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UNIVERSIDADE DO ESTADO DO PARÁ DEPARTAMENTO DE FILOSOFIA E CIÊNCIAS SOCIAIS CURSO DE LICENCIATURA PLENA EM GEOGRAFIA CAMPUS XVII – BARCARENA DISCIPLINA: EDUCAÇÃO AMBIENTAL DOCENTE; VIVIANE SANTOS DISCENTE; EDILZA LIMA A RELEVÂNCIA DA EDUCAÇÃO AMBIENTAL EM AMBIENTES ESCOLARES E NÃO ESCOLARES PARA A SOCIEDADE. As questões ambientais têm influenciado cada vez mais a sociedade; e o ambiente escolar é uma das principais ferramentas transformadoras do ser humano, pois é nele que a formação de novos valores, da convivência em sociedade e da aquisição de conhecimento acontece. Sendo assim, integrar programas de educação ambiental nas escolas proporciona a aproximação do estudante com a natureza, fazendo com que este perceba que também faz parte do meio ambiente e que, cabe a ele, protegê-lo, além disso, as crianças e adolescentes de hoje serão os responsáveis em tomar decisões no futuro, seja no comando de empresas ou dentro do ambiente político. Conscientizá-los sobre a importância de preservar o meio ambiente, é poupar que a exploração descontrolada dos recursos naturais continuem acontecendo, garantindo uma sociedade mais responsável e conectada com a natureza. A educação ambiental é fundamental para que as pessoas se tornem mais conscientes sobre a sustentabilidade e a importância de construir um futuro mais limpo para as próximas gerações. A adoção de práticas ecologicamente corretas e o incentivo ao uso moderado dos recursos naturais são algumas das medidas básicas propostas pela educação ambiental; a proposta é bem clara: um mundo que possa consumir sem destruir a natureza e seus recursos; o desenvolvimento humano deve respeitar o ambiente em que está inserido. A importância da educação ambiental é cada vez mais evidente na sociedade. Nos últimos anos, a população mundial cresceu em um bilhão. Hoje, estima-se que há 7,8 bilhões de habitantes no planeta Terra. O aumento da população global, as constantes crises ambientais e a escassez dos recursos naturais atenta para a importância de conscientizar as pessoas sobre a preservação do meio ambiente e de adquirir hábitos mais saudáveis. Nesse contexto, a educação ambiental nas escolas torna-se ainda mais fundamental, como espaço educativo, colaborativo e de formação de valores. Em 27 de abril de 1999 foi criada no Brasil a Política Nacional de Educação Ambiental (PNEA), sancionada durante o governo Fernando Henrique Cardoso. A Lei nº 9795 estabelece diretrizes e tem, como principal objetivo, estimular a conscientização pública sobre o dever de proteger o meio ambiente por meio da educação, ainda na legislação, a educação é vista como uma das principais formas de atingir tal consciência pois é por meio dela que o indivíduo e a coletividade constroem valores sociais, conhecimentos, habilidades, atitudes e competências voltadas para a conservação do meio ambiente, bem de uso comum do povo, essencial à sadia qualidade de vida e sua sustentabilidade. Baseado nessa premissa, o Art. 2º determina que a educação ambiental deve estar presente em todos os níveis do ensino brasileiro - em caráter formal ou informal - sendo um direito de todos os cidadãos. A conservação do meio ambiente depende diretamente da conscientização e da mudança de hábitos das pessoas. Tal mudança só é possível através da educação. Desde cedo, as instituições de ensino são responsáveis por atuar, em paralelo à educação recebida em casa, na formação de valores e princípios das crianças. Através do conhecimento, da interação entre professores e alunos, e alunos e pais, as crianças aprendem as ferramentas necessárias para se tornarem cidadãos responsáveis e viver em sociedade. Sendo assim, é essencial que as escolas incorporem aos seus currículos e às propostas pedagógicas ações e projetos que incentivem práticas ambientalmente corretas, em todas as fases de ensino. A Política Estadual de Educação Ambiental define que a educação ambiental desenvolvida no campo curricular de todas as instituições escolares (públicas e privadas, educação básica e ensino superior) seja entendida como Educação Ambiental Formal. Buscando estimular a abordagem integrada da educação ambiental formal, esta Lei também traz um grande desafio: A Educação Ambiental não deve ser implantada como disciplina específica no currículo de ensino, devendo ser inserida de forma transversal no âmbito curricular. Sua orientação é que, para além de projetos que trabalhem pontualmente alguma questão ambiental, a educação ambiental formal seja desenvolvida em todos os níveis e modalidades de ensino da educação básica de maneira integrada, contínua e permanente aos projetos educacionais desenvolvidos pelas instituições de ensino. E, principalmente, deve ser incorporada ao Projeto Político Pedagógico das Escolas. É importante destacar que a Política Estadual de Educação Ambiental estabelece que a educação ambiental é um componente essencial e permanente da educação, devendo estar presente de forma articulada e continuada em todos os níveis e modalidades dos processos educativos formais. Do mesmo modo, também deve estar presente em todos os níveis e modalidades dos processos de gestão ambiental. Assim, a educação ambiental não se restringe ao ambiente escolar e a este público. As ações e práticas educativas voltadas à sensibilização, conscientização, mobilização e formação coletiva para proteção e defesa do meio ambiente e melhoria da qualidade de vida definem o que se entende pela legislação como educação ambiental não-formal. As ações da educação ambiental não-formal incluem a promoção de ações educativas por meio da comunicação, utilizando recursos midiáticos e tecnológicos e difusão nos meios de comunicação em massa. Também são caracterizadas por atividades voltadas ao desenvolvimento de processos formativos para diferentes públicos, e por ações que fomentem e qualifiquem a ampla participação da sociedade na formulação e execução de políticas públicas relacionadas ao meio ambiente. Assim, além do público escolar, a educação ambiental deve envolver comerciantes, empresários, agricultores, gestores ambientais, prefeitos e demais gestores municipais, consumidores, organizações públicas e não governamentais, produtores industriais, movimentos sociais, etc. Todos os cidadãos, em suas diferentes atividades profissionais, culturas e experiências são público potencial para educação ambiental, pois ela é uma ferramenta para à transformação do ser humano, visando à melhoria da qualidade de vida e uma relação sustentável da sociedade humana com o meio ambiente . Enfim, a educação ambiental é um processo contínuo pelo qual o educando adquire conhecimento e informações relativas às questões ambientais e passa a entender como ele pode se tornar um agente maléfico ou benéfico ao meio ambiente, podendo interferir diretamente tanto na degradação quanto na preservação do meio ambiente. Medeiros (2011) ressalta a importância de tratar a questão ambiental no ambiente escolar: "A cada dia que passa a questão ambiental tem sido considerada como um fato que precisa ser trabalhado com toda a sociedade e principalmente nas escolas, pois as crianças bem informadas sobre os problemas ambientais vão ser adultos mais preocupados com o meio ambiente, além do que elas vão ser transmissoras dos conhecimentos que obtiveram na escola sobre as questões ambientais em sua casa, família e vizinhos." As escolas, portanto, têm papel fundamental de disseminar informações e transmitir conhecimentos relativos ao meio ambiente, ao passo que formarão jovens com pensamento crítico e consciente, que levarão os conhecimentos adquiridos para sua casa e seu bairro, propondo ideias e soluções que auxiliarão no desenvolvimento sustentável e na mitigação dos danos causados ao meio ambiente. No entanto, é necessário que os professores sejam mediadores dessa proposta educativa, levando ações práticas e do dia a dia que visem à reflexão e conscientização de seus alunos. Para tanto, énecessário que o corpo docente das instituições estejam preparadas para enfrentar este desafio, educando-os de forma lúdica e ratificando valores de proteção e preservação do meio ambiente. A implementação da educação ambiental nas escolas pode acontecer por meio de conteúdos trabalhados em sala de aula e em atividades específicas. Entretanto, sabemos que a conscientização e a mudança de hábitos acontecem com atitudes pequenas e diárias. Visto isso, a sustentabilidade deve fazer parte da rotina escolar e das atitudes de seus funcionários, servindo como bons exemplos para as crianças. Ou seja, o que é ensinado ao aluno na teoria deve acontecer na prática. Não adianta o professor falar sobre a importância da reciclagem na aula, porém a própria escola não realiza a coleta seletiva e não possui lixeiras recicláveis espalhadas pelo colégio. Além das práticas, cabe a escola debater sobre a crise ambiental, os biomas brasileiros, a importância dos diferentes ecossistemas para o funcionamento da vida na Terra e o impacto que certos hábitos podem causar não só ao meio ambiente, mas à vida das próprias crianças. Uma ótima forma de adotar a educação ambiental nas escolas é através da realização de eventos para celebrar datas comemorativas, como: Dia Mundial da Água, Dia da Árvore, Dia Mundial do Meio Ambiente, Dia da Mata Atlântica. Outras ações como feiras de ciências e passeios extracurriculares a sítios arqueológicos e museus também podem auxiliar no engajamento das crianças com causas ambientais. Como dito anteriormente, a adoção de novos costumes e hábitos acontece por meio de pequenas ações, feitas de maneira constante. Portanto, aliado ao trabalho realizado na escola, é fundamental que os pais incentivem e adotem um consumo mais sustentável dentro de casa também. Isso pode ser feito ao incluir a criança em pequenas tarefas domésticas, como: separar o lixo, lavar a louça, cuidar do jardim e fazer compras no supermercado. Aliás, a ida ao supermercado é uma ótima maneira de ensinar hábitos sustentáveis. Optar por frutas e legumes que não estão embalados, dar preferência por produtos à granel, e utilizar sacolas reutilizáveis são apenas algumas atitudes que auxiliam a preservar o meio ambiente. Diante do exposto, concluiu-se que a preocupação com o meio ambiente cresceu principalmente nas últimas décadas, haja vista as intensas transformações ambientais que o planeta está passando. Os crescentes acidentes ambientais e transformações climáticas apontam para o desequilíbrio que o meio social está gerando no meio ambiente, processo no qual o ser humano ao mesmo tempo pode ser o agente transformador e modificador. Para tanto, a Educação Ambiental mostra-se um instrumento permanente e modificador, visando melhorar a relação do homem com a natureza e a sociedade, promovendo reflexões acerca dos problemas ambientais e mostrando que a qualidade de vida e as futuras gerações dependem de um desenvolvimento sustentável, pois é na relação entre a escola e a comunidade, entre o sistema educacional e a sociedade, onde devem ser lançadas as fundamentações para um programa de educação ambiental eficaz. REFERÊNCIAS ALBUQUERQUE, Maria. Educação ambiental e EJA: Percepção dos alunos sobre o ambiente. 2013. Disponível em: <http://www.revistaea.org/artigo.php?idartigo=1402>. Acesso em: 06 Out. 2021. MEDEIROS, B. Aurélia, et al. A Importância da educação ambiental na escola nas séries iniciais. Revista Faculdade Montes Belos, v.4, n.1, set.2011. OLIVEIRA, Haydée Torres de. Educação ambiental – ser ou não ser uma disciplina: essa é a principal questão?! In: Vamos cuidar do Brasil: conceitos e práticas em educação ambiental na escola. Ministério da Educação/MEC – Departamento de Educação Ambiental. Brasília: UNESCO, 2007. Disponível em: <http://portal.mec.gov.br/dmdocuments/publicacao3.pdf>. Acesso em: 06 Out. 2021. SILVA, Danise Guimarães. A importância da educação ambiental para a sustentabilidade. 2012. Disponível em:<http://www.uniedu.sed.sc.gov.br/wp-content/uploads/2013/10/Danise-Guimaraes-da-Sil va.pdf>. Acesso em: 06 Out. 2021.
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