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TCC AMANDA PAREJA ASPECTOS ULTRASSONOGRÁFICOS

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UNIVERSIDADE ESTADUAL DO NORTE DO PARANÁ 
UENP - CAMPUS LUIZ MENEGHEL 
CENTRO DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS 
CURSO DE MEDICINA VETERINÁRIA 
 
 
 
 
AMANDA PAREJA 
 
 
 
 
 
RELATO DE CASO 
 
 ASPECTOS ULTRASSONOGRÁFICOS NO DIAGNÓSTICO 
GESTACIONAL EM CADELAS 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
BANDEIRANTES-PR 
FEVEREIRO/2016 
AMANDA PAREJA 
 
 
 
 
RELATO DE CASO 
 
ASPECTOS ULTRASSONOGRÁFICOS NO DIAGNÓSTICO 
DE GESTAÇÃO EM CADELAS 
 
 
 
 
 
 
Relatório de Estágio Curricular Supervisionado e 
Relato de Caso apresentados para conclusão do 
Curso de Medicina Veterinária – Universidade 
Estadual do Norte do Paraná – Campus Luiz 
Meneghel. 
Área de Concentração: Diagnóstico por Imagem e 
Clínica Médica e Cirúrgica de Animais de 
Companhia. 
Orientadora: Profª. Drª. Francielle Gibson da Silva 
Zacarias 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
BANDEIRANTES-PR 
FEVEREIRO/2016 
 
AMANDA PAREJA 
 
 
 
RELATO DE CASO 
 
ASPECTOS ULTRASSONOGRÁFICOS NO DIAGNÓSTICO 
GESTACIONAL EM CADELAS 
 
 
 
Relatório de Estágio Curricular Supervisionado e 
Relato de Caso apresentados para conclusão do 
Curso de Medicina Veterinária – Universidade 
Estadual do Norte do Paraná – Campus Luiz 
Meneghel. 
Área de Concentração: Diagnóstico por Imagem e 
Clínica Médica e Cirúrgica de Animais de 
Companhia 
 
 
 
 
BANCA EXAMINADORA 
 
 
 
____________________________________________________ 
Profª. Drª. Francielle Gibson da Silva Zacarias - U ENP – CLM 
 
____________________________________________________ 
M.V. Maicon Alan Paiva dos Santos - UENP – CLM 
 
____________________________________________________ 
Prof. Dr. Ademir Zacarias Junior - UENP – CLM 
 
 
Bandeirantes, 29 de Fevereiro de 2016 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 DEDICO 
 
Aos meus pais Seila Helena Caldeira Pareja e 
Rodolfo José Pareja, que me deram todo o suporte 
emocional e financeiro para que esse sonho fosse 
realizado. 
As minhas irmãs Fernanda Pareja e Juliana Pareja, 
que me aconselharam, e me apoiaram em todos os 
momentos da minha graduação. 
Aos meus cães Tungstênio, Áslam, Maria Clara, 
Pitucha, Chitus e Amora, que são uns dos maiores 
amores da minha vida. 
AGRADECIMENTOS 
 
Agradeço primeiramente á Deus, por me orientar e iluminar o meu 
caminho durante toda a minha vida, permitindo a graduação, e por não ter me 
deixado faltar fé e esperança para realizar todos os meus objetivos. Obrigada por 
estar presente em mim nos momentos de dificuldades, me guiando nas difíceis 
decisões. Com o teu amor, tudo foi possível. 
Aos meus pais, Rodolfo José Pareja e Seila Helena Caldeira que 
abdicaram de muitas coisas para que o meu sonho da graduação fosse realizado, 
pelo incentivo durante todo o curso, por serem os maiores responsáveis pela 
conclusão deste trabalho, porque é por vocês que estou exatamente aonde cheguei. 
Obrigada por nunca duvidarem da minha capacidade. 
A minha irmã mais velha Fernanda Pareja, que sempre foi o meu 
espelho e modelo de pessoa, por me transmitir todo o seu conhecimento de vida, 
pela paciência e dedicação, e por toda compreensão e cuidado. Deus não poderia 
ter me concedido presente maior. E também minha irmã mais nova Juliana Pareja, 
por ser muito além de irmã, e sim amiga companheira que me ensina a trabalhar em 
equipe, a ter responsabilidade, por me ensinar o verdadeiro valor da união e do 
amor. Eu as amo intensamente. 
A minha tia Maria Aparecida Nogueira, pelo incentivo e por me 
encorajar a seguir os meus sonhos, por me escutar durante os desabafos, nunca me 
deixando desistir, pelos conselhos dados e pela compreensão ao longo destes anos. 
Amo você tia Fia ! 
As minhas amigas Bruna Coelho, Taís Braniak, Bruna Araújo, 
Heloísa Eid e ao meu amigo Igor Sousa primeiramente pela amizade, e por todos os 
momentos de alegria que me proporcionaram em todo o período de graduação. 
Obrigada por serem a minha família, enquanto estava distante do meu lar. 
A todos da XXII Turma de Medicina Veterinária, que me 
acompanharam nesses cinco anos, colaborando com o meu amadurecimento e 
desenvolvimento pessoal. Vocês serão lembrados com muito carinho. 
A minha orientadora Francielle Gibson da Silva Zacarias, por confiar 
em mim, me orientar e por toda colaboração nesta fase final. Obrigada pela 
oportunidade e conhecimentos transmitidos na minha formação. 
A professora Liza, que não mediu esforços no curto espaço de 
tempo após a greve no auxilio das documentações de meus estágios, e por sempre 
estar disponível não só para mim, e sim para toda a turma nos ajudando e 
contribuindo com ensinamentos e conselhos. 
Aos amigos que conquistei no Pensionato Anglo, onde me instalei 
durante a segunda etapa do estágio, que me acolheram e me proporcionaram 
momentos felizes. Obrigada Marina, Efraim, Douglas e Igor. 
A Universidade Estadual Paulista “Julio de Mesquita Filho” que me 
possibilitou durante o estágio adquirir experiência, e agradeço a atenção recebida e 
por todo conhecimento que foi compartilhado, pelos três residentes e pelo técnico 
em Radiologia. Obrigada Stefani, Bia, Bruno e Rafa pela paciência e dedicação. 
Gostaria de também agradecer á docente supervisora Drª Luciana Del Rio Pinoti, 
pela oportunidade de estágio e aprendizado. 
Ao CICAN pela hospitalidade, paciência e conhecimento 
compartilhado. Obrigada Rodrigo e Juliana. 
Agradeço a banca examinadora por terem aceitado o meu convite e 
pela disponibilidade em avaliar o meu trabalho, contribuindo na construção e 
realização do meu grande sonho profissional. 
Sou grata a todos os funcionários da UENP, principalmente a Dona 
Marcinha, que a cada conversa e conselhos tornavam os meus dias mais leves. Não 
me esquecerei de vocês! 
A todos os professores que fizeram parte da minha formação, em 
especial Mariza, Marcelo, Ademir, Mariana e Yuri que em várias etapas do curso 
foram muito importantes na minha construção profissional e pessoal. Muito 
Obrigada! 
A todos os meus amigos e colegas que me apoiam desde o começo 
desse sonho, que entraram na minha vida durante esse período, e que mesmo de 
passagem, contribuíram com algum gesto, alguma palavra, sem vocês teria sido 
muito difícil ter chegado até o fim. Obrigada! 
 
 
 
 
 
 
LISTA DE FIGURAS 
 
Figura 1 Unidade radiológica fixa da marca CRX1 modelo SHF 730®......... 13 
Figura 2 Processadora automática de revelação digital do sistema CR 
DIRECTVIEW CLASSIC® da marca Carestream........................... 
 
14 
Figura 3 Sala com ultrassom moderno Mylab 70 VET XVision - Esaote®.... 14 
Figura 4 Unidade radiológica LIMEX/EMIC modelo MKT-100®.................... 16 
Figura 5 Cadastro em computador para o sistema de revelação a laser...... 19 
Figura 6 Ultrassonografia de corno uterino com embrião ecogênico 
posicionado ao dentro da vesícula gestacional anecóica............... 
 
42 
Figura 7 Diâmetro biparietal (Crânio) com 0,70 centímetros de medida, 
com idade gestacional prognosticada de 30 dias............................ 
 
43 
Figura 8 Vesícula com o diâmetro estimado em 3,26cm x 2,53 
centímetros, é possível ser delimitada pela parede ecogênica 
que circunda a estrutura................................................................. 
 
 
43 
Figura 9 Diâmetro do corpo avaliado por meio do comprimento fetal de 
2,08 centímetros, observado em um das vesículas gestacionais... 
 
44 
Figura 10 Movimentos iniciais e batimentos cardíacos presentes e rítmicos, 
com freqüência em torno de 220-245 batimentos por minuto......... 
 
45 
Figura 11 Diâmetro biparietal (Crânio) com 1,44 centímetros de medida, 
com idade gestacional prognosticada de 41 dias............................ 
 
46 
Figura 12 Diâmetro torácico aproximado de 1,68 centímetros evidenciado 
entre as costelas, no ultrassom é possível observar o sistema 
ósseo articular em desenvolvimento, produzindotênue sombra 
acústica posterior............................................................................ 
 
 
 
46 
Figura 13 Diâmetro abdominal de 2,56 centímetros por 2,53 centímetros 
sendo possível observar as estruturas internas do feto, como, 
estômago, grandes vasos, fígado, vesícula biliar, rins e bexiga 
urinária............................................................................................. 
 
 
 
47 
Figura 14 Comprimento fetal de 8,23 centímetros, medindo o polo cranial 
até o polo caudal do feto................................................................. 
 
47 
Figura 15 Diâmetro renal com 0,79 centímetros ,com idade gestacional 
prognosticada em 41 dias............................................................... 
 
52 
 
LISTA DE TABELAS 
 
Tabela 1 Frequência de diferentes espécies de animais atendidos no setor 
de diagnóstico por imagem do hospital veterinário da Universidade 
Estadual Paulista (UNESP) e Centro Integrado de Cirurgia Animal 
(CICAN), no período de 28 de Setembro a 18 de Dezembro............ 
 
 
 
21 
 
Tabela 2 Frequência de exames acompanhados no setor de diagnóstico por 
imagem do hospital veterinário da Universidade Estadual Paulista 
(UNESP) e Centro Integrado de Cirurgia Animal (CICAN), no 
período de 28 de Setembro a 18 de Dezembro............................... 
 
 
 
22 
 
Tabela 3 Frequência da técnica de radiografia no setor de diagnóstico por 
imagem do hospital veterinário da Universidade Estadual Paulista 
(UNESP) e Centro Integrado de Cirurgia Animal (CICAN), no 
período de 28 de Setembro a 18 de Dezembro................................ 
 
 
 
22 
 
Tabela 4 Frequência de exames realizados de acordo com a região 
radiografada, no setor de diagnóstico por imagem do hospital 
veterinário da Universidade Estadual Paulista (UNESP) e Centro 
Integrado de Cirurgia Animal (CICAN), no período de 28 de 
Setembro a 18 de Dezembro............................................................. 
 
 
 
 
 
 
22 
Tabela 5 Frequência de exames realizados de acordo com a 
ultrassonografia, no setor de diagnóstico por imagem do hospital 
veterinário da Universidade Estadual Paulista (UNESP), no 
período de 28 de Setembro a 06 de Novembro................................ 
 
 
 
 
23 
Tabela 6 Frequência de suspeitas para os exames de ultrassonografia 
abdominal, no setor de diagnóstico por imagem do hospital 
veterinário da Universidade Estadual Paulista (UNESP), no 
período de 28 de Setembro a 06 de Novembro................................ 
 
 
 
23 
 
 
 
 
 
 
LISTA DE SIGLAS 
 
3D (Tridimensional) 
 
4D (Bidimensional) 
 
Bpm (Batimento por minuto) 
 
CC (Comprimento corporal) 
 
CICAN (Centro Integrado de Cirurgia Animal) 
 
Cm (Centímetro) 
 
DBG (Diâmetro da bolsa gestacional) 
 
DC (Diâmetro cefálico) 
 
DT (Diâmetro torácico) 
 
DCCRA (Departamento de Ciências, Cirurgia e Reprodução Animal) 
 
FMVA (Faculdade de Medicina Veterinária de Araçatuba) 
 
IG (Idade Gestacional) 
 
Kg (Quilograma) 
 
LH (Hormônio Luteizinante) 
 
kVp (Kilovolts-peak ou kilovoltagem) 
 
mA (Miliamperes) 
 
MHz (Mega-hertz) 
 
Mpm (Movimento por minuto) 
 
PR (Paraná) 
 
MSc (Mestre) 
 
RG (Registro) 
 
RM (Ressonância Magnética) 
 
S (segundos) 
 
SP (São Paulo) 
 
UENP (Universidade do Norte do Paraná) 
 
UNESP (Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho”) 
 
TC (Tomografia Computadorizada) 
 
UTI (Unidade de Tratamento Intensivo) 
 SUMÁRIO 
 
1 INTRODUÇÃO............................................................................................. 11 
2 DESCRIÇÃO DO LOCAL DE ESTÁGIO ..................................................... 11 
2.1 Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita F ilho” (UNESP) - 
Campus de Araçatuba ............................................................................... 
 
12 
2.2 Centro Integrado de Cirurgia Animal – CICAN ........................................ 15 
3 ATIVIDADES DESENVOLVIDAS ................................................................ 17 
3.1 Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita F ilho” (UNESP) - 
Campus de Araçatuba ............................................................................... 
 
17 
3.2 Centro Integrado de Cirurgia Animal – CICAN ........................................ 20 
4 TABELAS DOS CASOS ACOMPANHADOS ............................................. 21 
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS SOBRE O ESTÁGIO CURRICULAR ............. 24 
6 REVISÃO DE LITERATURA: ASPECTOS ULTRASSONOGRÁFICOS 
NO DIAGNÓSTICO GESTACIONAL EM CADELAS .................................. 
 
25 
6.1 Introdução ................................................................................................... 25 
6.2 Gestação ..................................................................................................... 26 
6.3 Conceitos básicos da ultrassonografia ................................................... 28 
6.4 Preparo do paciente e técnica de varredura ........................................... 29 
6.5 Terminologia de descrição ........................................................................ 30 
6.6 Modos de exibição ..................................................................................... 31 
6.7 Ultrassonografia em 3D ............................................................................. 32 
6.8 Efeito Doppler ............................................................................................. 33 
6.9 Vantagens e Desvantagens do ultrassom ............................................... 34 
6.10 Sistema reprodutor feminino .................................................................... 35 
6.11 Diagnóstico de gestação e desenvolvimento fetal ................................. 37 
7 RELATO DE CASO ..................................................................................... 41 
8 DISCUSSÃO................................................................................................ 48 
9 CONSIDERAÇÕES FINAIS ......................................................................... 53 
 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ............................................................ 55 
11 
 
 
RELATÓRIO DE ESTÁGIO CURRICULAR SUPERVISIONADO NA Á REA DE 
DIAGNÓSTICO POR IMAGEM 
1 INTRODUÇÃO 
 
O presente relatório descreve as atividades acompanhadas durante 
o estágio curricular obrigatório, realizadas no 10º Semestre do curso de Medicina 
Veterinária pela acadêmica Amanda Pareja, discente da Universidade Estadual do 
Norte do Paraná (UENP) – Campus Luiz Meneghel, situado no município de 
Bandeirantes – PR, sob a orientação da Professora Drª Francielle Gibson da Silva 
Zacarias. 
O estágio curricular supervisionado foi realizado na área de 
diagnóstico. A primeira parte iniciou-se na Universidade Estadual Paulista “Julio 
Mesquita Filho” - UNESP, Campus de Araçatuba, no período de 28 de setembro de 
2015 a 06 de novembro de 2015. Neste local, o estágio foi realizado especificamente 
no setor de Radiologia e Ultrassonografia sob a supervisão da Professora Drª 
Luciana Del Rio Pinoti. A carga horária ao final deste estágio foi de 240 horas. 
A segunda parte do estágio iniciou-se no Centro Integrado de 
Cirurgia Animal - CICAN, localizado em Londrina-PR, no período de 09 de novembro 
de 2015 a 18 de dezembro de 2015. Neste local, o estágio foi realizado na área de 
Diagnóstico por Imagem, com foco especificamente no setor de Radiologia, sob a 
supervisão do Médico Veterinário MSc Rodrigo dos Reis Oliveira. A carga horária ao 
final deste estágio foi de 240 horas. 
2 DESCRIÇÃO DO LOCAL DE ESTÁGIO 
 
 Os locais de estágio são parte de uma escolha muito importante, 
onde será possível o contato direto com a área de escolha bem como com a rotina 
profissional. 
 
 
12 
 
 
2.1 Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesqui ta Filho” (UNESP) – 
Campus de Araçatuba 
 
O Hospital Veterinário “Luiz Quintiliano de Oliveira” da UniversidadeEstadual Paulista - UNESP, campus de Araçatuba, localiza-se à Rua Clóvis 
Pestana, número 793, no bairro Dona Amélia, na cidade de Araçatuba - São Paulo. 
O atendimento era realizado de segunda a sexta feira das oito horas 
ás doze horas, e das quatorze ás dezoito horas e aos finais de semana e feriados o 
hospital funcionava em regime de plantão das oito horas ás dezoito horas, 
recebendo apenas casos emergenciais. 
A estrutura do hospital veterinário consistia em um corredor central 
com uma sala para recepção e atendimento onde os pacientes eram cadastrados e 
encaminhados para o setor de triagem ou emergência. 
As últimas salas do corredor eram destinadas as especialidades 
diagnósticas, contando com um laboratório para patologia clínica e geral, onde eram 
realizados hemogramas, exames bioquímicos, citológicos, e histopatológicos. A 
última sala era para o uso do setor de diagnóstico por imagem, nela se encontravam 
dois aparelhos de ultrassonografia, em que um dos aparelhos era instalado numa 
sala fora do hospital, e o outro aparelho de ultrassom dentro do hospital para 
atendimento dos casos emergenciais, compartilhando o aparelho com o setor da 
cardiologia. Possuía também uma sala com o aparelho de radiografia, e nas suas 
dependências uma sala para o armazenamento de laudos e exames. 
 O setor de diagnóstico por imagem oferecia serviços de radiologia e 
ultrassonografia, de animais domésticos e silvestres atendidos na rotina do Hospital 
Veterinário Luiz Quintiliano de Oliveira ou também de animais encaminhados pelos 
Médicos Veterinários de Araçatuba e região. Era equipado com uma unidade 
radiológica fixa da marca CRX1 modelo SHF 730® (Figura 1) com capacidade para 
500 miliamperes (mA) e 150 quilovoltagem (kVp), com tempo de exposição de 0,05 
a 5 segundos (s) e equipado com grade antidifusora Potter-Buckye. Também 
possuia uma processadora automática de revelação digital do sistema CR 
DIRECTVIEW CLASSIC® da marca Carestream (Figura 2), com impressão a laser 
DRYVIEW 6850 Laser Imager® da marca Carestream, além de dispor de um 
profissional especializado na área de radiodiagnóstico. 
13 
 
 
Dentro da Universidade o setor de diagnóstico realizava exames 
radiográficos simples dos diversos sistemas orgânicos e oferecia técnicas 
radiográficas contrastadas (somente com a monitoração da professora responsável 
pelo setor). Continha um aparelho de ultrassom moderno Mylab 70 VET XVision - 
Esaote®, (Figura 3) para os diferentes diagnósticos. 
 
Figura 1 Unidade radiológica fixa da marca CRX1 modelo SHF 730® 
 
 Fonte: Pareja (2015). 
 
14 
 
 
Figura 2 Processadora automática de revelação digital do sistema CR DIRECTVIEW 
CLASSIC® da marca Carestream 
 
 Fonte: Pareja (2015). 
Figura 3 Sala com ultrassom moderno Mylab 70 VET XVision - Esaote® 
 
 Fonte: Pareja (2015). 
15 
 
 
 
Para a realização dos exames, cada médico veterinário agendava 
previamente o horário e as datas em que seriam realizadas as radiografias ou 
ultrassonografias, e no dia destes exames preenchiam uma requisição do paciente, 
e por meio destas fichas era possível organizar as ordens em que seriam realizados 
os exames. 
Foi observado que a maioria dos exames ultrassonográficos eram 
feitos para pesquisas de metástases encaminhados pelo setor de clínica médica, e 
os exames referentes aos acompanhamentos gestacionais, avaliação uterina e 
suspeitas de patologias do sistema reprodutor feminino encaminhados pelo setor de 
reprodução animal. Já os exames radiográficos na maioria das vezes eram 
solicitados pelo setor de clínica cirúrgica, para avaliação de fraturas e pesquisa de 
metástases, com o intuito de ser feito uma análise pré-cirúrgica, bem como uma 
avaliação do pós operatório. 
O setor de diagnóstico por imagem era composto por três 
residentes, sendo eles as Médicas Veterinárias Stefani Íris de Souza Ferreira e 
Beatriz Piva Vicentini e o Médico Veterinário Bruno Ribas Vieira, por um técnico em 
Radiologia, cargo ocupado pelo profissional Rafael Luiz Lima de Castro e pela 
docente supervisora Drª Luciana Del Rio Pinoti. 
2.2 Centro Integrado de Cirurgia Animal - CICAN 
 
O Centro Integrado de Cirurgia Animal (CICAN) localiza-se á 
Avenida Maringá número 1.966, no bairro Vitória na cidade de Londrina, Paraná. A 
clínica foi fundada em 2002 e a partir desta data tem se atendido pacientes da 
cidade e região nas especialidades clínicas e cirúrgicas, e diagnósticos radiográficos 
de cães e gatos. 
O Centro Integrado de Cirurgia Animal realizava os atendimentos de 
segunda a sexta-feira das oito às dezoito horas e aos sábados das oito ao meio dia, 
sendo o restante do final de semana realizado em regime de plantão, em que por 
meio de um telefone móvel o plantonista ficava à disposição para consultas e 
cirurgias de caráter emergencial. 
A estrutura física do CICAN consistia em uma residência principal 
que se constituía de recepção, sala de espera contendo balança, dois ambulatórios 
16 
 
 
(sendo um para cada veterinário da clínica), sala de radiografia com escritório para 
emissão de laudos, uma sala para banho e tosa de cães e gatos, e ao lado um 
banheiro. Também uma sala de paramentação, esterilização e armazenamento de 
materiais, um centro cirúrgico com aparelho de anestesia inalatória, sala de 
internamento, fluidoterapia e curativos. Em seu exterior dois canis externos e uma 
edícula, constituída de sala, cozinha, banheiro, lavanderia e despensa que era 
utilizado pelos veterinários, funcionários e estagiários. 
No setor de diagnóstico por imagem do Centro Integrado de Cirurgia 
Animal eram oferecidos serviços de radiologia para cães e gatos atendidos na rotina 
da clínica ou também dos pacientes encaminhados por outros profissionais que não 
possuíam desta técnica em seus estabelecimentos. Era equipado com uma unidade 
radiológica fixa da marca LIMEX/EMIC modelo MKT-100® (Figura 4), com 
capacidade para 100 miliamperes (mA) e 100 quilovoltagem (kVp), com tempo de 
exposição de 0,05 a 4 segundos (s) . 
 
Figura 4 Unidade radiológica LIMEX/EMIC modelo MKT-100® 
 
 Fonte: Pareja (2015). 
 
17 
 
 
A impressão dos filmes radiográficos era por meio do método 
convencional de revelação manual pela técnica de câmara escura, que se alocava 
numa sala ao lado do aparelho de raio-x, contendo uma área de bancada seca que 
servia para descarregar e carregar os chassis e para guardar os filmes, e uma área 
de bancada úmida que servia para o processamento e a secagem dos filmes. Dentro 
da câmara escura possuía uma luz de segurança com o objetivo de promover uma 
quantidade suficiente de luz sem danificar o filme, já que a câmara em si era 
protegida da luz branca. 
Realizavam-se exames radiográficos simples dos diversos sistemas 
orgânicos e oferecia técnicas radiográficas contrastadas, suportando animais com 
menos de 10 quilos (kg). Para que os exames radiográficos fossem realizados, o 
Médico Veterinário agendava previamente o horário e as datas para que fossem 
realizados os exames, junto com o agendamento o proprietário recebia uma ficha 
com as instruções necessárias para jejum e termos de aceitação dos procedimentos, 
uma vez que, o paciente era submetido a anestesia e em alguns casos o risco de 
vida era considerado. 
Notou-se que a maioria dos exames radiográficos solicitados eram 
para avaliação da coluna vertebral, avaliação cardíaca, pesquisa de metástase, 
luxação e ruptura de ligamentos. 
Compunham o Centro Integrado de Cirurgia Animal dois médicos 
veterinários, sendo eles a Médica Veterinária Juliana Oliveira Gomes e o Médico 
Veterinário supervisor MSc Rodrigo dos Reis Oliveira. 
3 ATIVIDADES DESENVOLVIDAS 
 
 Competia ao estagiário o auxilio em todas as atividades realizadas 
na área do estágio, desde as situações mais simples como preenchimentos de 
fichas, até as mais complexas como técnicas de posicionamentos radiográficos.3.1 Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesqui ta Filho” (UNESP) – 
Campus de Araçatuba 
 
No setor de diagnóstico por imagem, o estagiário tinha livre acesso 
as áreas de ultrassonografia e radiografia. Sendo o número de casos realizados na 
18 
 
 
radiologia maior comparado ao número de ultrassonografias, e considerando que o 
paciente que era encaminhado ao ultrassom requeria um tempo maior durante o 
exame, o acompanhamento de todos os casos que chegavam ao setor não era 
possível, devido aos atendimentos concomitantes. 
A rotina do setor era de responsabilidade dos residentes, estes 
tinham autonomia para realização dos exames e emissão de laudos, cabendo ao 
estagiário auxiliar e acompanhar as etapas no decorrer dos exames. E quando 
necessário encaminhava para a supervisora os laudos externos com o intuito de 
colher assinatura. 
Competia ao estagiário a organização das pastas com os exames 
impressos de acordo com o tamanho do filme (pequeno, médio e grande), bem 
como a organização dos exames laudados de acordo com a numeração de registro 
em ordem crescente. Bem como a limpeza e desinfecção das mesas a cada novo 
paciente que entrava, recepcionando o proprietário até a sala referente ao exame e 
sempre que necessário realizava a tricotomia do animal. E ao final do exame 
liberava o proprietário e paciente, encaminhando-os a sala de espera ou ao médico 
veterinário responsável. 
O preenchimento do cadastro do paciente no livro controle também 
eram tarefas realizadas, nele eram colocados o número do registro (RG) do animal, 
o número do exame de radiografia ou ultrassonografia do presente ano, a região 
corpórea em que seria realizado o exame, a projeção utilizada para determinada 
região, a data do exame e o médico veterinário requisitante. 
Para os exames solicitados por clínicas externas eram anotados em 
outro livro os mesmos dados citados acima, para o controle interno. Também eram 
cadastrados (Figura 5) o paciente no computador para que os exames fossem 
arquivados no sistema do hospital veterinário, neste caso, os dados solicitados eram 
o nome do animal, a idade, a espécie, o sexo, a raça, e os números do RG e do 
exame radiográfico ou ultrassonográfico. 
 
19 
 
 
Figura 5 Cadastro em computador para o sistema de revelação a laser 
 
 Fonte: Pareja (2015). 
 
Os proprietários com seus animais eram recepcionados pelos 
estagiários, e sempre que possível a presença de dois acompanhantes para cada 
animal de pequeno porte, e mais de duas pessoas para os grandes animais eram 
solicitadas, com o intuito de conter o animal no momento do exame, já que os 
estagiários e residentes não podiam se submeter a radiação em todos os exames. 
Assim que os proprietários entravam na sala era de competência do 
estagiário auxiliar no vestimento dos coletes de chumbo e protetores de tireóide, que 
são equipamentos de proteção contra a radiação eletromagnética, exigidos em todos 
que participam diretamente dos procedimentos radiográficos. 
Os residentes em determinadas ocasiões permitiam realizar os 
posicionamentos do animais, preparar o disparo e disparar os raios x para fins de 
aprendizagem, sempre supervisionando cada etapa até o final do exame, e em 
alguns dias da semana no período da tarde o estagiário podia acompanhar um 
residente na elaboração dos laudos radiográficos. 
Em síntese o estagiário acompanhava e auxiliava em todos os 
procedimentos realizados no setor de imagem, sempre com a supervisão de um 
residente responsável pelo caso. 
20 
 
 
3.2 Centro Integrado de Cirurgia Animal - CICAN 
 
No setor de radiologia o estagiário contribuia para a contenção dos 
animais, revelação dos filmes e acompanhamento da emissão dos laudos. Cabia ao 
estagiário a limpeza e desinfecção das mesas a cada novo paciente. 
Nas técnicas contrastadas, quando era necessário anestesia geral, o 
estagiário se responsabilizava pelo disparo do raio x, cabendo ao Médico Veterinário 
responsável o posicionamento correto para as projeções necessárias, bem como a 
coleta de materiais para cada caso. 
No setor de cínica médica e clínica cirúrgica os estagiários 
auxiliavam na rotina dos atendimentos ambulatoriais e acompanhavam os 
procedimentos cirúrgicos, e tinham por responsabilidade monitorar os pacientes 
internados. No primeiro horário, os estagiários auxiliavam o Médico Veterinário 
responsável pelo internamento a realizar a prescrição médica diária dos animais 
internados, como manter os animais na fluidoterapia, além de se responsabilizar 
pela alimentação, reposição de água e limpeza das gaiolas e dos animais durante 
todo o expediente. Em alguns casos os estagiários acompanhavam os proprietários 
nas visitas aos animais internados. 
Após realizar suas tarefas no setor de internamento, os estagiários 
acompanham o preparo dos animais para cirurgia e da sala cirúrgica para os 
procedimentos agendados no período da manhã. Os procedimentos cirúrgicos no 
período da tarde ocorriam em casos emergenciais ou exceções. Foi auxiliado o pré-
operatório na indução do animal, a tricotomia adequada, a colocação de sonda 
traqueal para anestesia inalatória, e realizada a paramentação e anti-sepsia, 
monitoramento dos parâmetros do animal, com posterior limpeza dos instrumentais 
cirúrgicos, bem como na desinfecção do centro cirúrgico. Os estagiários 
acompanhavam todo o ato cirúrgico, auxiliando apenas quando necessário e 
monitorando os animais até a liberação para seus donos. 
Durante a consulta clínica, o estagiário acompanhava anamnese, 
exame físico, exames neurológicos, oftalmológicos e ortopédicos, administração de 
medicamentos, vacinação e prescrição médica. Além de exames complementares, 
como radiografias e citologia aspirativa com agulha fina. Também foi acompanhada 
e auxiliada a coleta de materiais para exames complementares como sangue, e 
raspado de pele. 
21 
 
 
Durante o atendimento clínico ambulatorial o estagiário observava as 
consultas e auxiliava na contenção dos animais para a realização dos exames 
físicos e coleta de materiais para exames laboratoriais. Nos atendimentos clínicos 
pelo Veterinário, o estagiário podia participar ativamente nas trocas de curativos, 
limpeza de feridas abertas, retirada de pontos e aplicações medicamentosas. 
4 TABELAS DOS CASOS ACOMPANHADOS 
 
Nas tabelas abaixo (Tabelas 1 a 6), estão organizadas as atividades 
desenvolvidas durante o estágio curricular supervisionado, realizado no período de 
28 de setembro a 18 de dezembro. 
 
Tabela 1 Frequência de diferentes espécies de animais atendidos no setor de 
diagnóstico por imagem do hospital veterinário da Universidade Estadual 
Paulista (UNESP) e Centro Integrado de Cirurgia Animal (CICAN), no 
período de 28 de Setembro a 18 de Dezembro 
 
ESPÉCIES UNESP CICAN 
 Nº % Nº % 
CANINO 171 78,44% 17 89,47% 
FELINO 35 16,05% 2 10,52% 
EQUINO 4 1,83% 0 0% 
BOVINO 2 0,91% 0 0% 
OUTROS 6 2,75% 0 0% 
TOTAL 218 100% 19 100% 
 
22 
 
 
Tabela 2 Frequência de exames acompanhados no setor de diagnóstico por imagem 
do hospital veterinário da Universidade Estadual Paulista (UNESP) e 
Centro Integrado de Cirurgia Animal (CICAN), no período de 28 de 
Setembro a 18 de Dezembro 
 
EXAMES REALIZADOS UNESP CICAN 
 Nº % Nº % 
ULTRASSONOGRAFIA 72 33,03% 0 0% 
RADIOGRAFIA 146 66,97% 19 100% 
TOTAL 218 100% 19 100% 
 
Tabela 3 Frequência da técnica de radiografia no setor de diagnóstico por imagem 
do hospital veterinário da Universidade Estadual Paulista (UNESP) e 
Centro Integrado de Cirurgia Animal (CICAN), no período de 28 de 
Setembro a 18 de Dezembro 
TÉCNICA RADIOGRÁFICA UNESP CICAN 
 Nº % Nº % 
RADIOGRAFIA SIMPLES 140 95,90% 13 68,43 % 
RADIOGRAFIA CONTRASTADA* 6 4,10 % 6 31,57 % 
TOTAL 146 100% 19 100% 
*Mielografia; Epidurografia; Trânsito Gastrointestinal; Cistografia; Gastrografia; Sialografia. 
 
Tabela 4 Frequência de exames realizados de acordocom a região radiografada, 
no setor de diagnóstico por imagem do hospital veterinário da 
Universidade Estadual Paulista (UNESP) e Centro Integrado de Cirurgia 
Animal (CICAN), no período de 28 de Setembro a 18 de Dezembro 
 
REGIÃO RADIOGRAFADA UNESP CICAN 
 Nº % Nº % 
CRÂNIO 6 4,10% 0 0% 
TÓRAX 51 34,93% 6 31,57% 
ABDOME 19 13,01% 2 10,52% 
MEMBROS TORÁCICOS 19 13,01% 1 5,26% 
MEMBROS PÉLVICOS 31 21,23% 5 26,31% 
COLUNA VERTEBRAL 16 10,95% 5 26,31% 
CAVIDADE CELOMÁTICA 4 2,73% 0 0% 
TOTAL 146 100% 19 100% 
23 
 
 
Tabela 5 Frequência de exames realizados de acordo com a ultrassonografia, no 
setor de diagnóstico por imagem do hospital veterinário da Universidade 
Estadual Paulista (UNESP), no período de 28 de Setembro a 06 de 
Novembro 
 
ULTRASSONOGRAFIA UNESP 
 Nº % 
ABDOMINAL 69 95,83% 
ARTICULAR 1 1,38% 
OCULAR 2 2,77% 
TOTAL 72 100% 
 
 
Tabela 6 Frequência de suspeitas para os exames de ultrassonografia abdominal, 
no setor de diagnóstico por imagem do hospital veterinário da 
Universidade Estadual Paulista (UNESP), no período de 28 de Setembro 
a 06 de Novembro 
 
ULTRASSONOGRAFIA UNESP 
 Nº % 
PESQUISA DE METÁSTASE 20 28,98 % 
ACOMPANHAMENTO GESTACIONAL 11 15,94 % 
PIOMETRA 8 11,6 % 
HEPATOPATIA 6 8,69 % 
CÁLCULO VESICAL 4 5,79 % 
MORTE FETAL 4 5,79 % 
CORPO ESTRANHO GÁSTRICO 3 4,34 % 
CISTITE 3 4,34 % 
HIPERADRENOCORTICISMO 3 4,34 % 
GASTRITE 2 2,89 % 
AVALIAÇÃO DO SISTEMA URINÁRIO 2 2,89 % 
AVALIAÇÃO UTERINA 2 2,89 % 
GASTROENTERITE 1 1,44 % 
TOTAL 69 100% 
 
 
24 
 
 
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS SOBRE O ESTÁGIO CURRICULAR 
 
No primeiro local de estágio a rotina de exames de imagem 
realizados em grandes animais e silvestres foi inferior aos exames realizados em 
pequenos animais, porém mostrou-se importante como diagnóstico complementar. 
Já no segundo local de estágio, as radiografias foram essenciais como exames 
complementares nas cirurgias ortopédicas, por fornecerem informações relevantes 
quanto á localização, aspectos e a extensão das lesões, contribuindo com a 
correção cirúrgica. 
Notou-se no decorrer do estágio, a diferença entre uma instituição 
pública (UNESP) e uma empresa particular (CICAN). 
Na instituição pública a didática dos professores para ensinar os 
estagiários estava presente em todos os momentos e procedimentos, os casos eram 
discutidos e os residentes e o próprio estagiário tinham maior autonomia para 
resolvê-los. Quanto aos clientes, percebeu-se grande diferença no quesito 
financeiro, prevalecendo os de menor poder aquisitivo, onde muitas vezes, por falta 
de dinheiro, o proprietário optava por realizar somente um dos exames de imagem, 
prejudicando o diagnóstico final. 
Na empresa particular o estagiário acompanhava os casos, não 
possuindo autonomia para decisões rápidas. Contudo, aprendia maneiras de como 
abordar os clientes, para criar vínculos com os proprietários, para que estes sejam 
fiéis e se sintam satisfeitos com os serviços prestados pela clínica, com isso foi 
possível um grande aproveitamento nas relações interpessoais. 
Portanto nos dois locais de estágio, foi possível o aprimoramento 
dos conhecimentos na área de diagnóstico por imagem, e foi essencial para 
experiência com a rotina profissional, criando oportunidades de expor o próprio 
trabalho e através dele criar contatos profissionais. 
 
25 
 
 
6 REVISÃO DE LITERATURA: ASPECTOS ULTRASSONOGRÁFICO S NO 
DIAGNÓSTICO GESTACIONAL EM CADELAS 
 
6.1 Introdução 
 
No país a ultrassonografia na medicina veterinária começou de 
forma reservada, porém desafiadora em alguns lugares do Brasil, onde 
primeiramente foi aplicada com finalidades obstétricas em grandes animais visando 
o interesse econômico e posteriormente aplicado nos animais de companhia com 
diferentes finalidades possibilitando o reconhecimento dos órgãos seja em número, 
posição, formas, contornos, arquitetura, dimensões e ecotextura (SEOANE, GARCIA 
e FROES, 2011; CARVALHO, 2004). 
Os grandes avanços tecnológicos na modalidade em diagnóstico por 
imagem na Medicina Veterinária resultou na sofisticação dos aparelhos de 
ultrassonografia e como consequência em aprimoramentos nos processamentos das 
imagens, e juntamente com a habilidade do examinador de interpretação se torna 
peça fundamental para os diagnósticos veterinários. Os custos dos equipamentos 
diminuíram relativamente tornando-se uma opção viável para muitas práticas 
veterinárias em pequenos animais, e os proprietários estão cada vez mais bem 
informados e conscientes de que os exames ultrassonográficos são procedimentos 
seguros e confiáveis (THRALL, 2010; BABA, 2010; MANNION, 2006). 
Indica-se o uso da ultrassonografia aplicada ao sistema reprodutor 
feminino de cadelas, para diagnóstico e acompanhamento gestacional, aumento de 
volume abdominal, secreções vaginais ou qualquer sinal clínico que seja sugestivo 
de desregulação hormonal, na observação dos eventos normais (ovulação), assim 
como condições patológicas (cistos ovarianos e piometra) bem como tumores 
abdominais principalmente em animais não castrados (PENNINCK e D’ANJOU, 
2011; DAVIDSON e BAKER, 2009). 
Diante da preocupação dos proprietários, e do atendimento 
freqüente de cadelas prenhes pelos clínicos veterinários, o diagnóstico da gestação 
normal ou patológica se tornou importante. Com isso, o estudo e conhecimento 
nesta área e espécie se tornaram indispensável (LUZ et al, 2005). 
A utilização da ultrassonografia é 94% confiável como método para 
detectar a gestação. Por meio dela também é possível avaliar a viabilidade e 
26 
 
 
desenvolvimento fetal, presumir as datas de parição e a idade do feto, e fazer a 
contagem estimada dos números de fetos. Esse procedimento é seguro para a 
constatação da gestação em cadelas, porém devido à dificuldade dos proprietários 
em relatar as datas de cruzamentos entre os animais e por não haver uma maneira 
prática de monitorar o pico de hormônio luteinizante, o diagnóstico precoce nem 
sempre é realizado nos primeiros dias (ALLEN, 1995; NYLAND e MATTON, 2004). 
Para que haja um acompanhamento gestacional, é necessário ter 
em mente a duração completa de uma gestação normal. Com isso Allen (1995) 
considera que a duração da gestação saudável varia de 58 a 72 dias para cadelas, 
Jackson (2005) calcula em média 63 dias para o período gestacional. Teixeira et al 
(2009) descrevem como tempo médio de 62 dias. Em Castro (2006) o tempo médio 
para uma gestação é de 61 dias, mas alega que pode variar de 57 a 65 dias. Já 
Prestes (2006) considera 60 dias, enquanto Thrall (2010) e Penninck e D’anjou 
(2011) afirmam uma variação de 63 a 68 dias de gestação a termo. Também 
considera Ferrari (2009) o tempo médio de 58 a 60 dias. Devido a controvérsias a 
respeito da média de duração, Carvalho (2004) considera como média 64 dias. 
Considerando que o exame ultrassonográfico permite dentre o 17º 
ao 23º observar sinais compatíveis com gestação, torna-o tão importante para o 
diagnóstico precoce de gravidez. E tratando-se de exames de imagem para o 
acompanhamento gestacional a radiografia tem papel coadjuvante nesse processo 
já que por meio dela identifica-se a mineralização fetal por volta dos 30 a 45 dias 
depois da ovulação da cadela. Devido a radiografia ser usada tardiamente usa-se 
desta técnica somente para contagem dos fetos e para classificar os valores dos 
diâmetros pélvicos (PENNINCK e D’ANJOU, 2011; THRALL, 2010; PÁFARO, 2007). 
Este presente trabalho tem por objetivo descrever os aspectos 
ultrassonográficos de uma gestação a termo em fêmeas caninas no diagnóstico e 
acompanhamento gestacional, elucidando os princípios desta técnica e relatando um 
caso de gestação em uma cadela da raça Blue Heeler em dois períodos 
gestacionais. 
 
6.2 Gestação 
 
A gestação é considerada como um estado próprio em que as 
fêmeas se encontram, e para que ela ocorra um ou mais ovócitos devem ser 
27 
 
 
fecundados,e perdura até a eliminação no momento do parto deste concepto. E a 
cada ciclo estral, o útero vai se preparar para gestação e como conseqüência, para 
receber este embrião (PRESTES, 2006; HAFEZ, 2004). 
Segundo LUZ et al (2005) algumas particularidades devem ser 
salientadas no que diz respeito a fisiologia das cadelas, por isso ressaltam: 
 “O ciclo reprodutivo da cadela apresenta aspectos únicos 
quando comparado ao dos demais animais domésticos. 
Alguns aspectos particulares incluem a duração da 
receptividade sexual e do período fértil, a ovulação de 
ovócitos imaturos, a longa viabilidade dos ovócitos e dos 
espermatozóides, e as diferentes taxas de clivagem 
embrionária dependentes da maturação ovocitária no 
momento da fecundação. Uma característica importante 
da gestação da cadela é a manutenção das 
concentrações plasmáticas de progesterona ser 
exclusivamente de origem luteal, e serem os corpos 
lúteos dependentes da ação luteotrófica da prolactina, 
especialmente na segunda metade da gestação” (2005, 
p.142). 
 
A vida pré natal é dividida didaticamente por Prestes (2006) em três 
etapas, a primeira é o período de ovo que corresponde desde a fecundação até a 
formação do zigoto. A segunda etapa é o período de embrião que corresponde a 
organogênese, que é o período mais crítico para o desenvolvimento do animal já 
que podem ocorrer mortes embrionárias e anomalias. E a terceira etapa é 
caracterizada como período de feto onde ocorre o crescimento da placenta até o 
momento do parto. 
Allen (1995) propõe uma sequência para o desenvolvimento fetal. 
Inicia-se onde os óvulos são ovulados como oócitos primários, e 3 dias depois já se 
tem o oócito secundário que poderá ser fertilizado (por volta de 4 dias após a 
ovulação), a fertilização ocorre nas tubas. Com a formação do zigoto começam as 
clivagens, quando composto por cerca de 30 células poderá ser considerado 
blastocisto. A partir daí, serão originados as membranas fetais e embrião. 
O embrião cresce em tamanho e se arranjam ao longo dos cornos 
uterinos, e por volta dos 21 a 40 dias vão adquirido formato esférico. Por volta dos 
35 dias é possível visualizar várias vesículas, as quais vão se expandindo e o útero 
se torna uniformemente distendido. A partir daí o embrião já pode ser considerado 
feto, porque o processo de organogênese já esta completo, e a tendência é só 
aumentar o tamanho (ALLEN, 1995). 
28 
 
 
6.3 Conceitos básicos da ultrassonografia 
 
O ultrassom é uma onda sonora de alta frequência, que é emitida 
por um aparelho que age como transmissor e receptor, sendo o ser humano incapaz 
de ouvir essa onda. Ao examinar o paciente durante o ultrassom para algum 
diagnóstico, um pulso com ondas de ultrassom é emitido em direção ao interior dos 
tecidos. Essa onda sonora vai invadindo e atravessando os tecidos até obter uma 
superfície refletora, que retorna as ondas ao transmissor. O retorno que a onda 
percorre é chamado eco. Os ecos de retorno chegam até um computador, o qual 
capta os sinais retornados e os revelam em uma tela como a da televisão, 
assumindo uma imagem bidimensional (KEALY e MC ALLISTER, 2005). 
As ondas de ultrassom são geradas por uma agitação de cristais, 
pelo efeito piezelétrico (que é a capacidade da molécula de cristal em se movimentar 
ou vibrar transformando energia elétrica em sonora), essa agitação ocorre devido ao 
impulso elétrico que é transmitido aos cristais, com isso as ondas são geradas. Uns 
dos cristais utilizados são compostos de zirconato de chumbo, quartzo e cerâmicas. 
O equipamento onde o cristal é colocado é conhecido por transdutor ou sonda 
(KEALY e MC ALLISTER, 2005). 
Kevin Kealy e Hester McAllister descrevem que “o cristal age como 
emissor (1% do tempo), enviando ondas de ultrassom ao interior do corpo, e como 
um receptor (99% do tempo), recebendo ecos de retorno”. (KEALY e MC ALLISTER, 
2005, p.7). 
A aparência sonográfica dos tecidos esta relacionada com a 
composição (tecido conjuntivo, adiposo e mineralização), quanto maior for a 
quantidade dessa composição maior será a onda sonora que bate na superfície 
refletora e retorna ao transdutor. Tecidos densos como o osso refletem muito som, já 
os pouco densos, como o líquido não reflete nada, assim serão lançados no monitor 
imagens em diversos tons de cinza, como sombras, e caso o eco de retorno seja 
forte e intenso aparecerá um ponto na tela, mais brilhante (KEALY e MC ALLISTER, 
2005; ALLEN,1995; CARVALHO, 2004). 
Os transdutores são as partes mais frágeis do equipamento de 
ultrassonografia e também uma das mais caras, com isso deve-se usar de forma 
delicada e prestimosa porque qualquer impacto ou movimentos bruscos pode 
danificar de forma irreversível os cristais, e estes são extremamente sensíveis. Os 
29 
 
 
transdutores são construídos com configurações mecânicas ou eletrônicas, o campo 
de imagem quando aparece em forma de cone é chamado de plano setorial, e 
quando o campo de imagem aparece em forma retangular é chamado de plano 
linear (HAN e HURD, 2007). 
O transdutor linear possui vários cristais dispostos de forma reta, 
adquirindo uma face fina e longa, quando usados em animais de pequeno porte, a 
imagem pode ser comprometida devido ao contato entre a face do transdutor e a 
pele do animal. Já o transdutor setorial possui vários cristais disposto em forma 
cônica, como a face deste transdutor é menor comparada ao linear se obtém melhor 
contato com a pele do animal (ALLEN, 1995). 
É importante ressaltar que o que vai contribuir com a qualidade da 
imagem formada no ultrassom, é a frequência deste transdutor. Essa freqüência que 
determinará a quantidade de detalhe, portando quanto maior for ela mais curto será 
o comprimento da onda e melhor será a resolução (HAN e HURD, 2007). 
Na maioria das vezes para a realização do ultrassom abdominal nas 
cadelas recomenda-se transdutores de 7,5 ou 10 mega-hertz (MHz) por fornecerem 
melhores detalhes para avaliação de estruturas menores, mas os transdutores de 5 
MHz são suficientes para observar o útero com conteúdo líquido, e estruturas fetais, 
bem como neoplasias abdominais (PENNINCK e D’ANJOU, 2011). 
 
6.4 Preparo do paciente e técnica de varredura 
 
Normalmente recomenda-se que o paciente fique em jejum de no 
mínimo 12 horas antes do exame de ultrassonografia abdominal, para diminuir a 
quantidade de gás e alimento no trato gastrointestinal, os quais dificultam a 
visualização da imagem. Preocupa-se também com o grau de distensão da bexiga 
instruindo aos proprietários que não deixem os seus animais urinarem, permitindo 
que a bexiga fique repleta, pois a espessura da parede da bexiga e as lesões no 
lúmen são avaliadas melhor quando a bexiga esta cheia (O´BRIEN e BARR, 2012). 
Os pêlos são outro fator importantíssimo na qualidade da imagem 
formada, pois mesmo quando estão molhados com álcool ou água, aprisionam 
pequenas bolhas de ar, o que diminui a qualidade da imagem pela formação de 
artefatos. Portanto a tricotomia costuma ser necessária, e deve ser feita o mais perto 
possível da pele para que se atinja a melhor qualidade da imagem. A tricotomia deve 
30 
 
 
se estender do rebordo costal ao púbis, e para facilitar o deslizamento da probe e 
melhorar o contato com a superfície corporal, o gel condutor deve ser aplicado a 
pele garantindo o bom contato entre o transdutor e o animal (O´BRIEN e BARR, 
2012). 
O animal deve ser colocado sempre que possível em decúbito dorsal 
posicionado do lado direito do examinador, com sua região cefálica paralelamente 
ao aparelho e a região caudal próxima ao braço direito do examinador (CARVALHO, 
2004). 
Segundo O´brien e Barr (2012) a seqüência proposta para uma 
avaliação sistemática varia de cada operador, mas deve ser o mais preciso durante 
o exame ultrassonográfico, lembrando de manter sempre a mesma ordem de 
avaliação e cada órgão deve ser estudado por inteiro. Na maioria dosprotocolos o 
ínicio ocorre cranialmente e percorrem o abdome, mas qualquer protocolo é 
aceitável, desde que seja uma varredura completa. 
A avaliação abdominal pode ser realizada de acordo com a seguinte 
seqüência: Fígado, Rim direito, Adrenal direita, Linfonodos hepáticos, Pâncreas, 
Intestino, Ovário e corno uterino direito, Baço, Rim esquerdo, Adrenal esquerda, 
Pâncreas, Ovário e corno uterino esquerdo, Bexiga, Uretra (O´BRIEN e BARR, 
2012). 
 
6.5 Terminologia de descrição 
 
A ecogenicidade é o termo utilizado para descrever a interação dos 
tecidos com o som, que é definida na tela por níveis de cinza. Os níveis de cinza são 
determinados pelo brilho emitido na tela e pela concentração de pontos, lembrando 
que cada eco de retorno apresenta-se como ponto na tela (O´BRIEN e BARR, 
2012). 
Os tecidos sofrem variações em sua ecogenicidade, pois refletem 
parte do feixe ultrassonográfico. Os ossos que são compostos por minerais causam 
completa reflexão, assim como o ar, causando artefatos de imagem (O´BRIEN e 
BARR, 2012). 
Anecogênico ou anecóico refere-se a maioria dos fluidos, as 
estruturas com essa ecogenicidade aparecerão na tela com coloração escura, 
31 
 
 
devido a completa transmissão do som e ausência dos ecos ou também chamados 
de reflexos do feixe ultrassonográfico (CARVALHO, 2004). 
Quando comparadas a ecogenicidade entre os órgãos, seja a 
relação entre o mesmo órgão e seu aspecto natural, ou entre dois órgãos, ou 
estruturas diferentes usam-se termos como hipoecogênico, isoecogênico e 
hiperecogênico (O´BRIEN e BARR, 2012). 
Em síntese, Carvalho (2004, p.26) descreve a ecogenicidade como 
 
Hiperecogênico se refere ás estruturas que interagem 
com o som refletindo intensamente e produzindo ecos 
brilhantes na tela em cor branca, como as interfaces 
acústicas entre órgãos, o osso, gás, cálculos, tecido 
conjuntivo e mineralizados. 
Hipoecogênico se refere ás estruturas que interagem com 
o som produzindo ecos esparsos, que são encontrados 
em diversos tipos tissulares como o linfonodo, útero, 
ovários e adrenais. 
Anecóico expressa a ausência completa de ecos ou a 
completa transmissão do som, as estruturas com essa 
ecogenicidade aparecem na tela com coloração escura, 
como por exemplo a vesícula biliar repleta, e a bexiga. 
 
A ecotextura é definida pelo padrão homogêneo e heterogêneo em 
que uma determinada estrutura é visualizada. Quando os ecos retornam de forma 
regular é possível a formação de uma imagem homogênea, como normalmente o 
baço aparece. Já quando os ecos retornam de forma irregular, remete a uma 
arquitetura celular imperfeita, como no caso de alguns tumores que são chamados 
de padrão heterogêneo. Mas em alguns casos órgãos saudáveis também 
apresentam aspecto textural diferente, por isso o caráter homogêneo do órgão deve 
predominar (CARVALHO, 2004). 
 
6.6 Modos de exibição 
 
Os três diferentes modos de exibição são: modo-A (modo 
amplitude), modo-B (modo de brilho) e modo-M (modo de movimentação). 
O primeiro modo, não é usado para mostrar movimentações dos 
tecidos, ele é considerado a primeira forma de ultrassom, sendo o mais simples, e 
não requer um programa de computador sofisticado. Neste modo os ecos de retorno 
aparecem como um gráfico de picos, em que o pico mais alto refere-se a maior 
intensidade de sons (HAN e HURD, 2007). 
32 
 
 
O modo-B é o mais utilizado nos diagnósticos ultrassonográficos 
devido a atualização continua da imagem, permitindo uma visão instantânea do que 
acontece no interior do animal, aparecendo uma imagem bidimensional. Neste modo 
o eco de retorno aparece na tela conforme a sua profundidade, como pontos na tela 
ou também chamado de pixels brilhantes (MANNION, 2006). 
O modo-M é aplicado nas ecocardiografias, onde a movimentação 
das válvulas e do coração em geral é observada, com isso os tamanhos das 
câmaras também podem ser mensuradas. Este modo basicamente demonstra uma 
parte fatiada de um órgão ao longo de um período de tempo, e por meio dos ecos 
projetados se formam linhas de base orientadas pelo tempo (HAN e HURD, 2007). 
 
6.7 Ultrassonografia em 3D 
 
A ultrassonografia tridimensional (3D) e Quadridimensional (4D) é 
um método já utilizado na medicina humana, no entanto a aplicação na medicina 
veterinária em animais gestantes não são relatadas na literatura devido aos 
elevados custos para realização deste exame, bem como as dificuldades em 
executar todos os procedimentos adequados para que os dados das imagens sejam 
processados corretamente (HILDEBRAND et al, 2009). 
As informações adquiridas por meio da tecnologia 3D e 4D indicam o 
estado da gravidez, avaliam a integridade embrionária e fetal, e permitem a previsão 
de nascimentos, gerando maior confiança no diagnóstico gestacional (HILDEBRAND 
et al, 2009). 
Esse método fornece uma imagem complexa, que permite a 
visualização completa do útero gravídico e de suas estruturas. Por meio de 
sucessivas fotografias em 2D, uma imagem 3D é formada e com o conjunto de 
dados gerados instantaneamente a situação do órgão é apresentada e os processos 
dinâmicos do órgão podem ser visualizados. Porém nos pequenos animais artefatos 
gerados pela movimentação do corpo por meio da respiração podem levar a uma má 
qualidade da imagem e ser um problema durante o exame (HILDEBRAND et al, 
2009). 
Esta é uma ferramenta adicional para análise estrutural detalhada do 
desenvolvimento de uma gestação em cadelas e os artefatos de movimentos podem 
ser superados com o ajuste das técnicas, com isso, os acontecimentos no útero da 
33 
 
 
fêmea gestante podem ser estudados e os médicos veterinários utilizarem 
plenamente esta nova tecnologia (HILDEBRAND et al, 2009). 
 
6.8 Efeito Doppler 
 
A arquitetura vascular e os aspectos hemodinâmicos da gestante, 
podem ser vistos em tempo real por meio deste método que fornece importantes 
informações registradas do movimento do sangue no sistema cardiovascular. A 
definição encontrada por Carvalho é “o princípio físico no qual se verifica a alteração 
da frequência de ondas sonoras refletidas quando o objeto refletor se move em 
relação a uma fonte de onda sonora” (Carvalho et al, p.872). 
Esta técnica pode ser usada para determinar se há um fluxo 
sanguíneo, em que direção o fluxo está, a sua velocidade e turbulência. Se o sentido 
do fluxo sanguíneo for em direção ao transdutor, o eco de retorno terá uma 
freqüência mais alta, podendo ser considerada positiva, geralmente quando usado o 
modo colorido aparecerá em vermelho. Se o sentido do fluxo sanguíneo se der em 
direção contrária ao transdutor a freqüência refletida é mais baixa do que aquela que 
foi transmitida, podendo ser considerada negativa, e aparecerá em azul quando 
usado o modo colorido (CARVALHO et al, 2008). 
O doppler contínuo é usado para auscultar os batimentos cardíacos 
fetais e avaliar o fluxo sanguíneo nos vasos periféricos, porem não diferencia as 
profundidades. Neste caso o transdutor possui um cristal para emissão da onda, e 
outro para recebê-las, mas ambas trabalham de forma continua. Também permite 
uma análise quantitativa e qualitativa, conhecendo as freqüências e velocidades em 
que o fluxo sanguíneo aparece (MURTA et al, 2002). 
O doppler pulsátil permite a localização com precisão da região 
mensurada, os contrário do que ocorre com o doppler contínuo. Combinando o ultra-
som convencional mais a unidade Doppler, pode ser feito junto com a técnica de 
pulsátil o Doppler dúplex que facilita analisar o fluxo vascular, já que o vaso pode ser 
identificado por sua ecogenicidade e é selecionado, sem depender de sua 
profundidade, isso pode ser feito facilmente por meio de uma janela localizada no 
vaso desejado (MURTA et al, 2002). 
É vantajoso o uso por excluir sinais das estruturas fora do volume 
amostral, porém o doppler pulsado está contido a uma capacidade máxima de 
34 
 
 
velocidade, ou seja,no limite de Nyquist (que corresponde à freqüência máxima a 
partir da qual a freqüência Doppler não é mensurável). Se a velocidade do fluxo 
sanguíneo é alta, o efeito Doppler não é avaliado com rigor e qualquer freqüência 
que passe desse limite é expresso com polaridade inversa chamado de “aliasing”, 
sendo representado no lado oposto da linha de base na análise espectral, e no 
Doppler em cores, pela cor oposta (MURTA et al, 2002). 
O doppler colorido permite mapeamento em cores dos vasos 
sanguíneos de uma determinada região, isso torna possível identificar pequenos 
vasos em que por meio da escala de cinza passam despercebidos, como acontece 
no início da gestação com as diminutas distâncias entre os vasos fetais. A 
codificação da freqüência do fluxo é transmitida em duas cores (vermelho para as 
correntes que se aproximam da sonda e azul para as que se afastam). As variações 
de tonalidade aparecem em áreas de turbulência, e é representada por cores mais 
claras (amarelo e verde), e quando a velocidade é maior a tonalidade torna-se mais 
clara (MURTA et al, 2002). 
Quando comparada a medicina humana, o uso do ultrassom doppler 
ainda tem muito a ser desenvolvido na medicina veterinária, mas considera-se 
promissora a atuação deste efeito nas técnicas voltadas aos pequenos animais, já 
que a área de reprodução em cães esta cada vez mais crescente, e este efeito 
permite maximizar a eficiência reprodutiva das cadelas, permitindo o 
acompanhamento da gestação e do desenvolvimento fetal (BLANCO, ARIAS e 
GOBELLO, 2008). 
Desta forma, o doppler pode ser amplamente utilizado para observar 
o sistema reprodutor feminino, dando suporte para pesquisa de anormalidades do 
feto e da placenta, distinguir fetos em hipóxia, avaliar doenças cardiovasculares, 
hematomas placentários, possibilitando a intervenção caso haja sofrimento fetal. 
(BLANCO, ARIAS e GOBELLO, 2008). 
 
6.9 Vantagens e desvantagens do ultrassom 
 
O uso da ultrassonografia é considerada vantajosa por ser um 
método não invasivo, e ainda permitir uma avaliação das funções orgânicas de 
forma dinâmica, e na maioria dos casos não necessita de anestesia geral ou 
35 
 
 
sedações quando um procedimento de biopsia com agulha fina ou até mesmo 
colheitas de material para análises são requeridos (KEALY e MC ALLISTER, 2005). 
Podem ocorrer falsos positivos quando o ultrassonografista por erro 
confundir a vesícula urinária com o útero, mas é pouco provável que aconteça. Ou 
quando há um diagnóstico positivo, e ocorre absorção fetal, e no próximo exame 
notar a ausência dos mesmos. E no caso de falsos positivos quando o exame é feito 
muito precocemente ou por serem ninhadas pequenas e ficarem obscurecidas pelo 
gás do intestino (ALLEN, 1995). 
Os artefatos também são desvantagens que podem levar a uma 
interpretação errônea e não permitir um estudo real da estrutura esquelética, bem 
como a dificuldade em atribuir mudanças na textura do eco e na ecogenicidade em 
certas causas de alterações fisiológicas ou patológicas (KEALY e MC ALLISTER, 
2005). 
A superestimativa de números fetais também podem acontecer 
devido a reabsorções subseqüentes ou pela contagem do mesmo feto duas vezes e 
a subestimativa se torna mais provável quando nas ninhadas apresentarem número 
superior a quatro fetos (ALLEN, 1995). 
 
6.10 Sistema reprodutor feminino 
 
O sistema reprodutivo da cadela é composto por dois ovários, dois 
cornos uterinos, corpo do útero, cérvix e vagina. Os cornos uterinos localizam-se 
inteiramente dentro do abdome e o corpo do útero parte no abdome e parte intra 
pélvico. O útero esta relacionado dorsalmente com o cólon descendente e ureteres e 
ventralmente com a bexiga e intestino delgado (CARVALHO, 2004). 
Os ovários localizam-se caudolateralmente próximos a porção 
caudal do rim, esta localização é muito importante para guiar o médico veterinário 
durante o processo de varredura, já que os rins são facilmente identificáveis, e 
servem como ponto de referência para identificar as gônadas. Normalmente 
apresentam-se de forma oval medindo aproximadamente 2 centímetros de 
comprimento nas cadelas (PENNINCK e D’ANJOU, 2011). 
O útero não gravídico quando se encontra em sua normalidade não 
é visualizado na ultrassonografia sendo difícil de identificar em cadelas e de ser visto 
em gatas. O tamanho do útero é proporcional ao tamanho do animal, bem como da 
36 
 
 
fase do ciclo estral e se houve gestação num período anterior. Está localizado no 
abdome caudal, e aparecerá quando puder ser visto de forma tubular entre a bexiga 
e o cólon descendente, na porção ventral e dorsal respectivamente. Após identificar 
a cérvix a varredura continua sendo feita até a bifurcação dos cornos uterinos 
(PENNINCK e D’ANJOU, 2011). 
O corpo do útero é pequeno medindo em torno de 2 a 3 centímetros, 
e os cornos são bem longos e finos, e em média possuindo de 12 a 15 centímetros 
nas cadelas. Esse diâmetro é uniforme ao longo de sua extensão e os cornos se 
separam do corpo formando um “V” seguindo os lados de cada rim. Como a cérvix é 
mais fibrosa do que a vagina usa-se essa textura para demarcar os espaços, pois as 
delimitações entre o útero e a vagina não são visíveis (JARRETA, 2004; EVANS e 
LAHUNTA, 2013). 
Em sua normalidade o útero é observado na imagem 
ultrassonográfica como uma estrutura de ecotextura homogênea e hipoecogênica, e 
como o lúmem não é visibilizado este às vezes aparece como uma faixa fina 
ecogênica central se houver muco, caso esteja com fluido aparece anecogênico. O 
miométrio normalmente não pode ser diferenciado do endométrio (NYLAND e 
MATTON, 2004). 
Considera-se que o útero gravídico aumenta de tamanho, e com isso 
a topografia em que se encontra é alterada, portanto no terço médio da gestação e 
no terço final de gestação o útero estará no abdome caudoventral, e as alças 
intestinais podem sofrer deslocamento craniodorsal, dorsoventral do colon 
descendente e por fim comprimir a bexiga ventralmente (THRALL, 2010; KEALY e 
MC ALLISTER, 2005). 
Nas fases do ciclo estral em que as cadelas apresentam em proestro 
e no estro o diâmetro do útero aumenta e na imagem são vistos o desenvolvimento 
de linhas hiperecogênicas no centro quando feito por um corte transverso, no qual 
pode ser melhor visibilizado e o tamanho depende de diversos fatores, com também 
do estado fisiológico e da presença ou não de alguma doença do trato reprodutivo 
(KEALY e MC ALLISTER, 2005). 
 
37 
 
 
6.11 Diagnóstico de gestação e desenvolvimento feta l 
 
Segundo Baba (2010) os exames de imagem são os mais utilizados 
entre os pequenos animais, e juntamente aos exames clínicos e observações nas 
alterações comportamentais da fêmea, aumentam a precisão num diagnóstico 
gestacional precoce, permitindo um acompanhamento pré-natal deste animal. Ainda 
ressalta que: 
O período gestacional em cadelas possuí uma variação 
considerável devido a sua fisiologia reprodutiva e á 
algumas variáveis envolvidas. A duração da gestação é 
relativamente constante entre as cadelas se for 
considerado o dia do pico de LH, sendo este o dia zero 
(idade gestacional = 65 + ou – 1 dia), e bastante variável 
se forem consideradas as datas das cópulas (idade 
gestacional = 56 a 68 dias), devido a longa presença do 
espermatozóide no trato reprodutivo da cadela. (2010, 
p.15). 
 
A gestação pode ser precocemente diagnosticada através da 
imagem ultrassonográfica com um aumento do corno uterino a partir do 7º dia após 
a cobertura. Mas esse aumento dos cornos uterinos podem ser decorrentes de 
influência hormonal, pois cadelas prenha ou não prenhas podem apresentar um 
aumento uterino somente pela ciclicidade (NYLAND E MATTON, 2004). 
Na ultrassonografia a primeira confirmação da gestação é dada pela 
detecção de vesículas embrionárias ou sacos gestacionais (blastócitos ou cavidade 
coriônica) que aparecem como estrutura anecóica muito pequenapor volta dos 17 a 
23 dias após o pico de hormônio luteinizante (LH) (NYLAND E MATTON, 2004; 
ALLEN, 1995). 
Castro (2006), com base em um estudo feito com 27 cadelas de 
raças e portes diversos por meio de um exame ultrassonográfico em período 
gestacional concluiu que entre os animais avaliados a gestação foi confirmada 
precocemente entre 18 e 20 dias após a cobertura, sendo a estimativa do número de 
fetos com relação ao número de vesículas, mais precisa quando feitas na segunda 
fase gestacional, que variou dos 30 a 40 dias. 
Ferrari (2009) descreve um estudo em 12 cadelas feito por exame 
ultrassonográfico realizado por um único examinador para avaliar o período 
gestacional, em que os sacos gestacionais foram visualizados com 9 a 11 dias após 
o cruzamento, descrevendo-as como estruturas arredondadas, de bordos definidos e 
38 
 
 
com conteúdo anecóico homogêneo, que foram se desenvolvendo durante 14 dias 
seguintes até serem identificadas como embrião aos 17 dias (considerando a média 
de 15 a 20 dias). 
O saco gestacional começa a alterar a sua forma por volta de 28 
dias, deixando de ser esférica e começando a se alongar. O embrião é visto entre os 
dias 23 a 25 como uma estrutura hipercogênica homogênea de alguns milímetros de 
comprimento inserida na membrana fetal que possui conformação esférica. A 
placenta em desenvolvimento envolve o saco gestacional aparecendo como uma 
imagem hiperecóica bem fina na região periférica, sendo reconhecida a partir do dia 
27 e evidente no 36º dia (NYLAND e MATTON, 2004). 
Durante o período de desenvolvimento o embrião distancia-se da 
parede do útero e se prende pelo saco vitelínico (estrutura ecogênica linear em 
forma de “U”) a partir do 25º ao 28º dia. Do 27º e ao 31º dia apresenta-se como uma 
estrutura tubular e por volta do 31º para o 35º dia esta membrana se estende de um 
pólo ao outro do saco gestacional. Já o alantóide pode ser observado do 27º ao 31º 
dia como uma estrutura fina e menos ecogênica que a membrana que cerca o 
embrião e o saco vitelínico. Após o 30º dia, este passa a ser o líquido predominante 
e a partir deste período que o feto vai permitir o reconhecimento da organogênese 
pela técnica ultrassonográfica (NYLAND e MATTON, 2004; JARRETA, 2004). 
Os batimentos cardíacos são observados do 21º ao 29º dia após o 
pico de LH, é visualizada uma pequena estrutura anecóica que se movimenta 
rapidamente dentro do embrião, e a movimentação fetal por volta dos 33º ao 35º dia 
(CARVALHO, 2004). 
A movimentação e os batimentos cardíacos são indícios de 
viabilidade fetal. Considera-se normal que os batimentos cardíacos do feto sejam o 
dobro auscultados na cadela prenha, em média os batimentos cardíacos fetais são 
de 230 batimentos por minuto. O coração mais tarde vai apresentar septações 
lineares os quais determinam as paredes das câmaras e válvulas, só que somente 
por volta dos 40 dias que as câmaras completas poderão ser visualizadas (NYLAND 
e MATTON, 2004; CARVALHO, 2004). 
Castro (2006) também relatou que o coração fetal pode ser visto por 
volta dos 23 dias. E acrescenta Gil (2015) que o aumento ou a diminuição dos 
batimentos cardíacos indicam como o feto está se comportando no decorrer da 
39 
 
 
gestação, após um estímulo é esperado que o feto aumente seus batimentos, caso 
contrário a diminuição indica estresse e agonia. 
Dos 28 ao 33 dias após a cobertura Castro (2006) observou o 
crânio, a diferenciação do crânio e corpo bem como a movimentação fetal. Já 
Nyland e Matton (2004) descrevem que no 28º dia, a cabeça e o corpo dos fetos já 
são identificados. Na cabeça primeiramente é visualizado uma estrutura anecóica 
inicial, após alguns dias de desenvolvimento o cérebro aparece como uma estrutura 
ecogênica que chamamos de plexo coróide que é circundado pelo ventrículo 
cerebral anecóico. 
As primeiras formações referentes aos membros são identificados 
por volta do 35º dia. Já o esqueleto fetal é visibilizado dentre o 33º ao 39º dias (o 
crânio é a primeira parte do esqueleto a ser detectado, vindo após a mineralização 
acelerada da coluna torácica, costelas, coluna cervical e esqueleto apendicular) e 
por serem mineralizados formam artefatos de imagem como as sombras acústica, e 
os ossos são vistos como estruturas hiperecogênicas (NYLAND e MATTON, 2004). 
Nyland e Matton (2004) afirmam que os primeiros órgãos do abdome 
do feto que são identificados pela ultrassonografia são a bexiga e estômago e são 
vistos por volta dos 35 a 39 dias após o pico de LH, aparecendo como estruturas 
anecóicas focais. Durante o exame esses órgãos sofrem mudanças, devido a sua 
capacidade de distensão. E Castro (2006) descreve que a bexiga e o estômago são 
vistos por volta dos 30 aos 36 dias. 
No início o pulmão do feto e o fígado são isoecóicos, e durante o 
desenvolvimento fetal os pulmões acabam variando sua ecogenicidade, tornando-se 
hiperecóicos em relação ao fígado por volta de 38 a 47 dias. Para encontrá-los o 
ultrassonografista se guia pela localização do coração, estômago e bexiga (NYLAND 
e MATTON, 2004; CARVALHO, 2004). 
Os rins são visualizados entre o 39º e 47º dia de gestação, e 
possuem a região cortical e medular hipoecóicas com a pelve anecóica e dilatada, e 
conforme o desenvolvimento fetal o córtex e a medula renal diferem a ecogenicidade 
e a pelve diminui a dilatação (NYLAND e MATTON, 2004; CASTRO, 2006). 
Por ultimo detectam as alças intestinais por volta dos 57º dia e entre 
os 50º e 60º dias de gestação os líquidos fetais diminuem de forma acentuada, e o 
peristaltismo de alças intestinais é observado em torno de 57º e 63º dia indicando a 
fase final da gestação (CARVALHO, 2004; CASTRO, 2006). 
40 
 
 
Segundo Teixeira et al (2009), a idade fetal pode ser calculada de 
maneira retrospectiva, como método para estudos, contando como o dia zero a data 
de parto, a pesquisa foi realizada com 4 cadelas da raça Rottweiller com exame 
ultrassonográfico de gestação, foram identificados vesículas gestacionais como 
estruturas focais e esféricas de imagem anecóica no período de 39 a 24 dias antes 
do parto, o coração identificado com 32 dias antes do parto, e demais estruturas 
avaliadas com 32 a 3 dias antes do parto. Considerando que a gestação teve um 
tempo médio de 62 dias, as vesículas identificadas por volta dos 23 dias, o coração 
por volta dos 30 dias e as demais estruturas avaliadas dos 30 dias até a data de 
parto aos 62 dias. 
Considera-se a determinação da idade fetal importante para estimar 
a data provável de parto, e pode ser apontada baseando-se na aparência das 
estruturas e parâmetros embrionários observados na imagem ultrassonográfica. 
Com essas mensurações diretas podem ser presumidos a idade dos fetos (O´BRIEN 
e BARR, 2012; FARROW, 2007). 
É importante lembrar que cada animal possui particularidades, e 
devido as diferentes raças, conformações e tamanho da ninhada, a data provável de 
parto pode nem sempre ser precisa (ALLEN, 1995). 
São usadas algumas fórmulas de predileção para determinar a idade 
gestacional dias antes do parto em cadelas. Com menos que 40 dias, podem ser 
usados: IG = (6 x DBG) + 20 onde DBG é diâmetro da bolsa gestacional, ou então 
IG = (3 x CC) + 27 onde CC é comprimento corporal. Com mais de 40 dias, podem 
ser usadas: IG = (15 x DC) + 20 onde DC é diâmetro cefálico, ou IG = (7 x DT) + 29 
onde DT é diâmetro torácico, bem como IG = (6 x DC) + (3 x DT) + 30. Para estimar 
os dias que antecedem o parto calcula-se por meio da regra 65 – IG, onde IG é 
idade gestacional (PENNINCK e D’ANJOU, 2011; NYLAND e MATTON, 2004). 
É recomendado que no final da gestação seja feito o exame 
radiográfico para contagem de fetos. Mas é importante lembrar que o paciente 
prenhe não é submetido ao exame de radiologia quando em período inicial de 
gestação, devido a ionização do DNA poder aumentar as taxas de mutação, abortos 
ou anomalias fetais quando o útero éirradiado, devido a divisão ativa das células do 
embrião. A ionização de tecidos causa formações de radicais livres que são 
quimicamente ativos e causam danos ao DNA, já que é um alvo relativamente 
grande quando comparado as estruturas intracelulares (THRALL, 2010). 
41 
 
 
A confirmação da gestação pela radiografia só pode ser dado mais 
ou menos com 45 dias de gravidez, porque os ossos fetais se calcificam e uma 
imagem nítida é formada (KEALY e MC ALLISTER, 2005). 
A determinação do sexo é possível entre 55 e 58 dias de gestação, 
por meio dos aspectos da genitália externa associada ao posicionamento dos fetos 
caninos. Esse aspecto não é muito relatado devido a dificuldade em diferenciar o 
sexo do feto, quando a gestante possui mais de dois conceptos bem como pela 
inexperiência do examinador em detectar as estruturas (GIL et al, 2015). 
 
7 RELATO DE CASO 
 
 Foi atendido no dia 02 de outubro de 2015, na Faculdade de 
Medicina Veterinária de Araçatuba (FMVA) da Universidade Estadual Paulista “Julio 
de Mesquita Filho” no hospital veterinário “Luiz Quintiliano de Oliveira”, uma cadela, 
fêmea, não castrata, raça Blue Heeler, com idade de 1 ano e 10 meses, com 
histórico de aumento do volume abdominal. Durante a anamnese foi descrito pelo 
proprietário que o animal apresentava-se em terceiro cio e foi submetido a 
inseminação artificial no dia 02, 03 e 04 de setembro. A fêmea era primípara, e o 
macho doador da mesma raça e fisicamente do mesmo tamanho. O animal nunca 
havia sido submetido ao uso de vacina anticoncepcional. 
 O proprietário comprovou por meio da carteira de vacinação que as 
vacinas polivalente e antirábica estavam atualizadas, e relatou que o controle para 
endoparasitoses era feito a cada seis meses, e mencionou que não havia 
ectoparasitas. Na anamnese o proprietário declarou que a paciente possuía dois 
contactantes, e vivia em ambiente com chão de cimento e piso. O acesso a rua era 
somente com o uso de coleiras guias para passeios com o dono. O animal se 
alimentava somente com ração, e não foi evidenciado a presença de vômitos, 
diarréias e alterações de comportamento. Nos demais sistemas o proprietário não 
relatou alterações. 
Ao exame físico constatou-se a frequência cardíaca do animal em 92 
batimentos por minuto, a frequência respiratória em 96 movimentos por minuto, a 
temperatura retal em 37,9 ºC, e o tempo de reperfusão capilar em 1 segundo, as 
mucosas apresentavam-se normocoradas, linfonodos não reativos, nível de 
consciência alerta, e bom estado nutricional. Considerando-se todos os parâmetros 
42 
 
 
normais para espécie e idade. Não houve evidência de ectoparasitas, como pulgas e 
carrapatos, e em relação aos demais sistemas, não foram evidenciadas alterações. 
Prosseguindo na investigação diagnóstica, optou-se em realizar o 
exame ultrassonográfico de abdome total. Na imagem ultrassonográfica (Mylab 70 
VET XVision - Esaote®) foi observado a presença de vesículas gestacionais (Figura 
6) cuja viabilidade dos fetos foi comprovada pelos movimentos iniciais. A placenta e 
líquido amniótico estavam normais para a fase e as medidas fetais aproximadas 
foram: 
a) Diâmetro biparietal (crânio) = 0,70cm (Figura 7); 
b) Diâmetro da vesícula = 3,26cm x 2,53cm (Figura 8); 
c) Comprimento dos fetos = 2,08cm (Figura 9); 
Devido aos achados ultrassonográficos compatíveis com a gestação 
e com a mensuração pelas fórmulas para determinar a idade gestacional sugeriu-se 
idade fetal de 30 dias com margem de erro 3 dias a mais ou 3 dias a menos. 
Considerando esse exame ultrassonográfico o primeiro período gestacional, foi 
possível a contagem de seis vesículas gestacionais, porém não pode-se confirmar 
que essas vesículas são compatíveis com o número de fetos. 
 
 
Figura 6 Ultrassonografia de corno uterino com embrião ecogênico posicionado 
dentro da vesicula gestacional anecóica 
 
 Fonte: UNESP- FMVA (2015). 
43 
 
 
Figura 7 Diâmetro biparietal (Crânio) com 0,70 centímetros de medida, com idade 
gestacional prognosticada de 30 dias 
 
 Fonte: UNESP- FMVA (2015). 
 
 
Figura 8 Vesícula com o diâmetro estimado em 3,26cm x 2,53 centímetros, é 
possível ser delimitada pela parede ecogênica que circunda a estrutura 
 
 Fonte: UNESP- FMVA (2015). 
 
44 
 
 
Figura 9 Diâmetro do corpo avaliado por meio do comprimento fetal de 2,08 
centímetros, observado em uma das vesículas gestacionais 
 
 Fonte: UNESP- FMVA (2015). 
 
Mediante aos achados da ultrassonografia foi recomendado o 
acompanhamento gestacional, para avaliar o desenvolvimento dos fetos, bem como 
a viabilidade no próximo período gestacional. Com isso o retorno foi marcado para o 
dia 14 de Outubro de 2015. 
No retorno o proprietário relatou normúria, normodipsia, 
normoquezia e, que houve um aumento na quantidade de ração Royal Canin® 
fornecida. Não observou alterações de comportamento e locomotoras. O paciente 
continuou sem o acesso a rua, e não foi administrada nenhuma medicação. O 
proprietário queixou-se de ter observado uma secreção amarelada advinda da 
vagina, porém não abundante. 
No exame físico constatou-se que a mucosa vaginal apresentava-se 
hiperêmica, os linfonodos não reativos, as demais mucosas normocoradas. O 
paciente estava com bom estado nutricional, o nível de consciência alerta, e os 
parâmetros vitais aferidos em 92 batimentos por minuto em frequência cardíaca. 
Devido a taquipnéia não foi possível avaliar a frequência respiratória, temperatura 
retal de 38,1 ºC, e tempo de reperfusão capilar de 2 segundos. 
45 
 
 
Para a melhor avaliação dos fetos, foi feito uma requisição com um 
novo pedido de ultrassom. Foi observado presença de fetos cuja viabilidade foi 
comprovada pelos movimentos fetais e batimentos cardíacos presentes e rítmicos, 
com freqüência em torno de 220-245 bpm (Figura 10). A placenta e líquido amniótico 
apresentavam-se normais para a fase. O sistema ósseo articular apresentava-se em 
desenvolvimento, produzindo tênue sombra acústica posterior. No abdômen fetal era 
possível a individualização de: estômago, grandes vasos, fígado, vesícula biliar, rins 
e bexiga urinária. 
As medidas fetais aproximadas foram: 
a) Diâmetro biparietal (crânio) = 1,44 cm (Figura 11); 
b) Diâmetro torácico = 1,68 cm (Figura 12); 
c) Diâmetro abdominal = 2,56 cm x 2,53 cm (Figura 13); 
d) Comprimento fetal = 8,23cm (Figura 14); 
Devido aos achados ultrassonográficos, estimou-se idade fetal de 41 
dias, com margem de erro 3 dias a mais ou 3 dias a menos. 
 
Figura 10 Movimentos iniciais e batimentos cardíacos presentes e rítmicos, com 
freqüência em torno de 220-245 batimentos por minuto 
 
 Fonte: UNESP- FMVA (2015). 
 
 
 
46 
 
 
Figura 11 Diâmetro biparietal (Crânio) com 1,44 centímetros de medida, com idade 
gestacional prognosticada de 41 dias 
 
 Fonte: UNESP- FMVA (2015). 
 
Figura 12 Diâmetro torácico aproximado de 1,68 centímetros evidenciado entre as 
costelas, no ultrassom é possível observar o sistema ósseo articular em 
desenvolvimento, produzindo tênue sombra acústica posterior 
 
 Fonte: UNESP- FMVA (2015). 
 
47 
 
 
Figura 13 Diâmetro abdominal de 2,56 centímetros por 2,53 centímetros sendo 
possivel observar as estruturas internas do feto 
 
 Fonte: UNESP- FMVA (2015). 
 
Figura 14 Comprimento fetal de 8,23 centímetros, medindo o polo cranial até o polo 
caudal do feto 
 
 Fonte: UNESP- FMVA (2015). 
 
 Após o segundo período gestacional, o retorno da paciente foi 
marcado para dia 26 de outubro, com o intuito de ser realizado o exame radiográfico 
48 
 
 
para a confirmação do número de fetos, e mensuração do diâmetro pélvico. Mas 
devido uma viagem do proprietário não foi possível radiografar o animal, bem como 
acompanhar o nascimento dos

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