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SANGRAMENTO UTERINO ANORMAL 1. CONSIDERAÇÕES GERAIS: Relevância Clínica SUA responder por mais de 1/3 das consultas ambulatoriais; Maioria dos casos acontecem logo após a menarca e no período perimenopausa. FIGO Classificação e nomeclatura para o sangramento uterino anormal na menacme, excluída gravidez: Menorragia, Menometrorragia, Metrorragia e SUD. Foi desenvolvida para facilitar o diagnostico dos sangramentos genitais e iniciar a terapêutica pertinente Menorragia Regular, maior duração e fluxo Metrorragia Sangramento Irregular Menometrorragia Sangramento irregular, com aumento da duração e fluxo Hipermenorreia Regular, com duração normal e fluxo aumentado Causas ESTRUTURAIS : PALM Pólipo, Adenomiose, Leiomioma, Malignidade (lesões precursoras) ÚTERO NORMAL: COEIN Coagulopatias, Ovulação (Disfunção Ovulatória), Endométrio, Iatrogênica e Não Classificadas Etiologia Menstruação Sangramento Anormal (Causas orgânicas – útero normal, sistêmica, pélvica, drogas, traumas – ou disfuncionais – exclusão, alteração no mecanismo endocrinológico descontrole HHO) Todo SUD é SUA; mas nem todo SUA é SUD. 1ª conduta: AVALIAR A FAIXA ETÁRIA Neonatal Privação do estrogênio materno – o estrogênio para de chegar no endometrio da menininha que acabou de nascer. Conduta: expectante já que não vai ter folículo. Infância Corpo estranho / Infecção – secreção purulenta, odor fétido Trauma/Abuso Sexual Puberdade precoce (antes dos 8 anos de idade) Neoplasia (Sarcoma Botrióide) Adolescên- cia Disfuncional: Pela imaturidade do eixo HHO após a menarca, a adolescente não vai conseguir ovular todos os meses e vai ter cilo aumentado PRINCIPAL CAUSA IMATURIDADE HIPOTALAMO-HIPOFISE-OVARIANA (Cd: Orientações gerais e expectantes) Gestação (Sempre considerar essa possibilidade após a menarca) Infecção e Coagulopatia (PTI e Doença de Von WB) Adulta Disfuncional / Ciclos anovulatórios / Gestação Ginecopatias: Miomatose, adenomiose, câncer de colo/endométrio; Infecçoes (clamídia); Neoplasias Falencia ovariana (final da vida reprodutiva, vai ter proliferação endometrial sem contraposição do E, levando a ciclos irregulares) Pós- menopausa PRINCIPAL: ATROFIA ENDOMETRIAL Terapia Hormonal: também causa CA DE ENDOMÉTRIO (15%) CONCEITO DE SUD Sangramento diferente do habitual (normal da paciente) com alteração no volume, duração ou intervalo do fluxo menstrual, de modo que nenhuma causa orgânica é identificada!!!!! É um DIAGNÓSTICO DE EXCLUSÃO. NÃO SÃO SUD Endometrite (precursora da DIP), miomas, Pólipos, hipertrofia endometrial (área de abaulamento, sem o histopatológico não poed classificar como hiperplasia), metaplasia óssea, adenomiose, Coagulopatias (normalmente se manifestam na adolescência, lembrando da PTI e doença de Von Willebrand), Uso de Medicamentos (Hormônios, sulpirida, metoclopramida, tranqüilizantes) Classificação SUD Ovulatórios (na menacme) – 15% Anovulatório (na puberdade e perimenopausa) – 85% Puberdade – nos primeiros 2 anos após a menacme, por imaturidade do eixo H-H-O , sendo transitório e com a maturação do eixo o sangramento para. Climatério – falência progressiva da função ovariana. 2. ABORDAGEM DIAGNÓSTICA Abordagem Prática 1º Afastar causas orgânicas; 2º Presença ou Ausência de ovulação (para Classificar) Anamnese + Exame Físico + Método que documente a presença ou ausência de ovulação (Curva de Temperatura Basal – CTB; Dosagem de P4 na fase lútea media; USG seriada – que permite ver o desenvolvimento folicular até o momento que ocorre a ovulação e se forma o corpo lúteo que tem características ecogênicas próprias) ANAMNESE EXAME FÍSICO História Menstrual (Intervalo, volume, duração) Uso de Medicações Investigação de coagulopatias Doenças Associadas Menacme? pensar em gestação principalmente sem contraceptivo eficaz Pós-coito? Cervicite, CA de colo, lesão no colo/vagina/vulva = EXAME ESPECULAR Usa hormônio? Escape do contraceptivo/ TH na pos menopausa Adulta? Alterações no exame físico USG-TV Há sangramento oriundo da vulva, ânus, colo, uretra? Toque Bimanual: Útero – volume, superfície (irregular ou não), mobilidade, dor Há obesidade? Hiperandrogenismo? Acantose Nigricans? Aumento de Tireóide? Equimoses? Galactorreia? Na maioria dos casos de SUD anovulatório, anamnese (história menstrual bem detalhada) e exame físico minucioso permite iniciar o tratamento antes de se solicitar exames complementares. DECORAR: No caso de endométrio pós-menopausa, SUSPEITO: 1)>4/5mm S/TH ou 2)>8mm C/ TH Avaliação endometrial + biopsia com histeroscopia (PADRÃO-OURO), cureta Novak e Curetagem (BIOPSIA AS CEGAS) Excluídas as causas orgânicas, tem-se o diagnostico de disfuncional: Especialmente em extremos da vida reprodutiva EXAMES COMPLEMENTARES (custo-efetivo, de acordo com a suspeita clínica) Hemograma Completo Coagulograma (PTT,TAP,Fator VIII) Colpocitologia USG TV (identificar alterações estruturais uterinas) – 1º exame útero (mioma, pólipo) Histerossonografia Histeroscopia com Biópsia (ESHRE Fatores de risco p/ CA endométrio ou USG com alterações estruturais) TSH/PRL Beta HCG PF Renal e Hepática 3. ABORDAGEM TERAPÊUTICA: MEDCURSO Controle do sangramento agudo e Prevenção de Recorrências SUA Agudo: Intervir imediatamente para cessar o sangramento SUA Crônico: Sangramento anormal em volume, duração ou freqüência presente por pelo menos 6 meses Fazer abordagem de forma prevenir a recorrência. Como as disfunções orgânicas já foram excluídas, as principais causas de SUD giram em torno de distúrbios hormonais. Por isso, acontece nos extremos, logo após menarca e perimenopausa. TRATAMENTO: hormonioterapia (Estrogenioterapia ou Progestagenioterapia)! PROGESTAGENIOTERAPIA: Diminui o sangramento : Interrompe o efeito proliferativo do estrogênio sobre o endométrio, tornando este secretor. Não interrompe o sangramento porque não promove a reepitelização do epitélio! Comunicar à paciente Após 10 a 14 dias – SUSPENSÃO DO MEDICAMENTO – 3 a 4 dias após = CURETAGEM FARMACOLÓGICA (Descamação do endométrio) Paciente anovulatório logo após a menarca, a paciente não vai estar produzindo progesterona e com a progesterona vai tentar regularizar o ciclo menstrual. Em pacientes com hemorragia, não vai dar progesterona porque ela não interrompe o sangramento NÃO DEVE SER UTILIZADO NO CONTROLE AGUDO DO SUD: ACETATO DE MEDROXIPROGESTERONA DE DEPÓSITO DE 150mg Diidrogesterona 10mg 10-14 dias /mês Acetato de Nomegestrol 5mg Acetato de Noretisterona 10mg Acetato de Medroxiprogesterona 10mg Progesterona N. Micronizada 100mg SIU –LNG Levonogestrel 20mcg diariamente (p/ pcts com Pretensão contraceptiva + SUD anovulatório ainda que dificuldade de colocar) Diminui 75% do fluxo menstrual, promovendo a decidualização do endométrio e pode chegar em amenorreia após 6 meses de uso. ESTROGENIOTERAPIA + PROGESTOGENIOTERAPIA OU ACO Etinilestradiol 10mcg + Noretisterona 2mg OU Etinilestradiol 20-30mcg + progestágeno Bom para pacientes com a intenção contraceptiva e parar o sangramento Tratamento de Manutenção/ Prevenção de Recorrências Emergências Adolescentes/Contracepção Parada do Sangramento em 24-48h (dose) Sangramento agudo intenso = Uso do estrogênio Níveis flutuantes dos estrogênios caem abaixo de certo nadir ao inves de deixar cair , admnistra estrogênio rápida reepitelização (fortalece a malha reticular do estroma de sustentação) Interrupção do sangramento Maior crescimento da espessura endometrial Cessando o estímulo, Sangramento Maior Considerações : Endométrio Hipotrófico, fino e frágil; Formação de coágulos nos capilares endometriais da camada basal; Risco de Tromboembolismo (evitar na historia pregressa de TVP fazer uso de estrogênios eqüinos conjugados 0,625mg ou 1,25mg – 4cp VO/dia OU 17 beta-estradil 1 ou 2 mg)OPÇÃO 1 D1 4/4H; D2 6/6H; D3 8/8H ; D4-12 DIA 12/12H e entrar com progesterona OPÇÃO 2 D1 4/4h, D2-D5 6/6h,D6-D8 8/8h, D9-22 12/12h e já vai ter começado progesterona D1 PRIMEIRO DIA DO SANGRAMENTO SUD ANOVULATÓRIO ADOLESCENTE Hb >10 e normotensa LEVE = Orientação (ciclos anovulatórios e tem prazo para terminar) e no caso das muito incomodadas indica ACO (Pílula Combinada) MODERADOS = ACO (Pílula Combinada) ou Progesterona de segunda fase, usar por 6 meses Hb<8 Hipotensão Afastar cogulopatias e tumor GRAVE = Suspensão imediata do sangramento. Tratamento é Estrogênio isolado ou associado a progestágeno (ACO) de acordo com as opções acima(4/4h, 6/6h,...). Depois que controlou a parte aguda, para evitar a recidiva = Pílula. CLIMATÉRICAS Estudo endometrial = Pacientes que tem o fator de risco para o CA de endométrio tem que fazer a HSC. Progestágenos (em pacientes com sangramento não grave, vai diminuir o sangramento e controlar. Com o tempo, entra com o estrogênio quando entrar na menopausa como TH combinada) / Preparados Estroprogestínicos SIU – LNG (Mirena) Só adiciona o estrogênio quando entrar na menopausa Ablação de endométrio casos recorrentes ou refratários à hormonioterapia (evita- se o uso dela porque destrói o endométrio e impede o acompanhamento de hipertrofia/hiperplasia, além das falhas). Histerectomia Revisão de diagnóstico, quando a paciente quer retirar o útero. É comum achar achados por exemplo de adenomiose na biopsia. Lembrando que para o diagnostico que SUD é necessário excluir as causas orgânicas. Em caso de sangramentos bastante volumosos AINEs Redução das prostaglandinas no endométrio. Com a redução delas, tem vasoconstricção e aumento da agregação plaquetária, parando o sangramento ÁCIDO TRANEXÂMICO Antifibrinolítico Posologia : 650mg 2cp 8/8h no fluxo menstrual (5 dias) Não há consenso da posologia! Contra-indicações: História de tromboembolismo e Risco intríseco de tromboembolismo Atenção: Uso concomitante com ACO!!! potencializa o risco de trombos TRATAMENTO SUD : MED 2018 Puberdade Orientação e Progesterona Menacme Progesterona Estrogenio/Progesterona Climatério Progesterona Afastar CA de endométrio (perimenopausa e avaliação histopatológica) Intenso Estrogenio conjugado 6/6h ou Curetagem Uterina (raspar o endométrio para diminuir o endométrio e avaliar histopatologicamente) Leve/Moderado AINES, antifibrinolítico, ACO, progesterona e DIU-LNG Conduta Prática: Afastar CA de endométrio na PERIMENOPAUSA Afastar gravidez tópica ou ectópica na MENACME Afastar doença hematológica na adolescência ( PTI e DVWLB) Menorragia = AINE / Ácido tranexâmico SUD Anovulatorio Leve/Moderado = Progestogenioterapia ou Pilula Combinada SUD Anovulatório Grave = Estrogenioterapia e depois Pílula Combinada ou Preparados Estroprogestíncos O DIAGNÓSTICO DE SUD FICA SOB SUSPEITA SE NÃO HOUVER CONTROLE DA HEMORRAGIA COM HORMONIOTERAPIA
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