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Aula 15/06/21: Retratamento Endodôntico e AP3 (desubturação do canal radicular) CA ineficiente (estreita) com cotovelo de dentina ou concrescência, selamento ruim, limite aquém, modelagem insuficiente, obturação não satisfatória. PERIODONTITE APICAL é inevitável. *Não selou adequadamente o endodonto do periápice, bem como o meio bucal (acaba tendo comunicação entre eles). Podemos ter a infiltração do exsudato inflamatório (rico em enzimas, sais minerais e proteínas – substrato ideal para o desenvolvimento microbiano no interior do canal) decorrente da periodontite apical. ESTUDO DE WASHINGTON (controle de 2 anos) 1229 casos: 104 casos de insucessos CASOS DE INSUCESSO CASOS % Obturação incompleta 61 58,66 Perfurações 10 9,61 Reabsorções externas 8 7,70 Endo-perio 6 5,78 Extravasamento 4 3,85 ESVAZIAMENTO DO CANAL RADICULAR Tratamento endodônticos: Modalidades de esvaziamento 1. Doença da polpa 1. Pulpectomia 2. Doenças do periápice 2. Penetração desinfetante 3. Retratamento 3. Desobturação Indicações: Falha durante a fase de obturação/ Presença de uma obturação que não preencha o canal radicular tridimensionalmente/ Persistência de rarefação óssea periapical/ Dente com tratamento endodôntico realizado e sintomático/ Obturações com boa qualidade expostas por mais de 15 dias. Seleção de casos: O operador deve identificar a provável falha do tratamento anterior, caso contrário, não deve intervir/ O retratamento deve ser realizado quando o operador se sentir apto a executá-lo, melhorando o tratamento anterior/ Obturações com boa qualidade expostas por mais de 15 dias/ Se radiograficamente o tratamento endodôntico encontrar-se insatisfatório, porém sem sintomatologia e não necessitar trocar restauração protética, PROSERVAR. 1. RETRATAMENTO ENDODÔNTICO NÃO CIRÚRGICO (CONVENCIONAL) TÉCNICA DE DESOBTURAÇÃO: o Imediata: Quando observamos falhas na radiografia de qualidade da obturação * Quando há bolhas, está aquém ou além, quando preparo inadequado (sem o formato troncocônico gradual). Por isso a radiografia de qualidade da obturação é necessária. o Tardia: Cones mal adaptados, apenas 1 cone sem presença de cimento e obturações compactas DESOBTURAÇÃO PARA ACESSO A CÂMERA, CANAL E FORAME: o Coroas unitárias e PPF, retentores intraradiculares metálicos fundidos e pré fabricados, instrumentos e brocas fraturados, cone de prata, desvios, perfurações, etc. 2. RETRATAMENTO ENDODÔNTICO CIRÚRGICO DESOBTURAÇÃO TARDIA COM APENAS UM CONE SEM PRESENÇA DE CIMENTO, OU FROUXOS: Não se faz necessário o uso de solvente. Também corremos o risco de o solvente extravasar pelo periápice, então não usar (causa sintomatologia). Então usa apenas hipoclorito de sódio. *Técnica das 3 limas trançadas (TAINTOR; INGLE; FAHID, 1983): Abre espaço com lima K de fino calibre, ampliando e “arrumando espaço”, então trançamos 3 limas de forma que se consiga pinçar o cone e remove-lo. Esta técnica originalmente foi descrita para a remoção de instrumentos fraturados no canal. Índice de sucesso: - 96% polpa viva (trauma) - 96% polpa viva (pulpite) - 100% polpa morta sem lesão - 86% polpa morta com lesão - 98% retratamento sem lesão - 62% retratamento com lesão Retratamento Endodôntico: Definição: é a remoção total do material obturador do interior do canal radicular, para permitir uma nova modelagem, limpeza e desinfecção. Deve ser realizada quando o tratamento anterior falhar ou se mostrar inadequado. ENFOQUE NA DESOBTURAÇÃO TARDIA DO CANAL RADICULAR, DEVEMOS USAR SOLVENTES DE GUTA-PERCHA (TOXICIDADE): *ORDEM DECRESCENTE DE TOXICIDADE: Clorofórmio -> Xilol -> Halotano -> Terebintina -> Eucaliptol -> Óleo de casca de laranja Alta toxicidade e potencial carcinogênico 1° Toda adequação (isolamento, CA, etc.); 2° Com limas do tipo k e Hedstroem (alternadas) compatíveis com o D do canal, abre espaço e remove a obturação; Obs.: entra ladeando uma parede (“arrumando espaço” com a K), move para parede oposta e traciona para O ou I (com a H). DESOBTURAÇÃO TARDIA DO CANAL RADICULAR COM OBTURAÇÕES COMPACTAS: São os casos mais difíceis para remoção da obturação. Devem, necessariamente, ser utilizados solventes capazes de amolecer a guta-percha. O amolecimento desta favorece a penetração dos instrumentos endodônticos e reduz o risco de fraturas. Porém, apresenta a desvantagem de ser citotóxico, e a sua utilização deve ser evitada nos 3,0 mm finais do canal. PASSO A PASSO: 1° Desobstrução e acesso a câmara pulpar (remoção da restauração e adequação da cirurgia de acesso) com broca HL e a broca endo Z. Irrigando com hipoclorito de sódio e aspirando. 2° correção preparo cervical e remoção das concrescências. Com broca de Largo e Gates, com uso restrito a terço cervical e irrigação com hipoclorito de sódio e aspiração. 3° seleciona um calcador Paiva de diâmetro compatível com o diâmetro do canal. Aquece ele até ficar rubro e entra com movimento rápido até as imediações do 1/3 cervical do canal radicular, removendo a guta mais cervical. 4° verifica a consistência da obturação com o auxilio de um explorador modificado de ponta reta (se está falha ou muito compacta). Se estiver frouxo, não é necessário o uso de solventes. 5° Se compacta, levamos o solvente no pote dapen. Depois com a pinça clínica aberta, vamos introduzir no solvente, fechar a pinça, tira do pote dapen, levo na câmara pulpar e abro novamente. Desta forma conseguimos levar pequenas quantidades de solvente exatamente onde desejamos utilizar. 6° Na, com lima K 15 de 21 mm (comprimento menor para se ter resistência à flexocompressão na ação de tentar romper a obturação). Faz-se movimento de penetração com bicadas de ¼ de volta à direita e ¼ de volta à esquerda até imediações do CRI. Vai alternando os instrumentos entre lima K e lima H (ex: 15 K/ 15 H; 20 K/ 20H; etc.). 7° Há situações que o instrumento não consegue penetrar na massa obturadora de obturações extremamente compactas. Nestes casos utiliza-se instrumentos preparados (corta os últimos 5 mm de instrumentos 20, 25 ou 30 - com alicate de corte, que projeta a ponta com formato de chave de fenda – torna o instrumento bastante invasivo). Utiliza apenas na porção reta do canal, nunca em porções curvas. Assim, aumenta-se o torque ao pressionar esse instrumento na massa obturadora, rompendo a dureza do material obturador, criando espaços para instrumentos de menor calibre. Procede-se também com a presença do solvente, penetrando com movimentos de bicadas de ¼ de volta à direita e ¼ de volta à esquerda (pressão apical) com o instrumento preparado. Ao remover o instrumento, limpa o mesmo em gaze estéril, irriga e aspira e alterna para lima K, preferencialmente de 15 (verifica se agora é possível vencer a massa obturadora, se não conseguir, refaz esse passo todo). Até imediações do CRI! 8° Do CRI ao CRT não utiliza mais o solvente, e sim o hipoclorito de sódio à 1%. Assim que confirma o CRT, se esvazia o canal alternando lima K e lima H para remoção total do material obturador. Irriga e aspira (farta e copiosa). De CRI a CRT = Penetração desinfetante. 9° Inicia o PQC. PQC manual K ou KF (quando curvo) #45-#50 (dependendo do diâmetro do canal -tabela sugestiva de WU). Pode fazer PQC automatizado Reciproc 50 ou WOG 45. 10° Faz o MIC com hidróxido de cálcio Ca (OH)2 (Ultracal) permanecendo pelo menos 14 dias no interior do canal. 11° Faz a blindagem coronária provisória com bolinha de algodão + OBTUR (Oz) + CIV. 12° Após o período e regredindo o processo sintomatológico/ inflamação, faz-se a obturação. *Existem sistemas automatizados de NiTi (Níquel e Titânio) para a Desobturação do canal: Mtwo Retratamento, Logic RT, Pro Taper retratamento, Gutta Percha Remover e Reciproc. **Casos onde há restos de cone no canal (para evitar empurrar os mesmos mais a fundo no canal): Com instrumento K de fino calibre (preferencialmente 15), fazer a penetração desinfetante com esteinstrumento até as imediações da guta. Então pré curva esse instrumento, para tentar arranjar espaço entre a parede do canal e a guta percha. Então se alterna entre a K e a H para conseguir espaço, até chegar na lima H de calibre 25. Com ela iremos tentar deslocar a guta e remove-la do canal. *** Se o cone ultrapassar o ápice e não for possível de remoção, fazemos todos os procedimentos já citados e mantemos ele no local, mas avisamos o paciente que pode ser necessário a remoção cirúrgica do mesmo futuramente, sendo necessário o acompanhamento do caso. **** Caso a obturação pareça adequada, mas paciente relata sintomatologia dolorosa, o ideal seria uma tomografia, porém podemos proceder com a técnica de Clarck (Mésio-radial e Disto-radial)n na tentativa de observar se há defeitos obturação.
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