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1 Helano Brilhante – Med79 - UFCG 1 Hematologia Mielomas 1. Introdução ▪ Os mielomas se enquadram em um grupo de doenças que se caracteriza pela produção e pela proliferação de um único clone de plasmócitos, o qual sintetiza de modo anormal uma única proteína monoclonal (imunoglobulina). ▪ Em um paciente com suspeita de tal condição, umas das primeiras medidas é realizar a distinção entre aumento do tipo monoclonal e do tipo policlonal. Essa diferenciação pode ser feita por meio da eletroforese de proteínas séricas. ▪ Em doenças hematológicas, geralmente, o aumento é do tipo monoclonal. ▪ Pensa-se mais fortemente em mieloma quando as imunoglobulinas aumentadas são, por exemplo, IgG e IgA. Raramente o aumento de IgM cursa com mieloma. No caso dessa última, o mais comum é a síndrome de Waldestrom. ▪ A idade media de aparecimento é de 70 anos, sendo mais comum em negros. 2. Fisiopatogenia ▪ Gamopatia monoclonal de significado indeterminado (MGUS) – mieloma múltiplo assintomático – mieloma múltiplo sintomático. ▪ Alterações cromossômicas – t(4;14)(p16.3;q32) e t(14;16)(q32;23) apresentam pior prognostico. ▪ Fatores de risco para pior cenário de evolução – Doença do tipo não IgG; tipo monoclonal maior; presença aumentada de cadeias leves. ▪ Diferenciando os pacientes: MGUS x Mieloma Múltiplo Assintomático ▪ MGUS – Proteína monoclonal seria IgG ou IgA <3g/dl; proteína urinaria monoclonal < 500mg/24h; plasmócitos clonais MO < 10%; ausência de eventos definidores e/ou marcadores de malignidade. ▪ MMA – Proteína monoclonal sérica IgG ou IgA >= 3g/dl e/ou plasmócitos clonais MO >= 10% e < 60%; e/ou proteína urinaria monoclonal >= 500mg/24h; ausência de eventos definidores e/ou marcadores de malignidade. 2 Helano Brilhante – Med79 - UFCG 2 ▪ Mieloma Multiplo (MWG) – Presença de mais de 10% de plasmocitose clonal no aspirado de MO ou no anatomopatológico e/ou proteína monoclonal >= 3g/dL e/ou urinaria >= 500mg/dL OU plasmocitoma extramedular. ▪ Eventos definidores de mieloma: Lesao de órgão alvo – hipercalcemia (cálcio > 11mg/dl); Insuficiência renal (cr sérica > 2mg/dl); anemia (Hb < 10); lesões líticas (uma ou mais – definidas por exame de imagem). Biomarcadores de malignidade – plasmocitose monoclonal na medula >= 0,6; razão das cadeias free light >= 100; mais de uma lesão focal nos estudos de ressonância. 3. Plasmocitoma Solitário ▪ Lesão solitária de osso ou de tecido mole com evidencia de plasmocitose monoclonal. ▪ MO sem evidencia de plasmocitose monoclonal. ▪ Ausência de lesão de órgão alvo atribuída ao mieloma. ▪ Plasmocitoma ósseo – 50% evolui para MM. ▪ Plasmocitoma extramedular – 30% evolui para MM. 4. Amiloidose AL ▪ Deposito de compostos amiloides – rins, fígado, coração, SNC. ▪ Componente amiloide confirmado pelo vermelho do congo – gordura subcutânea, MO ou biopsia do órgão. ▪ Evidencia de que o componente amiloide está relacionado à cadeia leve de IgE. (Obrigatorio para diagnostico) ▪ Evidencia de proliferação plasmocitária monoclonal; razão free light anormal ou plasmocitose clonal na medula. 3 Helano Brilhante – Med79 - UFCG 3 5. Síndrome de POEMS ▪ Polineuropatia; organomegalia; endocrinopatia; doença monoclonal; doença de pele (skin). ▪ Critérios maiores – lesões ósseas escleróticas; doença de Castelman; níveis elevados de VEGF. ▪ Critérios menores – organomegalia; extravasamento capilar; endocrinopatia; alterações de pele; papiledema; trombocitose/Policitemia. 6. Investigação Clínica ▪ Paciente que se queixa de dor óssea crônica, difusa e sem melhora. Além disso, geralmente, apresenta anemia e alterações da creatinina. ▪ Nesse caso, deve-se solicitar dosagem de proteínas séricas e urinarias com imunofixação. ▪ Obs.: É com a imunofixação que se descobre o subtipo de mieloma. ▪ Também deve ser solicitada a razão free light. Quando essa for > 100, já é possível enquadrar o paciente no quadro de mieloma. ▪ Avaliação adicional – DHL; B2 microglobulina; pro BNP; troponina; analise citogenética convencional; FISH; radiografia; TC e RM; aspirado de MO e biopsia. 4 Helano Brilhante – Med79 - UFCG 4 7. Apresentação Clina – Mieloma Sintomático ▪ Lesoes osseas (80%); anemia (73%); dano renal (20 a 40%); hipercalcemia (20 a 40%); comprometimento neurológico (radiculopatia). 8. Classificação – Estadiamento (ISS) 5 Helano Brilhante – Med79 - UFCG 5 ▪ Estadio I – B2 Microglobulina < 3,5 e albumina >= 3,5 (SOBREVIDA 62 MESES) ▪ Estadio II – B2M < 3,5 e albumina < 3,5 OU 3,5 <= B2M < 5,5 (SOBREVIDA 44 MESES) ▪ Estadio III – B2M >= 5,5 (SOBREVIDA – 29 MESES) ▪ Risco Padrão – Hiperdiploidia; t(11;14); níveis normais de B2M ou DHL e ISS I. ▪ Alto Risco – Hipodiploidia; t(4;14); del(17p13); B2M elevada; DHL elevado; ISS III. 9. Tratamento – Mieloma Sintomático ▪ O paciente é elegível ou não para transplante? Necessário estratificar. ▪ Base: Indução – consolidação – manutenção do tratamento – manejo de recaído (caso ocorra). ▪ Menores de 65 anos, sem disfunção cardíaca, pulmonar, hepática ou renal importante – Indução com talidomida, com lenalidomida ou Bertezomib seguida de transplante de células tronco. ▪ Paciente mais velho ou com comorbidades – Transplante autólogo de células tronco com condicionamento de menor intensidade. ▪ Maiores de 75 anos ou jovens com muitas comorbidades – Tratamento menos agressivo para limitar efeitos tóxicos. 6 Helano Brilhante – Med79 - UFCG 6 ▪ Doença Refratária – Considerar estudo clínicos; uso de novos agentes; combinação de novas drogas; terapia de resgate; transplante alogênico. ▪ Transplante – O autólogo é o mais indicado para consolidação do tratamento do MM. Já o alogênico, deve ser preferido em casos refratários ou, por exemplo, quando o paciente é muito jovem e se cogita possibilidade de cura. O transplante alogênico é a única modalidade curativa (Porém, não deve ser utilizado logo no inicio da terapia devido a alta mortalidade).
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