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ATLAS REVISIONAL DE DERMATOLOGIA PSORÍASE DERMATITE SEBORRÉICAMICOSES SUPERFICIAIS SINDROME DE CUSHING HANSENÍASE FARMACODERMIAS INFECÇÕES DE PELE CÂNCER DE PELE LESÕES PARANEOPLÁSICAS SARCOMA DE KAPOSI ATLAS REVISIONAL DE DERMATOLOGIA MICOSES SUPERFICIAIS • As micoses superficiais abrangem as doenças que não adentram a epiderme, proliferando-se na camada córnea da pele ou sobre a haste livre dos pelos, sendo representados pelas CERATOFITOSES. • As micoses cutâneas adentram a pele, podendo provocar mudanças patológicas no hospedeiro, tal como fazem as DERMATOFITOSES (tíneas), que se alimentam de queratina e invadem a camada córnea, os pelos e a unhas, liberando antígenos que ativam a cascata inflamatória superficial. • As ceratofitoses e dermatofitoses são exclusivas da pele queratinizada, poupando mucosas, diferentemente da CANDIDÍASE superficial que pode parasitar ambas. ATLAS REVISIONAL DE DERMATOLOGIA MICOSES SUPERFICIAIS • Causada pelo fungo Malassezia furfur, uma levedura lipofilica que habita a pele humana, preferencialmente onde há grandes concentrações de glândulas sebáceas (couro cabeludo, face, tronco superior), pois se alimentam de ácidos graxos. • É de ocorrência universal, mais comuns em climas quentes e úmidos. • As lesões costumam ser assintomáticas, mas podem ser pruriginosas após exposição solar. • Caracterizam-se por máculas – costumam circundar a estrutura pilossebácea - múltiplas e confluentes, que podem ser hipocrômicas (na pele pigmentada) ou hipercrômicas acastanhadas (na pele branca), com descamação fina (furfurácea) ao raspar a pele (Sinal de Besnier) ou esticar a lesão (Sinal de Zireli). CERATOFITOSES Pitiríase Vesicolor ATLAS REVISIONAL DE DERMATOLOGIA MICOSES SUPERFICIAIS • Diagnóstico: • Suspeita clínica • Exame da luz de Wood – fluorescência rósea dourada característica • Exame micológico direto com fita gomada ou raspagem – hifas curtas, curvas e largas e elementos leveduriformes arredondados como “cachos de uva” (aspecto de “espaguete de almôndegas”) • A cultura é pouco utilizada • Tratamento: • Uso de bucha no banho (remoção mecânica) • Sempre tratar o couro cabeludo, mesmo sem lesão visível, pois geralmente está também acometido • Sulfato de selênio 2,5% (xampu) • Imidazólicos tópicos em loção/xampu – Tioconazol 1%, Cetoconazol 2% • Casos extensos: Cetoconazol VO 200mg/dia por 10 dias, Itraconazol 200 mg dia 5 dias, Fluconazol 150 mg/semana 3 semanas. CERATOFITOSES Pitiríase Vesicolor ATLAS REVISIONAL DE DERMATOLOGIA MICOSES SUPERFICIAIS • É causada pelo fungo pigmentado Phaeoannellomyces werneckii, sendo mais frequente em crianças do sexo feminino. • A lesão é assintomática, como mácula acastanhada no extrato córneo palmar e eventualmente na superfície ventral dos dedos e na região plantar. • Diagnóstico: • Suspeita clínica • Dermatoscopia – espículas finas superficiais e pigmentadas que não seguem as linhas naturais da palma da mão • Exame micológico direto – hifas escuras septadas • Diagnóstico diferencial: melanoma, nevo juncional e púrpura do atleta • Tratamento: • Ceratolíticos – ácido salicílico creme 0,1% • Antifúngicos tópicos por até 2 semanas após cura clínica CERATOFITOSES Tínea Nigra ATLAS REVISIONAL DE DERMATOLOGIA MICOSES SUPERFICIAIS • Causada pela Piedraia hortai, sendo mais comum em regiões tropicais. • Caracteriza-se por pequenos nódulos pretos endurecidos, bem aderidos aos pelos do couro cabeludo, da barba, das axilas e da região pubiana. • O tratamento envolve imidazólico tópico e corte do cabelo. CERATOFITOSES Piedra preta • Causada pelo Trichosporon beigelli ou T. cutaneum. • Caracteriza-se por pequenos nódulos rbanco- amarelados a castanho claro macios e aderentes aos pelos do couro cabeludo, das axilas e da região pubiana (nesta, pode produzir lesões cutâneas eritematosas e descamativas adjacentes). • O tratamento envolve esfoliantes, imidazólico tópico ou sistêmico e corte do cabelo. • É causa frequente de onicomicose em alguns países asiáticos. Piedra branca ATLAS REVISIONAL DE DERMATOLOGIA MICOSES SUPERFICIAIS • As Tíneas compõe um conjunto de infecções fúngicas causadas pelos gêneros Trichophyton, Mictosporum e Epidermophyton, dividos em espécies geófilicas, zoofílicas e antropofílicas. As espécies antropofilicas são de contágio mais fácil e provocam uma reação inflamatória menor do que as outras. • Podem acometer pele, tronco, couro cabeludo, dobras, unhas. Sua distribuição varia com a idade, imunidade e hábitos. • A lesão clássica é eritematoescamosa, pruriginosa, circinada, isolada ou confluente, com crescimento centrífugo e periferia mais ativa em braços, face e pescoço. Além disso, temos outras apresentações: • Tinea cruris– na região inguinal e genital • Tinea pedis – a mais comum é a intertriginosa (pé de atleta). • Tinea imbricata – lesões escamosas circulares concêntricas em forma de arabesco (chimberê) • Tinea unguium – mais comum lateral e distal • Tínea capitis – tricofítica, microscóprica ou favosa • Dermatofitose inflamatória – kerion, sicose tricofitica, perifoliculite abscedante de hoffmann • Ides ou dermatofitides – provocada pela disseminação de antígenos de dermatófitos DERMATOFITOSES Tineas/tinhas ATLAS REVISIONAL DE DERMATOLOGIA MICOSES SUPERFICIAIS • Diagnóstico: • Exame micológico direto – identifica o gênero • Cultura – identifica a espécie • Luz de Wood – cor fluorecente esverdeada nas tíneas favosas e microspóricas (a tricofítica não fluoresce) • Tratamento: • Tópico: solução alcóolica de iodo, ácido salicílico e ácido benzoico, terbinafina e derivados imidazólicos • Sistêmico: Não dispensa o tratamento tópico; É mandatório para tínea capitis, tinea pedis crônica, corporis extensa e onicomicosas com mais 50% de comprometimento ou quando envolve matriz ungueal. Griseofulvina - 10 a 20 mg/kg/dia para crianças e 1g/dia para adultos em 2 tomadas após refeições; se tinea capitis, por 30-45 dias, se corporis, 20 dias, tinea pedis, 45 dias. > Menor custo, menor toxicidade, porém menos eficaz que os novos antifúngicos, excelente para tinea capitis por microsporum (T. rubrum costuma ser resistente). A outra opção são os imidazólicos. DERMATOFITOSES Tineas/tinhas ATLAS REVISIONAL DE DERMATOLOGIA MICOSES SUPERFICIAIS • Causada pela Cândida Albicans (70-80%), comprometendo mucosas, pele e unhas. São saprófitas no tubo gastrointestinal, na orofaringe e na mucosa vaginal e agem de forma oportunistas quando há alterações no equilíbrio imunológico. Dentre seus locais de acometimento, temos: • Oral – mais comum em recém natos, idosos, pacientes com AIDS; • Intertriginosa – lesões erosivas, fissurais, úmidas, com lesões satélites arredondadas, eritematoescamosas • Ungueal/periungueal – principal causa de paroníquia • Queilite angular • Vaginites/balanites • Mucocutânea crônica – crônica/recorrente, relacionada a defeito imunológico, inicia-se antes dos 3 anos com múltiplas manifestações • Diagnóstico: • Exame micológico direto – hifas finas e pseudohifas • Tratamento: • Controlar fatores predisponentes • Tratamento tópico e sistêmico – nistatina, imidazólicos. CANDIDÍASE ATLAS REVISIONAL DE DERMATOLOGIA SÍNDROME DE CUSHING • A síndrome de Cushing (SC) é um estado clínico resultante da exposição excessiva, crônica e inapropriada de glicocorticoides. A “doença de Cushing” se refere a Síndrome de Cushing causado por alteração na hipófise. • A SC pode ser classifica: • Exógena – iatrogênica: ocorre pelo uso de corticosteroides ou, raramente, de ACTH. • Endógena: ACTH-dependente (80% - Doença de Cushing, Secreção Ectópica de ACTH ou CRH e carcinoma produtor de ACTH, *Hiperplasia suprarrenal macronodular) e ACTH-independente (20% - doenças primárias do córtex suprarrenal). • O quadro clínico irá variar de acordo com o tempo e a intensidade do hipercortisolismo, exacerbando o efeito fisiológico do cortisol nos diversos sistemas. Na pele, nos temos a atrofia,acne, pletora facial, sinal de Liddle, estrias violáceas, equimoses. • Diagnóstico • Descartar uso exógeno (cremes, soros nasais, colírios) • Confirmação do hipercortisolismo - Teste de supressão com dexametasona em baixas doses; Dosagem de cortisol salivar ao final da noite; Medida do cortisol livre urinário de 24h; Cortisol sérico à meia-noite; teste da dexametasona-CRH. • Definição da causa – Dosagem de ACTH basal, Teste do CRH, teste da desmopressina, cateterismo do seio petroso inferior. Teste de supressão com dexametasona em baixas doses, exames de imagem. ATLAS REVISIONAL DE DERMATOLOGIA HANSENÍASE • Doença crônica infectocontagiosa, evolutiva quando não tratada, produzida pelo Mycobacterium Leprae – bacilo, ácool-ácido resistente, fracamente gram-positivo – parasita intracitoplasmático de macrófagos, com tropismo por células de Schwann. Por isso, acomete nervos superficiais da pele e troncos nervosos periféricos de face, pescoço, terço médio do braço e abaixo do cotovelo e dos joelhos. Pode atingir olhos e órgãos internos. • O M. leprae é transmitido pelo ar e objetos contaminados (raro), tendo as vias aéreas, mucosas e soluções de continuidade na pele como porta de entrada, e costuma infectar pessoas SUSCEPTÍVEIS – acredita-se que a maior parte da população possuam imunidade contra o organismo, logo, seria necessária uma predisposição prévia genética (sendo mais comum que as infecções ocorram dentro de uma mesma família) com um contato constante. O bacilo invade os gânglios linfáticos do hospedeiro ao adentrar e ativa seu sistema imune. Sistema linfócito- macrófago competente (Th1) Infecção subclínica ou forma benigna (tuberculoide) Lise e eliminação do bacilo (“vitória”) Falha parcial da defesa imunológica (“empate”) Forma indeterminada Defesa insuficiente (Th2) Forma virchowiana ou dimorfa Formação de células de Virchow Êmbolos bacterianos viajam na via linfática até se alojarem na pele ou nos nervos Sintomas Resposta inflamatória 5 anos de incubação ATLAS REVISIONAL DE DERMATOLOGIA HANSENÍASE • De acordo com a OMS, pode-se classificar os pacientes em: o Paucibacilares (PC) - < 5 lesões de pele + baciloscopia de raspado intradérmico negativa. Fazem parte dessa categoria a hanseníase indeterminada (instável) e a tuberculóide (polo benigno); o Multibacilares (MC) – 6 ou mais lesões de pele OU baciloscopia de raspado intradérmico positiva. Fazem parte dessa categoria a hanseníase dimorfa (instável) e virchowviana (polo maligno); Forma Virchowiana Forma tuberculoide Forma indeterminada Forma dimorfa “Não pega poeira”Pode apresentar espessamento neural contiguo à lesão (sinal da raquete) ATLAS REVISIONAL DE DERMATOLOGIA HANSENÍASE Semelhante à prova tuberculínica, sendo utilizada para classificar e avaliar o prognóstico dos pacientes. É positiva se > 5mm. A baciloscopia é feita por amostra da derme de pelo menos quatro regiões: lóbulo da orelha direita e esquerda, cotovelos esquerdo e direito ou lesão suspeita. A coloração é feita pelo método Ziehl-Neelsen e apresenta resultado sob forma de índice Baciloscópico, que vai de 0 a 6+. Principais nervos acometidos: Facial, Trigêmio, Ulnar, Radial, Mediano, Fibular, Tibial. ATLAS REVISIONAL DE DERMATOLOGIA HANSENÍASE • De 15 a 30% dos pacientes MB podem apresentar fenômenos agudos como primeira queixa da doença, nesse caso, pode-se tratar de uma reação hansênica tipo 2, representada por manchas ou nódulos eritematosos, dolorosos e quentes, que põem ulcerar, associados a febre, artralgia, mal estar geral, anemia e leucocitose. Costuma ser tratada com talidomida (10-400 mg/dia), pentoxifilina (400-1200 mg/dia) ou clofazimina (330 mg/dia). • Nos pacientes PB, pode ocorrer a reação tipo 1, com surgimento de lesões avermelhadas e descamativas, com lesões satélites, edema das mãos e pés, neurite de nervos do cotovelos, punhos, joelhos e tornozelos. Costuma ser tratada com Predinisona (1-1,5 mg/kg/dia). • O diagnóstico é clínico e envolve avaliação das lesões e exame neurológico dos nervos cutâneos, observando sensibilidade (térmica, dolorosa e tátil) e mobilidade. Deve-se buscar espessimento visível ou palpável, dor ao toque ou sensação de choque, assimetrias em face e olhos. Outro teste possível é a prova da histamina (exógena ou endógena), que busca provocar a tríplice reação de Lewis na pele do paciente. Se a lesão for por Hanseníase, a reação será incompleta. O teste deve ser feito em área sã para controle. • A baciloscopia e biopsia podem ser realizadas, mas não são fundamentais para o diagnóstico. • Deve-se observar complicações possíveis e acompanha-las nesses pacientes, costumam estar presentes na doença a longo prazo (mais precoces na forma tuberculínica). Com isso, podemos classifica-los pelo grau de incapacidade quanto aos olhos, mãos e pés: Grau 0 – Não há incapacidade; Grau 1: Perda de sensibilidade; Grau 2: Perda de sensibilidade e mobilidade/alterações visíveis; ATLAS REVISIONAL DE DERMATOLOGIA HANSENÍASE *A dapsona pode ser substituída por Ofloxacina e Minociclina PB crianças (10-14 anos): Mensal: 1º dia - 2 cápsulas de Rifampicina (300 mg + 150 mg) - 1 comprimido de Dapsona (50 mg) Diário: do 2º ao 28º dia - 1 comprimido de Dapsona (50 mg) ATLAS REVISIONAL DE DERMATOLOGIA HANSENÍASE *A dapsona pode ser substituída por Ofloxacina e Minociclina MB crianças (10-14 anos): Mensal: 1º dia - 2 cápsulas de Rifampicina (300 mg + 150 mg) - 3 cápsulas de Clofazimina (50 mg x 3) - 1 comprimido de Dapsona (50 mg) Diário: do 2º ao 28º dia - 1 cápsula de Clofazimina (50 mg) - 1 comprimido de Dapsona (50 mg) ATLAS REVISIONAL DE DERMATOLOGIA FARMACODERMIAS • As farmacodermias fazem parte das reações adversas a medicamentos, as quais podem ser classificadas em tipo A (80%) – dose dependentes e previsíveis, e tipo B – imprevisíveis, independe da dose. • Podem ainda serem divididas alérgicas (I-IV) e não alérgicas (urticária não alérgica, necrose cutânea por cumarínicos, reação de Jarisch-Herxheimer) • São menos frequentes em crianças – pela imaturidade do sistema imune – e aumentam sua incidência com a idade. As mulheres são mais acometidas. • Dentre as manifestações mais comuns, temos: URTICÁRIA E ANGIOEDEMA • Pode ser idiopática imune (IgE dependente, autoimune, imunocomplexos, depende de completo) e não imune (ativadores diretos dos mastócitos, como a farmacodermia), e aguda(<6 semanas) ou crônica (>6 semanas, normalmente não exige investigação, mas pode-se fazer hemograma e VHS). É um edema superficial, com eritema, prurido e natureza efêmera. • Angioedema: edema na derme profunda, dor > prurido, acomete mais a mucosa, resolução lenta (48-96h) ATLAS REVISIONAL DE DERMATOLOGIA PSORÍASE • Doença imunoinflamatória crônica de etiopatogenia ainda desconhecida, com forte influência genética e ativação ambiental – clima frio, traumas, infecções, estresse, fumo, álcool, medicações como AINEs COX- 1 seletivos, antimaláricos, betabloqueadores, lítio e corticoides sistêmicos; • Acomete ambos os sexos e todas as faixas etárias, mas predomina entre 20 e 30% (75%); • Sua principal hipótese fisiopatológica envolve: 1. Ativação exacerbada do sistema imune no local (recrutamento de linfócitos, anticorpos, interleucinas, TNF-alfa e outros fatores inflamatórios) 2. Proliferação celular acelerada com propensão à imaturidade celular; • O diagnóstico é clínico, a partir da história e do exame físico. Em casos atípicos, confirma-se com a biopsia da pele; • O tratamento tem como objetivo a remissão clínica prolongada e a qualidade de vida; • Para escolha terapêutica, deve-se classificar o paciente entre leve (acometimento até 5%, PASI < 10), moderado (5-10%, PASI >10) e grave (>10%, PASI >10 ou presença de artrite psoriática). LEVE MODERADA GRAVE Tratamento e prevenção das comorbidades Uso de emolientes tópicos Tratamento tópico Fototerapia Fototerapia localizada Tratamento sistêmicoRetinóides Análogos da vit. D Ceratolíticos Imunomoduladores Corticoides Imunossup. biológicos e não biológicos Corticoides sistemicos ATLAS REVISIONAL DE DERMATOLOGIA PSORÍASE • A apresentação clínica mais comum (Psoríase “Vulgar”) são placas eritematoescamosas, de limites precisos, circundadas por halo periférico claro (halo de Woronoff); • O tamanho e quantidade de lesões é variável; • Costumam ser assintomáticas, mas podem apresentar leve prurido ou sensação de queimação; • Costumam ser simétricas e ocorrer na face extensora dos membros, tronco, região sacra, couro cabeludo e unhas (muito associada à artrite psoriatica). Raramente acometem face (mais comum em crianças) e mucosas; • A artrite psoriática pode acometer as articulações interfalangianas (5%); joelhos, tornozelos, punhos e pequenas articulações das extremidades (forma oligo/poliarticular assimétrica, 70%); coluna vertebral (espondilite, 5%, sacroileíte). Cerca de 15% apresenta poliartrite simétrica indistinguível da artrite remautóide, no entanto, a psoríase é soronegativa. A lesão de pele costuma anteceder (70%) ou ser concomitante (20%) ao acometimento articular. Halo de Woronoff Mancha cor de salmão e onicólise distal Pitting ungueal ATLAS REVISIONAL DE DERMATOLOGIA PSORÍASE • Curetagem metódica de Brocq – Procedimento no qual destacam-se as escamas da lesão e realiza-se a curetagem sobre a membrana branca transparente (membrana derradeira ou de Duncan) subjacente; o Sinal da Vela – aspecto das escamas após retiradas; o Sinal de Auspitz – sangramento puntiforme no local curetado, também chamado de Sinal do orvalho sangrante; Fenômeno de Koebner após retirada de adesivo. FORMA GUTATA • Lesões múltiplas, pequenas e arredondadas (“confetti-like”); • Costumam ocorrer 2 a 3 semanas após estreptocóccia; • Após remissão, costumam evoluir para Psoríase Vulgar em 10 anos (33%). • Fenômeno de Koebner. – surgimento de lesões em locais de traumatismos; Curetagem metódica de Brocq ATLAS REVISIONAL DE DERMATOLOGIA PSORÍASE FORMA INVERTIDA • Mais comum em pacientes HIV infectados; • Ocupa regiões flexoras de membros e dobras na pele; • Costumam ser placas eritematosas, pouco descamativas, de aspecto macerado semelhante à infecções fúngicas; FORMA PUSTULOSA • Pústulas estéreis em base eritematosa; • Podem ser generalizadas (von Zumbusch) com início súbito, febre e leucocitose, ou localizadas (palmoplantar e acrodermatite); • A forma generalizada costuma ser resultante da suspensão abrupta de corticoides sistêmicos; • Na gestantes, é chamada de impetigo herpetiforme e evolui com febre, hipocalcemia e risco de abortamento. ATLAS REVISIONAL DE DERMATOLOGIA PSORÍASE FORMA CERATODÉRMICA • Ocorre o espessamento e descamação de palmas e plantas; FORMA ERITRODÉRMICA • Comprometimento de 85-100% da superfície corporal; • Maior susceptibilidade à alterações na termorregulação e hemodinâmica. ATLAS REVISIONAL DE DERMATOLOGIA DERMATITE SEBORRÉICA • Doença inflamatória crônica associada à hiper proliferação epidérmica (tal como a psoríase, porém em menor intensidade) e possível participação da Malassezia spp. Uma das hipóteses é que este fungo hidrolise os ácidos graxos presentes no sebo, formando metabólitos irritativos para a pele; • Incide em 5% da população geral, sendo mais comum na população HIV+, portadores de doença de Parkinson e outras doenças neurológicas; • Costuma ocorrer com mais frequência no sexo masculino pela influência hormonal. Da mesma forma, ocorre nos primeiros dias de vida e após a puberdade, com pico na quarta década. • O diagnóstico é clínico e deve levantar suspeita para HIV e outras infecções quando abrupto e extenso. • O tratamento é crônico e envolve controlar e evitar o surgimento de lesões: o No couro cabeludo, indicam-se xampus específicos (LCD a 5%, piritionato de zinco a 1 ou 2%, sulfeto de selênio a 1 a 2,5%, coaltar a 2 a 3%, cetoconazol a 1 a 2%, octopiroxolamina a 1%, enxofre e ácido salicílico); o Na face e no tronco, indicam-se os xampus e sabões específicos citados, loção ou gel de Kummerfeld, cremes com cetoconazol associado ou não a corticoide de baixa potência. Casos extensos podem se beneficiar com cetoconazol ou itraconazol oral por 2 a 3 semanas; o Os imunomoduladores (tacrolimo, pimecrolimo) tem se demonstrado efetivos para lesões em face; o Deve-se prescrever antibiótico tópico ou sistêmico na presença de infecção secundária. ATLAS REVISIONAL DE DERMATOLOGIA DERMATITE SEBORRÉICA • A apresentação típica são lesões maculopapulosas, eritematosas ou amareladas, sem brilho, delimitadas e recobertas por escamas de aspecto gorduroso. • As lesões costumam ser simétricas e se distribuem em áreas seborréicas como couro cabeludo, face, regiões pré-esternal e interescapular, flexuras axilares, inframamárias e anogenitais, região umbilical; • São assintomáticas ou com prurido/ardor discreto, com exceção do couro cabeludo. Pode haver queixa de dor em decorrência de trauma provocado pelo paciente ao coçar inadivertidamente; • Melhoram com exposição solar e pioram com estresse emocional, físico ou pelo frio; • Podem estar presentes infecções secundárias por bactéria e/ou cândida, principalmente em áreas de flexuras/dobras; • São comuns fissuras retroauriculares e do ouvido externo, envolvimento da parte interna do supercílios, glabela, sulco nasolabial, asas do nariz e região paranasal, blefarite marginal e lesões do tipo petalóides (pápulas eritematodescamativas foliculres que se confluem e formam aspecto figurado em tronco, com descamação central fina e bordas elevadas; Coroa seborréica ATLAS REVISIONAL DE DERMATOLOGIA DERMATITE SEBORRÉICA • Coroa Seborreica – lesões que avançam além do couro cabeludo; • Pseudotínea amiantácea – escamas espessas que ficam aderidas ao pelo; • Pitiríase capitis (caspa) – descamação pulvurulenta e difusa que pode progredir para eritema e espessamento, formando lesões típicas; • Crosta láctea – escamas aderentes ao vértice do couro cabeludo em recém natos. Pseudotínea amiantácea Lesões do tipo petalóides em tronco Crosta láctea ATLAS REVISIONAL DE DERMATOLOGIA INFECÇÕES DE PELE • As infecções de pele são classificadas de acordo com a profundidade do seu acometimento. Do superficial ao profundo, temos: as piodermites (impetigo, foliculite, ectima), erisipela, celulite, fasciite necrosante. • As infecções costumam ser causadas por Staphylococcos aureus e Streptococcos pyogens e ocorrem por solução de continuidade na pele (trauma, picada de inseto) ou fatores predisponentes (imunodeficiência, infecções fúngicas, dermatite preexistente). IMPETIGO • Mais comum em crianças na fase escolar; • Costumam se resolver em 2 a 3 semanas espontaneamente, sem complicações. • O impetigo não bolhoso se inicia com vesículas flácidas em base eritematosa que se rompem facilmente, formando uma crosta melicérica amarelada típica. A crosta pode se estender levando a coalescência das lesões. Após desprendimento das crostas, observa-se eritema e discromia residual que se resolve em 2-3 semanas. Podem vir acompanhadas de linfadenopatia satélite. BOLHOSO(70%) NÃO BOLHOSO S. aureus Streptococcos S. aureus ATLAS REVISIONAL DE DERMATOLOGIA INFECÇÕES DE PELE • No impetigo bolhoso, as vesículas e bolhas são maiores (1-2cm), com conteúdo seroso a turvo, crostas amarelo-acastanhadas, com clareamento central e extensão periférica, formando lesões circinadas. • Em quadros leves a moderados, a anti-sepsia com remoção das crostas e antibiótico tópico (mupirocina, ácido fusídico, neomicina tópica, gentamicina tópica, abacitracina tópica) são eficazes. • Para quadros mais extensos, indica-se antibioticoterapia oral ou IM: penicilina G benzantina 1,2 mi U dose única, Penicilina V oral 250 mg 6/6h por 10 dias, Cefalexina, Cefadroxil, Eritromicina, Amoxilina/clavulanato, Claritromicina. • O ectima é a forma ulcerada do impetigo não bolhoso. ERISIPELA CELULITE• Acomete predominantemente a derme. • Causada por estreptococos. • Lesão eritematosa de margens bem definidas e elevadas, com sinais inflamatórios. Comum aparecimento de bilhas de conteúdo serohemorrágico. • Febre alta de inicio súbito, com mal estar e astenia. • Acomete o tecido subcutâneo. • Causada por estreptococos e staphylococos. • Lesão difusa e mal delimitada. Bolhas aparecem na forma grave, com necrose dérmica. • Linfangite e adenomegalia podem estar presentes. • Febre alta de inicio súbito, com mal estar e astenia. ATLAS REVISIONAL DE DERMATOLOGIA INFECÇÕES DE PELE • O diagnóstico da erisipela e da celulite é CLINICO. Se necessária, a cultura de aspirado de fluído após infiltração subcutânea pode resultar positiva. A biopsia e a hemocultura costumam vir negativas, bem como hemograma está normal em metade dos casos. O VHS e PCR costumam estar elevados em mais de 80% dos doentes. • Quanto ao tratamento, deve-se interromper os fatores desencadeantes (tratar infecções fúngicas, úlceras como sitio infeccioso, etc). Deve-se manter o repouso com o membro elevado, estimulando a movimentação para minimizar a chance de TVP (se houve tromboflebite, considerar anticoagulação). • Opta-se por antibioticoterapia oral, em casos leves, e intravenosa em casos graves, em geral por 10-14 dias. Para Erisipela: o Penicilina G cristalina 1,2 milhões U 4/4h o Penicilina G procaína 600 mil U 12/12h o Penicilina V oral 250 mg 6/6h o Alérgicos à penicilina: Eritromicina 500 mg VO 6/6h o A profilaxia para erisipela de repetição é feita com Bezetacil (1,2 mi, 4/4 semanas) • Para Celulite: Cefalexina, cefadroxil, eritromicina, cefazolina, cefalotina, vancomicina, oxacilina 2g IV 4/4h (graves) ATLAS REVISIONAL DE DERMATOLOGIA CÂNCER DE PELE • Os tumores de pele não melanoma representam 30% das neoplasias gerais; • Os melanomas representam 3% de todas as neoplasias de pele; CARCINOMA BASOCELULAR • Mais comum em homens, na 5ª década de vida e está relacionado à exposição solar; • É o câncer de pele mais comum; • Costuma se localizar na faixa T da face, em áreas de exposição solar crônica, não atinge mucosas e raramente provoca metástases, tem menor mortalidade e MAIOR MORBIDADE (é localmente invasivo e causa deformidades) • Fatores de risco: Fototipo 1, queimaduras solares na infância, radiação UV ionizante, químicos, xeroderma pigmentoso, síndrome do nevo basocelular, nevo sebáceo, imunossupressão, histórico familiar; • Diagnóstico: Lesão clínica + dermatoscopia/microscopia confocal + Histopatologia Nódulo (até 1 cm) ulcerativo, esclerosante, superficial, pigmentado, brilho perolado, telengectasias, tende a ulcerar no centro (não cicatriza) Crescimento indolente (sólido, superficial) Crescimento agressivo (infiltrativo, esclerodermiforme, metatípico, micronódulos) ATLAS REVISIONAL DE DERMATOLOGIA CÂNCER DE PELE CARCINOMA ESPINOCELULAR • Representa 20% dos cânceres de pele; • Pode acometer qualquer área, sendo mais frequente pela ordem de exposição solar: cabeça, pescoço, dorso da mão, antebraço, pernas, braços, ombro, dorso, peito e abdome. • Prevenção: Proteção solar e nicotinamida*. • Fatores de risco: Iguais ao CBC, inflamação crônica (úlcera de Marjolin), drogas (variconasol, inibidores de BRAF para melanoma metastático). • Possui LESÕES PRECURSORAS – queratose actínica (5% de risco) e doença de Bowen (CEC in situ). Lesão plana, de coloração avermelhada, descamativa, que pode ter áreas com a superfície úmida ATLAS REVISIONAL DE DERMATOLOGIA CÂNCER DE PELE CARCINOMA ESPINOCELULAR • Subtipos: o CEC de baixo risco (<2% ocorre metástase): CEC a partir de queratose actínica, carcinoma verrucose, epitelioma curniculatam, papilomatose oral florida, condiloma acuminado gigante de buscheleowentein, CEC de células fusiformes. o CEC de médio risco (3-10%): tipo adenoide ou acantolítico, Linfoepitelioma-like. o CEC de alto risco (>10%): CEC de Bowen, tipo adenoescamoso. • Fatores prognósticos: Lesão > 2cm, profundidade > 4 mm, invasão perineural e vascular, grau de diferenciação, local em mucosa. As lesões possuem aspecto queratinoso, podem ulcerar e podem se localizar na base de corno cutâneo. O TRATAMENTO IDEAL PARA CBC E CEC É CIRURGICO! ATLAS REVISIONAL DE DERMATOLOGIA CÂNCER DE PELE MELANOMA • Pode surgir de nevos preexistentes ou “de novo”. • Fatores de risco: Fototipo 1 e 2, exposição solar, queimaduras de 2º grau, múltiplos nevos melanocísticos (>50), nevos displásicos, história familiar (1º grau), imunossupressão. • REGRA DO ABCDE: o A – Assimetria o B- Bordas irregulares o C – Cor o D – Diâmetro o E – Evolução • Sinal do patinho feio – compara-se a lesão com os nevos benignos existentes, sendo fora do padrão entende-se como lesão suspeita. • Classificação: Disseminado superficial, Nodular, Acrolentiginoso (pior prognóstico), Lentigo maligno (melhor prognóstico), Amelanótico (raro). • Diagnóstico: Suspeita clínica/dermatoscopia → Biopsia excisional → Estadiamento → Quimioterapia • Prognóstico: Ìndice de Breslow (espessura do tumor), ulceração, índice mitótico, localização (Extremidades? Mucosa? Pior prognóstico!), sexo masculino. ATLAS REVISIONAL DE DERMATOLOGIA CÂNCER DE PELE MELANOMA ATLAS REVISIONAL DE DERMATOLOGIA LESÕES PARANEOPLÁSICAS • As manifestações cutâneas reveladoras de neoplasia podem ser divididas nos seguintes grupos: o Metástases cutâneas de neoplasia visceral; o Linfoma e infiltrações leucêmicas; o Doenças potencialmente reveladoras de malignidade interna (DPRMI); o Dermatoses paraneoplásicas METÁSTASES CUTÂNEAS • Costuma ocorrer por via hematogênica (exceto câncer oral e de mama, que vai por via linfática); • Clinicamente, são nódulos subcutâneos ou intradérmicos de consistência endurecida, crescimento rápido, aderidos, às vezes ulceram, podem ser únicos ou múltiplos. Outras apresentações são: carcinoma erisipeloide ou inflamatório, carcinoma em couraça (casca de laranja), carcinoma telengiectásico. • Na mulher, as origens mais comuns de metástase são a mama (70%), melanoma (12%) e ovário (3%). No homem, considera-se melanoma (32%), carcinoma de pulmão (12%), intestino grosso (11%) e oral (8,7%). Na criança, temos o neuroblastoma. • A localização da metástase dá pistas do câncer primário. Couro cabeludo – trago genitourinário, pulmão, estomago, pâncreas; Parede torácica – mama; Parede abdominal periumbilical – estomago, intestinos, ovários; abdome inferior e genitália – trato geniturinário. • As metástases de tumores renais e tireoide podem ter aspecto angiomatoso e serem pulsáteis. 3% MAU PROGNÓSTICO 3-6 MESES ATLAS REVISIONAL DE DERMATOLOGIA LESÕES PARANEOPLÁSICAS • São doenças que – seja por fator genético ou adquirido, seja por sua fisiopatologia propiciar o “território ideal” - predispõe o surgimento concomitante de neoplasias internas; • Como exemplo, temos: Síndrome de Howel-Evans (ceratodermia palmoplantar familiar) – câncer de esôfago; Síndrome de Peutz-Heghers (pigmentação melânica cutâneo-mucosa) – Polipose harmatosa no TGI; Síndrome de Muir-Torre (genodermatose autossômica, tumores sebáceos) – Tumor de colo, reto e urogenital; Síndrome de Gardner (osteomas, fibromas, cistos, polipose intestinal, fundo ocular pigmentado) – Câncer de colo; Síndrome de Cowden (tricolemoma, fibromas) - câncer de mama e tireoide; Arsenicismo (ceratoses das mãos e dos pés, com hiperpigmentação generalizada) – Câncer de pulmão, bexiga, fígado, laringe; Herpes-zoster do idoso – 4,2% de linfomas. • Deve-se destacar a natureza independente das duas etiologias, que podem ser concomitantes, precederem umas as outras e não virem acompanhadas. A resolutividade do câncer não influi na resolução da dermatose e vice-versa. DPRMI ATLAS REVISIONAL DE DERMATOLOGIA LESÕES PARANEOPLÁSICAS • São alterações cutâneas produzidas pela patogenia neoplásica, logo: antecedem ou acompanham um câncer cutâneo, tem frequência acima da casualidade, desaparece coma cura do câncer e reaparece em caso de recidiva, tem morfologia diversa, não apresenta células tumorais em suas lesões. • As células neoplásicas passam por um processo de desdiferenciação na sua patogenia, neste processo, passam a produzir substâncias hormônio-símiles que podem justificar o aparecimento de pigmentação, ceratoses, hiperplasias, aparecimento de lanugo, tromboflebite migratória superficial (por alt. Nos fatores de coagulação). Outros mecanismos envolvem reações imunes contra as células neoplásicas, compressão de canais ou órgãos por crescimento da neoplasia, infiltração do canal medular com plaquetopenia e lesões purpúricas. • Podem ser subclassificadas em dermatoses ALTAMENTE reveladoras de câncer interno ou dermatoses EVENTUALMENTE reveladoras de câncer interno. • ALTAMENTE: Eritema guratum repens; Acantose nigricans maligna; Síndrome do glucagonoma; Síndrome carcinoide; Dermatomiosite do adulto; Ictiose adquirida; Síndrome de Bazex. • EVENTUALMENTE: Eritrodermia (linfomas), melanodermia (tumores de suprarrenal, hipófise e ovários), mucinose folicular (micose fungoide), pênfigo (timoma, linfoma), prurido (linfoma, leucemias, Policitemia vera). DERMATOSES PARANEOPLÁSICAS ATLAS REVISIONAL DE DERMATOLOGIA LESÕES PARANEOPLÁSICAS • Lesões eritematoescamosas com desenhos bizarros, generalizadas, com descamação marginal. • Estão associadas em 85% dos casos com câncer interno, sendo o broncopulmonar o mais frequente. ERITEMA GYRATUM REPENS ATLAS REVISIONAL DE DERMATOLOGIA LESÕES PARANEOPLÁSICAS • Placas de lesões vegetantes, papilomatosas, de tonalidade castanho-escura, simétricas, com localização preferencial por dobras cutâneas. • Na forma “maligna”, destaca-se o aparecimento súbito e disseminação rápida. • Pode acometer mucosas, lábios, aréolas mamárias, margens orbiculares, áreas de traumatismos e áreas de metástases cutâneas. Prurido pode estar presente. • Mais comum e indivíduos mais velhos, cerca de 90-95% dos casos se refere à adenocarcinomas da cavidade abdominal.. ACANTOSE NIGRICANS ASS. À NEOPLASIA ATLAS REVISIONAL DE DERMATOLOGIA LESÕES PARANEOPLÁSICAS • Também chamada de “Acantose Nigricans das Palmas”, ainda é pouco relatada na literatura. • 90% dos casos estão associados à malignidade, parece acometer mais homens e no câncer de pulmão, seguido do câncer gástrico (se associada à NA). • Apresenta aumento da dermacação dos sulcos dermatoglificos palmares e, por vezes, também plantares. PALMA EM TRIPAS ATLAS REVISIONAL DE DERMATOLOGIA LESÕES PARANEOPLÁSICAS • Condição rara caracterizada por erupções anulares irregulares com borda serpinginosa. Bolhas podem servistas no centro, mas costumam erodir e formar crostas. São encontradas em períneo, extremidades, abdome inferior e face. • Costuma complicar com candidíase e infecção por S. aureus. • As lesões pode ser pruriginosas e dolorosas e estarem associadas a glossite, queilite angular, anemia, perda poderal, trombose, etc. • Costuma aparecer em pacientes com Glucagonoma (síndrome do glucagonoma – hiperglucagonemia, intolerância a glicose, anemia e perda de peso). ERITEMA NECROLÍTICO MIGRATÓRIO ATLAS REVISIONAL DE DERMATOLOGIA LESÕES PARANEOPLÁSICAS • Também chamada de Síndrome de Trousseau, caracteriza-se por ataques recorrentes de flebite com 2 semanas entre cada surto. • Está fortemente relacionada a câncer de pâncreas, linfoma, carcinomas do TGI, brônquicos, bexiga e outros. • Pode estar associada a vasculites. • As flebites fixas podem também ser paraneoplásicas. • Sua patogenia envolve o aumento dos níveis séricos de fatores de coagulação. • Costuma se apresentar com nódulo único ou múltiplos, dolorosos e alongados, seguindo o trajeto venoso. • O tratamento é feito com heparina, pois costuma ser refratário à varfarina. TROMBOFLEBITE MIGRATÓRIA ATLAS REVISIONAL DE DERMATOLOGIA LESÕES PARANEOPLÁSICAS • Rubor facial, telangiectasia e pele pelagroide, dor abdominal, diarreia, borborigmo, asma, estenose pulmonar e insuficiente tricúspide, alterações esclerodermoides. • É produzida por tumor de células enterocromafins da mucosa do aparelho digestório. SÍNDROME CARCINOIDE • O câncer visceral é 5x mais comum em pacientes com dermatomiosite, geralmente associada aos canceres de ovário, estomago, mama e brônquios. • Trata-se de uma doença do tecido conjuntivo que associa miopatia a manifestações cutâneas características. • Alterações da pele: pápulas de Gottron (70%, patognomonica, lesões violáceas sobre articulações da mão, cotovelos e joelhos), telangectias periungueais, distrofias cuticulares, macula eritemato-vinhosa e edematosa em região periorbital (heliotropo) e nos ombros, bracos e decote V (sinal do xale). DERMATOMIOSITE ATLAS REVISIONAL DE DERMATOLOGIA LESÕES PARANEOPLÁSICAS • É doença inflamatória que envolve os lóbulos adiposos do tecido celular subcutâneo. Se manifesta por nódulos ou placas eritematosas, profundas, que podem ou não ulcerar, costumam atingir pernas. • A paniculite de origem pancreática é rara e acomete 2 a 3% das doenças pancreáticas, costuma predominar em pacientes do sexo masculino. PANICULITE DE ORIGEM PANCREÁTICA • Crescimento excessivo da lanugem (pelos longos, finos, macios e brancos, cobrindo toda a face, pescoço e tronco (eventualmente, extremidades). • Mulheres ão 3x mais afetadas, com média de idade de 40-70 anos. • Em 50% dos casos, é acompanhada de glossite dolorosa. • A forma congênita está associada a anormalidades detárias, deformidades das orelhas e retardo mental. • Minoxidil, fenitoina, ciclosporina e corticoides também podem causar essa alteração. HIPERTRICOSE LANUGINOSA ADQUIRIDA ATLAS REVISIONAL DE DERMATOLOGIA LESÕES PARANEOPLÁSICAS • Pode ser insidiosa ou abrupta, caracterizando-se por ressecamento cutâneo com grandes escamas, localizada a membros ou generalizada. • Pode revelar linfomas (principalmente de Hodgkin) e adenocarcinoma de mama. Alguns medicamentos e outras doenças também podem causar esta condição. ICTIOSE ADQUIRIDA ATLAS REVISIONAL DE DERMATOLOGIA LESÕES PARANEOPLÁSICAS • Também chamada de Síndrome de Bazex. • Predomina em homens com média de 40 anos. • Representa lesões cutâneas eritematosas, psoriasiforme, que se manifestam de forma simétrica como placas eritemato-violáceas escamosas na ponte nasal, hélice e região distal de extremidades. As unhas podem estar acometidas com hiperceratose subungueal, onicólise e distrofia. • As lesões são resistentes à terapia direcionada (esteroides e ceratolíticos). • 90% melhoram com tratamento da neoplasia oculta e recorrem com a reicidiva do tumor. • Todos os casos citados em literatura estão associados com malignidade, em geral relacionados a tumores do TGI alto. ACROQUERATOSE PARANEOPLÁSICA ATLAS REVISIONAL DE DERMATOLOGIA SARCOMA DE KAPOSI • Constitui uma angiorreticulose multicêntrica, não metastática, capaz de surgir simultânea ou progressivamente na pele e em vários órgãos. Pode ser classificado em: SK clássico (indolente), endêmico africano, em pacientes imunossuprimidos, relacionado ao HIV (doença definidora da AIDS!); • Tumoração rara, mais comum em idosos (5ª década), sexo masculino (10:1) e os membros inferiores costumam ser mais afetados, geralmente com linfedema secundário e lesões vísceras raras (10%, quando ocorrem, costumam ser de TGI, pulmões e gânglios linfáticos). • Apresentam 4 subtipos: • Nodular – jovens adultos, nódulos eritematovioláceos em mãos e pés, raramente envolve vísceras. • Florido – massas localmente invasivas. • Infiltrativo – invade estruturas subdermicas (ossos). • Linfoadenopático – mais comum em crianças, apresenta linfadenopatia generalizada, por vezes invasão visceral e envolvimento cutâneo infrequente, prognostico ruim. ATLAS REVISIONAL DE DERMATOLOGIA SARCOMA DE KAPOSI • Acredita-se que a doença seja desencadeada pelo herpes-vírus 8, transmitido por contato sexual e pela saliva. Ao infectar o hospedeiro, elecostuma estar em fase latente nos linfócitos B, até que encontre uma brecha na imunidade para ser ativado. O HHV-8 bloqueia algumas proteínas supressoras tumorais (como a p53), além de amplificar a atividade de citocinas e fatores angiogênicos. • O diagnóstico é clinico e histopatológico. • Em alguns casos, com a interrupção da imunossupressão houve regressão espontânea de algumas lesões, bem como reicidiva com a sua reintrodução. • As lesões costumam ser indolores e recobertas por pele íntegra, que raramente ulceram. Em 20% dos casos a lesão inicial é no palato ou gengivas. • O tratamento envolve excisão cirúrgica, quimioterapia, radioterapia, antiretrovirais.
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