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Bianca Dias - LIV FAMEMA Úlcera de Hipertensiva Martorell ÚLCERA DE MARTORELL Úlcera secundária a doença hipertensiva; úlcera hipertensiva; úlcera hipertensiva isquêmica dos membros inferiores Úlceras de membros inferiores: · lesão com perda de substância dermoepidérmica que se localiza abaixo do joelho, com etiologia de origem vascular, neuropática, traumática, infecciosa, hematológica, autoimune, neoplásica, metabólica ou mista · úlceras vasculares = +80% → 60-90% venosas Histórico: · 1940: Haxthausen - 1º a publicar sobre as úlceras secundárias a hipertensão · 1941: Hines publica artigo sobre esse tipo de úlcera · 1941: Martorell, Farber e Hines → estudam alterações histopatológicas das arteríolas subcutâneas · Fernando Martorell: cardiologista espanhol · Critérios de Martorell: úlcera anterolateral na parte inferior da perna, hipertensão na PAD da perna, hiperpulsação das artérias da perna; ausência de calcificação arterial*, ausência de insuficiência venosa crônica, lesões simétricas ou hiperpigmentação simétrica como resultado de outras úlceras na outra perna, aumento da dor na horizontal, preferência pelo gênero feminino · 1945: Martorell descreve “las ulceras supramaleolares por arteriolitis de las grandes hipertensas” · Farber e Hines continuaram trabalhando com a histologia e cunharam o termo “Hypertensive ischemic leg ulcer” (martorell HYTILU) Epidemiologia e fatores de risco · Pouco comum e potencialmente subdiagnosticada · Hipertensos em uso de anti-hipertensivos · 100% HAS · 58% DM associada · inicialmente: mulheres de 50-70 anos · estudo recente: média de 74,5 anos e sem prevalência do sexo feminino · mulher 55-65 anos · Pode ser uma complicação muito tardia da HAS que não apresentou outros fatores sistêmicos Etiopatogenia · Trauma → fatores disparador e que leva a lesão arteriolar, MAS 50% Martorell não tem trauma · arteriosclerose subcutânea localizada e precisa de dx diferencial · Hafner et al. → arteriosclerose subcutânea com aumento de espessura das paredes arteriolares → lúmen menor · motivo do ITB se manter normal ou alto (+RVP) · e alterações em vasos sanguíneos médios ← Duncan e Faris (1985) → aumento da resistência vascular local e vasoconstrição · ITB normal, mesmo com elevada resistência vascular · aumento de resistência → diminuição da perfusão e piora dos mecanismo compensatórios · Pacientes com HAS → arteríolas não conseguem dilatar quando a PA distal ao afunilamento cai · HAS → rarefação microvascular: redução da densidade espacial de redes microvasculares · Suprimento arterial da pele: plexo subpapilar e plexo cutâneo · subpapilar → arteríolas terminais → epiderme ~~~> se diminui o fluxo ou obstrui ⇒ infarto da pele · Trauma → fatores disparador e que leva a lesão arteriolar, MAS 50% Martorell não tem trauma · outros tipos caracterizados por doenças ateroscleróticas subcutâneas: martorell, calcifilaxia com necrose de pele distal na insuficiência renal crônica, calcifilaxia não urêmica na obesidade mórbida, com necrose de pele proximal (eutroficação) e calcifilaxia com necrose de pele proximal · HAS, DM, hiperparatiroidismo secundário e uso de anticoagulantes orais antagonistas de vitamina K que inibem a AHSG (protetor contra a calcificação patológica) → teoria!! · diminuição do lúmen e espessamento da parede, trombose arteriolar, miniatura da calcinose medial de Mönckeberg · 70% calcificadas · Outros fatores causais possíveis:alterações na inervação simpática, hipertonia arteriolar persistente e resposta basal dos vasos anormal a substâncias vasoativas · local pode se relacionar com microtraumas ou desbalanço da proporção de perfusão arterial · Histopatologia: hipertrofia da média e hiperplasia da íntima. · Pode haver hialinose da média · material hialino: proteínas plasmáticas + lipídios + material da membrana basal · Mediocalcinose: frequente · Aterosclerose pode estar ausente nos estágios iniciais de hipertensão · periartrite: frequente, mas não específica · Martorell → ratio lumen/wall → muito reduzido quando comparado com outras úlceras Manifestações Clínicas: · feridas muito dolorosas na parte dorsolateral da panturrilha e da região do tendão de Aquiles · bilateral em 50% · muito dolorosas, necróticas e se espalham rapidamente por essas regiões · dor geralmente desproporcional quando comparada com outras úlceras arteriais · dependentes de analgésicos por muito tempo · Dor não exacerba com o exercício, elevação de MMII ou outro tipo de atividade que agravaria úlceras arteriais isquêmicas · úlcera típica: escara preta com base necrótica e com bordas roxo-rosas · começa com uma mancha rosa dolorosa (livedo racemoso) → azul → ulceração · Presença de pulso arterial (<80mmHg) não exclui a presença de Martorell → pode ser outro angiossomo e precisa de revascularização para ajudar a cicatrizar · Dx precoce é importante: evitar dor e sofrimento e os tratamentos se iniciam mais rápido FONTES: ALAVI, et al. Martorell Hypertensive Ischemic Leg Ulcer An Underdiagnosed Entity. Advances in Skin & Wound Care. 2012. Disponível em: https://journals.lww.com/aswcjournal/Fulltext/2012/12000/Martorell_Hypertensive_Ischemic_Leg_Ulcer__An.10.aspx Acesso em: 07 out. 2021. HAFNER, J. Calciphylaxis and Martorell Hypertensive Ischemic Leg Ulcer: Same Pattern - One Pathophysiology, Karger: Dermatology. Disponível em: https://www.karger.com/Article/FullText/448245 Acesso em: 07 out. 2021. KHANNA, Ajay K. et al. Ulcers of the Lower Extremity. Springer. London: 2016. RENDÓN-ELÍAS, Felipe G. et al. Úlcera en la pierna de etiología hipertensiva. Medicina Universitaria. Disponível em: https://www.elsevier.es/es-revista-medicina-universitaria-304-articulo-lcera-pierna-etiologia-hipertensiva-X1665579611356445 Acesso em: 08 out. 2021. VUERSTAEK, JDD. et al. Arteriosclerotic ulcer of Martorell. Journal of the European Academy of Dermatology and Venereology. 2010. Disponível em: https://cris.maastrichtuniversity.nl/en/publications/arteriolosclerotic-ulcer-of-martorell Acesso em: 07 out. 2021.
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