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Suinocultura Prof. Ma. Natália Sidrim Evolução do Suíno • Suínos selvagens • Anterior mais desenvolvido • Busca por alimentos • Defesa e ataque a outros animais Evolução do Suíno • Domesticação • Menor necessidade de defesa; • Alimento disponível sem esforço; • Seleção de animais para gordura Evolução do Suíno • Final do século 20 • Tipificação de carcaças; • Cruzamentos planejados entre raças; • Seleção para carne magra na carcaça. Evolução do Rebanho Características dos animais • Olfato bem desenvolvido – sensibilidade a temperaturas elevadas; • Necessitam de água para manterem temperatura corporal adequada – em estado natural; • Hábito alimentar onívoro • Adaptação aos mais diferentes ambientes; Características • Sistema termorregulador pouco desenvolvido; • Baixa reserva de açúcar no sangue e tecidos; • Poucas cerdas • Macho adulto, reprodutor denomina-se cachaço, varrão. • Fêmea é a porca, • As crias novas quando machos são os leitões ou marrotes e as fêmeas são leitoas ou marrã. Tipos de suínos Suíno tipo banha • Animal de pequeno porte; • Formas arredondadas; • Grande acúmulo de gordura • Crescimento tardio; • 12 a 16 meses para chegar aos 90 kg; • Chega a consumir 600 kg de ração para atingir o peso de abate.. Suíno tipo carne • Ótimo rendimento de carcaça; • Excelente conversão alimentar; • Animal comprido. • Atinge 100 kg perto dos 5 meses de idade (ou menos); • Animal prolífero; • Por que produzir? • Preferência do mercado atual; • Carne mais cara que a gordura. Perspectiva • Em 2016, os criadores foram pegos de surpresa pelo alto custo de produção. O vilão é o milho, principal ingrediente da ração. • Mesmo com o preço alto dos insumos, a produção de carne suína fechou 2016 com um aumento médio de 5% no RS, de acordo com a Associação de Criadores. As exportações também seguiram esse ritmo, a alta foi de 13%, só que os preços no mercado internacional diminuíram. Brasil • O Sul é a principal região produtora, responsável por 49,3% do efetivo suíno nacional, com 18,681 milhões de cabeças. • Ele é seguido por Sudeste (18,5%), Nordeste (14,9%), Centro-Oeste (13,8%) e Norte (3,4%). Brasil • O município de Uberlândia, em Minas Gerais, se manteve na liderança de rebanho suíno no Brasil em 2014. O efetivo chegou a 910 mil cabeças, 2,4% do total nacional, • Na sequência, os maiores rebanhos suínos foram verificados em Rio Verde, em Goiás, com 760 mil cabeças, e em Toledo, no Paraná, com 710 mil. Animais • Embora existam raças de porcos criadas, exclusivamente, para produção de banha e outras para carne, há aquelas que servem para ambos, dependendo do tipo, sobretudo da alimentação e do regime a que os animais são submetidos. Raças • No Brasil, atualmente, as principais raças de suínos utilizadas são Landrace, Large White e Duroc, sendo que mais de 90% da composição racial dos suínos de abate baseia-se nessas três raças. • Outras raças que têm sido utilizadas em menor escala são Pietran, Hampshire e Wessex. Origem Tipos de perfil frontonasal Tipos de Sistema Tipos de Sistema • Sistema extensivo; • Sistemas intensivos: • Totalmente confinado; • Sistema Siscal Tipos de sistemas de manejo das instalações • A forma como os animais de diferentes idades são mantidos e transitam nas instalações, considerando a entrada e saída associado a forma de limpeza e desinfecção é conhecida como manejo da instalação. • Existem dois tipos de sistemas de manejo das instalações: • manejo contínuo • All in, all out (todos dentro – todos fora). Sistema extensivo • Presença de animais tipo banha; • Criações de baixo índice de produtividade; • Não há separação dos animais de acordo com a fase. • Instalações rusticas; • Alimentação baseada em restos de cultura; • Não ha controle técnico sobre a criação. Sistema intensivo • Produção de animais tipo carne; • Todos os animais são criados confinados; • Utilização de menor área para produção • Investimento elevado em instalações; • Alimentação de qualidade de acordo com cada fase do animal; Sistema Intensivo • Maior controle sanitário. • Excelentes índices produtivos e reprodutivos; • Instalações adequadas de acordo com cada fase; • Pode ser de baixa ou alta tecnologia; • Mão-de-obra especializada. Fases da Criação Valores aproximados e Dependendo do objetivo de produção e do próprio manejo Identificação • Podemos usar tatuagens, feitas com alicates (tatuadores) onde identificamos cada animal com o número do lote, e ou com o dia do nascimento ou o uso de brincos. • Poderá usar ainda o sistema australiano de identificação com (mossa) nas orelhas, este tipo de identificação é usado por granjas de produtores de material genético e é o sistema recomendado pela ABCS (Associação Brasileira de Criadores de Suínos). • O ideal e que a marcação seja feita ao nascer, ou no máximo quando os leitões tiverem 12 dias de idade. Identificação por mossa (Sistema Australiano) Tatuagem Creche ou unidade de crescimento inicial: • Projetada para abrigar os leitões após o desmame até atingirem 27 kg de peso corporal (o que ocorre por volta de 65 dias de idade). • A instalação pode possuir gaiolas para 10 leitões ou baias para grupos de 20 leitões. Crescimento Unidade de crescimento • Utilizadas para animais com 27 a 60 kg de peso corporal (65 a 110 dias de idade, aproximadamente), criados em baias coletivas do setor de crescimento; Terminação • 60 a aproximadamente 100 kg (peso de abate), também em baias coletivas. Setor de reprodução (pré-cobrição e cobrição): • As fêmeas já podem ser selecionadas para reprodução logo ao nascimento, caso apresentem peso corporal maior ou igual a 1,4 kg. • Depois, podem ser separadas pelas suas tetas em quantidade (número > 14 tetas) a em qualidade (ausência de tetas invertidas). Setor de reprodução (pré-cobrição e cobrição): • Além destas, outras características podem ser usadas para o agrupamento do plantel de fêmeas reprodutoras, as quais já apresentam o primeiro cio no 5° mês de vida a estão aptas para reprodução com aproximadamente 7 meses de idade, quando apresentam peso corporal de 100 a 110 kg. • Então, são encaminhadas ao setor de reprodução, onde são cobertas a permanecem até a confirmação da prenhez. Unidade de gestação • Confirmada a prenhez, são encaminhadas para a unidade de gestação (baias coletivas ou gaiolas individuais) onde permanecem até uma semana antes do parto, sendo que a gestação dura aproximadamente 114 dias (3 meses, 3 semanas e 3 dias). Gestação Gestação Maternidade • Uma semana antes do parto são levadas para a maternidade (gaiolas individuais com abrigo para proteção dos leitões) onde permanecem até terminar a fase de aleitamento. Maternidade Maternidade • A desmama ocorre, normalmente, quando os leitões atingem entre 21 e 28 dias de idade, sendo os leitões encaminhados para a creche e as porcas retornam para o setor de reprodução. Maternidade Escamoteador • A capacidade do leitão em manter sua temperatura corporal, logo após o nascimento, é pouco desenvolvida, • Pode apresentar perdas consideráveis de temperatura logo após o parto, que podem variar de 1,7 a 6,7oC (em média 2,2 oC). • A temperatura exigida pelos leitões depende fundamentalmente da sua idade: até duas semanas necessitam temperatura ente 30 e 32 oC Bem estar • Termorregulação • Não tem glândulas sudoríparas ativas • Termorregulação funciona após 2° dia de vida ▫ • Temperatura corporal: ▫ • 38,7 a 39,8o C com média de 39,2o C • Os suínos são sensíveis ao frio quando novos e ao calor quando adultos Zona de Conforto Sistema Siscal (sistema intensivo de suínos criados ao ar livre ) • Recebem manejo produtivo, reprodutivo e alimentar semelhantes aos dos animais criados em sistema tradicional confinado. • Este sistema devolve ao animal as condiçõesambientais mais próprias de seu habitat, que refletem positivamente na produtividade. SISTEMA SISCAL • O SISCAL é caracterizado por manter os animais em piquetes nas fases de reprodução, maternidade e creche, cercados com fios e/ou telas de arame eletrificados – através de eletrificadores de corrente alternada • Da mesma forma que no sistema confinado, na implantação do SISCAL é preciso organizar a produção, estabelecendo o sistema de manejo em lotes com intervalos entre os lotes compatíveis com o tamanho do rebanho. siscal • Não deve ter declividade superior a 15% • Solo com boa capacidade de drenagem • Sistema deve ser implantado sobre gramíneas e/ou leguminosas • Taxa de lotação: • Varia de acordo com as condicoes climaticas, tipo de solo e do manejo adotado • 800 m2/matriz • piquete creche com capacidade de 2 a 3 leitegadas com 70 m2 / leitao Repartição da área • De maneira geral, a área do SISCAL deve ser dividida em piquetes para abrigar as seguintes fases do suíno: Quarentena Corredores de acesso Adaptação Depósito Machos Fábrica de ração Pré-gestação Gestação Maternidade Creche Manejo dos leitões Manejo dos leitões • São três os momentos críticos de uma criação de suínos: cobertura, parto e desmame. • A falta de cuidado nesses momentos traz prejuízos que dificilmente são recuperáveis. • O ambiente da maternidade deve ser seco, higienizado e calmo. O mais indicado é que a maternidade fosse construída em bloco separado de outras fases da criação. Manejo dos leitões • A assistência permanente ao parto é prática recomendável uma vez que boa parte das mortes de leitões acontece bem próximo a esse momento. • Incluindo-se os leitões natimortos, em torno de 5 a 10% da mortalidade dos leitões acontece no primeiro dia de vida. • As principais causas de mortalidade nas primeiras horas pós-parto são: nascimento de leitões fracos, leitões sufocados (líquidos e membranas placentárias), esmagamentos provocados pela porca, inanição, hipoglicemia e hipotermia. Manejo dos leitões • À medida que os leitões nascem, devem ser limpos e secos para diminuir a perda de calor corporal; os leitões nascem com poucas reservas energéticas e têm dificuldade de regular a temperatura corporal. • Os líquidos fetais e restos de membranas que envolvem os leitões devem ser removidos, especialmente na região bucal e narinas, desobstruindo as vias respiratórias. Essa remoção pode ser feita com toalha papel ou pano limpo. Manejo dos leitões • Enquanto se faz a limpeza dos leitões é recomendável fazer uma massagem na região dorso-lombar ativando a circulação e respiração dos animais. • Logo após o término do parto, algumas práticas devem ser realizadas para facilitar ainda mais a vida dos leitões e seu bom desenvolvimento, como: corte de dentes, corte da cauda e amarração e corte do umbigo. Corte e cura do umbigo • Deve ser feita logo após o parto. O umbigo deve ser amarrado de três a cinco centímetros do abdômen e cortado logo abaixo. • Após o corte, o umbigo deve ser mergulhado em solução desinfetante (por exemplo, iodo a 5 a 7%) colocada em um frasco com boca larga; com o frasco comprimido contra o abdômen do leitão. Leite • É importante estimular o leitão a mamar imediatamente após o parto diminuindo a possibilidade de contrair uma infecção. • Diminuição progressiva na capacidade de absorção intestinal das imunoglobulinas Leite • Em relação à primeira mamada é importante registrar que as tetas da porca podem ser agrupadas em peitorais, abdominais e inguinais em função da sua localização. • As peitorais apresentam algumas vantagens sobre as demais: • produzem leite em maior quantidade e melhor qualidade (mais açúcar e mais gordura); • são mais longas e flácidas facilitando o ato de mamar e; • são mais disponíveis durante a lactação. • Os leitões preferem as tetas peitorais e essa pode ser uma das razões das desigualdades entre os animais. Aplicação do Ferro • O ferro é um elemento indispensável ao organismo animal: é essencial na formação da hemoglobina que é responsável pelo transporte de oxigênio ao nível celular. • Leitões que não recebem suplementação de ferro, podem ter mortalidade entre 9 e 60%. • Além disso, uma condição de anemia pode determinar a ocorrência de baixo desenvolvimento, péssima conversão alimentar e maior predisposição a infecções secundárias. Ferro • Devido à baixa concentração férrica do leite materno da fêmea suína (1mg/litro), os leitões necessitam iniciar o recebimento de suplementação externa de ferro após o nascimento, objetivando promover adequada quantidade deste mineral para manutenção do nível de hemoglobina circulante no sangue dos leitões recém- nascidos, evitando assim, casos de anemia ferropriva (SANSOM, 1984). Aplicação do Ferro • Muitas formas de fornecimento de ferro já foram adotadas, desde o fornecimento de terra até diferentes formulações de ferro para uso oral. • No entanto, a forma mais eficiente e segura é a aplicação injetável de 200mg de ferro dextran a 20%, normalmente em uma única dose. Essa prática é realizada entre o terceiro e o quinto dia de vida dos leitões via intramuscular ou subcutânea. Aplicação do Ferro Corte dos dentes • O leitão nasce com oito dentes, quatro caninos e quatro pré-molares, que podem lesionar as tetas das porcas ou o próprio leitão enquanto disputa uma teta. • Cortes nos lábios e na língua podem dificultar o ato de mamar prejudicando o desenvolvimento do leitão e podendo até dar origem a infecções mais ou menos graves. • Por outro lado, a porca pode relutar em aceitar a amamentação se tiver algum corte nos tetos, comprometendo o bom desenvolvimento de toda a leitegada Corte dos dentes • A atenção deve ser grande durante a operação para não provocar cortes na gengiva ou na língua e, também, para que não fiquem pedaços de dentes na boca do leitão. CORTE DA CAUDA (caudectomia) • Prática mais controvertida. Os que defendem sua utilização afirmam que ela ajuda a diminuir os casos de canibalismo dentro do lote de suínos. • Os que a condenam afirmam que o canibalismo não tem sua origem na cauda dos animais, mas sim que esse comportamento é conseqüência do estresse devido às condições em que são criados. Corte da Cauda • De qualquer maneira, quando essa prática for adotada, é recomendado o corte do último terço da cauda que poderá ser realizado com o próprio alicate de corte dos dentes ou com uma tesoura. CUIDADOS COM LEITÕES FRACOS • O peso dos leitões ao nascerem é muito importante para a sua sobrevivência durante a lactação e para o seu bom desenvolvimento. Leitões com menos de 700 gramas praticamente não têm chance alguma de sobrevivência. CUIDADOS COM LEITÕES FRACOS • O peso mínimo do leitão ao nascer deve ser de 1200 gramas, no entanto, leitões com peso entre 700 e 1200 gramas não precisam ser eliminados, especialmente naquelas granjas que trabalham com partos sincronizados. CUIDADOS COM LEITÕES FRACOS • Esses leitões podem ter sua chance de sobrevivência aumentada através das • seguintes práticas: • ¨transferência cruzada de leitões; • ¨orientação das primeiras mamadas; • ¨aplicação de glicose 5%. CUIDADOS COM LEITÕES FRACOS • Leitões com peso abaixo de 700 gramas devem ser eliminados da leitegada. • Além disso, são mais susceptíveis ao esmagamento. Relação do Peso ao Nascer em gramas (Horizontal) com a Mortalidade na Lactação (Vertical).