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1 Terapêutica Veterinária | Medicina Veterinária | @focusmedvet_ Neoplasia Terapia antineoplásica Farmacoterapia - Proliferação local de classes celulares, sem causa aparente, de crescimento excessivo, progressivo, ilimitado, incoordenado, autônomo e irreversível, com tendência a perda de diferenciação celular. - Nomenclatura e classificação → origem, comportamento e morfologia Neoplasia em animais - Aumento da prevalência avanços nas técnicas diagnósticas (uso crescente da citologia e da histopatologia). - Fatores relacionados: genéticos, longevidade, agentes internos (atividade hormonal, lesões inflamatórias crônicas), exposição a fatores químicos e físicos, agentes infecciosos, raios ultravioletas do sol, irritantes crônicos e poluentes ambientais. - A escolha do método terapêutico baseia-se no tipo da neoplasia, estágio clínico e resposta a determinado tratamento. - Todas as modalidades possuem qualidades e limitações. Em geral, cada uma delas isoladamente é insuficiente para erradicar uma neoplasia Terapia múltipla. 2 Terapêutica Veterinária | Medicina Veterinária | @focusmedvet_ Modalidades terapêuticas antineoplásicas Clássicas • Quimioterapia • Cirurgia • Radioterapia Mais recentes • Crioterapia • Eletroquimioterapia • Imunoterapia Experimental • Gênica Quimioterapia - Uso de fármacos citotóxicos para benefício médico. - Estes fármacos são capazes de induzir danos químicos nas células em divisão celular através da interferência nos processos envolvidos na progressão do ciclo celular. - Legislação: RDC nº220, de 21/09/2004. - Estabelece requisitos mínimos para funcionamento dos serviços de terapia antineoplásica. Resolução RDC nº220, de 21/09/2004 Os antineoplásicos são considerados medicamentos de risco, pois podem causar genotoxicidade, carcinogenicidade e teratogenicidade. Objetivo: produzir a destruição celular mais completa possível do tumor, com o mínimo de efeitos colaterais ou tóxicos advindos da medicação. • Erradicação de todas as células neoplásicas Cura. • Estado de higidez a longo prazo Sobrevivência. Escolha do fármaco → tipo e grau histológico do tumor, estadiamento da doença e tolerância do paciente aos efeitos colaterais Indicações: - Controle de neoplasias sistêmicas ou tumores malignos que determinam metástases. - Modalidade exclusiva para neoplasias que não são passíveis de ressecção cirúrgica, ou como tratamento prévio à cirurgia ou radioterapia. - Controle ou erradicação de micrometástases de um tumor removido cirurgicamente e que possui um comportamento altamente metastático. Contra indicações - Pacientes com disfunções severas ou múltiplas. - Pacientes debilitados ou moribundos. 3 Terapêutica Veterinária | Medicina Veterinária | @focusmedvet_ - Neoplasias que são comprovadamente melhor tratadas por outras modalidades, como a cirurgia e a radioterapia. Problemas relacionados - Seletividade: tecidos normais de crescimento rápido → efeitos colaterais. Proximidade entre a eficácia e a toxicidade. Considerações - Usar a dose máxima tolerada, mantendo a qualidade de vida do animal. - Necessidade de monitoração do paciente. - Considerar a redução de dose quando houver disfunção em órgãos responsáveis pelo metabolismo ou eliminação dos fármacos. - Os fármacos devem ser administrados nos intervalos apropriados que permitem a morte de células tumorais e a recuperação de células normais (correção dos danos celulares causados pelo tratamento). - As doses de fármacos antineoplásicos são expressas em peso corporal (mg/kg) ou em área de superfície corporal (mg/m2 ) → método mais acurado. Quimioterapia metronômica O que é? Contínua administração de fármacos quimioterápicos em doses significativamente mais baixas do que as doses convencionais. Efeitos Citotóxicos diretos (exposição contínua das células cancerígenas aos fármacos), alterações na imunologia tumoral e ↓ angiogênese tumoral Fármacos Ciclofosfamida (linfoma, osteossarcoma, melanoma), clorambucil (leucemia, linfoma, mieloma) e lomostina. Indicação Como alternativa no tratamento paliativo de pacientes com neoplasias metastáticas, tumores inoperáveis ou em casos de resistência aos quimioterápicos. Cirurgia - Cirurgias oncológicas - Diagnósticas (biopsia excecional). - Terapêuticas (tratamento/paliativa). - Preventivas - Primeira opção terapêutica em pacientes com estadiamento inicial, portadores de neoplasias localizadas e com baixo potencial metastático. - Modalidade de eleição para casos de neoplasia mamária, mastocitoma e osteossarcoma, entre outros. 4 Terapêutica Veterinária | Medicina Veterinária | @focusmedvet_ - Em alguns casos, pode ser associada a quimioprofilaxia com a finalidade de erradicar micrometástases em potencial. - Infelizmente muitas cirurgias são mutilantes, pois o resultado estético não é o mais importante. Técnica - Ressecção contínua do tumor dentro de planos teciduais macroscopicamente normais (amplas margens de segurança). - Manipulação delicada dos tecidos. - Hemostasia precoce. - Exérese de linfonodos regionais. - Cirurgias radicais → remoção completa de uma estrutura anatômica ou do compartimento que contém o tumor (prejuízos funcionais e estéticos). Radioterapia - Terapia na qual se utilizam radiações ionizantes (raios-X) para destruir um tumor ou impedir que suas células aumentem. - Recurso terapêutico ainda pouco disponível na Medicina Veterinária. - Efetiva como terapia primária e adjuvante em alguns casos de mastocitomas e osteossarcomas. - A radiação pós-cirúrgica pode erradicar as células neoplásicas remanescentes de grandes áreas. - Menos efetiva em neoplasias volumosas do que naquelas em estágio inicial. - Pode oferecer melhores resultados cosméticos e funcionais que as cirurgias extensas, requeridas em alguns casos. - Efeitos colaterais: descamação, eritema, alopecia e necrose. Crioterapia - Método que causa a morte de células neoplásicas por meio de congelamento. - O nitrogênio líquido é o criógeno mais comumente usados utilizado para fins criocirúrgicos, outros incluem o gelo seco e o gás carbônico. - Indicada no tratamento de tumores cutâneos benignos e malignos, como: adenoma sebáceo, tumor maligno da bainha de nervo periférico, hemangioma, carcinoma de células escamosas, hemagiossarcoma, entre outros. - Técnica alternativa para a exérese de neoplasias cutâneas e de mucosas, particularmente em cães idosos e de risco anestésico, e em grandes animais. Eletroquimioterapia Modalidade terapêutica que combina a quimioterapia sucedida de eletroporação. - Consiste em potencializar a ação de um fármaco (de baixa/nenhuma permeabilidade na membrana celular), através do fenômeno de eletropermeabilização (↑ permeabilidade após submissão a um campo elétrico) 5 Terapêutica Veterinária | Medicina Veterinária | @focusmedvet_ - Técnica de tratamento localizado de diversos tipos de tumores sólidos sejam cutâneos ou subcutâneos, como carcinomas e sarcomas. - Apresenta poucos efeitos colaterais, não promove mutilações, além de não mostrar diminuição em sua eficiência frente a reaplicações em possíveis recidivas. Imunoterapia Visa resgatar a natural eficiência do sistema imunológico para deter a multiplicação das células cancerosas, ativando a resposta imune antitumoral. Abordagens: • Imunoterapia ativa: substâncias estimulantes e restauradoras da função imunológica (terapia inespecífica) e vacinas de células tumorais (terapia específica - autóloga ou heteróloga). • Imunoterapia passiva: anticorpos antitumorais ou células mononucleares exógenas. Tipo Imunomediadores Imunoterapia ativa inespecífica BCG e derivados Levamisole Isoprinosina Corynebacterium parvum Imunoterapia ativa específicaVacinas e soros produzidos a partir de culturas de células tumorais coletadas do próprio paciente (imunoterapia autóloga) ou de outro paciente com neoplasia semelhante (imunoterapia heteróloga) Imunoterapia passiva Fator de transferência Interferon Interleucina-2 ARN-imune Terapia gênica Experimental em humanos (leucemias e linfomas, tumores cerebrais agressivos, tumores de pulmão e melanomas). Principais estratégias • Modificar a célula tumoral, reparando um ou mais defeitos genéticos. • Introduzir um gene indutor de resposta imune antitumoral (vacina). • Introduzir gene produtor de enzima conversora de pró-droga que induzirá sensibilidade do tumor a agentes citotóxicos. • Diminuir a sensibilidade das células normais do hospedeiro, introduzindo genes de resistência a drogas, possibilitando tratamento mais agressivo. • Modificação do sistema imune do hospedeiro.
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