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Cinética da reação da acetona com o iodo Experimnto 9 Krissia Vitória do Nascimento Morais Departamento de Química Fundamental Universidade Federal de Pernambuco Data da prática: 20/08/2021; Data de entrega do relatório: 28/08/2021 Resumo: Este experimento tem por finalidade o estudo cinético da reação da acetona com o iodo. Para isso, foram realizados 10 ensaios com diferentes volumes de acetona, iodo, água destilada, assim como também temperaturas variadas. Dessa forma, observando o tempo de ocorrência das reações, foi possível obter a ordem de 2,67 da reação global, as velocidades e as constantes de velocidade Química Geral Experimental 1, Krissia Vitória do Nascimento Morais, Experimento 9 Introdução Situações nas quais é possível observar quando uma reação é mais rápida ou mais lenta são recorrentes diariamente. Enquanto a panela de pressão é utilizada para acelerar uma reação, a geladeira causa o efeito contrário. Diante disso, a cinética química tem por objetivo o estudo da velocidade dessas reações, levando em consideração a influência de fatores como: temperatura, pressão e concentração [1]. Tendo em vista a composição da matéria, as reações ocorrem quando se há colisões entre as moléculas. Dessa forma, a velocidade da reação é dada pela frequência na qual as colisões ocorrem. Por isso, os principais fatores que impactam a velocidade são os que interferem nas colisões entre as partículas[2]. Todavia, é importante ressaltar que nem toda colisão resulta numa reação; assim, a energia mínima gerada necessária para uma reação ocorrer, é denominada energia de ativação. Diante disso, a velocidade de uma reação pode ser então definida como a variação da concentração de reagentes e produtos em um dado intervalo de tempo. Sendo assim, no aprofundamento do conhecimento acerca do comportamento de uma reação, o estudo da cinética é de grande importância; pois, através dele é possível controlar a reação, tanto retardando quanto acelerando a velocidade de acordo com o que necessita. Pensando nisso, no experimento realizado é feito o estudo da reação do iodo com o ácido clorídrico, visando a obtenção da ordem, velocidades e as constantes das reações. Mostrando como a variação de temperatura e da concentração interferem na velocidade da reação. Procedimento Experimental Foram realizadas análises de 10 soluções em temperaturas variadas e diferentes volumes de água destilada, iodo, ácido clorídrico e acetona, de acordo com os dados da tabela 1. Com os tubos de ensaio numerados de 1 a 10, adicionou-se água destilada e HCl 1M. Em seguida, com auxílio de uma pipeta, a acetona 4M e o iodo 0,005M também foram inseridos. Para algumas soluções, foi necessário o uso da pipeta para homogeneizar. Após a adição do iodo, cronometrou-se o tempo para que a coloração amarelada dessa substância desaparecesse, registrando assim o tempo para a ocorrência da reação. Também se fez uso de um tubo contendo água destilada para conseguir identificar o exato momento que a coloração some. Para os ensaios onde a temperatura deveria estar acima da temperatura ambiente, colocou-se os tubos de ensaio em banho-maria. Já para os que necessitavam de uma temperatura menor, o tubo de ensaio foi adicionado em uma água gelada. O mesmo procedimento foi feito para as 10 soluções. Tabela 1- Dados de volume e temperatura Ensaio Acetona (mL) HCl (mL) Água dest. (mL) Iodo (mL) T (°C) 1 2,00 2,00 4,00 2,00 26 2 4,00 2,00 2,00 2,00 26 3 6,00 2,00 -x- 2,00 26 4 2,00 4,00 2,00 2,00 26 5 2,00 6,00 -x- 2,00 26 6 2,00 2,00 2,00 4,00 26 7 2,00 2,00 -x- 6,00 26 8 2,00 2,00 4,00 2,00 16 9 2,00 2,00 4,00 2,00 36 10 2,00 2,00 4,00 2,00 46 Resultados e Discussão Como a concentração influencia na velocidade da reação, o tempo para a ocorrência em cada ensaio foi diferente, o que pode ser visto na tabela 2. Tabela 2- Tempo para a reação ocorrer Ensaio Tempo (s) 1 65 2 31 3 16 4 30 5 15 6 132 7 192 8 259 9 38 10 25 A reação ocorrida no experimento, é dada por: Sendo assim, a expressão para a lei da velocidade é igual a: Ao adicionar todas as substâncias no tubo, as concentrações não serão mais as mesmas, pois estão diluídas. Diante disso, faz-se necessário calcular as novas concentrações, que podem ser obtidas utilizando a fórmula 1 e o volume inicial e final, de 10 mL. Assim, as concentrações nas respectivas soluções podem ser visualizadas na tabela 3. Fórmula 1- Relação entre a concentração e o volume Tabela 3- Concentração após a mistura das substâncias Concentração (mol.L^-1) Ensaio Acetona HCl Iodo 1 0,8 0,2 0,001 2 1,6 0,2 0,001 3 2,4 0,2 0,001 4 0,8 0,4 0,001 5 0,8 0,6 0,001 6 0,8 0,2 0,002 7 0,8 0,2 0,003 8 0,8 0,2 0,001 9 0,8 0,2 0,001 10 0,8 0,2 0,001 A velocidade da reação é dada pela velocidade de consumo do iodo, podendo ser calculada pela fórmula 2. Fórmula 2- Velocidade da reação Aplicando a fórmula 2, obteve-se os dados da tabela 4. Tabela 4- Velocidades das reações Ensaio Velocidade (mol.L^-1.s^-1) 1 1,54.10^-5 2 3,23.10^-5 3 6,25.10^-5 4 3,33.10^-5 5 6,67.10^-5 6 1,52.10^-5 7 1,56.10^-5 8 3,86.10^-6 9 2,63.10^-5 10 4,00.10^-5 Observa-se que nos experimentos onde se aumentou somente a concentração de um dos reagentes, a velocidade aumentou. Assim como também nos experimentos onde se aumentou apenas a temperatura. Isso ocorreu porque esses fatores, como já foi citado na introdução, causam uma maior agitação nas moléculas, acelerando a reação. Com as leis da velocidade dos experimentos e os dados das tabelas 3 e 4, obtém-se a ordem de cada componente a reação. Dividindo as leis da velocidade V1 e V2, tem-se: Fazendo o mesmo com V1 e V3: Por fim, com V2 e V3: Ao realizar a média entre os 3 resultados adquiridos, conclui-se que a ordem a acetona é igual a 1,3. Para o ácido clorídrico, foram utilizados os ensaios 1,4 e 5. Inicialmente, fez-se a divisão de V1 por V4, obtendo: Repete-se o processo agora com V1 e V6, resultando em: Por último, fazendo a razão entre V5 e V6: Realizando a média entre os três valores, tem-se que a ordem do HCl é igual a 1,37. Para o iodo, utilizou-se os ensaios 1, 6 e 7. Em primeiro momento, dividiu-se V1 por V6, obtendo: Fazendo o mesmo com V1 e V7: Por fim, com V6 e V7: Assim, com a média, tem-se que a ordem do iodo é igual a 0. Como a ordem da reação global é dada pelo somatório dos expoentes dos reagentes, conclui-se que é igual a 2,67. Substituindo os valores das concentrações e das velocidades, nas leis das velocidades, obtém-se os valores de k, como visto na tabela 5. Tabela 5- Valores das constantes de velocidade Ensaio k 1 1,93.10^-4 2 1,62.10^-4 3 1,84.10^-4 4 1,59.10^-4 5 1,80.10^-4 6 1,90.10^-4 7 1,95.10^-4 8 4,83.10^-5 9 3,29.10^-4 10 5,00.10^-4 Fazendo a média entre os valores de k para os 7 primeiros ensaios, tem-se que k vale a 1,80.10^-4 a 26°C com um desvio padrão de 1,46.10^-5, calculado com a fórmula 3. Fórmula 3- Desvio padrão Conclusão Sabendo que as reações podem ocorrer de forma rápida ou lenta, o entendimento acerca da cinética se faz essencial para obter previsões e o controle dessas reações, alterando sua velocidade a favor do que se deseja obter. Diante disso, com base no experimento, observou-se que ao perturbar a solução, seja com o aumento da temperatura ou da concentração, as moléculas se agitam, o que ocasiona o aumento da velocidade. Ainda mais, nota-se que a constante de velocidade, k, muda à medida que a temperatura sofre variações. Além disso, foi visto que o iodo não influenciava na velocidade da reação, pois possui ordem zero. Referências [1] DA SILVEIRA, Benedito Inácio. Cinética química das reações homogêneas. Editora Blucher, 2015. [2] FORMOSINHO, Sebastião J.; ARNAUT, Luís G. Cinética química: estrutura molecular e reactividade química: estructura molecular e reactividade química.Imprensa da Universidade de Coimbra/Coimbra University Press, 2003. Questões 1. O que é velocidade de reação? A relação entre a variação da concentração de reagentes e produtos ao decorrer do tempo. 2. O que é ordem de uma reação? É uma relação entre a velocidade da reação e a concentração dos reagentes. Na lei da velocidade, a ordem da reação de um determinado reagente é dada pelo expoente da sua concentração. Já a ordem da reação é resultado da soma dos expoentes. 3. O que é constante de reação? É uma constante relacionada com a velocidade e a concentração. Seu valor diverge de acordo com a variação da temperatura. 4. Considere a seguinte reação: 2A + B → 2C Sabe-se que quando dobra a concentração dos reagentes a velocidade aumenta oito vezes e quando dobra a concentração apenas de B a velocidade duplica. Qual é a ordem com relação a cada reagente e total? A lei da velocidade da reação é dada por: V=K.[A]^a.[B]^b (1) E foi dado na questão que: 8V=K.[2A]^a.[2B]^b (2) 2V=K.[A]^a.[2B]^b (3) Dividindo a equação 2 pela 3, tem-se: 4=2^a, logo a=2 Dividindo a equação 3 pela 1, tem-se: 2=2^b, logo b=1 Dessa forma, a ordem para a substância A é 2, e da substância B é 1. Assim, como a ordem global da reação é dada pela soma dos expoentes da concentração dos reagentes, ela é igual a 3.
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