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Tensões dialógico-recursivas entre a comunicação e a identidade organizacional

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Referência: BALDISSERA, Rudimar. Tensões dialógico-recursivas entre a comunicação e 
a identidade organizacional. Organicom, [S.L.], v. 4, n. 7, p. 228, 14 dez. 2007. 
Universidade de Sao Paulo, Agencia USP de Gestao da Informacao Academica (AGUIA). 
http://dx.doi.org/10.11606/issn.2238-2593.organicom.2007.138954. Disponível em: 
https://www.revistas.usp.br/organicom/article/view/138954. Acesso em: 09 out. 2015. 
 
RESUMO: Tensões dialógico-recursivas entre a comunicação e a 
identidade organizacional 
 
 
• para se entender as organizações e seus processo de comunicação, é preciso 
entender suas identidades 
• Identidade como um processo identificatório, em que as organizações estão imersas 
(ou então pressas). 
• Estamos cercados de simplificações do tipo “se isso, então aquilo”, resultados 
imediatos. Hoje, essas formas já estão sendo superadas. 
• Os sujeitos em relação são movidos por muitos e diferentes estímulos, percepções, 
desejos, objetivos e competências. Quando em tensão, esses estímulos produzem 
forças diversas e multidirecionais, fazendo com que a identidade organizacional seja 
tecida (ou retecida) 
• Esse modo de pensar faz parecer difícil compreender a identidade organizacional 
como algo único e sempre coerente. 
• Da mesma forma, não podemos ver a organização como algo fechado, pois o 
ordenado, o organizado e o estável guardam em si o desorganizado, o desordenado 
e o instável. 
• “Essa permanente tensão é a possibilidade de os sistemas se regenerarem, 
atualizarem-se no complexos ecossistêmico. 
• A organização como sistema fechado, precisa construir uma certa coerência 
identitária frente ao outro. Ao mesmo tempo, abre-se para, em disputas, atualizar-
se. 
 
Sobre identidade e processo identificatório 
 
• Cita HALL: o sujeito do Iluminismo, o sociológico, e o pós-moderno (foco do estudo) 
• Hall afirma a “celebração do móvel” 
• Para Hall, apesar de os sujeitos serem fragmentados, multifacetados, tendem a se 
perceberem como coerentes, únicos, completos. 
• A parte não somente está no todo, o próprio todo está, de certa maneira, presente 
na parte que se encontra nele. 
• A identidade está na minha diferença comparando ao outro. 
• A sociedade transforma o sujeito que a transforma 
• Hall fala que o sujeito está se fragmentando. Nesse caso, seria melhor falar em 
identificação do que em identidade. Isso dá conta do fato de os sujeitos, em 
diferentes momentos, identificarem-se com coisas, processos, fatos diferentes, 
algumas vezes contrários e até contraditórios. 
• Maffesoli: propõe que está ocorrendo um deslize progressivo da identidade para a 
identificação. Ele deixa os dois termos como opostos. 
• Maffesoli: Individualidade de base → se expressa pela forma do indivíduo que tem 
uma identidade forte e particularizada, ou perder-se num processo de pertencer a 
um conjunto mais vasto. Essa segunda modulação, produzindo, então, a pessoa 
procedendo por identificações sucessivas. 
• Ecológico 
• psicológico 
• histórico 
• sociológico 
• cultural 
• Maffesoli: quando se fala de identificações, se assume a importância a “pessoa” e o 
“papel” que ela desempenha na teatralidade geral. 
• Persona: o que se finge ser 
• Tensão entre indivíduo x persona. As duas se fazem presentes uma na outra e se 
desestabilizam mutuamente. 
• Atualmente, parece que o “indivíduo” tende a ser suprimido pela “persona”. Ou seja, 
os sujeitos tendem a idealizar e a desempenhar papéis em suas realizações 
socioculturais, como personas. 
• Ressalta-se: 
• a) os processos identificatórios constituem-se na expressão de algo como uma 
“multipersonalidade” do sujeito” 
• b) a multiplicidade de identificações do “eu” atualiza-se por uma pluralidade de 
lógicas, muitas vezes não retilíneas, nem tampouco contínuas, mas tensionadas e 
inter-relacionadas de modo a todas retroagirem umas sobre as outras 
• c) paradoxalmente, “a pessoa pode ser, ao mesmo tempo, uma individualidade como 
em si mesma e uma parte de um ser coletivo”. (MAFFESOLI) 
• d) somente é possível acessar e descrever uma identidade a parte de sua 
temporalidade material. A descrição vai contemplar apenas um fragmento, uma das 
máscaras utilizada pela pessoa. 
• Identidade como complexos de identificações 
• A identidade é a tessitura e a força que amalga as várias identificações possíveis de 
um sujeito. 
• A identidade somente é possível pelas relações, pelas presenças. O “eu” exige a 
presença do “outro” para existir, para ter sentido. 
• A identidade não é apenas diferença, exclusão, fechamento, organização, unidade, 
antagonismo, egocentrismo, mas também semelhança, inclusão, abertura, 
desorganização, multiplicidade, complementariedade e sociocentrismo. 
(BALDISSERA) 
• A identidade permite a manifestação de uma identificação, ao mesmo tempo que 
inibe outras identificações. 
• O sujeito precisa construir uma “estória coerente sobre si mesmo”. 
• Liber identificações para que se realizem em diferentes momentos, mesmo que em 
alguns casos, para situações semelhantes, o sujeito assuma identificações até 
contraditórias. 
• Incapaz de perceber isso, o sujeito se vê como coerente, lógico, sem desvios ou 
complicações. Sensação do único. 
• As consistências identificatórias (que formam os processos identificatórios) 
consistem na tensão de elementos tais como a cultura do grupo, o imaginário, a 
psique, as experiências prévias, a história, o repertório e as estruturas. 
• A perspectiva dos processos identificatórios segue: 
• a) possibilidade identificatória 
• b) temporalidade identificatória (momentâneo, temporário, permanente) 
• c) intensidade identificatória (alta, média ou baixa) 
 
Identidade organizacional 
 
• identidade organizacional: resultante da ação de sujeitos em um determinado 
contexto, e é são modificadas pelos novos contornos identitários. Pressupõem 
processos e relações dialógicos, tais como, inter-relações, cruzamentos, colagens, 
misturas, interações, expropriações e apropriações, as identidades de dois ou mais 
sujeitos individuais e os paradigmas que se inserem. 
• Cada uma dessas identidades e paradigmas compreende uma multiplicidade de 
possibilidades identificatórias que, tensionadas no processo de construção da 
identidade organizacional, resultam em algo diferente das identidades individuais, 
mas com sobrevivência delas. 
• É ingênuo pensar que as identidades serão semelhantes ao ponto de não necessitar 
de “negociações” para que se construa a imagem organizacional. Ao contrário, 
sempre falta ou sobra algo, uma vez que a percepção dos limites e da realidade são 
distintas para cada sujeito. 
• Existem características que podem ser atualizadas por uma identidade e não por 
outras, bem como aquelas que se apresentam nas partes, mas que se transformam 
em algo diferente quando em relação. 
• Podem-se unir por aglutinação, justaposição, incorporação, sobreposição ou fusão, 
para que se atinja uma outra identidade. 
• A identidade organizacional não está fechada a priori. 
• Ela sofre influências, está em constante diálogo e disputas, sendo articulada em 
contato com o ambiente. Na relação com os outros, a identidade se constrói como 
tal. 
• Seu valor é pontuado pelo diferente – o que não significa dizer a identidade se reduza 
a isso. 
• A identificação opera por meio da diferença, ela envolve um trabalho discursivo, o 
fechamento e a marcação de fronteiras simbólicas, a produção de efeitos de 
fronteiras. (HALL) 
• Através da simpatia, há a tendência à identificação com o mesmo e a neutralização 
do diferente. 
• De acordo com Foucault, pela simpatia, as diferenças são transformadas, alteradas 
na direção do idêntico. 
• Na complexidade dos processos identificatórios ocorrerm abertura/fechamento, 
simpatia/antipatia, aproximação/afastamento, aceitação/rejeição, 
assimilação/resistência. 
• A identidade organizacional é permanentemente atualizada nas negociações 
culturais.• Das negociações com os outros, deles pode incorporar informações, energia e 
organização ou desorganização. 
• Dialógica e recursivamente, a identidade organizacional é transformada e 
transforma, é construída e constrói, é deslocada e desloca, ampliando ou retraindo 
seu conteúdo simbólico. 
 
Identificações, comunicação e públicos 
 
• A comunicação é compreendida como “processo de construção e disputa de 
sentidos” (BALDISSERA). Essa compreensão permite pensar a comunicação como 
processo e lugar em que os sentidos são postos em circulação e que atualiza sujeitos 
em relação de forças dialógicas, dialéticas e recursivas. 
• Comunicação é uma relação e, segundo Foucault, toda relação é uma disputa. 
• Significação é permanentemente construída. 
• É possível dizer que os sujeitos agem sobre a significação, por outro, não é possível 
afirmar que ela seja de sua autoria. A cada experimentar a significação vai sendo 
construída, transformada por novas percepções e atribuições de sentido. 
• As organizações pressupõem um emaranhado de transações e negociações com 
públicos procedentes de diferentes grupos. 
• A nominação público estão amalfadas muitos sujeitos individuais, há muitas 
identidades e possibilidades identificatórias. 
• Daí que as identificações não estão dadas; são da qualidade do devir, do poder vir 
a ser. 
• As tentativas de compreender as aderências identificatórias como fenômenos 
tendem a captar apenas algo como uma vaga percepção sobre tais identificações. 
No entanto, é muito provável que identificações com orientação para o permanente 
possam ser mais bem compreendidas e explicadas por permitirem ser acessadas de 
maneira mais complexa, pois que sua temporalidade possibilita a realização de 
várias incursões à sua tessitura simbólica. 
• As organizações necessitam de simpatia dos públicos, da sua identificação para com 
os fazeres organizacionais para que possam desenvolver-se na adversidade de um 
mercado cada vez mais exigente e global. Vira tendência tentar atender as 
necessidades dos públicos. Ex: produtos customizados. 
• Quadro desafiador quando se fala em planejar a identificação organização - públicos. 
• Isso infere que é pouco provável um ajuste completo, uma total conformação entre 
públicos e organização. 
• Sob essa complexidade, o conflito é uma constante presença. As diferenças, a 
desorganização, as contradições e a antipatia são permanentemente atualizadas 
nas relações e interações organização com os públicos. 
• Só porque as qualidades são negativas (ex antipatia), não significa que, em 
determinados ambientes, isso não possa ser convertido em algo positivo. (ex: sbt 
como vice) 
• Antipatia: tende a atrasar o desenvolvimento da organização 
• Simpatia: compreenderia a estagnação do processo organizacional. 
• Os dois extremos (simpatia e antipatia) não são desejáveis. 
• Tentando atingir bons índices identificatórios, as organizações fazem dois 
movimentos: 
• 1) objetiva desvelar os pressupostos básicos, aqueles valores internalizados de tal 
forma que já não são questionados. Empregando pesquisas, auditorias e 
diagnósticos. 
• Como os sujeitos não nascem com as identidades dos grupos a que pertencem, 
essas pesquisas não trazem resultados inatos. 
• As organizações incorporam informações referentes às identidades dos seus 
públicos e constroem um complexo sistema de representações. Já não se tratam de 
imposições e manipulações absolutas, mas de articulações que interrelacionam 
forças mutuamente influenciáveis e influenciadoras. 
• 2) Articulação de tais domínios no processo de institucionalização da organização 
como referência identitária → as informações são transformadas em estratégias. 
• Os públicos constroem a identidade da organização com base em toda qualidade de 
informações, oficiais ou não, que recebem sobre aquela organização. Daí que o 
modo como a reconhecem, apreciam e representam influencia fortemente o 
processo de simpatia/identificação público-organização. Com bons níveis de 
simpatia, a organização tende a tornar-se uma poderosa fonte de significação para 
os públicos. Assim, seu discurso sutura os fragmentos, dá linearidade aos 
processos, localiza os sujeitos nas estruturas, faz com que os públicos saboreiem a 
tranquilidade do já visto e constrói-se como mediadora dos mais diversos níveis 
transacionais. Simbolicamente, marca os seus públicos, diferenciando-os 
socialmente dos demais grupos. 
• Para resolver as falhas e os vácuos apresentados pela organização frente as 
diferentes identidades (ex: gays), busca-se algo para colar ou implantar, pra 
remendar o que tem de errado e, assim, parecer ao público que sempre foi assim. 
(ex: criar uma postura de que a org. sempre aceitou bem os gays). 
• Busca-se sempre “atuar” como aquilo que os públicos querem ver, fazendo com que 
eles vejam a si mesmos espelhados na org. 
• Identificados, é provável que eles tendam a reconhecer e interpretar os padrões 
organizacionais como sendo seus próprios padrões, até porque veem seus 
interesses, desejos e necessidades refletidos na identidade organizacional. Assim, 
a significação aí reconhecida pelos públicos dá poder simbólico à organização e 
permite institucionalizar-se como modelo, como padrão a ser seguido. 
• Mesmo que as identidades organizacionais não sejam vejas e nem coesas, elas 
buscam isso, pois é o que o público espera da org. 
 
Considerações finais: 
 
• Como as identidades individuais são construídas com base nas diferenças, há 
também semelhanças. Com base nelas, as orgs tendem a construir os seus 
discursos para buscar a identificação com os públicos, com base em sua 
semelhança.

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