Buscar

René Spitz

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

René Spitz 
René Spitz foi um psicanalista 
austríaco que desenvolveu estudos experimentais 
sobre as trocas emocionais entre a criança e a 
mãe. Ele usou a observação direta e o método 
experimental para os seus estudos e analisou o 
efeito que a ausência de uma relação materna 
pode provocar nas crianças. Além disso, foi 
referência e o pioneiro nos estudos dos bebês no 
século XX. 
 
- Primeira organização (nascimento aos três 
meses): Gestalt do rosto humano. Tem início a 
partir do primeiro sorriso do bebê, indicando uma 
maturidade da criança. Spitz enfatiza que a partir 
do segundo mês o bebê percebe de modo mais 
diferenciado o rosto materno, aumentando o 
vínculo mãe-bebê. É onde ocorre processo de 
maturação do bebê. 
É na passagem do primeiro para o segundo 
organizador que os laços se estabelecem e 
acontece a organização psíquica. Nessa fase não 
existe diferenciação entre o psíquico, o id e o 
ego. Momento pré-objetal. 
- Segunda organização: aparecimento do medo 
de estranhos que acontece em torno do oitavo 
mês. É a ansiedade propriamente dita. A criança 
chora, reage e recusa o contato com um estranho, 
estranha a face da pessoa e sente-se privada do 
contato com a sua mãe. É através desse 
estranhamento que o bebê vai perceber a mãe e 
demandar seu consolo. Momento objetal. 
Isso se dá a partir do desenvolvimento das 
mudanças comportamentais e o início da relação 
entre o objeto libidinal e o bebê. Por volta do sexto 
mês acontece a integração da memória, da 
imagem materna, com influência de um ego em 
evolução, o que aumenta a ligação afetiva com a 
figura materna. 
- Terceira organização: O “não” ganha significado 
semântico. Ocorre no 15º mês de vida, trazendo 
como consequência, certa agressividade e 
implantação de mecanismos de defesa mais 
permanentes. É nessa organização que acontece 
o estabelecimento da linguagem e o surgimento 
do eu, dando início às relações sociais. 
Ocorre no primeiro ano de vida da criança por 
meio de sua relação com a mãe. É o espaço de 
construção do psiquismo, como possibilidade de 
aquisição da socialização. 
 
No início dos anos trinta, quando René Spitz 
começou a sua pesquisa, nos círculos acadêmicos 
pensava-se que as crianças eram incapazes de 
ter depressão. Alguns psicólogos argumentavam 
que os sinais depressivos eram clinicamente 
irrelevantes em crianças. Os psicanalistas, por 
outro lado, diziam que as crianças não tinham a 
capacidade necessária para refletir e que, 
portanto, era impossível ficarem deprimidas. 
Apesar dessas crenças generalizadas, dois 
pesquisadores decidiram verificar por si mesmos 
qual era a validade do que era afirmado. Esses 
dois pesquisadores foram René Spitz e John 
Bowlby. 
Depressão anaclítica: é uma forma de depressão 
que ocorre durante o primeiro ano de vida do 
bebê. Ocorre quando a criança estabelece um 
vínculo com a mãe e sofre um afastamento 
repentino por um período de três meses. Se isso 
acontecer, a criança começa a mostrar todo um 
conjunto de sintomas depressivos. É um estado 
grave que pode levar à morte. Os sintomas mais 
visíveis são: 
- perda da capacidade de se expressar através de 
seus gestos. Basicamente, ele para de sorrir; 
- anorexia ou falta de apetite; 
- dificuldade para dormir. As horas de sono são 
reduzidas ou alteradas; 
- perda de peso; 
- atraso psicomotor global; 
Caso a privação emocional se prolongue por um 
período superior a 18 semanas, todos os sintomas 
se agravam. A criança entra em um estado que 
Spitz chamou de “hospitalismo”. O bebê se torna 
incapaz de estabelecer contatos afetivos estáveis 
e a sua saúde se torna muito frágil. 
Hospitalismo: é conjunto de perturbações que o 
bebê pode sofrer devido a carências maternas, 
ausência da mãe; Quando crianças de idades 
muito precoces são sujeitas a uma privação de 
contato com os seus entes mais próximos, seja em 
situação de um abandono materno ou a uma 
temporada passada num hospital, vão sofrer de 
problemas tanto físicos como psicológicos que 
podem afetar o seu desenvolvimento normal. 
Privação total. 
A doença é sentida como um castigo, a criança 
sente que está a ser punida por alguma falta que 
cometeu. O que está em jogo, do ponto de vista 
psicológico, é a perda de identidade do ser, já que 
a criança não usufrui da presença da figura 
materna. Nestes casos, nas suas relações faltou o 
rosto do outro, porque este está ausente e 
consequentemente as crianças entram numa 
grande depressão. 
Não têm um sentimento de continuidade e 
estabilidade nas relações com o outro, pelo 
contrário, o que vivenciam é uma separação, uma 
distorção da realidade que conheciam e uma 
descontinuidade nos cuidados prestados pelos 
pais. A separação da família e do seu lar é uma 
experiência dolorosa e a que não está habituada. 
A relação mãe-bebê é de fundamental 
importância para o desenvolvimento da criança, 
pois é a partir dessa relação que se estabelece a 
base para a constituição psíquica da criança. É a 
figura materna que tem o papel de suprir as 
necessidades do bebê, dando significantes e 
estrutura para a criança.

Continue navegando