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OS RECEPTORES SENSORIAIS Há cinco tipos de receptores, os mecanorreceptores que são responsáveis por detectar a deformação mecânica da membrana deste receptor – tato, pressão, vibração e seus derivados. Os termorreceptores estimulados por alterações na temperatura. Nociceptores, eles detectam os danos físico e químicos nos tecidos que dando sensações de dor. Os receptores eletromagnéticos são estimulados pela luz na retina e vibrações auditivas E por último os quimiorreceptores que são responsáveis pela sensibilidade ao gosto, cheiro. Osmolalidade dos líquidos corpóreos concentração de oxigênio e dióxido de carbono. De modo que eles apresentam diversos tipos de terminações nervosas Cada tipo de receptor é extremamente sensível a um tipo de estímulo para o qual se desenvolveu e quase não responde a outros tipos de estímulos sensoriais. A modalidade sensorial é regida pelo principio das vias rotuladas, que é a especificidade das fibras nervosas em transmitir apenas uma modalidade de sensação. Já que cada trato nervoso termina em área especifica no sistema nervoso central e o tipo de sensação percebida, quando a fibra nervosa é estimulada, é determinado pela região no sistema nervoso para onde as fibras se dirigem. Sendo esse estimulo ou por eletricidade, hiperaquecimento, esmagamento da fibra ou pela estimulação das terminações nervosas da dor, por lesão das células do tecido. TRANSDUÇÃO DOS ESTIMULOS SENSORIAIS EM IMPULSOS NERVOSOS Uma característica em comum entre os receptores sensórias é que todos estimulo tem como primeiro efeito no receptor a alteração do potencial de ação da membrana esse. De forma que podem ser geradas de diferentes maneiras como: 1. Deformação mecânica do receptor, que distende a membrana receptora e abre canais iônicos; 2. Aplicação de substância química à membrana, também abre canais iônicos; 3. Alteração da temperatura da membrana, que altera sua permeabilidade. 4. Efeito da radiação eletromagnética, como o da luz sobre o receptor, alterando características da membrana e permitindo íons fluindo através dos canais. A causa básica da alteração do potencial de membrana é a alteração da permeabilidade da membrana do receptor, que permite que os íons se difundam através da membrana Amplitude máxima da maioria dos potenciais receptores sensoriais é de cerca de 100 milivolts, mas esse nível ocorre apenas com estímulo sensorial de intensidade extremamente elevada. Mesma voltagem registrada nos potenciais de ação e a alteração de voltagem quando a membrana se torna maximamente permeável aos íons sódio. Temos o potencial de ação quando o potencial receptor chega ao limiar, de modo que quanto maior a amplitude desse potencial maior é a frequência dos potenciais de ação nas fibras aferentes. O PONTECIAL RECEPTOR DO CORPUSCULO DE PACINI Esse corpúsculo é um mecanorreceptor com uma fibra nervosa central que circundando-a existem múltiplas camadas capsulares concêntricas – membranas viscoelásticas, de modo que qualquer pressão exercida em qualquer região externa do corpúsculo vai alongar, comprimir ou deformar de alguma maneira a fibra central Entre cada membrana há liquido, o liquido extracelular Ocorre uma deformação nas membranas que vão se deformando até que chega na fibras abrindo o canal de sódio por deformação mecânica, então o sódio presente no liquido extracelular começa a entrar no neurônio central e a carga no interior começa a ficar positiva e assim inicia o processo de abertura dos canais dependentes de voltagem formando o potencial receptor que forma o circuito local até que chega a área mielinizada, no primeiro nodo de Ranvier onde ocorre o impulso saltatório iniciando o potencial de ação. O potencial receptor é estimulado com estímulos fracos, dessa forma com um aumento na força do estimulo há um aumento exponencial/rápido na amplitude do potencial receptor no início e, a seguir, mais lentamente.. A estimulação muito intensa do receptor causa, progressivamente, menos aumento adicional do número de potenciais de ação. Isso permite que o receptor seja sensível à experiência sensorial muito fraca e que não atinja frequência máxima de disparos até que a experiência sensorial seja extrema. Permite ampla faixa de resposta, de muito fraca até muito intensa. ADPTAÇÃO DOS RECEPTORES Os receptores sensoriais se adaptam à estímulos constantes de forma total ou parcial. Quando aplicado um estímulo sensorial contínuo, o receptor responde inicialmente com alta frequência de impulsos e, depois, com frequência progressivamente mais lenta até que a frequência dos potenciais de ação diminui até muito pouco ou nada. O corpúsculo de Pacini se adapta rapidamente e os receptores de pelos se adaptam dentro de um segundo, enquanto os receptores de algumas cápsulas nas articulações e os fusos neuromusculares se adaptam muito lentamente. Alguns receptores sensoriais se adaptam em maior extensão que outros. Os mecanismos de adaptação do receptore são diferentes para casa tipo de receptor, no caso dos mecanorreceptores a adaptação ocorre ou devido a viscoelástica e redistribuição liquida ou por acomodação (mecanismo mais lento) Os receptores de pacini se adaptam muito rapidamente em quetão de 0,1 segundo isso devido as membranas viscoelática.s Ou seja, quando ele recebe um estimulo no tempo zero – como a gente pode observar no gráfico, ele rapidamente responde a esse estimulo com até 250 impulsos por segundo e em menos de um minuto retorna a 0 impulsos, ou seja, já se adaptou Há o mecanismo de adaptação muito mais lento que pode levar dia ou até anos para se adaptar, como o de reconhecimento de qual membro está por cima de qual, ou seja são esses receptores que permitem a propriocepção RECEPTORES TÔNICOS E FÁSICOS Os tônicos são os receptores de adaptação lenta continuam a transmitir impulsos para o encéfalo enquanto o estímulo estiver presente. E o fásicos são receptores que se adaptam rapidamente, tendo estímulos com a mesma faixa de tempo e intensidade que os tônicos, gerando um potencial receptor com a mesma intensidade, mas gera mais potenciais de ação no início, no entanto no tempo restante, quando o potencial receptor começa a reduzir esse não gera mais potencias de ação. Já o tônico enquanto tiver potencial receptor mesmo que em redução ainda mantem potenciais de ação espaçados Tônicos: Mantem o SNC informado constantemente sobre o estado do corpo e sua relação com o meio ambiente são os receptores também da mácula do aparelho vestibular, nociceptores, barorreceptores do leito arterial e quimiorreceptores dos corpos aórticos e carotídeos. Fasicos: Tem importância com sua função preditiva. Se a velocidade com que ocorre alguma alteração nas condições do organismo for conhecido, pode-se predizer quais serão essas condições em alguns segundos, ou até mesmo, alguns minutos mais tarde. Exemplos são canais semicirculares no aparelho vestibular do ouvido, receptores das articulações ((Fibras nervosas que transmitem diferentes tipos de sinais e classificação fisiológica)) Fibras mielinizadas – Fibras tipo A, típicas dos nervos espinhais o Tipo Aalfa (mais grossa e consequentemente a mais rápida – responsável pelo encaminhamento dos sinais que necessitam chegar rápido ao SNC o Tipo Abeta o Tipo Agama o Tipo Adelta (mais fina e mais lenta das mielinizadas, Fibras amielinizadas – Fibras tipo C é a mais lenta de todas as fibras, maioria dos nervos periféricos e fibras autonômicas pós- ganglionares TRANSMISSÃO DE SINAIS COM DIFERENTES INTENSIDADES NOS FEIXES NERVOSOS Uma das características de cada sinal que sempre tem que ser conduzida é a sua intensidade, por exemplo: intensidade da dor. As diferentes graduações de intensidade podem ser transmitidas aumentando-se a quantidadede fibras paralelas envolvidas ou pelo aumento da frequência dos potenciais de ação em uma só fibra. Esses dois mecanismos são chamados, respectivamente, somação espacial e somação temporal. Somação Espacial A medida que se aplica mais força em determinada área mais receptores são estimulados, ou seja, mais receptores se somam para mandar um potencial de ação, tanto os diretamente estimulados quanto os periféricos estimulados por esses . Somação Temporal Quanto maior for o estimulo em uma certa quantidade de tempo maior é a quantidade de impulso gerados nesse tempo, vários neurônios se somaram rapidamente em um curto período de tempo e consequentemente a amplitude da intensidade também aumenta TRANSMISSÃO E PROCESSAMENTO DE SINAIS EM GRUPAMENTOS NEURONAIS ((Retransmissão de Sinais pelos Grupamentos Neuronais)) - Organização dos Neurônios Cada fibra de entrada se divide centenas a milhares de vezes, fornecendo mil ou mais fibrilas terminais que se espalham por grande área para fazer sinapse com os dendritos, ou os corpos celulares, dos neurônios do grupamento. Os dendritos também se arborizam dentro do grupamento. A área neuronal estimulada por cada fibra nervosa que entra é chamada de campo estimulatório. - Estímulos supralimiares, limiares e sublimiares: excitação, facilitação e inibição Quando um neurônio se liga fortemente em grande quantidade a um outro neurônio há uma grande quantidade de botões sendo estimulados então temos uma conecção supralimiar. Quando liga-se menos que o necessário para levar o impulso adiante tem-se uma conecção sublimiar. De modo que na imagem temos o 1 estimulando o A e facilitando a excitação do B e C. A descarga de um só terminal pré-sináptico excitatório quase nunca provoca um potencial de ação no neurônio pós-sináptico, é preciso haver um grande número de terminações de entrada descarregando sobre o mesmo neurônio para causar excitação. Na porção central onde os neurônios são estimulados pela fibra de entrada existe a zona de descarga, zona excitada ou zona limiar. Nos neurônios facilitados, existem áreas chamadas de zonas facilitadas ou zona subliminar. DIVERGENCIA E CONVERGÊNCIA DE SINAIS Divergência do mesmo trato quer dizer que o estimulo está se divergindo de neurônio em neurônio, mas se encaminhando para o mesmo sentido (se mantem em um único trato) – tipo amplificador Já na divergência em múltiplos tratos eles se encaminham para sentidos diferentes e tratos diversos ((Convergência de Sinais)) Na convergência temos múltiplas origens levando impulso para um único neurônio que os encaminhará em unidireção. Existe convergência a partir de fonte única – terminações múltiplas de uma mesma fibra de entrada terminam sobre o mesmo neurônio. Também pode resultar de sinais de entrada provenientes de múltiplas fontes – essa convergência permite a somação da informação de diferentes fontes e a resposta resultante é o efeito somado de todos os diferentes tipos de informação. Importância: os neurônios quase nunca são excitados por potencial de ação de uma só terminação de entrada. Porém, potenciais de ação convergindo sobre o neurônio a partir de múltiplas terminações fornecem suficiente somação espacial para trazer o neurônio ao limiar necessário. ((Circuito Neuronal Causando Sinais de Saída Excitatórios e Inibitórios)) Às vezes, o sinal aferente para grupamento neuronal gera sinal excitatório eferente em uma direção e ao mesmo tempo sinal inibitório na outra. Por exemplo, ao mesmo tempo em que sinal excitatório é transmitido por grupo de neurônios na medula espinhal, gerando o movimento da perna para frente, sinal inibitório é transmitido por grupo diferente de neurônios inibindo os músculos da parte de trás da perna. Este tipo de circuito é característico do controle de todos os pares de músculos antagonistas e é chamado circuito de inibição recíproca. Funciona assim: a fibra aferente excita diretamente a via eferente excitatória, mas estimula interneurônio inibitório que secreta substância transmissora diferente, inibindo a segunda via eferente desse grupamento. Esse tipo de circuito é também importante para evitar a atividade excessiva em muitas partes do encéfalo. PROLONGAMENTO DO SINAL PELO GRUPAMENTO NEURONAL – PÓS-DESCARGA Nesse caso, o sinal aferente para um grupamento provoca descarga eferente prolongada, chamada pós-descarga, com a duração de alguns milissegundos até muitos minutos depois que o sinal eferente tenha terminado. Pós-descarga Sináptica Quando sinapses excitatórias descarregam sobre superfícies dos dendritos, ou do corpo celular, desenvolve-se nesse neurônio pós-sináptico um potencial que dura por muitos milissegundos – especialmente quando substâncias transmissoras sinápticas de longa atuação estão envolvidas. Enquanto o potencial durar, ele pode excitar o neurônio – salva de impulsos de saída. Como resultado, tem-se um só sinal instantâneo de entrada causando sinal sustentado de saída (série de descargas repetitivas). ((Circuito Reverberativo como Causa de Prolongamento de Sinal)) O circiuito se característica a autoexcitação ocorrendo de forma que ocorre um impulso no neurônio de aferencia que quando faz contato com o neurônio de reverberancia é encaminhado a diante até que chega em um bifurcação pelas teledendritas dele e quando isso ocorre tem-se tanto o encaminhamento adiante quanto a reverberação para o corpo do neurônio reverberante liberando neurotransmissores que autoexcitam sem depender de um novo estimulo - Uma vez estimulado, o circuito pode descarregar repetitivamente por longo tempo. As variações podem ser: 1. Um único neurônio, em que o neurônio de saída manda uma fibra nervosa colateral de volta para seus próprios dendritos ou corpo celular para se reestimular. 2. Neurônios adicionais ao circuito dando um período mais longo entre a descarga inicial e o sinal de feedback. 3. Tanto fibras facilitadoras quanto fibras inibitórias terminam no circuito reverberativo. O sinal facilitador acentua a intensidade e a frequência da reverberação, enquanto o inibitório deprime ou faz cessar a reverberação. 4. Muitas fibras paralelas e em cada estação celular, as fibrilas terminais se difundem amplamente. Em um desses sistemas, o sinal reverberativo total pode ser fraco ou forte dependendo da quantidade de fibras. ((Sinal Contínuo de Saída de Alguns Circuitos Neuronais)) Alguns circuitos emitem sinais eferentes mesmo na ausência de sinais aferentes excitatórios. Causada por dois mecanismos: descarga neuronal intrínseca contínua e sinais reverberativos contínuos. ((Excitabilidade Neuronal Intrínseca)) Neurônios descarregam repetitivamente se o nível excitatório do potencial de membrana subir acima do limiar. Potenciais de membrana de muitos neurônios são suficientemente altos para fazer com que emitam impulsos de maneira contínua – ocorre em neurônios do cerebelo e interneurônios da medula espinhal. Frequências com que essas células geram impulsos podem ser aumentadas por sinais excitatórios ou diminuídas com inibitórios. ((Sinais Contínuos Emitidos por Circuitos Reverberativos como Meio de Transmissão de Informação)) Um circuito reverberante, em que a fadiga não é suficiente para impedir a reverberação, é fonte de impulsos contínuos. O grupo pode estar emitindo impulsos por causa da excitabilidade neuronal intrínseca ou como resultado da reverberação. Um sinal aferente excitatório aumenta muito o sinal eferente, enquanto sinal aferente inibitório diminui muito os sinais eferentes. Os sinais de controle excitatório e inibitório não causam o sinal eferente, porém controlam seu nível de intensidade (onda carreadora). Usado pelo sistema nervoso autonômico para controlar funções – tônus muscular, tônus intestinal, grau deconstrição da íris e frequência cardíaca. - Sinais Rítmicos de Saída Acontece em centros respiratórios da ponte e bulbo, além do controle da marcha. Exemplos de sinais rítmicos: os que causam os movimentos de coçar da perna traseira de cão ou os movimentos da marcha Todos os sinais rítmicos são resultam de circuitos reverberativos ou de uma sucessão de circuitos reverberativos sequenciais que fornecem sinais excitatórios ou inibitórios por via circular de um grupamento neuronal para o próximo. INSTABILIDADE E ESTABILIDADE DOS CIRCUITOS NEURONAIS Com a interconexão encefálica, a excitação de uma parte geraria uma cascata reverberativa sem fim. Esse efeito é o que ocorre nas convulsões epilépticas. O impedimento desse acontecimento está em dois mecanismos: circuitos inibitórios e fadiga das sinapses. Circuitos Inibitórios Dois circuitos inibitórios ajudam a impedir a disseminação excessiva de sinais: 1. Circuitos inibitórios de feedback, que voltam das terminações das vias para neurônios excitatórios iniciais das mesmas vias; 2. Alguns grupamentos neuronais que exercem controle inibitório intenso sobre amplas áreas do encéfalo. Fadiga Sináptica Transmissão sináptica se torna progressivamente mais fraca, quanto mais prolongado e mais intenso o período de excitação. Quanto mais curto o intervalo entre os reflexos, menor a intensidade de resposta reflexa subsequente. Áreas do cérebro que são muito utilizadas se tornam fatigadas, com sensibilidade reduzida. O inverso também é verdadeiro. A sensibilidade em longo prazo das sinapses pode ser modificada pela regulação para baixo do número de proteínas receptoras nos sítios sinápticos quando há hiperatividade e pela regulação para cima quando há pouca atividade. Proteínas receptoras estão constantemente sendo formadas e inseridas na membrana sináptica. Quando as sinapses são excessivamente utilizadas, muitos desses receptores são desativados permanentemente e removidos da membrana sináptica. Esses controles (tanto para cima quanto para baixo) ocorrem num nível ideal, evitando: câimbras musculares, convulsões, distúrbios psicóticos, alucinações, tensão mental e distúrbios nervosos. SENSAÇÕES SOMÁTICAS: ORGANIZAÇÃO GERAL, TATO E POSIÇÃO Mecanismos nervosos que coletam informações sensoriais do corpo – visão, audição, olfação, gustação e equilíbrio. - Classificação dos Sentidos Somáticos 1. Sentidos somáticos mecanorreceptores – sensações táteis e de posição; seu estímulo é o deslocamento mecânico de algum tecido do corpo; (tato, pressão, vibração e cócegas). 2. Sentidos termorreceptores – detectam calor e frio; 3. Sentidos nociceptivos – ativado por qualquer fator que lese tecidos. Também podem agrupadas em: 1. Sensações exterorreceptivas – aquelas a partir da superfície do corpo. 2. Sensações proprioceptivas – têm haver com o estado físico do corpo (sensações de posição, as sensações provenientes dos tendões e dos músculos, as sensações de pressão na sola do pé e até mesmo a sensação de equilíbrio) 3. Sensações viscerais – provenientes das vísceras (órgãos internos) 4. Sensações profundas – vêm dos tecidos profundos (fáscia, músculos e ossos). Há dois tipos de modalidade sensoriais táteis incluem: Tato (tato, pressão, vibração, cócegas) Posição (estática, velocidade dos movimentos) DETECÇÃO E TRANSMISSÃO DAS SENSAÇÕES TÁTEIS Inter-relações entre as Sensações Táteis do Tato, da Pressão e da Vibração São detectadas pelos mesmos tipos de receptores. Existem três diferenças principais entre eles: 1. As sensações do tato, geralmente, resultam da estimulação dos receptores táteis na pele ou nos tecidos abaixo da pele 2. As sensações de pressão resultam da deformação dos tecidos mais profundos; 3. A sensação de vibração resulta de sinais sensoriais rapidamente repetitivos. Com utilização de receptores tanto pra tato quanto pressão - Receptores Táteis Seis tipos de receptores táteis são conhecidos: 1. Terminações nervosas livres – encontradas em toda a pele e em muitos outros tecidos, é a mais eclética detectando tato, pressão, dor, temperatura, cócegas e purido. Seus sinais são transmitidos por fibras Agama e tipo C envia os sinais pra medula espinhal e parte interior do tronco encefálico 2. Corpúsculo de Meissner – captam sensações de toque (tato) e de pressão. Fibra nervosa mielinizada grossa (tipo A-beta) alongada e encapsulada. Presentes na pele Glabra, nas pontas dos dedos, lábios. Adaptam-se em frações de segundo, sensíveis à vibração de baixa frequência. 3. (Discos de Merkel) – localizados nas pontas dos dedos e áreas que contenham grande quantidade de corpúsculos de Meissner. Estes receptores transmitem sinal (por fibras Abeta) inicialmente forte, mas que se adapta parcialmente e, em seguida, sinal mais fraco e contínuo que se adapta lentamente. Detectam sinais de tato mantido. São frequentemente agrupados no órgão receptor chamado: receptor em cúpula de lggo – textura 4. Órgão terminal do pelo – receptores dos pelos, se adaptam rapidamente detectando movimento de objetos na superfície do coro, e contato inicial do objeto com o corpo, enviam os sinais pelas fibras Abeta 5. Terminações de Ruffini – tem terminações encapsuladas e multirramificadas enviando sinais pelas firas Abeta, se adaptam lentamente e detectam estímulos contínuos de deformação dos tecidos (tato, pressão) são encontrados nas capsulas articulares e ajudam a sinalizar o grau de rotação articular 6. Corpúsculo de Pacini – imediatamente abaixo da pele e profundamente nas fáscias dos tecidos. Estimulados pelo movimento rápido dos tecidos. Detectam vibração dos tecidos ou outras alterações rápidas do estado mecânico dos tecidos. ((Transmissão das Sensações Táteis nas Fibras Nervosas Periféricas)) Quase todos os receptores sensoriais transmitem seus sinais por meio de fibras nervosas mielinizadas pequenas do tipo A-beta, com velocidades de condução de 30 a 70m/s. Transmitem também sinais por meio de fibras A-delta que conduzem com velocidades de 5 a 30m/s. Algumas terminações livres táteis transmitem por meio de fibras amielínicas tipo C, com velocidade de 1 a 2m/s. Todos os tipos mais críticos de sinais sensoriais são transportados por fibras que conduzem mais rapidamente. O inverso também é válido. - Detecção da Vibração: Todos receptores táteis estão envolvidos. Corpúsculos de Pacini podem detectar sinais de vibrações de 30 a 800 ciclos por segundo, e podem transmitir 1000 impulsos por segundo. Vibrações de baixa frequência (2 a 80 ciclos por segundo) estimulam especialmente corpúsculos de Meissner. - Cócegas e Prurido: Terminações livres mecanorreceptoras de adaptação rápida provocam ambas as condições, Encontradas nas camadas superficiais da pele e transmitidas por fibras amielínicas do tipo C. Prurido serve como sinal de alerta e o ato de coçar pode desencadear o sentimento de dor, que se sobrepõem ao prurido. VIAS SENSORIAIS PARA TRANSMISSÃO DOS SINAIS PARA DENTRO DO SN CENTRAL Quase todas as sensações entram na medula espinhal por raízes dorsais de nervos espinhais. Os sinais sensoriais são conduzidos por uma de duas vias sensoriais alterantiva: Sistema da coluna dorsal-lemnisco medial ou sistema anterolateral os quais se juntam novamente de forma parcial no tálamo Dorsal-lemnisco: Transmite os sinais até o bulbo pela coluna dorsal, depois do bulbo, até o tronco cerebral, pelo tálamo, pelo lemnisco medial. – responsável pelo tato fino Anterolateral: Possui alto espectro de transmissão de sensações (dor, calor, frio, tato). Após entrarem na medula pelas raízes nervosas dorsais, fazem sinapse com a substância cinzenta, cruzando a medula e subindo pelo lado oposto, terminando em todos os níveis de tronco cerebral e tálamo. SISTEMA COLUNADORSAL-LEMNISCO MEDIAL O sistema coluna dorsal-lemnisco medial é a via sensorial responsável por transmitir as informações de tato fino, vibração e consciência proprioceptiva (capacidade em reconhecer a localização espacial do corpo, sua posição e orientação) do corpo para o córtex cerebral. Ele é uma das duas vias principais que transmitem estímulos sensitivos vindos do corpo para o cérebro, sendo a outra a via espinotalâmica Essa via é caracterizada pela ativação que tem seu estimulo direcionado para o gânglio paravertebral (região de sinapse), o corpo do neurônio manda então seu axônio para dentro de medula espinhal – neurônio de primeira ordem. Esse entra pelos cornetes posteriores da substancia cinza indo diretamente pra substancia branca, a partir dai ascende pela coluna dorsal branca até que na região inferior do bulbo ligando-se aos núcleos (grácil ou cuneiforme) surgindo desses os neurônios de segunda ordem que iram cruzar pro lado oposto do bulbo e se encaminham para região mais anterior – Leminisco, que se torna gradualmente medial nesse até o tálamo onde os neurônios iram fazer sinapse no complexo ventrobasal surgindo os de terceira ordem que viajam para o córtex cerebral terminando em três terminações somatosensoriais diferentes CÓRTEX SOMATOSSENSORIAL Cada parte do cortex é responsável por alguma sensação e ação motora O córtex é dividido em cerca de 50 áreas distintas, chamadas áreas de Brodmann, com base em diferenças histológicas. Sabe-se que áreas especificas trabalham em conjunto para sensibilidades especificas, sendo essas áreas nomeadas com 1. Area somatossensorial 1 – como a área que recebe informações somatossensoriais da coxa, tórax, pescoço,ombro, mão, dedos, língua e região intra abdominal (área 3, 1 e 2) 2. Área somatossensorial II – informações da perna, braço e face (parte parcial da área 40) Orientação espacial da área somatossensorial I - é altamente organizada espacialmente em referência às partes do corpo Há diferenças nos tamanhos das áreas, com lábios, face e polegar com áreas maiores e partes do tronco e parte inferior com áreas menos representativas. (cada lado do córtex recebe, https://pt.wikipedia.org/wiki/Tato https://pt.wikipedia.org/wiki/Vibra%C3%A7%C3%A3o https://pt.wikipedia.org/wiki/Propriocep%C3%A7%C3%A3o https://pt.wikipedia.org/wiki/C%C3%B3rtex_cerebral https://pt.wikipedia.org/wiki/C%C3%A9rebro_humano https://pt.wikipedia.org/wiki/Trato_espinotal%C3%A2mico quase que exclusivamente, informações sensoriais vindas do lado oposto do corpo.) - O tamanho dessas áreas é diretamente relacionado ao número de receptores sensoriais da parte do corpo. Áreas Somatossensoriais II - A área somatossensorial II de grosso modo é organizada em :a face anterior representa a face, centralmente os braços e posteriormente as pernas. Camadas do Córtex Somatossensorial e Funções Há 6 camadas de neurônios no córtex cerebral humano - Cada neurônio dessas camadas possuem diferentes funções, sendo a camada I a mais superficial, até a camada VI, mais profunda. Acredita-se que a área 1 tem como característica a função de processamento do que é importante ser mandado adiante. Então após essa seleção é encaminhado para a área de associação somatossensorial (5 e 7) - As funções podem ser agrupadas assim: 1. Os sinais sensoriais excitam os neurônios da camada IV, com dispersão do sinal para camadas mais superficiais e também para as mais profundas. 2. As camadas I e II recebem sinais difusos e inespecíficos e difusos dos centros inferiores do encéfalo, facilitando regiões específicas do córtex, controlando o nível geral de excitabilidade das regiões estimuladas. 3. Neurônios das camadas II e III emitem axônios para porções relacionadas do córtex cerebral, inclusive para o lado oposto, pelo corpo caloso. 4. Neurônios das camadas V e VI, enviam axônios para camadas profundas do encéfalo. Os da camada V são mais extensos, indo até áreas mais profundas, como gânglios da base, tronco cerebral e medula espinhal, controlando a transmissão de sinais. Os neurônios da camada VI se projetam para o tálamo, fornecendo sinais de feedback a partir do córtex. Disposição em Colunas Verticais Estas colunas estão dispostas nas 6 camadas do córtex. Cada uma possui 0,3 a 0,5 mm, possuindo cerca de 10.000 corpos celulares neuronais. Cada coluna relaciona-se a uma modalidade sensorial específica. Algumas colunas respondem aos receptores de estiramento em torno das articulações. Algumas respondem a estímulos táteis e outras a pontos de pressão. Na camada IV, aonde os sinais chegam às colunas praticamente agem independentes entre si, já nas outras colunas há interação entre as colunas. Na área sensorial próximo ao córtex motor, há grande número de neurônios que respondem a estímulos de músculos, tendões e articulações, sendo importantes na resposta motora. - Quanto mais posterior, maior o número de neurônios que respondem a estímulos lentos e cutâneos. Mais posterior ainda, a resposta é para estímulos profundos. - Na parte mais posterior, cerca de 6% das colunas verticais só respondem quando há estímulo para sensações cutâneas de alta sensibilidade, estando próxima da área de associação somatossensorial. Funções da Área Somatossensorial I - A retirada de ampla área de excitação bilateral dessa área provoca a perda de: 1. Incapacidade de localizar sensações em diferentes partes do corpo, apenas grosseiramente, relacionadas às áreas de tronco cerebral, tálamo e outras áreas do córtex. 2. Incapacidade de distinguir diferentes graus de pressões sobre o corpo. 3. Incapacidade em avaliar peso de objetos. 4. Estereognosia: incapacidade de avaliar contornos e formas de objetos. 5. Incapacidade de avaliar texturas de objetos. As sensações de dor e térmicas ainda são preservadas, mas estas ficam mal localizadas. - Áreas de Associação Somatossensorial Áreas 5 e 7 de Brodmann essa área tem como função associar as informações provenientes da mesma região do corpo. A estimulação elétrica dessa área pode fazer com que a pessoa acordada experimente a sensação corporal complexa, como a “sensação” de objeto, como faca ou bola. Essa área recebe informações da área somatossensorial I, dos núcleos ventrobasais do tálamo, de outras áreas do tálamo, do córtex visual, do córtex auditivo Córtex visual. Quando essa área é retirada, perde-se a capacidade de reconhecer certos objetos e formas complexas, no lado oposto Perde-se também a sensação de forma do seu próprio corpo, esquecendo que o lado oposto do seu corpo está lá. De fato, a pessoa não percebe o lado oposto do corpo — isto é, ela esquece que está lá. Portanto, ela também esquece frequentemente de usar o outro lado para as funções motoras. De maneira similar, ao perceber os objetos, a pessoa tende a reconhecer apenas um lado do objeto e esquece mesmo que o outro lado existe. Essa deficiência sensorial complexa é chamada amorfossíntese. CARACTERÍSTICAS DA TRANSMISSÃO DO SINAL NO SISTEMA COLUNA DORSAL-LEMNISCO MEDIAL Circuito Neuronal Os neurônios do córtex descarregam com maior intensidade, ficando na parte mais central do campo cortical para cada respectivo receptor. Estímulos fracos descarregam apenas neurônios centrais. Com estímulos mais intensos cada vez mais neurônios periféricos também geram sinais, porém, os neurônios centrais também descarregam, com maior frequência. Discriminação de Dois Pontos Método usado frequentemente para testar a discriminação tátil Duas agulhas são pressionadas contra a pele, e a pessoa relata se estão sendo percebidos dois pontos de estimulação ou apenas um ponto. Nas pontas dos dedos, a pessoa pode distinguir normalmente dois pontos separados mesmo quando as agulhas estão tão próximas quanto 1 a 2 milímetros. Entretanto, nas costas,as agulhas usualmente têm de estar à distância de pelo menos 30 a 70 milímetros, para que dois pontos separados possam ser detectados. - A razão para essa diferença é o número diferente de receptores táteis especializados nas duas áreas. Efeito da Inibição Lateral Na inibição lateral, ela se difunde para os lados do sinal excitatório e inibe os neurônios adjacentes, aumentando o contraste do padrão sensorial. Por exemplo, além do sinal excitatório central, vias laterais curtas transmitem sinais inibitórios para os neurônios circunjacentes. Importância: bloqueia a dispersão lateral dos sinais excitatórios e aumenta o grau de contraste do padrão sensorial percebido no córtex. Esses sinais ocorrem em todos os níveis do sináptico: 1. Núcleos da coluna dorsal no bulbo; 2. Núcleos ventrobasais do tálamo; 3. Próprio córtex. O resultado é o destaque dos picos de excitação, com estimulação difusa circundante quando a inibição é forte. SENSAÇÕES DE POSIÇÃO - Podem ser divididas em dois tipos: 1. Sensação de Posição Estática: orientação das partes do corpo entre si. 2. Sensação de Velocidade de Movimento: cinestesia ou propriocepção dinâmica. Sensação Posicional - A percepção da posição, tanto estática, como dinâmica, depende do conhecimento dos graus de angulação de todas as articulações, em todos os planos e de suas velocidades de variação. - São usados múltiplos tipos diferentes de receptores para auxiliar a determinar a angulação articular. - São usados tanto receptores táteis cutâneos como receptores profundos, próximos das articulações. - No caso dos dedos, onde receptores cutâneos existem em grande quantidade, acredita-se que até metade do reconhecimento da posição seja detectada por eles. - Para determinação da angulação articular e no auxílio do controle de movimento muscular são importantes os receptores nos fusos neuromusculares. - Cada movimento gera maior e menor estiramento em diversos grupos de músculos, sendo transmitidos ao SNC. - No final da angulação possível, entram os corpúsculos de Pacini, terminações de Ruffini, e os similares aos órgãos tendinosos de Golgi, nos tendões musculares. - Os corpúsculos de Pacini e os fusos musculares são especialmente adaptados para a detecção de altas velocidades de variação. É provável que eles sejam os principais receptores responsáveis pela detecção da velocidade do movimento. Processamento da Informação pela Via da Coluna Dorsal - Os neurônios talâmicos que respondem à rotação articular estão em duas categorias: 1. Maximamente estimulados com articulação em rotação máxima. 2. Maximamente estimulados com articulação em rotação mínima. - Intensidade da excitação neuronal se altera nos ângulos de 40 a 60 graus de rotação. VIA ANTEROLATERAL Transmite sinais sensoriais que não necessitam de localização muito precisa da fonte do sinal e que não necessitam gradações finas de intensidade, estando inclusos: dor, calor, frio, tato grosseiro, cócegas, prurido e sensações sexuais. O receptor é excitado pela terminação nervosa livre gerando um potencial receptor e consequentemente um de ação que entra no gânglio paravertebral realizando a sinapse surgindo o neurônio de primeira ordem que entra no cornete posterior da medula espinhal da substancia cinza, assim que entra já realiza sinapse novamente surgindo o de segunda ordem que cruza pela comissura anterior da medula espinhal passa por toda a região do lado oposto e vai em direção a substancia branca e então ascende na região anterolateral da medula. Tem-se no bulbo e na região do mesencéfalo informações se juntando, do trato espinorreticular e espinomesencefálico. Então no núcleo ventrobasal e intralaminares do tálamo faz sinapse com o neurônio de terceira ordem que ascende pro córtex DOR E SENSAÇÕES TÉRMICAS Muitas enfermidades do corpo causam dor, além do que muitos diagnósticos diferentes são dependentes dela. - Ela ocorre quando algum tecido é lesionado, avisando o sistema nervoso central. TIPOS DE DOR: DOR RÁPIDA E LENTA A dor rápida é sentida em 0,1 segundo, enquanto a dor lenta ocorre após 1 segundo ou mais, aumentando gradativamente, possuindo qualidades e vias de condução específica. A dor rápida é referida como dor pontual, aguda, agulhada ou elétrica, não sendo sentida nos tecidos profundos. E A dor lenta é referida como queimação, persistente, pulsátil, nauseante ou crônica, associada a destruição tecidual, podendo ocorrer em tecidos superficiais e profundos. RECEPTORES DA DOR São terminações nervosas livres, dispersos na pele e tecidos internos (periósteo, paredes de artérias, superfícies articulares). Nos tecidos profundos essas terminações estão esparsas, levando a dor lenta quando de extensas lesões teciduais. ESTÍMULOS DA DOR Podem ser mecânicos, térmicos e químicos. A dor rápida é associada a estímulos mecânicos e térmicos, já a dor crônica por todos os três estímulos. O tipo químico pode ser excitado por: bradicinina, serotonina, histamina, íons potássio, ácidos, acetilcolina e enzimas proteolíticas. Já as prostaglandinas e substância P aumentam a sensibilidade do receptor. Os receptores químicos estão ligados à geração da dor lenta e persistente Natureza Não-Adaptativa de Receptores da Dor Receptores sensoriais da dor não se adaptam, ou se adaptam muito pouco. Para a dor lenta, em certas ocasiões, pode haver aumento progressivo da sensibilidade, chamado hiperalgesia. A importância da não adaptação é deixar a pessoa ciente da dor (causada por uma lesão). Intensidade da Lesão vs. Estímulo da Dor. Quando relacionado à temperatura, a dor pode ser sentida com 45ºC, onde os tecidos começam a ser lesados pelo calor. Logo, há maior intensidade de dor quanto maior for a velocidade que os tecidos são destruídos. Também há relação na intensidade da dor, com diferentes formas de calor: infecção bacteriana, isquemia, contusão etc. - Importância dos Estímulos Dolorosos Químicos na Lesão Tecidual Substâncias químicas provenientes de tecido lesado podem levar a dor, tendo como fator principal a bradicinina (substância que parece induzir a dor de modo mais acentuado do que as outras substâncias). Muitos pesquisadores sugeriram que a bradicinina poderia ser a principal responsável pela indução da dor após dano tecidual. Além disso, a intensidade da dor se correlaciona ao aumento local da concentração do íon potássio ou ao aumento na concentração de enzimas proteolíticas que atacam diretamente as terminações nervosas e estimulam a dor por fazer as membranas nervosas mais permeáveis aos íons. - Isquemia Tecidual como Causa de Dor Quando há fluxo sanguíneo bloqueado para determinado tecido, logo surge o estímulo da dor, sendo mais rápido se o tecido tiver alto metabolismo. Esse estímulo está relacionado ao acúmulo de ácido lático – metabolismo anaeróbico, além de bradicinina e enzimas proteolíticas. Por exemplo, se manguito de esfigmomanômetro for colocado ao redor do braço e for inflado até a interrupção do fluxo sanguíneo, o exercício dos músculos do antebraço algumas vezes pode causar dor em 15 a 20 segundos. Na ausência de exercício muscular, a dor pode não aparecer antes de 3 a 4 minutos, mesmo que o fluxo sanguíneo para o músculo permaneça zero. - Espasmo Muscular como Causa de Dor Pode estar relacionado ao próprio espasmo em si, estimulando os receptores mecanossensíveis, ou indiretamente pela compressão de vasos sanguíneos (isquemia). O espasmo aumenta a intensidade do metabolismo do tecido muscular, tornando a isquemia relativa ainda maior e criando condições ideais para a liberação de substâncias químicas indutoras da dor. VIAS DUPLAS – TRANSMISSÃO DE SINAIS DOLOROSOS AO SNC Correspondem aos dois tipos de dor, sendo uma via para a dor rápida e outra via para a dor lenta. Fibras DolorosasPeriféricas – Rápidas e Lentas Os estímulos dolorosos rápidos são transmitidos por fibras por nervos periféricos até a medula por fibras A-delta, com velocidade entre 6 e 30 m/s. A dor lenta é transmitida até a medula por fibras do tipo C, com velocidade de 0,5 a 2 m/s. O estímulo doloroso súbito, em geral, causa sensação dolorosa “dupla”: dor pontual rápida que é transmitida para o cérebro pela via de fibras AÔ, seguida, em 1 segundo ou mais, por uma dor lenta transmitida pela via das fibras C. A dor pontual avisa a pessoa rapidamente sobre o perigo e, portanto, desempenha papel importante na reação imediata do indivíduo para se afastar do estímulo doloroso A dor lenta tende a aumentar com o passar do tempo. Essa sensação, por fim, produz dor intolerável e faz com que a pessoa continue tentando aliviar a causa da dor. Ao entrarem na medula espinhal, vindas pelas raízes espinhais dorsais, as fibras da dor terminam em neurônios-relé nos cornos dorsais. Aí novamente existem dois sistemas para o processamento dos sinais dolorosos em seu caminho para o encéfalo Ao entrar na medula espinhal, os sinais dolorosos tomam duas vias para o encéfalo, pelos (1) do trato neoespinotalâmico e (2) do trato paleoespinotalâmico: TRATO NEOESPINOTALÂMICO PARA DOR RÁPIDA As fibras A-delta do tipo rápido, transmitem principalmente as dores mecânica e térmica agudas. Elas terminam em sua maioria na lâmina I (lâmina marginal) dos cornos dorsais e excitam os neurônios de segunda ordem do trato neoespinotalâmico Estes neurônios dão origem a fibras longas que cruzam imediatamente para o lado oposto da medula espinhal pela comissura anterior e depois ascendem para o encéfalo nas colunas anterolaterais. - Terminação do Trato Neoespinotalâmico no Tronco Cerebral e no Tálamo. Algumas das fibras terminam nas áreas reticulares do tronco cerebral, mas a maioria vai até o tálamo, em seu complexo ventrobasal, junto com a via da coluna dorsal-lemnisco medial. Algumas fibras também terminam também grupo nuclear posterior do tálamo. Dessas áreas talâmicas, os sinais são transmitidos para outras áreas basais do encéfalo, bem como para o córtex somatossensorial. - Capacidade do Sistema Nervoso Central em Localizar a Dor Rápida no Corpo. A dor rápida pode ser localizado com muita precisão (quando há estímulo de receptores de dor e ao mesmo tempo, táteis). Sem a estimulação dos receptores táteis, a localização é imprecisa. Acredita-se que o neurotransmissor das fibras A-delta seja o glutamato, tendo ação de poucos milissegundos. VIA PAELOESPINOTALÂMICA A via paleoespinotalâmica é sistema muito mais antigo e transmite dor principalmente por fibras periféricas crônicas lentas do tipo C, apesar de transmitir alguns sinais das fibras do tipo AS também. As fibras terminam na medula nas lâminas II e III dos cornos dorsais, em conjunto, sendo chamadas de substância gelatinosa. - Em seguida, a maior parte dos sinais passa por um ou mais neurônios de fibra curta, dentro dos cornos dorsais propriamente ditos, antes de entrar principalmente na lâmina V, também no corno dorsal. Aí, os últimos neurônios da série dão origem a axônios longos que se unem, em sua maioria, às fibras da via de dor rápida Substância P, o Provável Neurotransmissor. A substância P é o provável neurotransmissor, além do glutamato. - O glutamato atua instantaneamente e persiste apenas por alguns milissegundos. A substância P é liberada muito mais lentamente, com sua concentração aumentando em período de segundos ou mesmo minutos. Então, o glutamato é o neurotransmissor mais envolvido na transmissão da dor rápida para o sistema nervoso central, e a substância P está relacionada à dor crônica lenta. Projeção da Via Paleoespinotalâmica Essa via termina difusamente no tronco cerebral, com algumas fibras indo até o tálamo, indo a 3 áreas: núcleos reticulares do bulbo, ponte e mesencéfalo; área tectal do mesencéfalo até os colículos superior e inferior; região cinzenta periaquedutal, ao redor do aqueduto de Sylvius. Partindo do tronco cerebral, várias fibras curtas transmitem sinais ascendentes de dor pelos núcleos intralaminar e ventrolateral do tálamo, até hipotálamo e regiões basais do encéfalo. Capacidade Baixa do SN de Localizar a Fonte de Dor Transmitida pela Via Crônica Lenta. A localização da dor transmitida pela via paleoespinotalâmica é imprecisa. Por exemplo, a dor crônica lenta em geral só pode ser localizada em uma parte principal do corpo, como no braço ou na perna, mas não em ponto específico do braço ou da perna. - Formação reticular, Tálamo e Córtex na Avaliação da Dor. A formação reticular do tronco cerebral, tálamo e porções basais do encéfalo evidenciam a recepção da dor, pois a remoção da área somatossensorial não a extingue. Evidencia-se que a função do córtex seja a interpretação da qualidade da dor. De fato, essas duas áreas constituem parte do principal “sistema de alerta” Desencadeamento de Excitabilidade Encefálica Geral A estimulação das áreas reticulares do tronco cerebral e núcleos intralaminares do tálamo, onde terminam fibras de dor lenta, causam efeito de alerta no ser, explicando a impossibilidade de dormir quando de dor grave. - Interrupções Cirúrgicas das Vias Dolorosas Quando a pessoa apresenta dor grave e intratável (algumas vezes, resultante de câncer de disseminação rápida), é necessário aliviar a dor. Para isso, as vias neurais da dor podem ser cortadas em um entre vários pontos. Se a dor se localiza na parte inferior do corpo, a cordotomia alivia a dor durante algumas semanas ou meses. Cordotomia é nem sempre é bem sucedida, pois muitas fibras de dor oriundas da parte superior não se cruzam para o lado oposto da medula espinhal. A dor volta vários meses depois como resultado da sensibilização de outras vias da dor. ANALGESIA NO ENCÉFALO E TRONCO CEREBRAL O grau de reação da pessoa à dor varia muito. Isso resulta parcialmente da capacidade do próprio encéfalo de suprimir as aferências de sinais dolorosos para o sistema nervoso, pela ativação do sistema de controle de dor, chamado sistema da analgesia. Consiste de 3 grandes componentes: 1. Áreas periventriculares e substância cinzenta periaquedutal de mesencéfalo, região superior de ponte e porções do terceiro e quarto ventrículo. 2. Neurônios dessa área enviam sinais para o núcleo magno da rafe, na linha média de parte inferior de ponte e superior de bulbo, além de núcleos reticulares paragigantocelular, lateralmente ao bulbo, de onde são transmitidos pelas colunas dorsais da medula espinhal. 3. Dai, para o complexo inibitório da dor, nos cornos dorsais da medula espinhal, onde pode haver bloqueio da dor antes de chegar ao encéfalo. Outras áreas também podem suprimir a dor, sendo os núcleos periventriculares do hipotálamo, adjacente ao terceiro ventrículo e o fascículo prosencefálico medial (menor grau), no hipotálamo. Os neurotransmissores envolvidos são: encefalina e serotonina. Os neurônios superiores secretam encefalina, até o núcleo magno da rafe, onde há liberação de serotonina, que faz com que neurônios da medial espinhal liberem encefalina, causando inibição pré e pós-sináptica das fibras da dor. A inibição pré-sináptica é feita pelo bloqueio dos canais de cálcio nas membranas das terminações nervosas. Sistema Opióide Encefálico (Endorfinas e Encefalinas) Há mais de 40 anos, foi descoberto que a injeção de diminutas quantidades de morfina causava grau extremo de analgesia. Descobriram então, que diversas substâncias, semelhantes à morfina, causam analgesia, em núcleos periventriculares e medula espinhal, deduzindo que essas substâncias fossem ligadas a receptores de algum neurotransmissor de supressão da dor. Todas são produtos da degradação de três grandes moléculas: pró-opiomelanocortina,pró-encefalina e pró-dinorfina. Entre as mais importantes dessas está a beta-endorfina, metencefalina, leu-encefalina e dinorfina. As encefalinas são encontradas no tronco cerebral e medula espinhal, e beta-endorfina no hipotálamo e tálamo. A dinorfina está junto com as encefalinas, porém em menor quantidade. Pode haver supressão quase que total da dor. - Inibição da Dor – Sinais Táteis Simultâneos Outro evento importante na saga do controle da dor foi a descoberta de que a estimulação das grandes fibras sensoriais do tipo AP originada nos receptores táteis periféricos pode reduzir a transmissão dos sinais da dor originados da mesma área corporal. DOR REFERIDA Quando a dor é dita em local longe do tecido acometido, sendo importantes nos diagnósticos clínicos. Mecanismo: Quando as fibras viscerais para a dor são estimuladas, os sinais dolorosos das vísceras são conduzidos pelo menos por alguns dos mesmos neurônios que conduzem os sinais dolorosos da pele, e a pessoa tem a sensação de que as sensações se originam na pele propriamente dita. Isso causa a sensação de que a dor é proveniente da parte exterior de determinado local, não da víscera acometida. Esse mecanismo explica o alívio de dor com massagem local e acupuntura. O alívio da dor também pode ser feito por estímulo elétrico. Dor Visceral Geralmente, as vísceras têm receptores sensoriais exclusivos para a dor. Uma das diferenças é que o dano precisa ser muito grave pontualmente em vísceras para causar dor extrema. Já estimulação da dor difusamente pode causar dor intensa. Causas da Dor Visceral Verdadeira: Qualquer estímulo que excite as terminações nervosas para a dor, em áreas difusas das vísceras, pode causar dor visceral. Esses estímulos incluem: 1. Isquemia: A isquemia causa dor visceral da mesma forma que causa dor em outros tecidos, presumivelmente, devido à formação de produtos finais metabólicos ácidos ou produtos degenerativos dos tecidos 2. Estímulos Químicos: relacionado a vazamento do trato gastrointestinal para a cavidade abdominal, afetando o peritônio, através digestão, sendo excruciante e grave. Por exemplo, o suco gástrico ácido proteolítico pode escapar por úlcera gástrica ou duodenal perfurada. Esse suco causa digestão disseminada do peritônio visceral, estimulando amplas áreas de fibras dolorosas. 3. Espasmo de Víscera Oca: movimentação pode causar estímulo mecânico de dor ou por obstrução de circulação sanguínea, geralmente se expressão na forma de cólica. 4. Distensão Excessiva de Víscera Oca: pode ocasionar dor por estar muito distendido ou impedir a circulação. 5. Vísceras Insensíveis: Poucas áreas viscerais são quase completamente insensíveis à dor de qualquer tipo. Elas incluem o parênquima do fígado e os alvéolos pulmonares. 6. Vísceras bastante sensíveis a Dor: cápsula hepática, ductos biliares, brônquios e pleura parietal. Dor Parietal causada por Dor Visceral Quando a doença afeta a víscera, o processo doloroso geralmente se dissemina para o peritônio, a pleura ou o pericárdio parietal. Essas superfícies parietais, como a pele, são supridas com extensa inervação dolorosa, originada nos nervos espinhais periféricos. Portanto, a dor da parede parietal sobre a víscera é frequentemente aguda. - Localização da Dor Visceral Pelo fato do SN não ter conhecimento prévio das vísceras existentes no corpo, há dificuldade em referir onde é a dor. Outro motivo são as duas vias de transmissão: a via visceral verdadeira e a via parietal, sendo a dor visceral verdadeira transmitida para a superfície da pele, e a parietal mostrar dor onde realmente está sendo afetado. - Localização da Dor por Vias Viscerais Relaciona-se, na pele, ao dermátomo de origem do órgão visceral no embrião. Um exemplo é o coração, com origem na área cervical e torácica superior, causando dor ao lado do pescoço e superior do tórax, músculos peitorais, ao longo do braço, e área subesternal da parte superior do tórax. - Localização da Dor por Vias Parietais Frequentemente, a dor é referida em dois locais, devido a existência das duas vias. A dor visceral de apêndice é referida ao redor de umbigo, persistente e espasmódica. Já a dor parietal é referida exatamente do quadrante inferior direito, de forma pontual. SENSAÇÕES TÉRMICAS Receptores Térmicos Há receptores que captam diferentes sensações térmicas. - É mediado por 3 tipos de receptores: frio, calor e dor. Os receptores de frio e calor estão sempre sendo acionados, já os da dor são acionados em sensações extremas: “frio congelante” e “calor extremo”. Os receptores de frio e calor estão imediatamente abaixo da pele, havendo 10 vezes mais receptores para frio do que para calor.- Há vários pontos de frio e calor, distribuídos em áreas de frio e calor. O de frio possui de 25 a menos de 1 ponto por área, dependendo o local, feito por fibras A-delta, que ramificam-se várias vezes, com protrusão na superfície da pele (células epidérmicas basais), com velocidade de cerca de 20 m/s Há sugestão de que terminações nervosas livres estejam associadas também a sensação de frio, com transmissão por fibras tipo C. A sensação de calor deduz-se ser por terminações nervosas livres, transmitido por fibras tipo C, com velocidade de 0,4 a 2 m/s. - Estimulação de Receptores Térmicos Quatro tipos de fibras nervosas: 1. Fibra da dor (frio): abaixo de 15ºC. 2. Fibra de frio: entre 7 e 42ºC. 3. Fibra de calor: entre 30 e 50ºC. 4. Fibra da dor (calor): acima de 45ºC. As sensações dolorosas de frio e calor são semelhantes. - Adaptação dos Receptores Térmicos Receptores de frio estimulados rapidamente respondem com vários impulsos, diminuindo rapidamente nos próximos segundos e cada vez mais lento até cerca de 30 minutos, nunca se adaptando totalmente. Logo, a variação de temperatura é muito mais sentida que a temperatura absoluta, sentindo mais frio quando a temperatura está caindo. O inverso também é verdadeiro. - Mecanismo de Estimulação dos Receptores Acredita-se que seja por alterações metabólicas dos receptores, baseado na alteração de velocidade de reação por mais de 2 vezes para cada 10ºC. A sensação, logo, não se dá por alteração física, e sim, química. - Somação Espacial Existem poucas terminações para frio e calor, logo, estimulação de área maior, a facilidade é maior de avaliar a mudança. Detecções de 0,01ºC pode ser feitas, se no corpo todo, não podendo ser feitas com variação de 1ºC de forma pontual (1cm²). - Transmissão de Sinais Térmicos no SN Por vias paralelas à da dor. Entram na medula espinhal, transitando em alguns segmentos do trato de Lissauer, terminando nas lâminas I, II, e III dos cornos dorsais (igual à dor). Há processamento por neurônios da medula espinhal, cursando por vias térmicas ascendentes que cruzam para o trato sensorial anterolateral oposto, terminando em áreas reticulares do tronco cerebral e complexo ventrobasal do tálamo. Podem ser retransmitidos para o córtex somatossensorial do complexo ventrobasal. Neurônios da área sensorial somática I são responsáveis diretos pelos estímulos frios ou quentes, em áreas específicas da pele. Remoção do giro pós-central reduz a capacidade de distinguir gradações de temperatura, mas não extingue.
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