partir da pena: ordinário, sumário e sumaríssimo. 
• Ordinário: igual ou maior que 4 anos 
• Sumário: inferior a 4 anos 
• Sumaríssimo: para as IMPOs (infração de menor potencial ofensivo) 
O Juizado Especial Criminal é de Rito Sumaríssimo.
Juizados Especiais Criminais na Justiça Estadual → Lei n. 9.099/1995 
Juizados Especiais Criminais na Justiça Federal → Lei n. 10.259/2001. 
Os Juizados Especiais Criminais têm competência para as IMPOs – Infrações de Menor Potencial Ofensivo, que são elas: 
• Contravenções penais ou crime anão 
• Crimes com PPL (pena privativa de liberdade) inferior a 2 anos 
• Com multa ou não 
• Somente multa 
Obs. A previsão constitucional de turmas recursais não viola o postulado do duplo grau de jurisdição, porque o Pacto de São José da Costa Rica em nenhum momento exige que esse duplo grau seja feito por um órgão hierarquicamente superior.
Jésus-Maria Silva Sánchez – processo de expansão do Direito Penal 
• 1ª velocidade → pena privativa de liberdade, direito penal clássico 
• 2ª velocidade → direito penal reparador, substituição por penas restritivas de direito = o JeCrim se relaciona à 2ª velocidade do Direito Penal 
• 3ª velocidade → resgate do clássico, direito penal do inimigo 
• 4ª velocidade → direito internacional, exemplo: julgamento de Nuremberg 
• Crimes de menor potencial ofensivo – IMPO < 2 anos 
• Crimes de médio potencial ofensivo – Sumário < 4 anos 
• Crimes de maior ou máximo potencial ofensivo – Ordinário = ou > 4 anos 
Critérios Informadores – Art. 62 
Oralidade,
 O Juizado rompe com esse procedimento prevalentemente escrito: denúncia e queixa orais (art. 77, caput, e § 3º), da defesa preliminar oral (art. 81, caput, 1.ª parte), dos debates orais (art. 81, caput, parte final) e da possibilidade de embargos declaratórios orais (art. 83, § 1º). 
Simplicidade,
 Princípio da instrumentalidade das formas. Não precisa se apegar a ritos muitos rígidos. 
Informalidade,
 O rito não precisa de rigores formais. 
Art. 64. Possibilita a prática de atos processuais no período noturno e em qualquer dia da semana. Art. 65, caput e § 1º. Refere que os atos processuais serão válidos desde que alcancem a finalidade a que se destinam, não se pronunciando qualquer nulidade sem a comprovação do efetivo prejuízo à parte. 
Art. 81, § 3º. Prevê a dispensa do relatório na sentença, seja ela absolutória ou condenatória. 
Economia processual 
Maior número de atos processuais no menor tempo possível (exemplos: arts. 70, 80). 
Celeridade 
Rito mais rápido, porque tem uma pena menor, com menor tempo de prescrição. 
Objetivo
Sempre que possível, a reparação dos danos sofridos pela vítima e a aplicação de pena não privativa de liberdade. 
COMPETÊNCIA EM RAZÃO DO LOCAL (RATIONE LOCCI)
Para o Juizado Especial a previsão é diferenciada. 
Competência no JeCrim 
Teoria da atividade – Em razão do lugar 
Lei n. 9.099: Art. 63. A competência do Juizado será determinada pelo lugar em que foi praticada a infração penal. 
Competência em razão da matéria: contravenção penal, pena máxima não superior a 2 anos e só multa: 
Art. 61. Consideram-se infrações penais de menor potencial ofensivo, para os efeitos desta Lei, as contravenções penais e os crimes a que a lei comine pena máxima não superior a 2 (dois) anos, cumulada ou não com multa. 
Obs. A disposições da LEI 9099/95 não se aplicam no âmbito da Justiça Militar, nem da Lei Maria da Penha.
Obs. Crimes eleitorais – os institutos e procedimento da Lei n. 9.099 serão aplicados. A competência é da Justiça Eleitoral. 
Concurso material, concurso formal e crime continuado
Na hipótese de concurso de crimes, a pena considerada para a fixação da competência é a resultante da soma, no caso de concurso material, ou da exasperação, quando se tratar de concurso formal ou de crime continuado, das penas máximas cominadas às infrações. (STJ, HC 82.258/RJ,D J 23.08.2010 e AgRg no AREsp 875.258/PR,D J 26.06.2016. No mesmo sentido: TJRS, Conflito de Jurisdição 0050321884, j. 10.07.2014.) 
Exemplo: 1 crime com pena máxima de 2 anos e outro com pena máxima de 3 anos. Para determinar a competência, é preciso somar as penas máximas, 5 anos. Nesse exemplo, a competência não é do Juizado. 
Perpetuatio Jurisditionis
CPP. Art. 81. Verificada a reunião dos processos por conexão ou continência, ainda que no processo da sua competência própria venha o juiz ou tribunal a proferir sentença absolutória ou que desclassifique a infração para outra que não se inclua na sua competência, continuará competente em relação aos demais processos. 
Exemplo: Crime de ameaça (competência do JeCRIM) em concurso com roubo (competência do Juiz Comum). Somando as penas máximas, será superior a dois anos e segue tudo para o Juiz Criminal Comum. Porém, na hora de proferir a sentença, ele absolve o roubo. E a ameça, voltaria para o JeCRIM? Não. Ela não volta. Art. 81 do CPP. 
Conflito de Competência
STF, RE 590.409/RJ (DJ 29.10.2009) – aos Tribunais Regionais Federais compete o julgamento dos conflitos de competência que surgirem entre Juiz do Juizado Especial Criminal Federal e Juiz de Primeiro Grau da Justiça Federal Comum. 
STJ – Súmula 428 no sentido de que compete ao TRF decidir os conflitos de competência entre juizado especial federal e juízo federal da mesma seção judiciária 
CITAÇÃO
Art. 66. A citação será pessoal e far-se-á no próprio Juizado, sempre que possível, ou por mandado. Parágrafo único. Não encontrado o acusado para ser citado, o Juiz encaminhará as peças existentes ao Juízo comum para adoção do procedimento previsto em lei. 
Obs. No juizado só tem a modalidade de citação pessoal (mandado).
RECURSO EM HABEAS CORPUS. CRIME CONTRA A HONRA PRATICADO POR ADVOGADO. DIFAMAÇÃO. AUSÊNCIA DE ANIMUS DIFAMANDI. IMPROPRIEDADE DA VIA ELEITA. DENÚNCIA QUE DESCREVE O FATO COM AS SUAS CIRCUNSTÂNCIAS. RÉU FORAGIDO. AUSÊNCIA DE CITAÇÃO POR EDITAL. NULIDADE. RECURSO PARCIALMENTE PROVIDO. 1. Nos crimes contra a honra, incumbe ao acusador, na denúncia ou queixa, narrar o fato com as todas as suas circunstâncias, de tal modo que se possa, a partir dessa narrativa, depreender o elemento subjetivo da conduta do acusado, o que ocorreu na espécie. 2. Inviável afastar o dolo da conduta difamatória imputada ao advogado, sem um exame aprofundado da causa, dada a limitação cognitiva do habeas corpus. 3. Iniciado o processo perante o Juizado Especial Criminal, com a denúncia oferecida pelo Ministério Público, e justificada a ausência de proposta porque o réu estava foragido, não se apresenta adequado o uso da citação por hora certa, como meio idôneo para chamar o acusado para a audiência de instrução e julgamento. 4. Recurso Ordinário de Habeas Corpus parcialmente provido, com o fim de apenas anular a citação realizada no juízo de origem, para que, mantido o status de foragido, seja o paciente citado pelo meio próprio, ou seja, por edital, com o encaminhamento dos autos ao juízo criminal comum, se for o caso. (RHC 39.059/RJ, Rel. Ministra MARILZA MAYNARD (DESEMBARGADORA CONVOCADA DO TJ/ SE), Rel. p/ Acórdão Ministro ROGERIO SCHIETTI CRUZ, SEXTA TURMA, julgado em 18/02/2014, DJe 01/07/2014) 
Obs. Quando o réu está foragido, o uso não é por hora certa, mas sim citação por edital.
Obs. Não cabe citação por hora certa nos Juizados Especiais Criminais.
Fase Preliminar – TCO
Art. 69. A autoridade policial que tomar conhecimento da ocorrência lavrará termo circunstanciado e o encaminhará imediatamente ao Juizado, com o autor do fato e a vítima, providenciando-se as requisições dos exames periciais necessários. 
Parágrafo único. Ao autor do fato que, após a lavratura do termo, for imediatamente encaminhado ao juizado ou assumir o compromissode a ele comparecer, não se imporá prisão em flagrante, nem se exigirá fiança. Em caso de violência doméstica, o juiz poderá determinar, como medida de cautela, seu afastamento do lar, domicílio ou local de convivência com a vítima. (Redação dada pela Lei n. 10.455, de 13.5.2002) 
Estrutura do Termo circunstanciado 
• Relatório sumário 
• Opinio delicti 
• Não há necessidade de indiciamento 
Termo Circunstanciado → Comparecer ao JECRIM → audiência preliminar 
Primeiro ato será a tentativa de composição civil dos danos → Cabe para qualquer crime, mas a consequência vai depender da natureza da ação penal. 
Efeito da composição civil: 
• Ação penal pública incondicionada → continuará / não gera extinção da punibilidade 
• Ação penal privada → renúncia ao direito de queixa 
• Ação penal pública condicionada → renúncia ao direito de representação 
O que é a transação penal? 
Natureza jurídica: ato de discricionariedade regrada, ou seja, o Ministério Público não é obrigado a oferecê-la. 
Momento do oferecimento: antes do oferecimento da denúncia. Legitimidade: 
 ações públicas: Ministério Público; 
• ações privadas: querelante, mas, de acordo com a doutrina, preferencialmente pelo Ministério Público; 
Recusa no oferecimento: aplicação analógica do art. 28 do CPP, ou seja, o Juiz encaminha o caso ao Procurador-Geral de Justiça. 
Condições para o oferecimento da transação penal: 
1. Infração de menor potencial ofensivo.
2. Não ser o caso de arquivamento do termo circunstanciado.
3. Não ter sido o autor da infração condenado, pela prática de crime, à pena privativa de liberdade, por sentença definitiva.
4. Não ter sido o agente beneficiado anteriormente, no prazo de 5 (cinco) anos, por transação penal.
Súmula Vinculante n. 35: “A homologação da transação penal prevista no artigo 76 da Lei n. 9.099/1995 não faz coisa julgada material e, descumpridas suas cláusulas, retoma-se a situação anterior, possibilitando-se ao Ministério Público a continuidade da persecução penal mediante oferecimento de denúncia ou requisição de inquérito policial.” 
Não havendo transação penal:
- Será oferecida a denúncia ou queixa (preferencialmente orais) para dar início ao processo penal propriamente dito.
Antes do recebimento da denúncia ou queixa, será dada a palavra ao defensor para a defesa preliminar, que é a oportunidade para o acusado ser ouvido antes do recebimento da peça acusatória.. 
Em caso de rejeição, cabe apelação e não recurso em sentido estrito (RESE) 
Número de testemunhas: três, em aplicação subsidiária do art. 34 
SUSPENSÃO CONDICIONAL DO PROCESSO
A suspensão condicional do processo é um instituto cabível tanto nas infrações penais de menor potencial ofensivo quanto em outros crimes cuja pena mínima é igual ou inferior a um ano, sejam eles abrangidos ou não pela Lei n. 9.099/1995. 
Um exemplo é o crime de furto simples, previsto no art. 155 do Código Penal. A pena desse crime é de um a quatro anos de reclusão. Como a pena máxima desse crime é de quatro anos, não é possível dizer que essa é uma infração penal de menor potencial ofensivo, logo, não será remetido para o Juizado Especial Criminal. Entretanto, como a pena mínima é de um ano, é cabível a suspensão condicional do processo, que será aplicada, desde que estejam presentes os requisitos, pelo Juiz criminal comum. 
Transação penal →Aplicável nos crimes cuja pena máxima não seja maior que dois anos.
Supensão condicional → Aplicada nos crimes cuja pena mínima seja igual ou inferior a um ano. 
Lei n. 9.099/1995, Art. 89. Nos crimes em que a pena mínima cominada for igual ou inferior a um ano, abrangidas ou não por esta Lei, o Ministério Público, ao oferecer a denúncia, poderá propor a suspensão do processo, por dois a quatro anos, desde que o acusado não esteja sendo processado ou não tenha sido condenado por outro crime, presentes os demais requisitos que autorizariam a suspensão condicional da pena (art. 77 do Código Penal). 
Obs. A suspensão condicional do processo (ou sursis processual) é diferente da suspensão condicional da pena (ou sursis penal), pois esta acontece após a condenação e suspende apenas a pena. 
No caso da suspensão condicional do processo, a proposta é oferecida com a denúncia e trará a disposição de que o processo ficará suspenso por um período entre dois e quatro anos.
Art. 89. (...) § 1º Aceita a proposta pelo acusado e seu defensor, na presença do Juiz, este, recebendo a denúncia, poderá suspender o processo, submetendo o acusado a período de prova, sob as seguintes condições: (...) 
• transação penal: antes do recebimento da denúncia ou queixa; 
• suspensão condicional do processo: necessariamente após o recebimento da denúncia ou queixa. 
Regra geral, a legitimidade para oferecer a proposta de suspensão condicional do processo é do Ministério Público. No caso de ação penal privada, essa legitimidade é do querelante, contudo, a jurisprudência tem aceitado que quando o querelante não oferece a suspensão condicional do processo, o MP pode, nesse caso, propô-la. 
Condições para o oferecimento da suspensão condicional do processo (art. 89, § 1º): 
I – reparação do dano, salvo impossibilidade de fazê-lo; 
II – proibição de frequentar determinados lugares; 
III – proibição de ausentar-se da comarca onde reside, sem autorização do Juiz; 
IV – comparecimento pessoal e obrigatório a juízo, mensalmente, para informar e justificar suas atividades. 
Vale lembrar que a aceitação da suspensão condicional do processo não é obrigatória para o réu. Assim, caso não aceite, o processo correrá normalmente. 
Mesmo após o término do prazo estipulado pelo Juiz, caso se descubra que o réu descumpriu alguma das condições para a manutenção da suspensão condicional do processo nesse período, a autoridade judiciária, ainda assim, poderá revogar o benefício, desde que ainda não tenha sido extinta a punibilidade do réu.

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