NEUROFISIOLOGIA DA MICÇÃO

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Escrito por Mariana Martins Felipe 
 
 
 
 
 
Neurofisiologia da micção 
 Para entender a neurofisiologia da micção, é de extrema 
importância conhecer a anatomia do trato urinário, que se divide em 
superior(formado pelos rins e ureteres) e inferior (formado por bexiga e 
uretra). 
 
 
Bexiga urinária 
 A bexiga urinária é um órgão muscular oco, formada pelo 
músculo detrusor. A complacência vesical é a capacidade de 
acomodar urina a baixas pressões, sendo que tem um valor de 350 a 
650 ml. 
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 Sua função é realizar o armazenamento e eliminação da urina. É 
dividida em corpo e colo vesical, que contém um esfíncter interno e um 
externo. 
 A função vesical tem duas fases. Durante o enchimento vesical, o 
músculo detrusor está relaxado e o esfíncter interno está contraído; e 
durante o esvaziamento vesical, o músculo detrusor está contraído e o 
esfíncter interno está relaxado. Para estas funções há a participação 
dos sistemas simpático e parassimpático. 
 
Inervação da bexiga 
 A inervação da bexiga é feita pelo sistema nervoso simpático, 
parassimpático e somático. 
 O sistema nervoso parassimpático na bexiga é composto pelo 
nervo pélvico, inervando a bexiga em si como um todo e tem origem 
nos segmentos S1 a S4. Durante a fase de esvaziamento vesical, este 
sistema tem as seguintes ações: 
 Contração do músculo detrusor. 
 Relaxamento do esfíncter. 
 O sistema nervoso simpático é composto pelo nervo hipogástrico, 
inervando a bexiga e o colo vesical, tendo origens nos segmentos T10 a 
L2. Durante a fase de enchimento vesical, este nervo tem as seguintes 
ações: 
 Relaxamento do detrusor. 
 Contração do esfíncter interno. 
 O sistema nervoso somático é composto pelo nervo pudendo, 
fazendo a inervação da musculatura do assoalho pélvico e esfíncter 
externo, tendo origem nos segmentos S1 a S4. É um componente 
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estriado do esfíncter externo e da musculatura do assoalho pélvico, 
tendo ação voluntária, ou seja, para a contração e relaxamento, 
depende da vontade do indivíduo. 
 
Micção 
 A micção é o processo pelo qual a bexiga urinária se esvazia, e 
apresenta duas fases: enchimento e esvaziamento. O sincronismo entre 
essses é dado por arcos reflexos e circuitos. 
 Na fase de enchimento vesical há um predomínio simpático. Os 
receptores beta-adrenergicos fazem o relaxamento vesical. 
 Receptores alfa adrenérgicos: contração do colo vesical. 
 Inibição da atividade parassimpática: mais relaxamento. 
 Na fase de esvaziamento vesical há um predomínio 
parassimpático. Quando a bexiga atinge a sua capacidade máxima, o 
reflexo atinge o nervo pudendo, que causa o relaxamento da 
musculatura do assoalho pélvico e esfíncter externo. A ativação 
parassimpática provoca a contração do músculo detrusor por meio do 
nervo pélvico. A inibição somática e simpática provoca o relaxamento 
do colo vesical e assoalho pélvico, por meio do nervo pudendo e 
hipogástrico. 
 
Controle da micção 
 Cada área do encéfalo e medula tem função importante para a 
neurologia da micção. 
 Córtex cerebral: faz o controle voluntário bloqueando os reflexos 
da contração do detrusor. 
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 Substancia reticular ponte-mesencefálica: faz a coordenação 
entre os vários níveis de controle, harmonia do esvaziamento 
vesical e modula a atividade da bexiga. 
 Sistema límbico: participa no controle do trato urinário inferior, 
alterando hábitos urinários diante de emoções e estresse. 
 Núcleos da base: inibem a atividade do detrusor e modula o 
tônus do esfíncter externo. 
 Cerebelo: faz a coordenação e regulação do tônus durante a 
micção.