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PCC NEUROCIENCIA COGNITIVA

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FACULDADE ESTÁCIO DE SÁ 
CURSO DE PEDAGOGIA 
 
 
 
 
 
 
 
 
LÍBNY NARELLE ALVES DE LIMA GOMES 
 
 
 
 
 
 
 
 
OBSERVAR, PESQUISAR E CONSTRUIR O CONHECIMENTO 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
NATAL RN 
2020 
 
LÍBNY NARELLE ALVES DE LIMA GOMES 
MATRÍCULA: 202003324795 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
OBSERVAR, PESQUISAR E CONSTRUIR O CONHECIMENTO 
 
 
Trabalho apresentado como exigência de prática como 
Componente Curricular – PCC na disciplina de Neurociência 
Cognitiva na universidade Estácio de sà. 
 
Professor: Roseli Cantagalo Couto 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Natal RN 
2020 
Análise do Vídeo: Teste do Marshmallow 
 O vídeo denominado “Teste do Marshmallow” tem sido compartilhado nas redes 
sociais sem indicações de autoria, mas verificando seus detalhes de produção chegamos na 
publicação original numa plataforma online de compartilhamento de vídeos (MAGRON, 
2010). É uma nova edição da pesquisa originalmente desenvolvida por Walter Mischel e 
Philip K. Peake na pré-escola da Universidade de Stanford, tendo como sujeitos de testes os 
filhos de professores e outros funcionários do campus. A pesquisa iniciou na década de 1960, 
acompanhou as crianças até o final do ensino médio e início da vida adulta, sendo publicada 
em 1990. (GOLEMAN, 2012, p. 104). 
 Segundo Walter Mischel (2015) o autocontrole, antigamente chamado de “força de 
vontade”, é de extrema importância e está presente no imaginário humano desde a 
antiguidade, como nas narrativas religiosas figurando Adão e Eva perdendo o paraíso por não 
terem conseguido resistir quando tentados com a maçã, também um doce. Sobre o teste 
original Mischel relata que nem sempre usaram marshmallows, mas também M&M’s, 
biscoitos Oreo e o utras gulose imas que estivessem disponíveis. Era oferecida para a s 
crianças a escolha entre ganhar dois dos seus doces favoritos se esperassem o pesquisador 
retornar para sala, num período máximo de vinte minutos, ou, ao invés disso, poderiam a 
qualquer momento comer um doce já disponível. 
 O vídeo compartilhado por Magron (2010) nas redes sociais segue a mesma premissa 
de “espere e ganhe mais um doce ou coma apenas um agora” e as reações das crianças são 
muito interessantes: olham para longe do doce, tocam de leve e provam com o dedo, tentam 
mudar o foco de atenção se distraindo com ou trás coisas, cheiram, outros fecham os olhos, 
alguns cantam e brincam fingindo comer em antecipação. Após alguns minutos alguns 
começam a tirar pedacinhos do doce quebrando o autocontrole aos pouquinhos numa luta 
que faz aqueles minutos parecerem intermináveis. No final a edição privilegia uma criança 
que nem esperou o pesquisador terminar de falar e já estava comendo o doce e outra, que a o 
final da “longa espera” recebeu sua recompensa de dois doces. 
 Em 1995, ao escrever sobre a experiência, Goleman (2012 , p. 103-106) informou 
que ao final do período de acompanhamento, cerca de doze ou quatorze anos, os que 
resistiram ao impulso eram mais eficazes, assertivos, mais competentes socialmente, ainda 
preparados para esperar um pouco pelas merecidas recompensas , seja em ações corriqueiras 
como seguir uma dieta ou se esforçar até a obtenção de um diploma universitário. Apontou 
também uma diferença de rendimento escolar entre os participantes da pesquisa, no Teste de 
Aptidão Escolar, o equivalente norte americano ao Exame Nacional do Ensino Médio – 
ENEM, os que conseguiram esperar pelos dois doces obtiveram médias aproximadamente 
16,41% superiores no s exames verbais e 23,48%nos exames matemáticos em relação aos 
que não conseguiram resistir ao prazer imediato. 
 Saber esperar significa desconcentrar-se da tentação imediata e distrair-se enquanto 
mantém a perseverança necessária para seguir planejamentos e chegar ao objetivo proposto. 
Estas habilidades tão importantes para o desenvolvimento do individuo são ensináveis para 
crianças e adultos, aumentam nossa capacidade de regular as emoções, nossas tentações e o 
foco da nossa atenção, particularmente importante para a educação, permitindo que mesmo 
em situações de stress ou pobreza as crianças tenham melhores chances para obterem vidas 
integralmente mais saudáveis e felizes. (MISCHEL, 2015). 
 O autocontrole pode ser ensinado nas escolas, com professores ao redor do mundo 
entendendo que o conhecimento sobre as diferentes funções neurais pode proporcionar para as 
crianças as melhores oportunidades para o desenvolvimento das suas habilidades cognitivas. 
O estudo das relações entre o comportamento humano e a atividade cerebral, procurando 
entender o que acontece no cérebro humano desde o momento de sua formação até as etapas 
de envelhecimento é o objeto das neurociências e seus achados produzem novos da dos para 
o desenvolvimento de técnicas e metodologias mais eficientes no processo de educação. 
 
Funções Cognitivas, Conativas e Executivas 
 
 No cérebro em situação de aprendizagem ocorrem transformações neurais com a 
criação de circuitos, redes e sistemas funcionais que atuam na velocidade, precisão e eficácia 
das sinapses Conhecer os processos de evolução e funcionamento do cérebro são 
fundamentais para aperfeiçoar os processos de ensino e aprendizado, entendendo o s 
contextos cognitivos dos professores e dos alunos , impactando positivamente do sucesso 
didático. A aprendizagem humana surge de múltiplas funções em participação coordenada, 
capacidades ou habilidades cognitivas interligadas como a recepção, integração, planificação 
execução. A arquitetura cognitiva se realiza na interação contínua de uma Tríade Funcional de 
aprendizagem, com funções cognitivas, conativas e executivas. 
 
CONCLUSÃO 
 Os comportamentos são também aprendidos, a primeira reação numa situação nova 
pode ser determinante par a o cérebro aprende r que aquela ação é mais adequada, c ria um 
hábito de o indivíduo responder sempre da mesma maneira a determinada situação ou 
emoção, num "esquema comportamental prévio ou automatizado". Na criança o cérebro 
possui maior plasticidade, ativando neurônios conforme os estímulos recebidos de forma que 
as sinapses mais usadas são mais fortalecidas enquanto as menos usadas enfraquecem, 
formando um padrão de respostas diretamente impactante no adulto que vai se formar 
 As funções executivas precisam de um longo período de desenvolvimento desde o 
primeiro ano de vida até a idade adulta. Algumas são estabelecidas na adolescência, outras 
apenas mais tardiamente. 
 Progressivamente a primeira função desenvolvida é a inibição entre um e três anos de 
idade, com predominância as reações espontâneas conforme o ambiente. Dos quatro aos cinco 
anos as crianças são mais capazes de inibir reações de forma ponderada, é nesta fase que se 
desenvolve a segunda função, a memória de trabalho ,mais evidente dos três aos cinco anos 
quando a criança consegue criar imagens mentais e brincar ou operar sobre elas. Por último, 
no período dos cinco aos sete anos, é desenvolvida a flexibilidade, a criança consegue 
recordar-se deliberadamente , ignorar fatores de distração, adiar recompensas, interromper 
comportamentos inadequados, avaliar suas ações e efetivamente adaptar eu comportamento 
conforme as demanda O desenvolvimento das funções executivas é de profunda importância 
tanto “pelo impacto em curto prazo quanto pelo potencial preventivo de dificuldades futuras”. 
É preciso avaliar e conhecer os processos neurais, ensinando e treinando sistematicamente o 
indivíduo para o desenvolvimento e enriquecimento das habilidades essenciais para o sucesso 
no processo de aprendizado. Em sintonia com a pesquisa de Walter Mische l (2015), 
conforme os desdobramentos do “Teste do Marshmallow”, os estudos das neurociências 
apontam para o ensino e treinamento das funções executivas promovendo autonomia para a 
criança. também a prática de exercícios aeróbicos promovendoa flexibilidade cognitiva, com 
atividades de cooperação promovendo atenção sustentada, memória de trabalho, disciplina e 
interação social; a prática de artes marciais desenvolvendo autocontrole e meditação ou 
contemplação menta l, permitindo maior controle de atenção e foco, entre outra atividades e 
programas complementares em sala de aula. 
 Aqueles com melhor treinamento e desenvolvimento das funções executivas na 
infância possuem as melhores probabilidades de obter maiores índices de saúde, além de 
maior sucesso nas carreiras profissionais escolhidas. 
 
 
 
 
REFERÊNCIAS 
 BÖLTING, Rudolf. Dicionário Grego - Português. Rio de Janeiro, RJ: Instituto 
Nacional do Livro, 1953. DIAS, Natália Martins; SEABR A, Alessandra Gotuzo. 
Funções executivas: desenvolvimento e intervenção. Revista Temas sobre 
Desenvolvimento, São Paulo, 013, 19 ( 107), p. 206-212 
 FONSECA, Vitor. Papel das unções cognitivas, conativas e executivas na 
aprendizagem: um a abordagem neuropsicopedagógica. R ev. Psicopedagogia 
2014;31(96):236 - 253. 
 FONTES, Maria Alice; FISCHER, Claudia Petlik. Neuropsicologia e as Funções 
Cognitivas . Artigo. São Paulo, SP: Site Plenament e,ago. 2006. Disponível e 
m:<http://plenamente.com. br/artigo.ph p?FhIdArtigo=66# 
 GOLEMAN, Daniel. Int eligência Emocional :A teoria revolucionária que redefine o 
que é ser inteligente. 2. ed. Rio de Janeiro, RJ: Objetiva, 2012. 
 MAGRON, Jérome. Th e Marshmallow est (Teste do Marshmall ow). 2010. 
Disponível em: https://vimeo.com/6 591011 
 MISCHEL, Walter. The Marshmallow Test. Vídeo o Youtube. 2015. Disponível em: 
<https://www.youtube.co m/watch?v=XcmrCL 
 REZENDE, Antônio M artinez de; B LANCHET, andr a Braga. Dicionário do latim 
essencial. 2. ed. Belo Horizonte: Autê ntica Editora , 2014 
https://vimeo.com/6%20591011

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