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ANALISE FILME - Onde vivem os monstros.docx

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Prévia do material em texto

Isabela Garcia
Jonas Martins
Marcelo Tomaz
Nayara Dias
Apresentação da análise do filme “Onde Vivem os Monstros”, segundo os conceitos
de Melaine Klein.
Bebedouro, SP
2021
ANÁLISE DE PERSONAGEM - nota final 9,5
I. Apresentação da Obra (1,5) - 1,5
O referido longa-metragem, intitulado, “Onde vivem os monstros” foi a obra
escolhida para o desenvolver da análise. Originalmente, a concernente adaptação
cinematográfica é derivada do livro infantil “where the wild things are” (onde vivem os
monstros), publicado pela primeira vez no ano de 1963, composto e ilustrado por
Maurice Sendak. De modo, que Spike Jonze foi o diretor responsável pela
adaptação cinematográfica de tal título, localizado no gênero infantil/fantasia, com
aproximadamente 1 hora e 44 minutos de duração e lançado no Brasil no ano de
2010.
De modo resumido, o enredo é desenvolvido por meio da visão do próprio
protagonista (Max), um garoto, ao que tudo indica sem muitos amigos, que expressa
constantemente uma certa necessidade de atenção por parte da sua mãe (Connie) e
irmã (Claire), uma vez que seu pai é falecido. Max, apresenta uma conduta
inadequada após observar sua mãe se relacionando com um outro homem (cujo
nome não é mencionado), gerando uma discussão entre Max e sua mãe, onde, após
Max mordê-la no ombro o mesmo foge de sua casa. A Partir desse ponto, o garoto
“cria” uma ilha misteriosa. Nessa ilha, o garoto encontra diversos monstros e acaba
tornando-se o “rei deles”, após dizer que possui superpoderes, após assumir tal
posto, Max, torna-se o responsável pela manutenção, diversão e união do grupo,
com a plena consciência de que poderia ser comido pelos monstros caso falhe na
sua função como rei. Após inúmeras situações e conflitos, Max, despede-se de seus
novos amigos, retornando para sua casa e sua mãe.
II. Apresentação do Personagem (2,0) - 2,0
O personagem principal do filme é o menino Max, um garoto que mora com
sua mãe e sua irmã, pois aparentemente seu pai veio a falecer, as mesmas estão
sempre ocupadas, com o trabalho (mãe) e os amigos (irmã), portanto não tem tempo
para o garoto. Durante o filme, Max passa todo o clímax da trama com uma fantasia
de lobo, o garoto que por não receber a atenção de sua mãe e irmã, está sempre
tentando chamar atenção das mesmas fazendo bagunças e as provocando.
É possível observar que a falta da figura paterna e a ausência de sua mãe e
irmã faz com que o personagem Max seja uma criança muito sensível e focada no
seu mundo interno para suprir essa necessidade, justamente por esta razão
podemos analisar as angústias presentes na vida do personagem. Além disto, em
um determinado momento do filme o menino Max viaja para uma ilha, onde na
mesma só existem monstros que podem comê-lo, porém, após uma conversa entre
Max e os monstros o mesmo acaba se tornando “o rei deles”, nesta parte da história
podemos levantar hipóteses a respeito de como esses monstros podem ser
projeções do mundo interno de Max e relacionar com possíveis inter-relações do
mesmo com o mundo real, pois para ele alguém sempre se magoa ou se machuca a
sua volta.
A escolha da trama, se converte na proposta de que julgamos interessante
discutir uma obra que possui como narrativa principal a ideia de entrar em contato
com “nossos monstros interiores” e o lugar onde habitam. De modo, que o garoto
Max é o canal representante (na trama) para entrar em contato com “esse mundo
interior e os monstros que vivem nele”. Outro tópico interessante, se conserva no
personagem “Carol” (um dos monstros), que é um monstro aparentemente “macho”,
ao contrário do que seu nome sugere. Carol é o principal monstro para Max, pois
podemos observar claramente uma identificação entre Max e Carol, ambos são a
mesma consciência, atitude e comportamento. Max é Carol, ao passo que Carol é
Max. E o desenvolver desta relação entre ambos personagens é o que permite a
passagem de Max para a posição depressiva.
III. Análise e Discussão do Personagem a partir da Teoria Kleiniana (4,0) -
3,5
A partir da teoria das relações objetais de M.Klein, relacionadas ao filme
escolhido “onde vivem os monstros”, é possível identificar em uma cena do filme, no
qual Max disputa a atenção de sua irmã Claire, ao jogar bolas de neve nos amigos
de sua irmã, e se esconder em sua caverna de neve para se proteger. Os amigos de
Claire, vão atrás do garoto e dão chutes em sua caverna, até destruí-la por inteira.
Max espera que sua irmã o defenda, como ela não o faz, Max se revolta, entra no
quarto dela, bagunça e destrói um objeto importante. É notório nessa cena, que Max
está na posição esquizoparanóide, porque faz de tudo para chamar atenção, como
se as pessoas precisassem suprir as necessidades dele o tempo todo (narcisismo),
não compreendendo o outro, como uma pessoa além dele.
Segundo Centro de Estudos Psicanalíticos (2012), Max localiza-se então, no
instante de sua vida, na posição esquizoparanóide de Klein, onde seu ego se depara
fragmentado, na procura de um objeto que o gratifica. Dito isso, ao entrar no quarto
da irmã e bagunçar, Max se sente culpado por ter feito o que fez, e tenta consertar o
objeto no qual destruiu, entrando na posição depressiva, gerando uma culpa, e tenta
assim consertar como uma maneira de se redimir. A posição depressiva fica ainda
mais evidente pela conduta apresentada por Max, após bagunçar o quarto de sua
irmã, pois o mesmo sente-se culpado por isso e se isola em seu quarto até sua mãe
chegar. Vale ressaltar também, que o desenvolver da narrativa é construído
primordialmente, através do deslocamento entre a posição esquizoparanóide e
posição depressiva, por parte do garoto Max.
Caminhando mais um pouco ao desenvolver do filme, é construído uma
cena em que Max sobe na mesa de jantar, para chamar a atenção da mãe, ele está
na posição esquizoparanóide quando expõe a frustração, e raiva interna que sente,
pela sua mãe estar com outra pessoa e não dando atenção para ele
exclusivamente. Nessa posição, Max não apresenta consciência de que sua mãe é
uma pessoa desprendida dele, e que possui desejos para além dele. Já, quando
Max grita com a mãe e a morde, o mesmo começa a caminhar para a posição
depressiva, ao perceber o dano que causou em sua mãe, começando a entrar em
contato com a realidade concreta e percebe o dano que está causando a outras
pessoas em sua volta, mas volta logo para as defesas maníacas e foge de casa,
como uma fuga da situação, por estar muito confuso e angustiado. De acordo com
Klein (1948 apud OLIVEIRA, 2015) a construção do sentimento de culpa é tido como
resultado direto das pulsões sádicas destrutivas, assistido das fantasias
inconscientes de ter atacado e danificado objetos de que se precisa. O que
possibilita sentir a culpa depressiva e reconhecer a diferença entre o sujeito e o
objeto. Essa fuga pode ser entendida também como o aspecto do “Desprezo”,
presente na tríade que compõe as defesas maníacas, onde o mesmo “despreza” e
foge de sua casa, trazendo a ideia de que: “Eu não consegui a atenção que
desejava, mas pensando bem eu não preciso dela mesmo”. Me pareceu um triunfo
junto com o desprezo.
Segundo a teoria de Klein, é explícito, que Max tem seu ego fragilizado, não
conseguindo entender ou dar conta de controlar suas emoções, pois ele não
consegue dar conta do seu próprio ódio e sua raiva, achando que vai ser aniquilado
pelos objetos, sentindo medo dele, se sente fragilizado e medo do que ele pode
fazer, projetando suas questões internas no outro(mãe). Dessa forma, como seu ego
está fragilizado e frustrado, ele não consegue integrar essas emoções dentro de si,
ele nega a realidade que está vivendo, por ser muito difícil de lidar com a falta de
atenção da mãe e da irmã e ainda sim com a ausência do pai. Em conformidade
com Klein (1946, apud LOUP, 2016) Acontece um processo advindo de um dos
mecanismos de defesa, a cisão ou splitting. O ego se fragmenta e projeta a parte em
que se localiza a pulsão de morte para fora,no objeto externo (seio). Logo, o seio é
identificado como mau para o ego. Por isso, o medo original da pulsão de morte é
convertido em um medo perseguidor, ao mesmo tempo, é concebido uma relação
não só com o objeto mau como com o objeto bom (ideal). Isto é, da mesma maneira
que a pulsão de morte é projetada a fim de defender o ego. Assim, ele faz uma
cisão, entre a realidade e fantasia, indo para a ilha fantasiosa dos monstros, por não
conseguir dar conta do real.
Quando Max atravessa o mar em seu barco e chega até uma ilha dos
monstros, é notável, que são os monstros que ele tem em seu mundo interior, cujo
ele não consegue lidar, referente aos dramas e conflitos do momento. De acordo
com Freud (1916, apud CARIDADE, 2016) a fantasia está na realidade psíquica
quando um desejo não localiza o seu objeto, que não o encontrará, o eu, acaba
desenvolvendo completamente na sua imaginação. Assim, ele “foge” para esse
lugar, como uma tentativa de se resolver internamente, com os seus próprios
monstros. Esses monstros, são pedaços separados dele, no qual ou seja, cisões e
identificação projetiva com cada um deles, ele não consegue integrar dentro de si,
como um total, não consegue lidar com essas partes de seu eu. objeto interno e faz
isso
de forma parcial. Por fim, após inúmeros acontecimentos desencadeados na ilha, o
garoto Max elabora questões do seu mundo interno, por meio da sua interação com
os monstros presentes na ilha, e começa a caminhar novamente para a posição
depressiva, rompendo com a fantasia ao se despedir dos seus “colegas monstros”,
após tal despedida (quebra com a fantasia) o protagonista retorna para sua casa.
IV. Considerações Adicionais (1,5) - 1,5
A princípio, julgamos a obra suficientemente interessante, de modo que foi
possível levantar diversas questões para a realização da discussão. Contudo, na
nossa concepção após assisti-lo, o presente filme apresenta algumas lacunas em
certos momentos, principalmente em seu período final, de modo a não apresentar
um desfecho concreto, fica estabelecido uma atmosfera um pouco confusa, sem a
apresentação de uma conclusão palpável e considerável. Por fim, o protagonista
(garoto Max) apresenta uma conduta deveras interessante, que vai totalmente ao
encontro das questões teóricas trabalhadas em aula, porém no nosso
consentimento como um todo, a base estrutural da respectiva narrativa não foi muito
bem desenvolvida, tornando o filme um tanto vago, confuso e enfadonho, em
determinados momentos de tela.
V. Referências (1,0) - 1,0
CENTRO DE ESTUDOS PSICANALÍTICOS. 'Onde vivem os Monstros'...Entre
Dissociações e Reparações. Disponível
em:<https://centropsicanalise.com.br/2018/11/29/lemos-frioli-gleice-onde-vivem-os-m
onstros-entre-dissociacoes-e-reparacoes/>. Acessado em: 14 mai 2021.
CARIDADE, W. D. ONDE VIVEM OS MONSTROS: UMA ANÁLISE PSICANALÍTICA
SOBRE A FANTASIA. Revista de Iniciação Científica da Universadade do Rio
Verde, Três Corações, v.6, n.1, p.21-30, mai 2016. Diponível
em:<http://periodicos.unincor.br/index.php/iniciacaocientifica/article/view/2645/2288>
. Acessado em: 14 mai 2021.
LOUP, L.
MEDIUM.https://medium.com/@lauraloup/onde-vivem-os-monstros-entre-a-posição-
esquizo-paranóide-e-a-posição-depressiva-61b6faffa07a#:~:text=Onde%20Vivem%2
0os%20Monstros%20é,Posição%20Depressiva%20de%20Melanie%20Klein.
Acessado em: 14 mai 2021.
OLIVEIRA, F. C. M. de. Angústia, superego e constituição da subjetividade em Klein.
Departamento de Formação em Psicanálise Sedes Sapientiae, São Paulo, SP, p.
1-17. Disponível em:
https://desenhos-estorias.com/angustia-superego-e-constituicao-da-subjetividade-em
-klein/

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