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ADVOGADOS ASSOCIADOS A D V O C A C I A RUA CARLOS III, Nº 135, ED. EMPRESARIAL WALL STREET, SALAS 1004/1008, JARDIM BRASIL, NESTA CAPITAL. CEP: 41.442-23 – TELEFONE: 55 (71) 3340-2246 – EMAIL: UNEBASSOCIADOS@HOTMAIL.COM- SALVADOR-BAHIA-BRASIL. Página 1 de 23 EXCELENTÍSSIMO(A) SENHOR(A) DOUTOR(A) JUIZ(A) DE DIREITO DA __ VARA DO SISTEMA DE JUIZADOS ESPECIAIS DE DEFESA DO CONSUMIDOR DA COMARCA DE SALVADOR, ESTADO DA BAHIA. MARTA DO NASCIMENTO SOUZA BATISTA, brasileira, solteira, dentista, portadora da Cédula de Identidade (RG) n° 15886994-12, expedida pela SSP/BA, inscrita no CPF/MF sob o n° 023.445.403-56, residente e domiciliada nesta Capital, à Rua Almirante Barbosa, número 144, Costa Azul, CEP: 43.443-51, endereço eletrônico martansb@hotmail.com, tel: (71) 99188-4567, (71) 3240-65751, por intermédio de seu advogado no final assinado, devidamente constituído pelo instrumento de mandato em anexo, com escritório nesta Capital, cujo endereço segue constante do rodapé da presente, onde devem ser encaminhadas as notificações de praxe, vem, respeitosamente, perante Vossa Excelência, propor a presente AÇÃO DE INDENIZAÇÃO POR DANOS MATERIAIS, MORAIS E ESTÉTICOS em face de JOÃO PEDRO DE ARAÚJO, brasileiro, solteiro, médico, inscrito no CRM/BA nº 430443, inscrito no CPF do MF sob número 325.550.532-78, com endereço profissional localizado na Rua Coronel Antônio Rebouças, número 144, Camaçari, neste Estado, endereço eletrônico jpesteticaesaude@yahoo.com.br, tel: (71) 98274-8567, (71) 3345-53922, pelos motivos de fato e de direto a seguir expostos: DOS FATOS A Requerente, no dia 25/02/2014, realizou uma cirurgia redutora de mamas, na clínica particular Estética & Saúde, localizada na Rua Senhor do Bonfim, nº 155, Camaçari, neste Estado, pertencente ao requerido, este responsável pelo mencionado procedimento. 1 Dados fictícios 2 Dados fictícios mailto:unebassociados@hotmail.com- ADVOGADOS ASSOCIADOS A D V O C A C I A RUA CARLOS III, Nº 135, ED. EMPRESARIAL WALL STREET, SALAS 1004/1008, JARDIM BRASIL, NESTA CAPITAL. CEP: 41.442-23 – TELEFONE: 55 (71) 3340-2246 – EMAIL: UNEBASSOCIADOS@HOTMAIL.COM- SALVADOR-BAHIA-BRASIL. Página 2 de 23 Após realizada a cirurgia, em virtude de uma evidente e inequívoca má prestação de serviço, acarretou na perda do mamilo da mama esquerda da paciente, resultando em uma cicatrização em tamanho superior ao informado nas diversas consultas preparatórias da intervenção. Não obstante à perda do mamilo, o procedimento acarretou queimaduras que deixaram grandes sequelas na parte superior da mama direita, afetando assim, outra parte do corpo da paciente que em momento alguma deveria ter sofrido qualquer intervenção. A Requerente, na fase de curativos, e posterior cicatrização, foi conformada pelo Requerido, de que as sequelas desapareceriam no intervalo de dois anos!!! Um tremendo absurdo, deixando também subentendido que o mamilo esquerdo seria restaurado. Marta, abalada e muito triste com o acontecido, nada mais a restava senão cumprir com as orientações médicas. Ocorre que com todas as diligências e cuidados necessários, não houve melhora no quadro da paciente, e sim uma expressiva piora nas sequelas. As marcas ficaram mais visíveis durante os dois anos de espera, o que claramente lhe privou de muitos momentos de sua vida íntima e pessoal. A Requerente não mais frequentava os lugares habituais como praias, cinemas, shoppings, entre outros, permanecendo reclusa em grande parte desse período. Ora Vossa Excelência, que tamanho absurdo!!! A Requerente privou-se de sua liberdade, direito este assegurado pela nossa Carta Magna, por uma conduta única e exclusiva da Ré. Sabemos que a relação entre médico e paciente, não pode ser vista apenas como uma relação comercial. O médico, ao exercer sua atividade, cumpre uma grande função social, buscando o bem-estar do paciente através de seus conhecimentos técnicos. Todos nós sabemos que a cirurgia estética deixou de ser somente uma questão meramente de aparência. As pessoas buscam a cirurgia plástica com o objetivo de pôr fim, ou mesmo de melhorar um defeito físico que agride o seu íntimo e lhe causa constrangimento e insegurança. Desse modo, a responsabilidade do cirurgião plástico vai além daquela estabelecida pela lei, pois ele assume um dever moral de cuidado e respeito. mailto:unebassociados@hotmail.com- ADVOGADOS ASSOCIADOS A D V O C A C I A RUA CARLOS III, Nº 135, ED. EMPRESARIAL WALL STREET, SALAS 1004/1008, JARDIM BRASIL, NESTA CAPITAL. CEP: 41.442-23 – TELEFONE: 55 (71) 3340-2246 – EMAIL: UNEBASSOCIADOS@HOTMAIL.COM- SALVADOR-BAHIA-BRASIL. Página 3 de 23 O que se percebe é que a conduta lesiva do Requerido não só não cumpriu com sua função, mas também piorou um defeito físico existente na paciente, causando-lhe ainda mais constrangimento e insegurança!!! Que tristeza. Com essa rotina de exclusão social, Marta enfrentou diversos transtornos psicológicos, como a depressão e a baixa autoestima, inúmeras perdas sociais e profissionais. O que era para ser uma melhora em sua vida íntima se tornou em um pesadelo que está afetando a vida da Requerente de uma forma injusta e negativa. O que se vê V. Exª., é um caso de tamanha abusividade. Diante do exposto, não há outra solução senão incitar o Poder Judiciário para a prestação da tutela jurisdicional imprescindível para a solução deste conflito, de forma justa e coerente com todos os fatos narrados aqui. DA NATUREZA CONSUMERISTA DA RELAÇÃO ENTRE AS PARTES. Ab initio, deve-se ressaltar que a relação travada entre as partes se trata de típica relação de consumo, enquadrando-se o Réu no conceito de fornecedor, e a Requerente no de consumidor. Tem-se que o contrato firmado entre as partes se traduz em uma relação de consumo, impondo- se a aplicação das regras do Código de Defesa do Consumidor. No caso dos autos, resta caracterizado como consumidor (art. 2º do CDC) a Autora, porquanto, tenha contratado o Réu referente ao serviço da cirurgia estética mencionada. Neste sentido, o conceito jurídico de consumidor: ART. 2º: CONSUMIDOR É TODA PESSOA FÍSICA OU JURÍDICA QUE ADQUIRE OU UTILIZA PRODUTO OU SERVIÇO COMO DESTINATÁRIO FINAL. PARÁGRAFO ÚNICO: EQUIPARA-SE AO CONSUMIDOR A COLETIVIDADE DE PESSOAS, AINDA QUE INDETERMINÁVEIS, QUE HAJA INTERVIDO NAS RELAÇÕES DE CONSUMO. (GRIFOS NOSSOS). Por sua vez, também é cristalino que o Réu é pessoa física que se enquadra na relação de consumo como fornecedor (art. 3º, caput), visto que atua no ramo da medicina, promovendo a cirurgias plásticas estéticas. Nesta linha o texto legal: mailto:unebassociados@hotmail.com- ADVOGADOS ASSOCIADOS A D V O C A C I A RUA CARLOS III, Nº 135, ED. EMPRESARIAL WALL STREET, SALAS 1004/1008, JARDIM BRASIL, NESTA CAPITAL. CEP: 41.442-23 – TELEFONE: 55 (71) 3340-2246 – EMAIL: UNEBASSOCIADOS@HOTMAIL.COM- SALVADOR-BAHIA-BRASIL. Página 4 de 23 ART. 3º: FORNECEDOR É TODA PESSOA FÍSICA OU JURÍDICA, PÚBLICA OU PRIVADA, NACIONAL OU ESTRANGEIRA, BEM COMO OS ENTES DESPERSONALIZADOS, QUE DESENVOLVEM ATIVIDADE DE PRODUÇÃO, MONTAGEM, CRIAÇÃO CONSTRUÇÃO, TRANSFORMAÇÃO, IMPORTAÇÃO, EXPORTAÇÃO, DISTRIBUIÇÃO OU COMERCIALIZAÇÃO DE PRODUTOS OU PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS. § 1º PRODUTO É QUALQUER BEM, MÓVEL OU IMÓVEL, MATERIAL OU IMATERIAL. § 2º SERVIÇO É QUALQUER ATIVIDADE FORNECIDA NO MERCADO DE CONSUMO, MEDIANTE REMUNERAÇÃO, INCLUSIVE AS DE NATUREZA BANCÁRIA, FINANCEIRA, DE CRÉDITO E SECURITÁRIA, SALVO AS DECORRENTES DAS RELAÇÕES DE CARÁTER TRABALHISTA. (GRIFOS NOSSOS). Comefeito, o CDC também protege os consumidores através da possibilidade da aplicação das normas jurídicas favoráveis ao consumidor das mais diversas esferas do ordenamento, quer elas estejam inseridas no CDC, quer não (é o que a doutrina pós-moderna disciplina mediante a “Teoria do Diálogo das Fontes”). Decerto, a atividade econômica deve ser estimulada em um país centrado no sistema capitalista, contudo, deve ser combatido o capitalismo irresponsável, que se dá quando a atividade econômica se mostra danosa aos hipossuficientes constitucionais. Tal proteção é a configuração do princípio fundamental da igualdade, em seu viés substancial. Aplicando na esfera infraconstitucional a norma da igualdade, o Código de Defesa do consumidor, centrado na eticidade e na boa-fé objetiva, disciplina o tema: ART. 4º. A POLÍTICA NACIONAL DAS RELAÇÕES DE CONSUMO TEM POR OBJETIVO O ATENDIMENTO DAS NECESSIDADES DOS CONSUMIDORES, O RESPEITO À SUA DIGNIDADE, SAÚDE E SEGURANÇA, A PROTEÇÃO SE SEUS INTERESSES ECONÔMICOS, A MELHORIA DA SUA QUALIDADE DE VIDA, BEM COMO A TRANSPARÊNCIA E HARMONIA DAS RELAÇÕES DE CONSUMO, ATENDIDOS OS SEGUINTES PRINCÍPIOS: (...) III – HARMONIZAÇÃO DOS INTERESSES DOS PARTICIPANTES DAS RELAÇÕES DE CONSUMO E COMPATIBILIZAÇÃO DA PROTEÇÃO DO CONSUMIDOR COM A NECESSIDADE DE DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO E TECNOLÓGICO, DE MODO A VIABILIZAR OS PRINCÍPIOS NOS QUAIS SE FUNDA A ORDEM ECONÔMICA (ART. 170, DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL), SEMPRE COM BASE NA BOA-FÉ E EQUILÍBRIO NAS RELAÇÕES ENTRE CONSUMIDORES E FORNECEDORES. mailto:unebassociados@hotmail.com- ADVOGADOS ASSOCIADOS A D V O C A C I A RUA CARLOS III, Nº 135, ED. EMPRESARIAL WALL STREET, SALAS 1004/1008, JARDIM BRASIL, NESTA CAPITAL. CEP: 41.442-23 – TELEFONE: 55 (71) 3340-2246 – EMAIL: UNEBASSOCIADOS@HOTMAIL.COM- SALVADOR-BAHIA-BRASIL. Página 5 de 23 Aplica-se ao presente processo o PRICÍPIO DA HIPOSSUFICIÊNCIA (art. 6º, inciso VIII, do CDC). Ao contrário do que ocorre com a vulnerabilidade, a hipossuficiência é um conceito fático e não jurídico. A hipossuficiência pode ser técnica, pelo desconhecimento em relação ao produto ou serviço adquirido, sendo essa a sua natureza perceptível na maioria dos casos. Também caracteriza hipossuficiência a situação jurídica que impede o consumidor de obter a prova que se tornaria indispensável para responsabilizar o fornecedor pelo dano verificado. Destarte, requer o reconhecimento da hipossuficiência econômica (que é evidente, diante da clara disparidade financeira entre as partes litigantes), técnica e material entre as partes e a aplicação do CDC ao caso concreto com todas as suas implicações práticas, em especial: 1- A inversão do ônus da prova; 2- Aplicação da responsabilidade objetiva do fornecedor, corolário do PRICÍPIO DA REPARAÇÃO INTEGRAL DOS DANOS (Art. 6º inciso VI do CDC); 3- A aplicação do PRINCÍPIO DA INTERPRETAÇÃO CONTRATUAL MAIS FAVORÁVEL AO CONSUMIDOR (art. 47 do CDC); 4- Aplicação da “Teoria do Diálogo das Fontes”, de forma a possibilitar a observância da norma jurídica mais favorável ao consumidor, esteja esta norma regrada no CDC ou não; e 5- Todas as disposições legais aplicáveis à defesa do consumidor com base no princípio constitucional da igualdade material. DO DIREITO 1. DA RESPONSABILIDADE CIVIL A responsabilidade civil está baseada na prática de uma atividade ilícita, ou seja, contrária à ordem jurídica. Assim, quando alguém fere um dever imposto pelo direito, causando danos a outrem, surge a obrigação de reparar o prejuízo sofrido por um terceiro. Portanto, aquele que age ilicitamente assume a sanção de responder por seus atos. SILVIO RODRIGUES entende a responsabilidade civil como sendo: mailto:unebassociados@hotmail.com- ADVOGADOS ASSOCIADOS A D V O C A C I A RUA CARLOS III, Nº 135, ED. EMPRESARIAL WALL STREET, SALAS 1004/1008, JARDIM BRASIL, NESTA CAPITAL. CEP: 41.442-23 – TELEFONE: 55 (71) 3340-2246 – EMAIL: UNEBASSOCIADOS@HOTMAIL.COM- SALVADOR-BAHIA-BRASIL. Página 6 de 23 “A OBRIGAÇÃO QUE PODE INCUMBIR UMA PESSOA A REPARAR O PREJUÍZO CAUSADO A OUTRA, POR FATO PRÓPRIO, OU POR FATO DE PESSOAS OU COISAS QUE DELA DEPENDAM”. Desse modo, a responsabilidade civil surge como um dever de reparar o dano causado a terceiro, ou seja, trata-se de uma consequência em razão de um mau comportamento. É de ciência do ramo jurídico que a responsabilidade civil nasce a partir da conjunção dos elementos caracterizados como ação ou omissão, dano e nexo causal. Na ausência de qualquer um desses pressupostos, a obrigação de indenizar torna-se inexigível, exceto no caso da responsabilidade objetivo, onde não se analisa o fator culpa. No caso ora em tela, é visível a união dos elementos necessários para a imputação da responsabilidade civil, que será especificada adiante. A responsabilidade civil surge da conduta humana voluntária contrária à ordem jurídica. A essência da conduta humana está na voluntariedade, isto é, a liberdade de escolha do agente inimputável, com o discernimento necessário para ter consciência daquilo que faz. O Requerido, a ele deve ser atribuído a responsabilidade pelas consequências de seus atos pois ele quem podia e devia ter agido de outro modo. É visível a relação existente entre o fato praticado pelo agente e o prejuízo experimentado pela vítima, vez que a cirurgia redutora de mamas foi realizada pelo Requerido de forma consciente que resultou nos danos mostrados. O dano é patente, de clareza solar, observando simplesmente o os danos visíveis existentes no corpo da Requerente. mailto:unebassociados@hotmail.com- ADVOGADOS ASSOCIADOS A D V O C A C I A RUA CARLOS III, Nº 135, ED. EMPRESARIAL WALL STREET, SALAS 1004/1008, JARDIM BRASIL, NESTA CAPITAL. CEP: 41.442-23 – TELEFONE: 55 (71) 3340-2246 – EMAIL: UNEBASSOCIADOS@HOTMAIL.COM- SALVADOR-BAHIA-BRASIL. Página 7 de 23 Além disso, a responsabilidade civil pode ser subjetiva ou objetiva. A primeira é baseada na teoria da culpa, que considera a culpa como principal fundamento da responsabilidade civil. Se não há culpa, não há responsabilidade. Desse modo, a prova da culpa é essencial para que o dano seja indenizável. Portanto, a vítima somente terá direito à reparação do dano se provar a culpa do agente. Já a segunda é aquela que não leva em consideração o fator culpa para determinar a responsabilidade civil. Já a segunda (responsabilidade objetiva) independe de culpa, pois se satisfaz com o dano e o nexo de causalidade. Essa responsabilidade tem como base a teoria do risco que pressupõe que todo dano é indenizável, independentemente de culpa. Sendo assim, a culpa do agente não precisa ser provada para que ele tenha que reparar o dano causado. 2. DA RESPONSABILIDADE CIVIL DO MÉDICO/CIRURGIA PLÁSTICA ESTÉTICA O médico é aquele profissional que possui habilitação universitária para o exercício da medicina, obtida em uma faculdade médica reconhecida pelo Ministério da Educação e Cultura Segundo LUIZA CHAVES VIEIRA, a medicina enquanto: “PROFISSÃO QUE PENETRA NA INTIMIDADE DA VIDA DO INDIVÍDUO E SE ESTENDE À COLETIVIDADE, NECESSITA DE UM GRANDE APOIO JURÍDICO QUE LHE DÊ SEGURANÇA E GARANTIA NO EXERCÍCIO DE SUA ATIVIDADE”. Hoje não resta dúvida de que a responsabilidade médica é contratual e subjetiva. Contratual porque há uma relação de consumo entre o médico e seu paciente, ou seja, o médico é um prestador de serviços e o paciente é o destinatário final desses serviços. E trata-se de responsabilidade subjetiva porque exige prova de culpa por parte do paciente e de seus familiares no caso de negligência, imprudência ou imperícia do médico. Para que a responsabilidade por dano causado a paciente em razão de atuação profissional seja configurada, deve haver provas que demonstrem que o eventodanoso se deu em função de imprudência, negligência ou imperícia, resultando num erro grosseiro por parte do médico. mailto:unebassociados@hotmail.com- ADVOGADOS ASSOCIADOS A D V O C A C I A RUA CARLOS III, Nº 135, ED. EMPRESARIAL WALL STREET, SALAS 1004/1008, JARDIM BRASIL, NESTA CAPITAL. CEP: 41.442-23 – TELEFONE: 55 (71) 3340-2246 – EMAIL: UNEBASSOCIADOS@HOTMAIL.COM- SALVADOR-BAHIA-BRASIL. Página 8 de 23 Portanto, em casos de danos e sequelas decorrentes da má atuação do médico, é imprescindível a prova de culpa do profissional. Ocorre que o caso ora em tela foge da regra aplicada a responsabilidade subjetiva do médico, pois trata-se de uma cirurgia plástica estética, no qual é entendida como aquela que: “É PRATICADA PARA MELHORAR A APARÊNCIA OU ATENUAR AS IMPERFEIÇÕES DO CORPO 3”. Como enfatiza TERESA ANCONA LOPEZ, essa modalidade de cirurgia plástica é considerada: “RAMO DA MEDICINA HOJE EM DIA EM FRANCO DESENVOLVIMENTO É O QUE DIZ RESPEITO ÀS OPERAÇÕES QUE VISAM MELHORAR A APARÊNCIA EXTERNA DE ALGUÉM, ISTO É, TEM POR OBJETIVO O EMBELEZAMENTO DA PESSOA HUMANA. SÃO AS OPERAÇÕES ESTÉTICAS OU COSMÉTICAS. TAIS INTERVENÇÕES FORAM MUITO COMBATIDAS NO PASSADO E, HOJE, APESAR DE ACEITAS, A RESPONSABILIDADE PELOS DANOS PRODUZIDOS POR ELAS É VISTA COM MUITO MAIOR RIGOR QUE NAS OPERAÇÕES NECESSÁRIAS À SAÚDE OU À VIDA DO DOENTE”. A cirurgia plástica meramente estética não possui caráter emergencial, já que o paciente se encontra sadio e bem boa saúde e procura o médico para apenas melhorar algum “defeito físico”. NA VERDADE, QUANDO ALGUÉM, QUE ESTÁ, MUITO BEM DE SAÚDE, PROCURA UM MÉDICO SOMENTE PARA MELHORAR ALGUM ASPECTO SEU, QUE CONSIDERA DESAGRADÁVEL, QUER EXATAMENTE ESSE RESULTADO, NÃO APENAS QUE AQUELE PROFISSIONAL DESEMPENHE SEU TRABALHO COM DILIGÊNCIA E CONHECIMENTO CIENTÍFICO. CASO CONTRÁRIO, NÃO ADIANTARIA ARRISCAR-SE A GASTAR DINHEIRO POR NADA. EM OUTRAS PALAVRAS, NINGUÉM SE SUBMETE 3 RIZZARDO, Arnaldo. Responsabilidade Civil. 4ª edição. Rio de Janeiro: Editora Forense, 2009. p. 345. mailto:unebassociados@hotmail.com- ADVOGADOS ASSOCIADOS A D V O C A C I A RUA CARLOS III, Nº 135, ED. EMPRESARIAL WALL STREET, SALAS 1004/1008, JARDIM BRASIL, NESTA CAPITAL. CEP: 41.442-23 – TELEFONE: 55 (71) 3340-2246 – EMAIL: UNEBASSOCIADOS@HOTMAIL.COM- SALVADOR-BAHIA-BRASIL. Página 9 de 23 A UMA OPERAÇÃO PLÁSTICA SE NÃO FOR PARA OBTER UM DETERMINADO RESULTADO, ISTO É, A MELHORIA DE UMA SITUAÇÃO QUE PODE SER, ATÉ AQUELE MOMENTO, MOTIVO DE TRISTEZAS.4 Percebe-se claramente que o motivo que levou a Requerente Marta procurar a referida clínica foi unicamente melhorar uma parte de seu corpo que lhe incomodava, desejando exclusivamente o resultado pretendido e prometido por João. Nesse tipo de cirurgia plástica a obrigação assumida pelo médico é de resultado, pois ele se compromete a chegar ao resultado acertado anteriormente em seu consultório. Em relação às cirurgias plásticas com o objetivo meramente estético, é imprescindível fazer a distinção entre a cirurgia em que o médico apenas não obteve o resultado prometido e contratado, daquela na qual o procedimento cirúrgico além de não atingir o resultado pretendido, causou um agravamento ou uma lesão estética ao paciente. No primeiro caso, se o resultado prometido não foi alcançado pelo médico, mas ele não agravou a situação da vítima, ou seja, mantido o status quo ante, o médico terá a obrigação de apenas restituir-lhe aquilo que ele pagou pelo serviço. Já na hipótese de a cirurgia, além de não atingir o resultado querido e acertado anteriormente no contrato, agravar o estado do paciente, criando dano estético ou agravando o “defeito físico” existente, além de o médico devolver o valor pago pelo serviço contratado, deverá submeter o paciente a uma nova cirurgia, com o objetivo de corrigir dano que causou. Entretanto, o cliente tem o direito de pedir para outro profissional de sua confiança para realizar a cirurgia reparadora, custeada pelo médico causador da anomalia. 4 LOPEZ, Teresa Ancona. O Dano Estético. 3ª edição. São Paulo: Editora Revista dos Tribunais, 2004. pp. 119-120 mailto:unebassociados@hotmail.com- ADVOGADOS ASSOCIADOS A D V O C A C I A RUA CARLOS III, Nº 135, ED. EMPRESARIAL WALL STREET, SALAS 1004/1008, JARDIM BRASIL, NESTA CAPITAL. CEP: 41.442-23 – TELEFONE: 55 (71) 3340-2246 – EMAIL: UNEBASSOCIADOS@HOTMAIL.COM- SALVADOR-BAHIA-BRASIL. Página 10 de 23 Contudo, no caso de o defeito não for passível de correção e se tornar definitivo, o médico responsável, além de devolver o que recebeu, tem a obrigação de indenizar a vítima pelo prejuízo estético e moral que ocasionou, levando em consideração tudo que esse defeito possa vir a causar no seu portador, sob o aspecto moral, psicológico, social e profissional. Ora Vossa Excelência, além do objeto almejado não ter se concretizado, houve um dano estético não existente previamente o que agravou ainda mais o estado da paciente, causando danos irreversíveis para a mesma. 3. DAS OBRIGAÇÕES DE RESULTADO. Há casos em que o médico não se limita ao acompanhamento do paciente com todos os deveres de cautela e se compromete a chegar a um certo objetivo. Nessa situação, a obrigação do médico será de resultado. Na ausência do resultado pretendido fica caracterizado o descumprimento contratual por parte do médico. A cirurgia plástica estética é um exemplo em que o médico atua com a obrigação de resultado, sendo este responsabilizado caso ocorra o inadimplemento contratual, ou seja, caso o paciente não obtenha o resultado anteriormente acertado. É majoritariamente aceito no entendimento Pátrio a configuração da responsabilidade do médico no caso ora em tela como objetiva, conforme se depreende dos ensinamentos abaixo colacionados: RUI STOCO afirma que: "O QUE IMPENDE CONSIDERAR É QUE O PROFISSIONAL NA ÁREA DE CIRURGIA PLÁSTICA, NOS DIAS ATUAIS, PROMETE UM DETERMINADO RESULTADO (ALIÁS, ESSA É A SUA ATIVIDADE-FIM), PREVENDO, INCLUSIVE COM DETALHES, ESSE NOVO RESULTADO ESTÉTICO PROCURADO. ALGUNS UTILIZAM-SE MESMO DE PROGRAMAS DE COMPUTADOR QUE PROJETA A NOVA IMAGEM (NARIZ, BOCA, mailto:unebassociados@hotmail.com- ADVOGADOS ASSOCIADOS A D V O C A C I A RUA CARLOS III, Nº 135, ED. EMPRESARIAL WALL STREET, SALAS 1004/1008, JARDIM BRASIL, NESTA CAPITAL. CEP: 41.442-23 – TELEFONE: 55 (71) 3340-2246 – EMAIL: UNEBASSOCIADOS@HOTMAIL.COM- SALVADOR-BAHIA-BRASIL. Página 11 de 23 OLHOS, SEIOS, NÁDEGAS, ETC.), ATRAVÉS DE MONTAGEM, ESCOLHIDA NA TELA DO COMPUTADOR OU NA IMPRESSORA, PARA QUE O CLIENTE DECIDA. ESTABELECE- SE, SEM DÚVIDA, ENTRE MÉDICO E PACIENTE, RELAÇÃO CONTRATUAL DE RESULTADO QUE DEVE SER HONRADA. PORTANTO, PACTA SUND SERVANDA." MIGUEL KFOURI NETO leciona que: “A CIRURGIA DE CARÁTER ESTRITAMENTE ESTÉTICO, NA QUAL O PACIENTE VISA A TORNAR SEU NARIZ, POR EXEMPLO – QUE DE MODO ALGUM DESTOA DA HARMONIA DE SUAS FEIÇÕES -, AINDA MAIS FORMOSO, CONSIDERANDO, POR VEZES, UM MODELO IDEAL DE BELEZA ESTÉTICA. NESTE CASO, ONDE SE EXPÕE O PACIENTE A RISCOS DE CERTA GRAVIDADE, O MÉDICO SE OBRIGA A UM RESULTADO DETERMINADO E SE SUBMETE À PRESUNÇÃO DE CULPA CORRESPONDENTE E AO ÔNUS DA PROVA PARA EXIMIR-SE DA RESPONSABILIDADE PELO DANO EVENTUALMENTE DECORRENTE DA INTERVENÇÃO. (A JURISPRUDÊNCIA ALIENÍGENA REGISTRA CASO DE CIRURGIÃO QUE, NO PROPÓSITO DE CORRIGIR A LINHA DO NARIZ, TERMINOU POR AMPUTAR PARTE DO ÓRGÃO)". Vossa Excelência, resta claro, portanto, que a obrigação do médico na cirurgia plástica meramente estética é de resultado, pois ninguém em sã consciência se submete aos riscos de uma cirurgia, nem se dispõe a fazer elevados gastos para ficar mais feio do que já era, ou com a mesma aparência. 4. DO DEVER DE INDENIZAR. 4.1. DO DANO MATERIALOs danos materiais podem ser configurados por uma despesa que foi gerada por uma ação, ou ainda, pelo que se deixou de auferir em razão de tal conduta, caracterizando a necessidade de reparação e ressarcimento material diante da má prestação do serviço por parte do requerido. A ilustre jurista Maria Helena Diniz nos ensina que: “ (...)o dano patrimonial mede-se pela diferença entre o valor atual do patrimônio da vítima e aquele que teria, mesmo se não houvesse a lesão. O dano, portanto, estabelece pelo confronto entre o patrimônio realmente existente após o prejuízo mailto:unebassociados@hotmail.com- ADVOGADOS ASSOCIADOS A D V O C A C I A RUA CARLOS III, Nº 135, ED. EMPRESARIAL WALL STREET, SALAS 1004/1008, JARDIM BRASIL, NESTA CAPITAL. CEP: 41.442-23 – TELEFONE: 55 (71) 3340-2246 – EMAIL: UNEBASSOCIADOS@HOTMAIL.COM- SALVADOR-BAHIA-BRASIL. Página 12 de 23 e o que provavelmente existiria se a lesão não tivesse produzido o dano correspondente a perda de um valor patrimonial, pecuniariamente determinado. O dano patrimonial abrange, como se infere o disposto do Código Civil, não só o dano emergente (o que o lesado efetivamente perdeu) mas também o lucro cessante (o aumento que seu patrimônio teria, mas deixou de ter, em razão do evento danoso). ” - (Maria Helena Diniz – Curso de Direito Civil, 7º vol. Ed. 2ª, pg. 55/56.) No caso em tela, a Autora experimentou prejuízos materiais que poderiam ter sido evitados se o cirurgião médico demandado tivesse cumprido a devida melhora prometida após o procedimento de redução mamária e durante os 02 (dois) anos que equivalem ao tempo de “recuperação” estipulado pela parte ré. Em decorrência da negligência do Requerido, o Requerente foi obrigado a arcar com diversas despesas de cunho material, dentre elas: I) A restituição do montante de RS 10.000,00 (DEZ MIL REAIS) gasto no procedimento cirúrgico que não alcançou o objetivo esperado e ainda lhe trouxe inúmeros danos; Em anexo o comprovante. II) Todo montante de 60.000,00 (SESSENTA MIL REAIS) gasto em medicamentos, tratamentos, consultas referente ao intervalo de 2 anos considerados imprescindíveis a fase curativa pelo requerido; onde a requerente teve que arcar com exames laboratoriais, adquirir inúmeros medicamentos para o tratamento das cicatrizes e queimações desde pomadas, filtro solares, sessões a laser e todos gastos pré e pós operatório ; Conforme comprovante das faturas e fotos em anexo; III) A indenização material compreende a reposição de tudo quanto a vítima perdeu, como também tudo quanto ficou impedida de ganhar (lucros cessantes). A impossibilidade de exercer seu trabalho, visto que desde a realização do procedimento cirúrgico e da perda do seio, a autora encontra-se reclusa; foi obrigado a abandonar suas atividades profissionais por um período de (24) meses, aproximadamente, deixando de perceber seu salário no valor de R$ (8,000,00)(OITO MIL REAIS), que anteriormente recebia mensalmente, devendo ser ressarcida no montante de 192,000,00 (cento e noventa e dois mil reais). IV) A necessidade de tratamento psicológico pós operatórios, pois após a má prestação do serviço o procedimento cirúrgico não apresentou o resultado almejado, levando a autora a um quadro de depressão associado a transtorno de ansiedade; a mesma foi obrigada a arcar com sessões de terapia e acompanhamento psicológico mensal além de medicação ao longo desses 24 meses que lhe custaram o montante de 48.000,00 (quarenta e oito mil reais) - R$600,00/ mensais - Sessão de Terapia Ocupacional (montante: 14.400,00); mailto:unebassociados@hotmail.com- ADVOGADOS ASSOCIADOS A D V O C A C I A RUA CARLOS III, Nº 135, ED. EMPRESARIAL WALL STREET, SALAS 1004/1008, JARDIM BRASIL, NESTA CAPITAL. CEP: 41.442-23 – TELEFONE: 55 (71) 3340-2246 – EMAIL: UNEBASSOCIADOS@HOTMAIL.COM- SALVADOR-BAHIA-BRASIL. Página 13 de 23 - R$ 700,00/mensais - Sessão de LASER (montante: 16.800,00); - R$ 1200,00/mensais - Consulta médica Psicóloga e Psiquiatra (montante: 28.800,00); - R$ 800,000/ bimestrais - Peelings (montante: 9.600,00); - R$ 10.000,00 - Recibo Bancário Cirurgia (montante: 10.000,00); - R$2.800,00 - Medicamentos Farmácia para tratamento das Cicatrizes e Queimaduras(montante: 2.800,00); - R$ 6.000,00 - Exames realizados no Laboratório de Análises Clinicas Pré cirúrgico(montante: 6.000,00); - R$ 10.000,00 - Medicamentos Farmácia para Tratamento Pré e Pós Cirúrgico (montante: 10.000,00); -R$ 4.800,00 - Medicamentos Farmácia para Tratamento Psicológico (montante: 4.800,00); - R$ 4.000,000 - Exames realizados no Laboratório de Análises Clinicas Pós Cirúrgico (montante: 4.000,00); - R$ 900,00/bimestrais - Sessões de injeção corticosteroide. (montante: 10.800,00); - R$ 192.000,000 - Salário de 24 Meses (montante: 192,000,00); Com isso cabe indenização por perdas e danos no equivalente ao prejuízo que o Requerente suportou, em razão do Requerido ter faltado ao cumprimento do que estava obrigado. O direito à reparação destes danos está expressamente previsto nos dispositivos legais, como o Código Civil em vigor, o Código de Defesa do Consumidor; "Art. 186 - Aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência, ou imprudência, violar direito e causar dano a outrem, ainda que exclusivamente moral, comete ato ilícito. A verificação da culpa e a avaliação da responsabilidade regulam-se pelo disposto neste Código, arts. 927 a 954." De acordo com os artigos 39 e 40, ambos do CDC, e artigos 46 e 90, do Código de Ética Médica. Se após a cirurgia a paciente notar que o resultado não atingiu o fim esperado, foi mal feito ou lhe causou danos estéticos, a solução é contratar um advogado e exigir na Justiça: 1º) o reembolso das despesas no total de RS 310.000,00 que teve; 2º) o custeio de uma nova cirurgia; mailto:unebassociados@hotmail.com- ADVOGADOS ASSOCIADOS A D V O C A C I A RUA CARLOS III, Nº 135, ED. EMPRESARIAL WALL STREET, SALAS 1004/1008, JARDIM BRASIL, NESTA CAPITAL. CEP: 41.442-23 – TELEFONE: 55 (71) 3340-2246 – EMAIL: UNEBASSOCIADOS@HOTMAIL.COM- SALVADOR-BAHIA-BRASIL. Página 14 de 23 É cediço na doutrina pátria conforme serão destacados a seguir: "A reparação das perdas e danos abrangerá, então, a restauração do que o credor perdeu e a composição do que deixou razoavelmente de ganhar, apurado segundo um juízo de probabilidade." (Instituições de Direito Civil, vol. II, 5ª ed, pág. 238; Caio Mário da Silva Pereira) É, contudo, cabível a cumulação de danos morais com patrimoniais, como preceitua a doutrina. "Um único ato ilícito pode ensejar a um só tempo o aparecimento do dano moral e do patrimonial. Neste caso a indenização acumulada sempre contou com o prestígio da jurisprudência e da doutrina". (Ressarcimento de Danos; Antonio Lindbergh e C. Montenegro, 2ª ed., pág. 135) Atestam também os Superiores Tribunais que: "Na indenização de danos materiais decorrentes de ato ilícito cabe a atualização de seu valor, utilizando-se, para esse fim, dentre outros critérios, os índices de correção monetária" (Súmula 562 do STF) "O Supremo Tribunal Federal já adotou o entendimento de que a correção monetária pode se adotada em ação de indenização por ato ilícito, quer de trate de danos pessoais, quer se trate de danos materiais, pois ambos são dívidas de valor" (RT, 507:201) No caso vertente a autora merece indenização por danos materiais, pois fez gastos para a realização de um serviço de má prestação, por erro da ré e está arcando com os custos da recuperação que não foi satisfatória a autora. 4.2. DANO MORAL. Para o ilustre doutrinador CLAYTON REIS, o dano moral trata-se de uma: LESÃO QUE ATINGE VALORES FÍSICOS E ESPIRITUAIS, A HONRA, NOSSAS IDEOLOGIAS, A PAZ ÍNTIMA, A VIDA NOS SEUS MÚLTIPLOSASPECTOS, A PERSONALIDADE DA PESSOA, ENFIM, AQUELA QUE AFETA DE FORMA PROFUNDA NÃO OS BENS PATRIMONIAIS, MAS QUE CAUSA FISSURAS NO ÂMAGO DO SER, PERTURBANDO-LHE A PAZ DE QUE TODOS NÓS NECESSITAMOS PARA mailto:unebassociados@hotmail.com- ADVOGADOS ASSOCIADOS A D V O C A C I A RUA CARLOS III, Nº 135, ED. EMPRESARIAL WALL STREET, SALAS 1004/1008, JARDIM BRASIL, NESTA CAPITAL. CEP: 41.442-23 – TELEFONE: 55 (71) 3340-2246 – EMAIL: UNEBASSOCIADOS@HOTMAIL.COM- SALVADOR-BAHIA-BRASIL. Página 15 de 23 NOS CONDUZIR DE FORMA EQUILIBRADA NOS TORTUOSOS CAMINHOS DA EXISTÊNCIA. 5 (GRIFOS NOSSOS). Note-se, ademais, que a obrigatoriedade de reparar o dano moral está consagrada na Constituição Federal, precisamente em seu art. 5º pelo seu inc. X, onde: SÃO INVIOLÁVEIS A INTIMIDADE, A VIDA PRIVADA, A HONRA E A IMAGEM DAS PESSOAS, ASSEGURADO O DIREITO A INDENIZAÇÃO PELO DANO MATERIAL OU MORAL DECORRENTE DE SUA VIOLAÇÃO. (GRIFOS NOSSOS). E O DANO É PATENTE! No que se refere à aferição do quantum indenizatório, entende-se em maioria doutrinária que deve ser levado em conta o grau de compreensão das pessoas sobre os seus direitos e obrigações, pois quanto maior, maior será a sua responsabilidade no cometimento de atos ilícitos. E com base no preceito de proteção ao hipossuficiente caracterizado pelo contrato de adesão celebrado entre as partes, o importante é que a lesada, a principal parte do processo indenizatório seja integralmente satisfeito, de forma que a compensação corresponda ao seu direito maculado pela conduta lesiva geradora do dano. Isso leva à conclusão de que diante da disparidade do poder econômico existente entre o Réu e o Demandante, mister se faz que o quantum indenizatório corresponda a uma cifra cujo montante seja capaz de trazer o devido apenamento à Demandada, e de persuadi-la a nunca mais deixar que ocorram tamanhos desmandos contra a pessoa do seu consumidor, conforme supra demonstrado. E, ressalve-se, a importância da indenização vai além do caso concreto, posto que a sentença gera precedentes para outros casos semelhantes. Por isso, frise-se, deve haver a correspondente e necessária exacerbação do quantum indenizatório, no valor de 20.000,00, tendo em vista a gravidade da ofensa a Autora. Ademais, os efeitos sancionadores da sentença só produzirão seus efeitos e alcançarão sua finalidade se esse quantum for suficientemente alto a ponto de apenar a Demandada e assim coibir que outros casos semelhantes aconteçam. MARIA HELENA DINIZ, ilustre doutrinadora, ao tratar do dano moral, ressalva que a REPARAÇÃO tem sua dupla função, a penal "CONSTITUINDO UMA SANÇÃO IMPOSTA AO OFENSOR, VISANDO À DIMINUIÇÃO DE SEU PATRIMÔNIO, PELA INDENIZAÇÃO PAGA AO OFENDIDO, VISTO QUE O BEM JURÍDICO DA PESSOA (INTEGRIDADE FÍSICA, MORAL E INTELECTUAL) NÃO PODERÁ SER VIOLADO IMPUNEMENTE", e a função satisfatória ou compensatória, pois "COMO O DANO MORAL CONSTITUI UM MENOSCABO A INTERESSES JURÍDICOS EXTRA PATRIMONIAIS, PROVOCANDO SENTIMENTOS QUE NÃO TÊM PREÇO, A 5 Avaliação do Dano Moral, 1998, ed. Forense mailto:unebassociados@hotmail.com- ADVOGADOS ASSOCIADOS A D V O C A C I A RUA CARLOS III, Nº 135, ED. EMPRESARIAL WALL STREET, SALAS 1004/1008, JARDIM BRASIL, NESTA CAPITAL. CEP: 41.442-23 – TELEFONE: 55 (71) 3340-2246 – EMAIL: UNEBASSOCIADOS@HOTMAIL.COM- SALVADOR-BAHIA-BRASIL. Página 16 de 23 REPARAÇÃO PECUNIÁRIA VISA PROPORCIONAR AO PREJUDICADO UMA SATISFAÇÃO QUE ATENUE A OFENSA CAUSADA." Daí, a necessidade de observarem-se as condições de ambas as partes. Reforçando este entendimento, O MINISTRO OSCAR CORREA, EM ACÓRDÃO DO STF (RTJ 108/287), ao falar sobre dano moral, bem salientou com louvável pertinência a razão do porque para toda injusta ofensa moral deve existir uma devida reparação, como se observa a seguir: NÃO SE TRATA DE PECÚNIA DOLORIS, OU PRETIUM DOLORIS, QUE SE NÃO PODE AVALIAR E PAGAR; MAS SATISFAÇÃO DE ORDEM MORAL, QUE NÃO RESSARCE PREJUÍZO E DANOS E ABALOS E TRIBULAÇÕES IRREVERSÍVEIS, MAS REPRESENTA A CONSAGRAÇÃO E O RECONHECIMENTO PELO DIREITO, DO VALOR DA IMPORTÂNCIA DESSE BEM, QUE É A CONSIDERAÇÃO MORAL, QUE SE DEVE PROTEGER TANTO QUANTO, SENÃO MAIS DO QUE OS BENS MATERIAIS E INTERESSES QUE A LEI PROTEGE. (GRIFOS NOSSOS). 4.3. DO DANO ESTÉTICO. Segundo WILSON MELO DA SILVA, o dano estético: “NÃO É APENAS O ALEIJÃO, MAS TAMBÉM AS DEFORMIDADES OU DEFORMAÇÕES OUTRAS, AS MARCAS E OS DEFEITOS AINDA QUE MÍNIMOS, QUE PODEM IMPLICAR, SOB QUALQUER ASPECTO, UM ‘AFEAMENTO’, OU QUE PUDESSEM VIR A SE CONSTITUIR PARA ELA NUMA SIMPLES LESÃO ‘DESGOSTANTE’ OU EM PERMANENTE MOTIVO DE EXPOSIÇÃO AO RIDÍCULO OU DE INFERIORIZANTES COMPLEXOS”. A ocorrência de dano estético é PATENTE no caso da requerente, tendo em vista a perda do mamilo da mama esquerda da paciente, que resultou em uma cicatrização em tamanho superior ao informado. Não obstante à perda do mamilo, o procedimento acarretou queimaduras que deixaram grandes sequelas na parte superior da mama direita, afetando assim, outra parte do corpo da paciente que em momento algum deveria ter sofrido qualquer intervenção e após dois anos de espera, as marcas ficaram ainda mais evidentes. A indenização por dano estético tem cabimento, uma vez que está amparada no Código Civil pelos seguintes artigos: mailto:unebassociados@hotmail.com- ADVOGADOS ASSOCIADOS A D V O C A C I A RUA CARLOS III, Nº 135, ED. EMPRESARIAL WALL STREET, SALAS 1004/1008, JARDIM BRASIL, NESTA CAPITAL. CEP: 41.442-23 – TELEFONE: 55 (71) 3340-2246 – EMAIL: UNEBASSOCIADOS@HOTMAIL.COM- SALVADOR-BAHIA-BRASIL. Página 17 de 23 Art. 949 - No caso de lesão ou outra ofensa à saúde, o ofensor indenizará o ofendido das despesas do tratamento e dos lucros cessastes até ao fim da convalescença, além de algum outro prejuízo que o ofendido prove haver sofrido." Art. 950 - Se da ofensa resultar defeito, pelo qual o ofendido não possa exercer o seu ofício ou profissão, ou se lhe diminua a capacitada de trabalho, a indenização, além das despesas do tratamento e lucros cessantes até ao fim da convalescença, incluirá uma pensão correspondente à importância do trabalho, para que se inabilitou, ou da depreciação que ele sofreu. Segundo a doutrina atual, o dano estético é tratado da seguinte maneira; "..., o dano estético acarreta um dano moral. Toda essa situação terá de causar na vítima humilhações, tristezas, desgostos, constrangimentos, isto é, a pessoa deverá sentir-se diferente do que era - menos feliz. Há, então, um sofrimento moral tendo como causa uma ofensa à integridade física e este é o ponto principal do conceito de dano estético. ... o dano estético é a lesão a um direito da personalidade - o direito à integridade física, especialmente na sua aparência externa. Como todo direito da personalidade, qualquer dano que o seu titular possa sofrer vai ter consequências materiais mas principalmente, morais e, portanto, não podemos conceber prejuízo estético que não seja também prejuízo moral, ... Em nosso sistema legislativo a responsabilidade é basicamente fundada na culpa e, para que haja indenização, é preciso que haja dano mas que esse dano tenha vindo de uma ação ou omissão voluntária (dolo) ou de negligência, imprudência ou imperícia (culpa em sentido estrito) e que seja provado o nexo de causalidade entre a culpa e o dano." (O Dano Estético - Responsabilidade Civil; Teresa Ancona Lopez de Magalhães; págs. 23, 28 e 112) Dessa forma, a atividade médica deve ser desempenhada da melhor maneira e com a diligência necessária e normal dessa profissão para o melhor resultado, mesmo que este não seja mailto:unebassociados@hotmail.com- ADVOGADOS ASSOCIADOS A D V O C A C I A RUA CARLOS III, Nº 135, ED. EMPRESARIAL WALL STREET, SALAS 1004/1008, JARDIMBRASIL, NESTA CAPITAL. CEP: 41.442-23 – TELEFONE: 55 (71) 3340-2246 – EMAIL: UNEBASSOCIADOS@HOTMAIL.COM- SALVADOR-BAHIA-BRASIL. Página 18 de 23 conseguido. O médico cirurgião deve esforçar-se, usar de todos os meios necessários para alcançar o objetivo requerido pelo paciente. Ora, é evidente que o Requerido não procedeu diligentemente, com zelo e com conhecimento profissional que lhe era esperado, ao afirmar para a autora que as sequelas desapareceriam no intervalo de dois anos e deixando também subentendido que o mamilo esquerdo seria restaurado. Desta forma, é necessário que o quantum indenizatório no valor de R$ 20.000,00 seja estabelecido, para que haja a tentativa da parte autora diminuir os prejuízos causados pela parte ré. 5. DA INVERSÃO DO ONUS DA PROVA A inversão do ônus da prova zela pelo princípio da igualdade e garante a efetividade dos direitos do indivíduo e da coletividade. Tem por finalidade a facilitação dos direitos do consumidor e se justifica como uma norma dentre tantas outras previstas no Código de Defesa do Consumidor para garantir o equilíbrio da relação de consumo, frente à supracitada vulnerabilidade do consumidor. Quanto à inversão do ônus da prova, diz o artigo 6º, VIII do Código de Defesa do Consumidor: Art. 6º. São direitos básicos do consumidor: VIII - a facilitação da defesa de seus direitos, inclusive com a inversão do ônus da prova, a seu favor, no processo civil, quando, a critério do juiz, for verossímil a alegação ou quando for ele hipossuficiente, segundo as regras ordinárias de experiência; A hipótese dos presentes autos é uma relação de consumo típica, envolvendo consumidor e fornecedor. Onde a hipossuficiência e a vulnerabilidade são patente com relação à debilidade que o Requerente tem face à empresa Requerida. Por outro prisma, está claro que existe verossimilhança nas alegações do Requerente contidas na própria documentação anexa à presente peça. Logo Douto Magistrado, diante do exposto com os fundamentos acima pautados, requer o autor a inversão do ônus da prova, incumbindo a ré à demonstração de todas as provas. DA JURISPRUDÊNCIA mailto:unebassociados@hotmail.com- ADVOGADOS ASSOCIADOS A D V O C A C I A RUA CARLOS III, Nº 135, ED. EMPRESARIAL WALL STREET, SALAS 1004/1008, JARDIM BRASIL, NESTA CAPITAL. CEP: 41.442-23 – TELEFONE: 55 (71) 3340-2246 – EMAIL: UNEBASSOCIADOS@HOTMAIL.COM- SALVADOR-BAHIA-BRASIL. Página 19 de 23 CIVIL. PROCESSUAL CIVIL. CONSUMIDOR. CONTRARRAZÕES INTEMPESTIVAS. NÃO APRECIAÇÃO. AÇÃO REPARATÓRIA DE DANOS MORAIS, MATERIAIS E ESTÉTICOS. CIRURGIA PLÁSTICA ESTÉTICA (MAMOPLASTIA COM UTILIZAÇÃO DE PRÓTESES DE SILICONE). OBRIGAÇÃO DE RESULTADO. ACENTUAÇÃO DE DEFEITO FÍSICO ANTES EXISTENTE. AUSÊNCIA DE CONSENTIMENTO INFORMADO. CULPA PRESUMIDA. RESPONSABILIDADE SUBJETIVA DO PROFISSIONAL DEMONSTRADA. CDC, ART. 14, § 4º. CC, ARTS. 186, 187, 927 E 951. OBRIGAÇÃO DE CUSTEIO DE NOVA CIRURGIA. DANO MORAL CONFIGURADO. REMANESCÊNCIA DE ASSIMETRIA DAS MAMAS. CARACTERIZAÇÃO DO DANO ESTÉTICO. DEVER DE INDENIZAR. QUANTUM. OBSERVÂNCIA DOS PRINCÍPIOS DA PROPORCIONALIDADE E DA RAZOABILIDADE. HONORÁRIOS DE SUCUMBÊNCIA. PARÂMETROS DO ART. 20 DO CPC RESPEITADOS. SENTENÇA MANTIDA. (...) 6. diante da possibilidade de correção, cabível a obrigação de fazer consistente no custeio de nova cirurgia plástica por profissional a ser escolhido livremente pela autora, diante da quebra da confiança que permeia toda relação médido- paciente, não sendo possível submetê-la ao ônus de ser novamente operada pelo réu. 7.o dano moral se relaciona diretamente com os prejuízos ocasionados a direitos da personalidade, cuja violação afeta diretamente à dignidade do indivíduo e constitui motivação suficiente para fundamentar uma ação dessa natureza. 7.1.in casu, o dano moral é evidente, pois a autora buscou os trabalhos especializados de profissional médico para ter uma melhora em sua forma física. se a intervenção cirúrgica provocou maior desconforto e descontentamento, acentuando o defeito físico anteriormente existente, por óbvio, há abalo a atributos da personalidade (cf, art. 5º, v e x; cdc, art. 6º, vi). 8.o dano estético, inicialmente, esteve ligado às deformidades físicas que provocam aleijão e repugnância. aos poucos, passou-se a admitir essa espécie de dano também nos mailto:unebassociados@hotmail.com- ADVOGADOS ASSOCIADOS A D V O C A C I A RUA CARLOS III, Nº 135, ED. EMPRESARIAL WALL STREET, SALAS 1004/1008, JARDIM BRASIL, NESTA CAPITAL. CEP: 41.442-23 – TELEFONE: 55 (71) 3340-2246 – EMAIL: UNEBASSOCIADOS@HOTMAIL.COM- SALVADOR-BAHIA-BRASIL. Página 20 de 23 casos de marcas e outros defeitos físicos que causem à vítima desgosto ou complexo de inferioridade. 8.1.a deformidade evidenciada na assimetria das mamas da autora é causa de dano estético, uma vez que representa piora à harmonia física, à higidez da saúde psíquica e à incolumidade das formas do corpo, em função de um resultado não esperado. mesmo que acobertada pela vestimenta, ressalte-se que esta lesão não precisa estar visível para todos, bastando que esteja presente na intimidade da vítima. 9.o quantum dos prejuízos morais e estéticos, perfeitamente acumuláveis (súmula n. 387/stj), deve obedecer a critérios de razoabilidade e proporcionalidade, levando-se em conta, além da necessidade de reparação dos danos sofridos, as circunstâncias do caso, a gravidade do prejuízo, a situação do ofensor, a condição do ofendido e a prevenção de comportamentos futuros análogos. o valor pecuniário não pode ser fonte de obtenção de vantagem indevida, mas também não pode ser irrisório, para não fomentar comportamentos irresponsáveis (cc, art. 944). nesse passo, impõe- se a manutenção dos valores arbitrados na sentença, de r$ 30.000,00 (trinta mil reais) a título de dano moral e r$ 20.000,00 (vinte mil reais) a título de dano estético. 10.os honorários advocatícios sucumbenciais devem guardar similitude com os parâmetros propostos pelo art. 20 do cpc e, sendo estes atendidos, o valor fixado em 1º grau, no percentual mínimo de 10%, deve ser mantido. 11. recurso conhecido e desprovido. Sentença mantida. (TJ-DF - apc: 20100112316318 df 0073438-41.2010.8.07.0001, relator: alfeu machado, data de julgamento: 09/07/2014, 1ª turma cível, data de publicação: publicado no dje : 15/07/2014 . pág.: 83) DESERÇÃO. COMPROVANTE. INTERNET. INOVAÇÃO RECURSAL. AUSÊNCIA. CERCEAMENTO DE DEFESA. INEXISTÊNCIA. PRESCRIÇÃO QUINQUENAL. 1. Possível o conhecimento do recurso interposto acompanhado do comprovante do pagamento do preparo impresso via Internet. 2. O fato de o recorrente trazer argumentos no sentido da capacidade sócio- econômica das partes, não guarda a pecha de inovação recursal. 3. Tratando-se de matéria de direito e de fato para a qual prescindível mailto:unebassociados@hotmail.com- ADVOGADOS ASSOCIADOS A D V O C A C I A RUA CARLOS III, Nº 135, ED. EMPRESARIAL WALL STREET, SALAS 1004/1008, JARDIM BRASIL, NESTA CAPITAL. CEP: 41.442-23 – TELEFONE: 55 (71) 3340-2246 – EMAIL: UNEBASSOCIADOS@HOTMAIL.COM- SALVADOR-BAHIA-BRASIL. Página 21 de 23 o elastério probatório, nos termos do artigo 330, inciso I, do Código de Processo Civil, correto o julgamento antecipado da lide. 4. O vínculo entre médico/clínica e paciente se sujeita ao Código de Defesa do Consumidor, o qual fixa no artigo 27 que prescreve em cinco anos a pretensão à reparação pelos danos causados por fato do produto ou do serviço, iniciando-se a contagem do prazo quando ocorre a ciência definitiva da lesão e da extensão do dano sofrido. 5. A cirurgia plástica nas mamas tem caráter estético, atraindo a obrigação de resultado e a aplicação das regras da responsabilidade subjetiva com culpa presumida, apenas se eximindo oprofissional diante da prova de motivo de força maior, caso fortuito ou culpa exclusiva da vítima. 6. Mostram-se presentes os elementos da responsabilidade do profissional liberal e da clínica, porquanto os atos cirúrgicos causaram deformidades e cicatrizes no busto da paciente. 7. A inexecução do contrato em face da não obtenção do resultado acarreta prejuízo material ao consumidor adimplente que não teve concretizado o objeto ajustado, bem como dano moral in re ipsa e estético, sendo desnecessária a comprovação dos constrangimentos suportados pela vítima. Precedentes. 8. Os sofrimentos suportados pela vítima ensejam a fixação de verba indenizatória a título de danos morais e estéticos de forma razoável e proporcional. 9. Os juros de mora devem incidir desde a citação, conforme determina o artigo 405 do Código Civil. Precedentes do col. STJ. 10. Recurso dos réus desprovido. Apelo da autora provido. (TJ-DF - APC: 20120111942762, Relator: MARIO-ZAM BELMIRO, Data de Julgamento: 10/06/2015, 2ª Turma Cível, Data de Publicação: Publicado no DJE : 29/06/2015 . Pág.: 78) DIREITO PROCESSUAL CIVIL E CONSUMIDOR. RECURSO ESPECIAL. AÇÃO DE INDENIZAÇÃO POR DANOS MATERIAIS E COMPENSAÇÃO POR DANOS MORAIS. CIRURGIA ESTÉTICA. OBRIGAÇÃO DE RESULTADO. INVERSÃO DO ÔNUS DA PROVA. REGRA DE INSTRUÇÃO. ARTIGOS ANALISADOS: 6º, VIII, E 14, CAPUT E § 4º, DO CDC. mailto:unebassociados@hotmail.com- ADVOGADOS ASSOCIADOS A D V O C A C I A RUA CARLOS III, Nº 135, ED. EMPRESARIAL WALL STREET, SALAS 1004/1008, JARDIM BRASIL, NESTA CAPITAL. CEP: 41.442-23 – TELEFONE: 55 (71) 3340-2246 – EMAIL: UNEBASSOCIADOS@HOTMAIL.COM- SALVADOR-BAHIA-BRASIL. Página 22 de 23 1. Ação de indenização por danos materiais e compensação por danos morais, ajuizada em 14.09.2005. Dessa ação foi extraído o presente recurso especial, concluso ao Gabinete em 25.06.2013. 2. Controvérsia acerca da responsabilidade do médico na cirurgia estética e da possibilidade de inversão do ônus da prova. 3. A cirurgia estética é uma obrigação de resultado, pois o contratado se compromete a alcançar um resultado específico, que constitui o cerne da própria obrigação, sem o que haverá a inexecução desta. 4. Nessas hipóteses, há a presunção de culpa, com inversão do ônus da prova. 5. O uso da técnica adequada na cirurgia estética não é suficiente para isentar o médico da culpa pelo não cumprimento de sua obrigação. 6. A jurisprudência da 2ª Seção, após o julgamento do Reps 802.832/MG, Rel. Min. Paulo de Tarso Sanseverino, DJe de 21.09.2011, consolidou-se no sentido de que a inversão do ônus da prova constitui regra de instrução, e não de julgamento. 7. Recurso especial conhecido e provido. (REsp 1.395.254/SC, TERCEIRA TURMA, Rel. Ministra NANCY ANDRIGHI, julgado em 15/10/2013, DJe de 29/11/2013, grifou- se) DOS PEDIDOS Ante o exposto, requer o Autor: A. A citação do Réu, para que apresente defesa, caso queira, no prazo legal, sob pena das cominações legais: revelia e confissão quanto à matéria fática, oportunidade em que deverá apresentar o contrato de seguro ora discutido; B. A restituição do montante gasto no procedimento cirúrgico e todo período pós operatório, o reembolso das despesas que teve e a indenização por uma nova cirugia; C. A procedência da ação, para condenar a ré ao pagamento integral R$ 310.000,000 (dez mil reais) pelos danos materiais experimentados, a importância de R$ 20.000,00 (vinte mil reais) a título de danos estéticos, com atualização monetária pelo INPC e juros moratórios de 1% a contar da citação e R$ 20.000,00 (vinte mil reais) a título de danos mailto:unebassociados@hotmail.com- ADVOGADOS ASSOCIADOS A D V O C A C I A RUA CARLOS III, Nº 135, ED. EMPRESARIAL WALL STREET, SALAS 1004/1008, JARDIM BRASIL, NESTA CAPITAL. CEP: 41.442-23 – TELEFONE: 55 (71) 3340-2246 – EMAIL: UNEBASSOCIADOS@HOTMAIL.COM- SALVADOR-BAHIA-BRASIL. Página 23 de 23 morais, devidamente corrigidos pelo INPC a contar do seu arbitramento, e juros moratórios de 1% a contar da citação, acrescido de correção monetária e juros legais, mais custas judiciais e verbas honorárias, em patamar não inferior a 20% (vinte por cento). D. A inversão do ônus da prova, com fulcro no art. 6º, inc. VIII da Lei 8.078/90, tudo sob pena de confissão quanto ao aqui alegado. E. Protesta pelas provas permitidas em direito, em especial a documental, ora colacionada, bem como a prova testemunhal. F. Valor da causa: R$ 350.000,00 (trezentos e cinquenta mil reais). Nestes Termos, pede D E F E R I M E N T O. Salvador (BA), 15 de abril de 2020. _____________________________________ ADVOGADO OAB mailto:unebassociados@hotmail.com-
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