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Resenha Crítica Para Sempre Alice POR CELI ANA MATTOS MOURA

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Resenha crítica do Filme: Para Sempre Alice
Discente: Celi Ana Mattos Moura
Turma: T03 – FONOAUDIOLOGIA UNEB
O filme Para Sempre Alice tem a duração de 1 hora e 41 minutos, foi dirigido por Wash Westmoreland, lançado em 2015. A personagem principal ganhou vários prêmios como melhor atriz, do Globo de Ouro, do Independent Film Spirit e outros.
A obra para Sempre Alice, aborda a temática da doença Alzheimer acometidas em pessoas em faixa etária mais nova do que são normalmente diagnosticadas. A personagem Alice, após perceber alguns sintomas como lapso de memórias, visão turva, além de se perder em locais extremamente conhecidos, marcou uma consulta com um neurologista, que fez alguns testes e exames, em torno de aproximadamente 3 consultas o médico fez o diagnóstico da doença. O fato da personagem ter marcado uma consulta com um profissional especializado foi algo extremamente importante, pois isso fez com que a doença fosse diagnosticada em fase inicial, embora a personagem não pudesse optar por um tratamento que pudesse regredir ou parar o progresso da doença, ela pode se organizar e contatar a família, que por um breve momento no início enfrentou um processo de não aceitação, primeiramente com o marido, John e posteriormente com alguns dos filhos. Esse posicionamento com tendência ao negacionismo é muito comum, essa temática é citada no artigo “O Doutor e seus doentes”.
Talvez a mais recorrente de todas seja aquela na qual o doente não entende, por recusar-se a escutar- entenda-se enquanto defesa - aquilo que o médico lhe fala. Claro que estamos falando de uma recusa inconsciente - um desejo de ocultação. Na maioria dos casos não saber o que está acontecendo consigo, não escutar o que lhe está sendo dito pelo médico deve ser tomado neste sentido. O desejo de ocultação pode ser tomado como uma estratégia de defesa do doente diante de um diagnóstico que ele e seus familiares têm dificuldades em aceitar. (RASIA, 2002).
 No entanto a família da protagonista teve um papel crucial quando se fala de solidariedade e apoio a personagem. Com exceção do marido que apresentou alguns posicionamentos ao fazer uma escolha no meio do drama, como continuar trabalhando, ao invés de tirar um ano sabático para aproveitar os momentos lúcidos que Alice ainda possuía, agregando ao fato de querer se mudar com a personagem para um local totalmente desconhecido, e longe dos filhos, no final do drama. Graças a sua filha Lydia, que decidiu retornar ao lar e tomar conta da mãe, mesmo assistindo diariamente a decadência de sua lucidez, Alice não precisou se mudar. A permanência no lar em que vivia, além da presença de uma pessoa conhecida ao seu lado, foi um presente para a protagonista. Pois, se o plano de John, o marido, desse certo, ela não o teria ao seu lado, já que o mesmo relatou para Lydia, a filha, no final do enredo, que não teria a mesma disposição que ela teve. Um acontecimento muito importante relatado no filme foi a descoberta do tipo de Alzheimer que a personagem tinha, uma das suas características era a hereditariedade. Isso abalou muito a protagonista pois, amava os filhos, contudo, essa notícia possibilitou que seus herdeiros descobrissem através de um tipo de teste se teriam o gene da doença degenerativa ou não. Embora o filme tenha abordado muito bem a perspectiva do Alzheimer para o portador da doença, seria imprescindível também mostrar na história que seus portadores podem ter acompanhamento psicológico. Se a personagem tivesse esse tipo de acompanhamento, alguns momentos extremamente marcantes e dolorosos, não teriam acontecido, como: o sofrimento da personagem com a possibilidade de ter passado o gene da doença degenerativa para os filhos, o momento em que decide gravar um vídeo para si mesma explicando como cometer suicídio através da ingestão de medicamentos, o sofrimento no momento em que acabou se urinando por não conseguir localizar o banheiro. O filme certamente é uma obra acessível a todos os portadores da doença, por isso, seria extremamente importante relatar o acompanhamento de Alice a um profissional psicológico, assim a possibilidade de a personagem cogitar um suicídio seria mínima. Portanto, o fato de Alice não ter atendimento psicológico foi algo frustrante, tendo em vista que seria muito benéfico à personagem, além de mostrar as pessoas que podem ter e/ou conhecem alguém com a enfermidade, a importância deste acompanhamento, que sem dúvidas deveria ter sido abordado no filme, de modo que incentivassem todos que sofrem com a doença, pois a personagem poderia ter escrito memorandos, gravado pensamentos, feito monólogos, até o momento em que se sentisse bem para tal. Pois, como foi retratado no filme, uma das características que Alice mais gostava em si mesma era ao fato de ser uma pessoa com conhecimentos avassaladores, e uma das coisas que mais a abalava era o fato de que esses conhecimentos, teorias quem sabe até descobertas, iriam ser degradados pela doença. A história do filme em si é um drama passado por muitas pessoas que sofrem com a doença de maneira rápida, progressiva, e/ou precoce como Alice, o que não isenta outras pessoas de chegarem ao estágio da personagem possuindo a doença de forma menos ou até mais agressiva.
Por fim, o papel do psicólogo quando se trata da doença de Alzheimer, dentre muitas possibilidades de colaboração, é também ajudar a lidar com essa nova demanda, essa nova realidade e emoções geradas por essa realidade. O objetivo da psicoterapia é preservar ao máximo a qualidade de vida dos que cercam esse paciente assim como a qualidade de vida do próprio portador da doença. Ensinar a compreender os novos comportamentos e os sintomas, acompanhar de maneira que garanta ao máximo os menores prejuízos psicológicos assim como ajudar na estimulação do portador de Alzheimer ao longo do tratamento, enfim, a lidar com tudo isso de maneira que se possa diminuir o sofrimento de todos os envolvidos nesse processo. (STTEEL, 2016).
Referências
RASIA, José Miguel. O doutor e seus doentes: solidão e sofrimento. RBSE, v.1, n.3, pp. 353, João Pessoa, GREM, dezembro de 2002. 
STEEL, Aline. Mal de Alzheimer precisa de acompanhamento psicológico. Diário do Vale, 2016. Disponível em: https://diariodovale.com.br/colunas/mal-de-alzheimer-precisa-de-acompanhamento-psicologico/. Acesso em: 01 de out. 2021.

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