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Avaliação cefalométrica da posição do osso hióide em crianças respiradoras bucais

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47
REVISTA BRASILEIRA DE OTORRINOLARINGOLOGIA 73 (1) JANEIRO/FEVEREIRO 2007
http://www.rborl.org.br / e-mail: revista@aborlccf.org.br
Cephalometric assessment of 
the hyoid bone position in Oral 
Breathing Children
 Resumo / Summary
Material e Métodos: em função das relações anatomo-
funcionais do osso hióide com o complexo craniofacial, 
realizou-se avaliação cefalométrica da posição do osso hióide 
em relação ao padrão respiratório. A amostra consistiu de 53 
crianças, gênero feminino, com idades médias de 10 anos, 
sendo 28 respiradoras nasais e 25, bucais. As medidas cefa-
lométricas horizontais, verticais e angulares foram utilizadas 
com a finalidade de determinar a posição do osso hióide. 
Estabeleceu-se uma comparação entre os grupos por meio do 
teste “t” de student, bem como correlação de Pearson entre 
as variáveis. Resultados:Observou-se que não ocorreram 
diferenças estatísticas significativas para a posição mandibular 
e posição do osso hióide e o tipo do padrão respiratório. 
No Triângulo Hióideo, o coeficiente de correlação de 0,40 
foi significativo entre AA-ENP (distância entre vértebra atlas 
e espinha nasal posterior) e C3-H (distância entre a terceira 
vértebra cervical e osso hióide) demonstrando uma relação 
positiva entre os limites ósseos do espaço aéreo superior e 
inferior. Para as medidas cranianas sugeriu-se uma relação 
entre a posição do osso hióide com a morfologia mandibular. 
Conclusão: Os resultados permitiram concluir que o osso 
hióide mantém uma posição estável, provavelmente, para 
garantir as proporções corretas das vias aéreas e não depende 
do padrão respiratório predominante.
Maria Julia Pereira Coelho Ferraz1, Darcy Flávio 
Nouer2, José Ricardo Teixeira3, Fausto Bérzin4
Avaliação cefalométrica da 
posição do osso hióide em 
crianças respiradoras bucais 
 1 Mestre em Ortodontia. Membro do CEBAPE - Centro de Biociências Aplicado a Pacientes com Necessidades Especiais/ UNESP. Doutoranda em Biologia Bucodental, 
área de Anatomia pela FOP/UNICAMP, Cirurgiã-dentista.
 2 Professor Doutor em Ortodontia pela Faculdade de Odontologia de Piracicaba/ UNICAMP e Coordenador do Departamento de Odontologia Infantil da Faculdade de 
Odontologia de Piracicaba/ UNICAMP.
 3 Médico especialista em Otorrinolaringologia pela AMB. Preceptor de residência médica do Núcleo de ORL de Limeira (NOL).
 4 Professor Doutor em Anatomia, Prof. Titular e Coordenador do Departamento de Morfologia da FOP/UNICAMP.
Resumo da dissertação de mestrado em Ortodontia realizado no Departamento de Odontologia Infantil, área Ortodontia da Faculdade de Odontologia de Piracicaba/ 
UNICAMP.
Endereço para correspondência: Maria Julia Pereira Coelho Ferraz - Alameda João Senra 148 Colinas de São João Limeira SP 13481-299. Tel: (0xx19) 3443-1994/ 9608-
2646 - E-mail: mariajulia@respiremelhor.com.br
Este artigo foi submetido no SGP (Sistema de Gestão de Publicações) da RBORL em 02 de setembro de 2005. cod. 1028.
Artigo aceito em 05 de junho de 2006.
Material and Methods: because of its anatomical and 
functional relationship with the craniofacial complex, we 
assessed the cephalometry of the hyoid bone position in 
relation to the respiratory pattern of these 53 female children, 
with average age of 10 years; 28 of them are nasal breathers 
and 25 are oral breathers. Horizontal, vertical and angular 
cephalometric measures were used in order to determine 
the hyoid bone location. The Student “t” and the Pearson 
correlation tests were used in order to compare the groups and 
the variables. Results:We did not see statistically significant 
differences in mandible and hyoid bone positions and the 
respiratory pattern. In the hyoid triangle, the 0.40 correlation 
coeficient was significant between AA-ENP (distance between 
the Atlas vertebrae and the posterior nasal spine) and C3-H 
(distance between the third cervical vertebrae and the hyoid 
bone) showing a positive relation between the bony limits of 
the upper and lower air spaces. For cranial measures we have 
suggested a relationship between the hyoid bone position 
and the mandible morphology.Conclusion: The results led 
us o conclude that the hyoid bone keeps a stable position, 
probably in order to secure correct ratios in the airways, and 
it does not depend on the respiratory pattern. 
Palavras-chave: cefalometria, osso hióide, respiração bucal.
Keywords: cephalometry, hyoid bone, oral breathing.
ORIGINAL ARTICLE
ARTIGO ORIGINAL
Rev Bras Otorrinolaringol
2007;73(1):47-52.
48
REVISTA BRASILEIRA DE OTORRINOLARINGOLOGIA 73 (1) JANEIRO/FEVEREIRO 2007
http://www.rborl.org.br / e-mail: revista@aborlccf.org.br
INTRODUÇÃO
Diante da complexidade do sistema estomatogná-
tico, conhecimentos específicos de anatomia, fisiologia e 
das teorias de crescimento craniofacial são necessários e 
tornam-se indispensáveis para a compreensão da esfera 
individual.
De acordo com Meredith1, um grande incremento 
de crescimento ocorre nos primeiros anos de vida. Ao 
nascimento, o esqueleto craniofacial de um americano 
branco corresponde a 60% do tamanho cefálico do adul-
to, 80% aos seis meses de vida, 90% aos três anos e 95% 
aos nove anos de idade. Assim, aos doze anos, quando 
muitos ortodontistas iniciam o tratamento, quase todo o 
crescimento facial já ocorreu.
Quanto à respiração bucal, é possível identificá-
la como uma das causas da maloclusão e áreas afins. 
O padrão respiratório inadequado induz às adaptações 
funcionais, promovendo desequilíbrio muscular da face, 
modificações posturais, como lábios entreabertos, extensão 
posterior da cabeça e um posicionamento mais inferior da 
mandíbula e da língua. Em conseqüência destes desequilí-
brios, podem ocorrer alterações indesejáveis na morfologia 
craniofacial. No entanto, os dados que confirmam estes 
achados ainda são limitados e obscuros2-7.
A importância do osso hióide está em função de sua 
relação única, no entanto, fornece ligação para músculos, 
ligamento e fáscia da faringe, mandíbula e crânio8,9.
Muitas das características do grupo da Síndrome da 
Face Longa (SFL) e Síndrome da Face Curta (SFC) pode-
riam ser explicadas pela rotação horária ou anti-horária 
da mandíbula “em harmonia” com o osso hióide, língua, 
faringe e coluna cervical. A necessidade vital de manter o 
padrão do espaço aéreo ao nível da base da língua pode 
explicar a rotação na SFL10.
Vegetações adenóides ou massa lingual podem di-
minuir o espaço aéreo e induzir adaptações posturais ao 
nível de orofaringe. Uma queda do osso hióide em relação 
à mandíbula representaria uma tentativa de assegurar o 
diâmetro aéreo, no sentido ântero-posterior, relativamen-
te constante. Este recrutamento neuromuscular poderia 
induzir alterações na posição de repouso mandibular e 
uma extensão da coluna cervical, podendo influenciar no 
padrão de crescimento craniofacial11.
Assim, a estabilidade e o padrão do espaço aéreo re-
presentaria o principal fator da posição do osso hióide12.
Uma vez que a maloclusão pode ser causada por 
hábitos bucais inadequados, tais como deglutição atípica 
e respiração bucal, a posição do osso hióide poderia ser 
um importante guia de diagnóstico9.
Vários autores estudaram a morfologia e a função 
do osso hióide13,14 e outros investigaram a posição do osso 
hióide em relação ao crânio e à coluna cervical através de 
técnicas cefalométricas8,15-30.
Como os estudos referentes à posição do osso hi-
óide representam um campo aberto no âmbito da ciência, 
no presente estudo examinou-se a relação entre o osso 
hióide, mandíbula, crânio e coluna cervical cefalometrica-
mente, tentando estabelecer uma relação entre a posição 
do osso hióide em respiradores predominantemente bu-
cais e nasais para auxiliar no diagnóstico das alterações 
do complexo craniofacial de caráter multidisciplinar entre 
otorrinolaringologistas, ortodontistas e ortopedistas fun-
cionais, fonoaudiólogos e fisioterapeutas.
MATERIAL E MÉTODOS
O presente trabalho iniciou-se apenas após a apro-
vação do Comitê de Ética emPesquisa em Seres Humanos 
(CEP), da FOP-UNICAMP, conforme documentação exigida 
pela Resolução 196/96 da Comissão Nacional de ética em 
Pesquisa (CONEP) do Conselho Nacional de Saúde do 
Ministério da Saúde.
Utilizaram-se para este estudo, telerradiografias 
tomadas em norma lateral de 53 indivíduos, leucodermas, 
do gênero feminino, selecionadas de um total de 450 
devidamente matriculadas na rede municipal de Ensino 
da cidade de Limeira na faixa etária compreendida entre 
9 e 12 anos.
Solicitou-se autorização da direção das escolas esco-
lhidas aleatoriamente,bem como o consentimento prévio, 
por escrito, dos pais para realização da pesquisa.
As crianças foram avaliadas pela cirurgiã-dentista 
por meio de anamnese e exame clínico odontológico pa-
drão UNICAMP. A partir destes, as crianças foram encami-
nhadas para realização da telerradiografia em norma lateral 
e no mesmo dia submetidos ao exame de nasofibroscopia. 
Após o diagnóstico do padrão respiratório predominante 
emitido pelo Otorrinolaringologista dividiu-se, então, a 
amostra em grupo controle, respiradores predominante-
mente nasais (n = 28) e grupo experimental, respiradores 
predominantemente bucais (n = 25). Posteriormente se-
guiu-se a análise cefalométrica.
Para a seleção da amostra do presente estudo fo-
ram seguidos os seguintes critérios: indivíduos do gênero 
feminino, maloclusão de Classe I de Angle e dentição 
mista, ausência de tratamento ortodôntico e/ou ortopé-
dico funcional dos maxilares, ausência de lesões cariosas 
extensas, nitidez e contrastes suficientes para uma boa 
visualização e identificação das estruturas que compõem 
o tecido tegumentar, as estruturas ósseas, os elementos 
dentários e o osso hióide, bem como ausência de distor-
ções das radiografias.
As telerradiografias foram tomadas em norma la-
teral e em posição natural de cabeça (PNC)31,32 sempre 
pelo mesmo operador, técnico responsável do Serviço 
de Documentação Odontológica seguindo as normas 
estabelecidas pela Faculdade de Odontologia de Piraci-
caba/UNICAMP.
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Todos os indivíduos foram avaliados por um Otor-
rinolaringologista, responsável pelo diagnóstico do padrão 
respiratório. Examinou a garganta, nariz, orelha através 
de exame clínico e da nasofibroscopia, avaliou o ques-
tionário respondido pelos pais, a anamnese preenchida 
pela odontóloga, bem como a telerradiografia tomada em 
norma lateral, compondo o processo de diagnóstico do 
padrão respiratório e classificando-os em padrão respira-
tório predominantemente nasal (clinicamente normal) ou 
respiração predominantemente bucal. Empregaram-se os 
seguintes materiais para a nasofibroscopia: monitor marca 
Samsung, de 14 polegadas; videocassete marca Sony, de 
4 cabeças, VHS; fonte de luz para o telescópio da marca 
Welch Allyn; microcâmera para o telescópio da marca 
Toshiba; os telescópios utilizados foram de 2 modelos com 
direção visual de zero grau (0°) e 30 graus; nasofibros-
cópio flexível Pentax; fita de vídeo marca Sony além de 
lenço de papel, gazes, glutaraldeído a 2%; álcool a 70% e 
descongestionante nasal; lidocaína a 45 e xilocaína a 10% 
spray. O otorrinolaringologista utilizou os protocolos de 
Ianni Filho33 e Wang et al.34 para apresentar os resultados 
da nasofibroscopia e os exames foram gravados em vide-
ocassete, que passaram a fazer parte do acervo da Área 
de Ortodontia do Departamento de Odontologia Infantil 
da FOP/UNICAMP.
Avaliou-se o osso hióide, cefalometricamente, utili-
zando medidas craniofaciais e hióideas21 e adaptadas para 
o presente estudo e as medidas do Triângulo Hióideo8 
(Figuras 1, 2,3).
Figura 1. Grandezas cefalométricas para determinar a posição man-
dibular.
Figura 2. Grandezas cefalométricas para determinar a posição do 
osso hióide.
Figura 3. Grandezas cefalométricas lineares e angulares do Triângulo 
Hióideo.
1- Ar-Pog 6- BaN.PM
2- PP-Me 7- PTM.PM
3- ENP-PM 8- PO.PM
4- S-PM 9- PP.PM
5- Ângulo Goníaco
1- d horiz. H 4- PH.PP
2- d vert. H 5- PH.PM
3- PH.BaN 6- PH.PO
1- C3-RGn 4- H-H’
2- C3-H 5- Ângulo do Plano Hióideo
3- H-RGn 6- AA-ENP
 Para avaliar a confiabilidade das medidas cefalo-
métricas, os traçados foram realizados duas vezes por um 
único pesquisador em intervalo de uma semana, mantendo 
as mesmas condições ambientais e instrumentos de tra-
balho. Utilizou-se a média entre os valores coletados nos 
dois traçados. Após trinta dias da realização dos traçados, 
foram sorteadas, aleatoriamente, dez telerradiografias em 
norma lateral de indivíduos da pesquisa com a finalidade 
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de verificar o erro cometido entre os dois momentos atra-
vés do cálculo do erro proposta por Dalberg35 e defendida 
por Houston36. Para a análise dos dados, obteve-se inicial-
mente uma análise descritiva (média e desvio padrão) e 
posteriormente aplicou-se o teste F e o teste t de Student 
com nível de significância de 5%. A correlação entre as 
variáveis AA-ENP (distância ântero-posterior entre a pri-
meira vértebra cervical Atlas e a espinha nasal posterior) 
e C3-H (distância entre o ponto mais anterior inferior da 
terceira vértebra cervical e o corpo do osso hióide) foi 
analisada pelo coeficiente de correlação de Pearson37 
(1909), citado por Stepovich (1965)19, com um nível de 
significância α=0.05.
Tabela 1. Média, desvio-padrão e teste t das grandezas relaciona-
das à posição da mandíbula (valores são dados em graus e milíme-
tros).
Grandezas Nasal Bucal p*
Média DP Média DP
Ar-Pog 101.96 5.69 102.06 5.80 0.95 (NS) 
PP-Me 59.59 3.43 59.85 3.90 0.80 (NS) 
ENP-PM 42.87 4.45 43.65 3.48 0.49 (NS) 
S-PM 44.23 3.05 43.17 2.97 0.21 (NS) 
Ang. Gon. 125.16 4.34 123.40 5.04 0.18 (NS) 
BaN.PM 53.41 3.51 52.32 5.10 0.37 (NS) 
PTM.PM 117.18 3.39 117.80 4.64 0.59 (NS) 
PP.PM 27.83 3.50 28.11 4.52 0.81 (NS) 
PO.PM 15.08 3.32 14.42 2.74 0.43 (NS) 
DP=Desvio Padrão
*teste t de Student
(NS) não significante
 RESULTADOS
O cálculo do erro verificou que não houve signifi-
cância estatística entre os momentos avaliados denotando 
confiabilidade nos traçados e mensurações.
A média e o desvio padrão das medidas cefalomé-
tricas mandibulares estão apresentados na Tabela 1. As 
diferenças de médias, conforme mostram os resultados 
dos testes “t” apresentados na mesma tabela, não são 
significantes (p >0, 05).
A média e o desvio padrão das medidas que ca-
racterizam a posição do osso hióide estão apresentados 
na Tabela 2. Conforme mostram os resultados dos testes 
t apresentados na mesma tabela, as médias das medidas 
cefalométricas de respiradores predominantemente nasais 
e bucais não são estatisticamente diferentes (p >0, 05).
Também foram estudadas, neste trabalho, medidas 
cranianas que medem a posição do osso hióide segundo 
Bibby & Preston8. Os dados obtidos dos 53 participantes da 
pesquisa classificados em dois grupos estão apresentados 
na Tabela 3, não apresentando diferença significativa entre 
os grupos (p>0, 05).
Uma correlação significativa, porém não tão forte 
(r=0,40), entre AA-ENP e C3-H foi encontrada (Figura 4) 
representando o limite superior e inferior do espaço aéreo, 
respectivamente.
Figura 4. Correlação entre as medidas AA-ENP e C3-H
Tabela 2. Média, desvio-padrão e teste t das grandezas relaciona-
das à posição do osso hióide (valores são dados em graus e milí-
metros).
Medidas Nasal Bucal p*
Média DP Média DP
d horiz. H 27.58 2.59 27.83 3.49 0.78 (NS) 
d vert. H 52.41 5.45 52.95 6.46 0.74 (NS) 
PH.BaN 54.30 7.42 51.44 11.33 0.29 (NS) 
PH.PP 28.58 7.29 26.57 10.25 0.61 (NS) 
PH.PM 1.03 6.58 -1.44 10.71 0.32 (NS) 
PH.PO 16.07 7.32 12.93 10.50 0.22 (NS) 
DP=Desvio Padrão
*teste t de Student
(NS) não significante
Tabela 3. Média, desvio-padrão e teste t das grandezas relaciona-
das ao Triângulo Hióideo (valores sãodados em graus e milíme-
tros).
Medidas Nasal Bucal p*
Média DP Média DP
C3-RGn 64.90 6.68 67.09 6.90 0.55 (NS)
C3-H 31.99 2.99 32.45 2.54 0.55 (NS)
H-RGn 33.70 5.09 35.53 5.76 0.23 (NS)
H-H’ 1.53 5.18 2.36 5.12 0.56 (NS)
Ang. PH 22.74 7.94 20.72 12.25 0.49 (NS)
AA-ENP 32.87 3.34 32.86 2.18 0.98 (NS)
DP=Desvio Padrão
*teste t de Student
(NS) não significante
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DISCUSSÃO
A amostra foi padronizada em relação ao gênero, 
uma vez que é necessário considerar o dimorfismo sexual 
na morfologia esquelética, sendo que a diferença básica 
no tamanho ocorre após a puberdade, com os indivíduos 
do gênero masculino crescendo mais e por mais tempo 
que as mulheres38 e especificamente, no que se refere 
ao crescimento da coluna cervical 15,17 e posição do osso 
hióide em relação à mandíbula30.
Em relação à faixa etária cujas médias aproximadas 
foram de 10 anos para os respiradores predominantemente 
nasais e bucais, considerou-se a alta freqüência com que as 
alterações craniofaciais justificam a busca por tratamento 
ortodôntico. Meredith1 comentou que aos nove anos de 
idade 95% do crescimento craniofacial já ocorreu. Isto 
denota a importância do aspecto preventivo no processo 
de diagnóstico.
Realçando a importância da abordagem multi e 
interdisciplinar entre os profissionais da saúde envolvi-
dos no diagnóstico e tratamento do Respirador Bucal, 
optou-se pela nasofibroscopia realizada pelo otorrinola-
ringologista em conjunto com a telerradiografia tomada 
em norma lateral, avaliação odontológica realizada pela 
pesquisadora, entrevista e questionários respondidos pelos 
pais compondo, portanto, o processo de diagnóstico do 
padrão respiratório.
 De uma maneira geral, as medidas cefalométricas 
da posição do osso hióide não mostraram diferenças 
significativas entre os grupos com respiração predomi-
nantemente nasal e bucal. Esta afirmação está de acordo 
com os estudos de Subtelny & Sakuda18, Bibby & Preston8, 
Bibby9, Kumar et al.25 e Kawashima et al.29, onde o osso 
hióide apresentou uma posição constante de repouso, 
não se relacionando com o padrão respiratório. No en-
tanto, Adamidis & Spyropoulos21 encontraram diferenças 
estatisticamente significativas na posição da língua, na 
mandíbula e do osso hióide entre os respiradores bucais 
e nasais. Conforme os achados do autor que incluiu 
crianças respiradoras bucais com maloclusão de Classe I 
comparados com um grupo controle com oclusão ideal, 
sem evidência de obstrução nasofaringiana, o padrão res-
piratório influiu na posição mandibular e na posição do 
osso hióide. Autores como Behlfelt et al.22,23, Shintani et 
al.26, Finkelstein et al.27 encontram diferenças na posição 
vertical do osso hióide.
No que se refere às medidas do Triângulo Hióideo, 
as medidas lineares horizontais C3-H, C3-Rgn e H-Rgn 
não mostraram diferenças significativas entre os respira-
dores predominantemente bucal e nasal, respectivamente 
estando de acordo com Bibby9 e Kawashima et al.29. No 
entanto, qualitativamente, quando se comparam as mé-
dias, verificou-se que a dimensão ântero-posterior entre 
C3-Rgn (67,09mm e 64,90mm) foi maior para o grupo de 
respiradores predominantemente bucais do que nasais. 
A dimensão ântero-posterior entre a primeira vértebra 
cervical (AA) e a ENP (espinha nasal posterior) foi cons-
tante para ambos os grupos, uma vez que se estabelece 
nos estágios iniciais da infância15. O valor médio foi de 
32,87mm e desvio padrão de 3,34 para os respiradores 
predominantemente nasais e 32,86mm e desvio padrão 
de 2,18 para os respiradores predominantemente bucais. 
Estes resultados corroboram com os de Bibby & Preston8, 
Ferraz et al.30, com uma média de 32,91mm, 32,83mm e 
desvio-padrão de 3,66 e 2,69, respectivamente. O coefi-
ciente de correlação entre estas duas medidas horizontais 
AA-ENP e C3-H foi significante e positiva (r=0,40), porém 
menor quando comparado com os resultados de Bibby & 
Preston9 (r=0,98) e Ferraz et al.30 (r=0,56) que definiram 
o osso hióide como o limite anterior ósseo da faringe em 
um nível mais inferior que a ENP.
Considerando as médias, verificou-se que comporta-
mento vertical do osso hióide em relação a C3-RGn estava 
posicionado mais caudal nos respiradores predominante-
mente bucais com média de 2,36mm e desvio padrão de 
5,12 do que nos nasais cuja média foi 1,53mm e desvio-pa-
drão de 5,18. Esta posição mais inferior, do ponto de vista 
qualitativo, poderia ser interpretada como uma adaptação 
postural ao nível da orofaringe, na tentativa de manter o 
diâmetro ântero-posterior constante11,12,22.
Finalmente, a necessidade de manter as proporções 
corretas das vias aéreas é um dos fatores primordiais que 
controla a posição do osso hióide em indivíduos com pa-
drão respiratório diferente. O complexo craniofacial busca 
uma posição mais favorável para realizar suas funções e, 
portanto, se adapta, conforme suas possibilidades, com 
a finalidade de buscar o que é mais fácil para realizar a 
respiração.
CONCLUSÃO
Considerando-se as características da amostra uti-
lizada, a metodologia empregada e análise criteriosa dos 
dados apresentados, foi possível concluir que o padrão 
respiratório não interferiu na posição mandibular e na 
posição do osso hióide que mantém uma posição estável, 
provavelmente, para garantir as proporções corretas do 
espaço aéreo.
No entanto, estudos de natureza quantitativa tor-
nam-se necessários para investigar as mudanças na posição 
do osso hióide, considerando as possíveis implicações 
clínicas das adaptações neuromusculares da respiração 
bucal frente à coluna cervical e postura corporal.
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